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O Juízo Final

Finalmente, cremos conforme a palavra de Deus que, quando chegar o momento determinado pelo Senhor [1] - o qual todas as criaturas desconhecem -, e o número dos eleitos estiver completo [2], nosso Senhor Jesus Cristo virá do céu, corporal e visivelmente [3], assim como subiu ao céu (Atos 1:11), com grande glória e majestade [4]. Ele se manifestará Juiz sobre vivos e mortos [5], enquanto porá em fogo e chamas este velho mundo para purificá-lo [6].

Naquele momento comparecerão perante este grande Juiz, pessoalmente, todas as pessoas que viveram neste mundo [7]: homens, mulheres e crianças, citados pela voz do arcanjo e pelo som da trombeta divina (1Tessalonicenses 4:16). Porque todos os mortos ressuscitarão da terra [8] e as almas serão reunidas aos seus próprios corpos em que viveram. E a respeito daqueles que ainda estiverem vivos: eles não morrerão como os outros, mas serão transformados num só momento. De corruptíveis se tornarão incorruptíveis [9].

Então, se abrirão os livros e os mortos serão julgados (Apocalipse 20:12), segundo o que tiverem feito neste mundo, seja o bem ou o mal [10] (2Coríntios 5:10). Sim, "de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta" (Mateus 12:36), mesmo que o mundo a considere apenas brincadeira e passatempo. Assim será trazido à luz diante de todos o que os homens praticaram às escondidas, inclusive sua hipocrisia.

Portanto, pensar neste juízo e realmente horrível e pavoroso para os homens maus e ímpios [11], mas muito desejável e consolador para os justos e eleitos. A salvação destes será totalmente completada e eles receberão os frutos de seu penoso labor [12]. Sua inocência será reconhecida por todos e eles presenciarão a vingança terrível de Deus contra os ímpios, que os tiranizaram, oprimiram e atormentaram neste mundo [13]. Os ímpios serão levados a reconhecer sua culpa pelo testemunho da própria consciência. Eles se tornarão imortais, mas somente para serem atormentados no "fogo eterno [14], preparado para o diabo e seus anjos " [15] (Mateus 25:41).

Os crentes e eleitos, porém, serão coroados com glória e honra. O Filho de Deus confessará seus nomes diante de Deus, seu Pai (Mateus 10:32), e seus anjos eleitos [16] e Deus "lhes enxugará dos olhos toda lagrima" [17] (Apocalipse 21:4). Assim ficará manifesto que a causa deles, que agora por muitos juízes e autoridades está sendo condenada como herética e ímpia, é a causa do Filho de Deus. E, como recompensa gratuita, o Senhor os fará possuir a glória que jamais poderia surgir no coração de um homem [18].

Por isso, esperamos este grande dia com grande anseio para usufruirmos plenamente das promessas de Deus em Jesus Cristo, nosso Senhor.

1 Mt 24:36; Mt 25:13; 1Ts 5:1,2. 2 Hb 11. 39,40; Ap 6:11. 3 Ap 1:7. 4 Mt 24:30; Mt 25: 31. 5 Mt 25:31-46; 2Tm 4:1; 1Pe 4:5. 6 2Pe 3:10-13. 7 Dt 7:9-11; Ap 20:12,13. 8 Dn 12: 2; Jo 5:28,29. 9 1Co 15:51,52; Fp 3:20,21. 10 Hb 9:27; Ap 22:12. 11 Mt 11:22; Mt 23: 33; Rm 2:5,6; Hb 10:27; 2Pe 2:9; Jd :15; Ap 14:7a. 12 Lc 14:14; 2Ts 1:3-10; 1Jo 4:17. 13 Ap 15:4; Ap 18:20. 14 Mt 13:41,42; Mc 9:48; Lc 16:23-28; Ap 21:8. 15 Ap 20:10. 16 Ap 3:5. 17 Is 25:8; Ap 7:17. 18 Dn 12: 3; Mt 5:12; Mt 13:43; 1Co 2:9; Ap 21:9-22:5.

Confissão de Fé Belga
Artigo 37

Adoração em espírito de esperança

Um quarto passo que conduzirá na direção de uma adoração verdadeira é tomado quando cultuamos em espírito de esperança. Uma expectativa alegre deveria empolgar por antecipação os cristãos que se deslocam para a igreja ou se ajoelham para gozar da comunhão com Deus. Crianças mal podem conter a emoção quando pensam numa festa ou aniversário. Antecipam a alegria de um encontro com o vovô, uma viagem para o zoológico, pela expectativa.

De maneira semelhante, o adorador que alimenta a esperança de experimentar um encontro com Aquele que sua alma tanto ama, seguramente não ficará desapontado. "Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia... Nossa alma espera no Senhor, nosso auxílio e escudo... Seja sobre nós, Senhor a tua misericórdia, como de ti esperamos" (Sl 33.18-22).

A expectativa que pode influir no preparo para cultuar pode ser comparada àquele tempo em que o réu condenado à morte prevê sua experiência futura Todo seu pensamento e imaginação voltam-se para o futuro. Paulo vivia sempre "carregando o morrer" de Jesus (2Co 4.10). Previa o breve encontro com o Senhor, a quem ele amava acima de tudo neste mundo (Fp 1.21-23). A glória incomparável da futura comunhão que aguardava, tornava sem importância as tribulações desta vida (2Co 4.16, 17). 

Mas o culto da Nova Aliança outorga uma experiência de comunhão com Deus comparável (mesmo que através de um espelho, 2Co 3.18; 1 Co 13.12). Pedro afirma exatamente isto ao descrever o júbilo que, na sua totalidade, teremos somente após a ressurreição, no escaton, após o fim deste século. Porém, ele nos é oferecido no presente pelo amor, sendo recebido pela fé. "A quem não havendo visto amais, no qual não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia (irradiada) de glória" (1 Pe 1.8). Prever esta alegria indizível, como a criança prevê uma descida para a praia, prepara melhor o coração para os encontros periódicos com Deus e em reunião com sua família Horas de culto criarão esta expectativa, se forem alegres e atraentes.

Russel Shedd
In: Adoração Bíblica.

O cuidado devido aos mortos

O sepultamento dos corpos. Sendo os corpos dos fiéis o templo do Espírito Santo, que seguramente cremos hão de ser ressuscitados no último dia, as Escrituras mandam que sejam entregues à terra, honrosamente e sem superstição, e também que se façam referências honrosas aos santos, que dormiram no Senhor, bem como se cumpram todos os deveres de piedade familiar para com suas viúvas e órfãos. Não ensinamos que se tenha qualquer outro cuidado com os mortos. Portanto, damos ênfase ao fato de que desaprovamos os cínicos, que negligenciavam os corpos dos mortos e descuidada e desdenhosamente os lançavam à terra, nunca pronunciando uma boa palavra acerca do falecido, ou se preocupando com os seus que ficaram.

O cuidado pelos mortos. Por outro lado, não aprovamos aqueles que se preocupam excessiva e indevidamente com os mortos; que, à semelhança dos pagãos, lamentam os seus mortos (embora não censuremos o luto moderado, que o apóstolo permite em I Tes 4.13, julgando até desumano não entristecer-se alguém de modo nenhum); e que oferecem sacrifícios pelos mortos, murmuram certas orações, não sem paramento, com o fim de, por meio de tais cerimônias, libertar os entes queridos dos tormentos em que foram imersos pela morte, e pensam serem capazes assim de libertá-los por meio de tal magia.

O estado da alma que deixou o corpo. Cremos que os fiéis, depois da morte do corpo, vão diretamente para Cristo e, portanto, não há necessidade de sufrágios e orações dos vivos pelos mortos, nem de seus ofícios. Igualmente, cremos que os incrédulos são imediatamente lançados no inferno, do qual não há saída possível para os ímpios por quaisquer ofícios dos vivos.

Purgatório. O que alguns ensinam a respeito do fogo do purgatório se opõe à fé cristã, a saber, “creio no perdão de pecados e na vida eterna”, e à perfeita purificação mediante Cristo, bem como a estas palavras de Cristo, nosso Senhor: “Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5.24). E estas: “Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais está todo limpo” (João 13.10).

A aparição de espíritos. No tocante aos espíritos, ou às almas dos mortos, que algumas vezes aparecem aos vivos e pedem a estes certos trabalhos, pelos quais possam ser libertados, incluímos tais aparições entre os ludíbrios, as artimanhas e os enganos do Diabo, que, como pode transformar-se em anjo de luz, assim se esforça para, ou transtornar a verdadeira fé, ou lançar dúvida sobre a mesma. No Velho Testamento, o Senhor proibiu a busca da verdade com os mortos e toda espécie de contacto com os espíritos (Deut 18.11). Ao rico glutão, que estava em tormentos, como narra a verdade evangélica, se negou a faculdade de voltar a seus irmãos. Assim diz o divino oráculo: “Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (Luc 16.29 ss)

Razões da indiferença quanto à volta de Cristo

Aiden Wilson Tozer (1897 - 1963)
A aspiração por ver a Cristo que queimava o peito daqueles primeiros cristãos parece ter-se queimado toda. Tudo que resta são cinzas. É precisamente o "anseio" e o "desvanecimento" pelo retorno de Cristo que distingue entre a esperança pessoal e a teológica. O mero conhecimento da doutrina correta é pobre substituto de Cristo, e a familiaridade com a escatologia do Novo Testamento nunca tomará o lugar do desejo inflamado de amor de fitar Sua face.

Se o ardoroso anelo desapareceu da esperança do advento hoje, deve haver razão para isto; acho que sei qual é, ou quais são, pois há um bom número delas. Uma é simplesmente que a teologia fundamentalista popular tem dado ênfase à utilidade da cruz, e não à beleza dAquele que nela morreu. A relação do salvo com Cristo é apresentada como contratual, em vez de pessoal. Tem-se acentuado tanto a "obra" de Cristo, que esta eclipsou a pessoa de Cristo. Permitiu-se que a substituição tomasse o lugar da identificação. O que Ele fez por mim parece mais importante do que o que Ele é para mim. Vê-se a redenção como uma transação de negócio direto que "aceitamos"; e à coisa toda fica faltando conteúdo emocional. Temos de amar muito a alguém, para ficarmos despertos esperando a sua vinda, e isso talvez explique a ausência de vigor na esperança do advento entre aqueles que ainda crêem nela.

Outra razão da ausência de real anseio pelo retorno de Cristo é que os cristãos se sentem tão bem neste mundo que têm pouco desejo de deixá-lo. Para os líderes que regulam o passo da religião e determinam o seu conteúdo e a sua qualidade, o cristianismo tornou-se afinal notavelmente lucrativo. As ruas de ouro não exercem atração muito grande sobre aqueles que acham fácil amontoar ouro e prata no serviço do Senhor cá na terra. Todos queremos reservar a esperança do céu como uma espécie de seguro contra o dia da morte, mas enquanto temos saúde e conforto, por que trocar um bem que conhecemos por uma coisa a respeito da qual pouco sabemos? Assim raciocina a mente carnal, e com tal sutileza que dificilmente ficamos cientes disso.

Outra coisa; nestes tempos a religião passou a ser uma brincadeira boa e festiva neste presente mundo, e, por que ter pressa quanto ao céu, seja como for? O cristianismo, contrariamente ao que alguns pensaram, é forma diversa e mais elevada de entretenimento. Cristo padeceu todo o sofrimento. Derramou todas as lágrimas e carregou todas as cruzes; temos apenas que desfrutar os benefícios das suas dores em forma de prazeres religiosos modelados segundo o mundo e levados adiante em nome de Jesus. É o que dizem pessoas que ao mesmo tempo afirmam que creem na segunda vinda de Cristo.

A história revela que os tempos de sofrimento da igreja têm sido igualmente tempos de alçar os olhos. A tribulação sempre deu sobriedade ao povo de Deus e o encorajou a buscar e a esperar ansiosa¬mente o retorno do seu Salvador. A nossa presente preocupação com este mundo pode ser um aviso de amargos dias por vir. Deus fará com que nos desapeguemos da terra de algum modo — do modo fácil, se possível; do difícil, se necessário. 

É a nossa vez.

A. W. Tozer
In: O melhor de A. W. Tozer

Como a expectativa pela volta do Senhor afeta nosso viver?

Uma expectação vívida da Parousia deveria ser encontrada na Igreja hoje, como era encontrada na Igreja Primitiva. Qual é o significado desta expectação? Os críticos do Cristianismo, freqüentemente, gostam de dizer que esta expectação leva a um tipo de “vida de outro mundo” ou, seja, a uma vida improdutiva - uma espera passiva pela vida por vir, inclusive negligenciando nossas responsabilidades neste mundo atual. Será isso verdadeiro? Não de acordo com a Bíblia. Herman Ridderbos, escrevendo acerca do ensino e pregação de Paulo, tem isto a dizer: “O motivo escatológico, a consciência da vinda do senhor como algo próximo, tem não uma negativa mas sim uma positiva significação para a vida no tempo presente. Ele não faz a responsabilidade por esta vida ser relativa, mas antes a aumenta". O que ele diz acerca de Paulo pode ser dito sobre todo o Novo Testamento. Que os escritores do Novo Testamento têm a dizer acerca da significação prática da expectação da Parousia para a fé e a vida? 

A ênfase mais comum é que nossa expectação, pela volta do senhor, serve como um incentivo para um viver santo. Assim, ouvimos Paulo nos dizer, em Romanos 13, que a proximidade dessa volta deveria nos motivar a expulsar as obras das trevas e vestir as armas da luz; a não fazer provisão para a carne, mas conduzir-nos a nós mesmos convenientemente como em pleno dia (vs. 12-14). Em Tito 2.11-13, Paulo destaca o fato de que nossa vida, entre as duas vindas de Cristo, significa que devemos renunciar às paixões mundanas e viver sensata, justa e piedosamente neste mundo atual. Pedro, em sua primeira epístola, nos diz que lançar nossa esperança totalmente sobre a graça que vem a nós, pela revelação de Cristo, significa para nós a busca diligente do auto-controle, obediência e santidade (1 Pe 1.13-15). E em sua segunda carta ele diz o seguinte: “Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, operando e apressando (ou desejando ardentemente, variante textual) a vinda do dia de Deus...” (2 Pe 3.11-12). O Apóstolo João, em sua primeira epístola, depois de nos dizer quando Cristo se manifestar em glória nós seremos iguais a ele, adiciona: “E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (1 João 3.2,3). 

De várias outras maneiras nossa expectativa da Segunda Vinda deveria afetar o nosso modo de viver. A manifestação futura do nosso Senhor deveria nos levar ser fieis à comissão que Deus nos deu, assim como Timóteo o fez (1 Tm 6.14). Se continuarmos a permanecer em Cristo, nós deveremos estar confiantes e sem ter do que nos envergonhar diante dele, quando ele aparecer (1 Jo 2.28). A percepção de que, quando o Senhor vier, ele revelará os propósitos dos nossos corações, implica em que não devemos pronunciar julgamentos prematuros sobre outras pessoas (1 Co 4.5). Sermos fiéis e sábios mordomos de tudo o que o Senhor nos tiver confiado para cuidar é outro meio de mostrar que estamos prontos para a volta do Senhor (Lc 12.41-48). Na parábola dos talentos e das minas dá-se ênfase a que a prontidão para a volta de Cristo significa trabalhar diligentemente para ele com os dons e habilidades que ele nos tem dado (Mt 25.1-40; Lc 19.11-27). E, à luz do juízo final, encontrado em Mt 25.31-46, o melhor modo de se estar preparado para a Segunda Vinda, é estar continuamente mostrando amor àqueles que são irmãos de Cristo. 

Nossa expectação pela volta do Senhor, portanto, deveria ser um incentivo constante para viver para Cristo e para o seu Reino, e para buscar as coisas que são lá do alto, não as coisas que estão sobre a terra. Mas o melhor modo de buscar as coisas lá de cima é estar ocupado para o Senhor aqui e agora. 

Anthony Hoekema
In: A Bíblia e o Futuro.

O estado intermediário dos mortos ímpios

O Novo Testamento diz bem pouco acerca da condição dos ímpios entre a morte e a ressurreição, uma vez que sua preocupação principal é com o futuro do povo de Deus. Conforme vimos, a parábola do homem rico e Lázaro retrata o homem rico sofrendo tormentos no Hades após a morte. Talvez, a passagem mais clara do Novo Testamento, que trata da condição do ímpio morto durante o estado intermediário, seja a de 2 Pedro 2.9: “O Senhor sabe como livrar os homem justos de provações e como reservar os injustos para o dia do juízo, enquanto continua sua punição” (NIV). Pedro vem expondo a severidade do julgamento divino sobre os anjos que pecaram, sobre o mundo antigo e sobre Sodoma e Gomorra. De acordo com o verso 4, Deus lança os anjos que pecaram no inferno (no grego, Tartarys), para serem guardados até o julgamento. No verso 9, Pedro está falando acerca dos homens injustos. A estes, diz ele, Deus sabe como guardar ou manter sob punição até o Dia do Juízo - literalmente, enquanto são punidos. A palavra grega utilizada aqui, kolazomenous, é a forma de particípio passivo presente no verbo kolazo, (=punir). O tempo presente do particípio transmite a idéia de que esta punição é contínua (note a tradução da NIV, citada acima). As palavras eis hemeran kriseos (=até o Dia do Juízo), nos revelam que o que é descrito aqui não é o castigo final dos ímpios, mas uma punição que precede o dia do juízo36. Além disso, não pode ser sustentado que a punição aqui mencionada seja administrada somente nesta vida atual, uma vez que as palavras “até o dia do juízo” estendem claramente a punição até aquele dia. Esta passagem, portanto, confirma o que aprendemos na parábola do homem rico e Lázaro, e nos revela que os ímpios sofrem punição contínua (cuja natureza não nos é mais amplamente descrita aqui) entre a sua morte e o Dia do Juízo. 

Anthony Hoekema
A Bíblia e o Futuro.

Deixando o nosso "tabernáculo": morre Dallas Willard


É claro que algo vai acontecer. Abandonaremos o nosso corpo atual em determinado momento, e a nossa partida e o que deixaremos para trás não parecerão agradáveis àqueles que gostam de nós. Mas esse momento, como Paulo também afirma, simplesmente será uma questão de "deixar o corpo e habitar com o Senhor" (2Co 5:8).

Os primeiros cristãos diziam que os que passavam pela morte física "dormiam". Nessa condição estamos, como dizemos ainda hoje de uma pessoa adormecida, "mortos para este mundo". Para aqueles que ficam existe uma semelhança óbvia, embora superficial, entre o corpo daquele que dorme e o corpo de outro que passou ao mundo pleno. Mas nesse modo de falar não havia intenção de dizer que estaríamos inconscientes. A consciência persiste enquanto dormimos, e do mesmo modo quando "dormimos em Jesus" (1Ts 4:14; At 7:60). A diferença é simplesmente uma questão daquilo de que estamos conscientes. Na verdade, na morte "física" nós nos tornamos conscientes e desfrutamos de uma riqueza de experiência que jamais conhecemos antes.

O evangelizador americano Dwight Moody observou já perto do fim da vida: "Um dia, breve, vocês vão ouvir dizer que eu morri. Não acreditem nisso. Eu então estarei mais vivo do que nunca". Quando os dois guardas chegaram para levar Dietrich Bonhoeffer ao cadafalso, ele puxou de lado um amigo e brevemente lhe disse: "Isso é o fim, mas para mim é o princípio da vida".

Como então deveríamos conceber a transição? O não termos uma forma de concebê-la é uma das coisas que a torna persistentemente aterrorizadora mesmo para aqueles que têm plena confiança em Jesus. O inimaginável é para nós naturalmente assustador. Mas há duas metáforas que creio serem corretas e também úteis. Elas podem nos ajudar a saber o que devemos esperar no momento em que deixarmos o nosso "tabernáculo", o nosso corpo (2Co 5:1-6).

A primeira é de Peter Marshall, e ficou famosa alguns anos atrás. É a metáfora de uma criança brincando à noite com seus brinquedos. Pouco a pouco ela vai ficando cansada e abaixa a cabeça para repousar um pouco, continuando a brincar preguiçosamente. A próxima coisa que ela vivência ou "prova" é a luz da manhã de um novo dia inundando a cama e o quarto para onde sua mãe ou seu pai a levou. O interessante é que nunca nos lembramos do momento em que adormecemos. Não o "vemos", não o "provamos".

Outra metáfora é de uma pessoa que passa por uma porta entre dois recintos. Ainda em relação com as outras pessoas do recinto que ela está deixando, já começa a enxergar e conversar com as pessoas do outro recinto, que podem estar totalmente ocultas àqueles que ficaram para trás. Antes da disseminação do uso de pesados sedativos, era bem comum observar algo parecido com isso. A pessoa que faz a transição muitas vezes começa a falar com aqueles que partiram antes dela. Eles nos vão receber enquanto estamos ainda em contato com aqueles que ficam. As cortinas se abrem para nós pouco antes de passarmos.

Falando do esplendor dessa passagem para o mundo pleno dos "céus reabertos", John Henry Newman comenta o seguinte: "As coisas maravilhosas do novo mundo já são agora mesmo o que serão então. São imortais e eternas; e as almas que então ficarem conscientes delas as verão na sua tranqüilidade e na sua majestade, onde sempre estiveram... A vida que então começará, bem o sabemos, durará para sempre; no entanto, com toda a certeza, se a memória for então para nós o que é hoje, esse será um dia certamente a ser celebrado perante o Senhor pelos séculos dos séculos". Será o nosso nascimento num mundo pleno de Deus.

Dalla Willard, 04/09/1935 - 08/05/2013
A Conspiração Divina.

A expectativa da volta de Cristo no Novo Testamento e Hoje

A Segunda Vinda de Cristo está no centro de nossas considerações sobre a “Escatologia Cósmica”. Cristo veio para inaugurar seu Reino, mas ele vem novamente para introduzir a consumação daquele Reino. Embora, como vimos, o Reino de Deus esteja presente em um sentido, ele é futuro em outro. Vivemos agora entre duas vindas. Olhamos cheios de alegria, no passado, para a primeira vinda de Cristo, e aguardamos com ansiedade por seu retorno prometido.

A expectação do Segundo Advento de Cristo é um dos aspectos mais importantes da Escatologia neotestamentária - tanto o é, na verdade, que a fé na Igreja do Novo Testamento é dominada por esta expectação. Todo livro do Novo Testamento nos indica o retorno de Cristo e nos conclama a viver de modo tal a sempre estar pronto para essa volta. Esta nota é repetida diversas vezes nos Evangelhos. Somos ensinados que o Filho do Homem virá com seus anjos na glória de seu Pai (Mateus 16.27); Jesus falou ao sumo-sacerdote que este veria o Filho do Homem sentado à destra poderosa de Deus e vindo com as nuvens do céu (Marcos 14.62). Freqüentemente Jesus falou aos seus ouvintes para vigiar por sua volta, uma vez que ele viria numa hora em que eles não esperavam (Mateus 24.42,44; Lucas 12.40). ele falou da felicidade daqueles servos a quem ele encontraria fiéis quando de sua vinda (Lucas 12.37,43). Após ter descrito alguns dos sinais que precederiam sua vinda, o Senhor disse: “Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças; porque a vossa redenção se aproxima” (Lucas 21.28). e em seu discurso de despedida Jesus contou a seus discípulos que, após ter deixado a terra, ele viria novamente e os levaria consigo (João 14.3).

Uma nota similar ressoa no livro de atos. Os anjos disseram aos discípulos que assistiam à ascensão de Jesus aos céus: “Esse Jesus, que dentre vós foi assunto ao céu, assim virá do modo como o vistes subir” (At 1.11). E Paulo disse aos atenienses que um dia Deus julgará o mundo pelo homem a quem levantou dos mortos, o Senhor Jesus Cristo (Atos 17.31).

As epístolas paulinas revelam uma consciência vívida da proximidade e certeza da volta do Senhor: “pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite” (1 Ts 5.2); “Perto está o Senhor” (Fp 4.5). Paulo insta com os Coríntios para serem cautelosos em fazer julgamentos, uma vez que o Senhor está vindo: “Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz das coisas ocultas das trevas...” (1 Co 4.5) Em Tito 2.13 ele descreve os cristãos como aqueles que estão “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. E em Romanos 8.19 ele nos fala de que a “ardente expectativa da criação aguarda, a revelação dos filhos de Deus”

Este senso agudo da expectação do Segundo Advento de Cristo, entretanto, é também encontrado nas epístolas católicas. O autor de hebreus diz que “assim também Cristo, tendo se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9.28). Tiago fala de modo semelhante quando diz: “fortalecei os vossos corações, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.8). Pedro enfatiza tanto a certeza da volta do Senhor como a incerteza sobre sua hora: “Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis [os anciãos] a imarcescível coroa da glória” (1 Pe 5.4); “Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor” (2 Pe 3.10). João insta com seus leitores a permanecerem em Cristo a fim de que, quando ele se manifestar, eles possam ter confiança (1 João 2.28); mais adiante, ele afirma que quando Cristo efetivamente aparecer de novo, seremos como ele, uma vez que o veremos como ele é (1 João 3.2).

Um sentido similarmente forte da expectação da volta do Senhor ressoa através do livro do Apocalipse: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá” (Ap 1.7). “Venho sem demora”, diz Jesus à Igreja em Filadélfia; “Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”. (3.11). E em Apocalipse 22.20, o penúltimo verso do Novo Testamento, lemos: “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente venho sem demora. Amém. Vem, Senhor Jesus!”

Esta mesma expectação vivida pela volta de Cristo deveria marcar a Igreja de Jesus Cristo nos dias de hoje. Se esta expectação não mais estiver presente, há algo radicalmente errado. É o servo infiel da parábola de Jesus que diz em seu coração: “Meu senhor tarda em vir” (Lucas 12.45). Pode haver várias razões para a perda deste senso de expectação. É possível que a Igreja hodierna esteja tão envolvida em assuntos materiais e seculares que o interesse pela Segunda Vinda esteja se desvanecendo no segundo plano. É possível que muitos cristãos não mais creiam numa volta literal de Cristo. É também possível que muitos dos que crêem numa volta literal empurram este evento para tão longe, no futuro distante, que não vivem mais na espera dessa volta. Quaisquer que sejam as razões, a perda de uma expectativa vívida e vital da Segunda Vinda de Cristo é um sinal de uma enfermidade espiritual das mais sérias na Igreja. embora possa haver diferenças entre nós acerca dos diversos aspectos da Escatologia, todos os cristãos deveriam aguardar ansiosamente pela volta de Cristo e deveriam viver à luz desta expectação renovada a cada dia.

Anthony Hoekema
In: A Bíblia e o Futuro.

Nossa meditação na ira de Deus

A nossa prontidão ou a nossa relutância em meditar na ira de Deus é um teste seguro de até que ponto os nossos corações reagem à Sua influência. Se não nos regozijamos verdadeiramente em Deus, pelo que Ele é em Si mesmo, e por todas as perfeições que nEle há eternamente, como poderá permanecer em nós o amor de Deus? Cada um de nós precisa vigiar o mais possível em oração contra o perigo de criar em nossa mente uma imagem de Deus segundo o modelo das nossas inclinações pecaminosas. Desde há muito o Senhor lamentou: "...pensavas que (eu) era como tu" (Sl 50:21). Se não nos alegramos "...em memória da sua santidade" (Sl 97:12), se não nos alegramos por saber que num dia que logo vem, Deus fará uma demonstração suma­mente gloriosa da Sua ira, tomando vingança em todos os que agora se opõem a Ele, é prova positiva de que os nossos corações não estão sujeitos a Ele, que ainda permanecemos em nossos pecados, rumo às chamas eternas. 

"Jubilai, ó nações (gentios), com o seu povo, porque vingará o sangue dos seus servos, e sobre os seus adversários fará tornar a vingança..." (Dt 32:43). E ainda lemos: "E, depois destas coisas, ouvi no céu como "que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia; Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus; Porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. E outra vez disseram: Aleluia..." (Ap 19:1 -3). Grande será o regozijo dos san­tos naquele dia em que o Senhor irá vindicar a Sua majestade, exercer o Seu domínio formidável, magnificar a Sua justiça, e derribar os orgulhosos rebeldes que ousaram desafiá-lO.

A. W. Pink
Os Atributos de Deus

A Igreja no céu


Cristo, Senhor da  Igreja, está no trono celeste, à destra do Pai; posição que lhe possibilita governar o seu povo tanto na terra, a Igreja militante, como no céu, a triunfante. A  humilhação e a exaltação colocaram-no, pelo menos do ponto de vista da nossa lógica, e com absoluta autoridade governamental, no trono divino, ao lado do Pai, e no governo do mundo, o "kaiser" ou "kyrios" magno de todos as nações. 

De modo especial, porém, reina sobre sua Igreja composta de peregrinos padecentes e de irmãos glorificados, embora ainda sem o privilégio da corporalidade. O crente, que verdadeiramente tem o testemunho interno do Espírito, vive seguro e feliz em todas as circunstâncias da existência presente; não abandona a comunidade dos redimidos da qual é membro por vontade de Deus; e ainda se firma na inabalável convicção de que é filho da promessa, faz parte do Reino de Cristo, a Igreja, e nela persevera, sustentado pelas mãos do Salvador. 

Os inimigos dos servos de Deus são muitos, na ordem social e no universo espiritual, mas o nosso Rei sobre todos domina e  livra a nossa alma da corrupção, da queda, da destruição. Cristo no céu, e o fato de estarem com ele os salvos que  partiram antes de nós, garante-nos que lá certamente estaremos, cessando o nosso ministério na terra. Esta esperança, certeza absoluta, mantém os salvos no caminho de seu êxodo. E mais, os dons celestes lhe são derramados abundantemente pelo Espírito Santo, que o Rei exaltado nos outorgou.

Autor desconhecido
Comentário ao Catecismo de Heidelberg

O que é completa redenção?

"Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção". 1Co 1:30
Mas o que é a redenção do corpo em comparação com a parte melhor, a nossa alma? Devo, portanto, dizer-lhes, irmãos, o que o anjo disse a João, "Sobe aqui", para obterem a visão mais clara possível da redenção que Cristo comprou para vocês, e que logo lhes dará como fato consumado. 

Vocês já estão justificados, já estão santificados, e portanto estão libertos da culpa e do domínio do pecado; mas, conforme já observei, o pecado ainda existe e habita em vocês. Deus acha por bem deixar alguns amalequitas na terra, para manter Seu Israel ativo. Estou convicto de que o cristão mais perfeito deve concordar que, segundo um dos nossos artigos de fé: "a corrupção da natureza permanece até mesmo nos regenerados; que a carne sempre luta contra o espírito, e o espírito contra a carne". Sendo assim, os crentes não podem fazer coisas para Deus com a perfeição que desejam. Esse fato aflige suas almas justas dia após dia e leva-os a exclamar com o grande apóstolo: "Quem me livrará do corpo desta morte?" 

Dou graças a Deus que nosso Senhor Jesus o fará, mas não de modo completo antes do dia da nossa morte. Então será destruída a própria existência do pecado, e a corrupção inata que em nós habita será eternamente desfeita. E não é esta uma grande redenção? Tenho certeza que os crentes assim a consideram, pois não há nada que mais entristece o coração de um filho de Deus do que os restos do pecado que nele habita. Demais disso, os crentes freqüentemente sentem pesar por causa de numerosas tentações. Deus acha que é necessário e bom que eles sejam assim, e embora sejam altamente favorecidos e imersos na comunhão com Deus, até mesmo ao terceiro céu, ainda assim um mensageiro de Satanás é freqüentemente enviado para esbofeteá-los, para não ficarem ensoberbecidos com a abundância das revelações.

Mas não fiquem abatidos, nem tenham a mente desfalecida, pois aproxima-se o tempo da sua redenção completa. No céu o maligno cessará de perturbar vocês e suas almas abatidas desfrutarão do repouso eterno; os dardos inflamados de Satanás não podem alcançar aquelas regiões de bem-aventurança. Satanás nunca mais voltará para apresentar-se juntamente com os filhos de Deus, nem para perturbá-los, nem para acusá-los, depois do Senhor Jesus Cristo fechar a porta. 

Dia após dia suas almas justas são afligidas diante da conversa ímpia dos transgressores; agora o joio cresce no meio do trigo, os lobos aparecem vestidos como ovelhas, mas a redenção mencionada no texto libertará suas almas de todas as ansiedades decorrentes de tais coisas. A partir de então, vocês desfrutarão de uma perfeita comunhão de santos; nada que é impuro ou profano entrará no santo dos santos, que lhes é preparado lá em cima. De todas as formas do mal vocês serão libertos, quando a sua redenção for aperfeiçoada no céu. 

Não somente isso, também entrarão no pleno gozo de todo o bem. É verdade que nem todos os santos terão o mesmo grau de felicidade, mas todos serão tão felizes quanto seu coração possa desejar. Crentes: vocês julgarão os anjos maus, e terão conversação familiar com os anjos bons; vocês se assentarão juntamente com Abraão, Isaque, Jacó e todos os espíritos dos justos aperfeiçoados, e para resumir toda a sua felicidade numa só palavra, vocês verão Deus Pai, Filho, e Espírito Santo. E, ao verem a Deus, ficarão cada vez mais semelhantes a Ele, e passarão de glória em glória para toda a eternidade.

Mas preciso parar. As glórias dos lugares celestiais entram na minha alma tão rapidamente, e em tão grande medida, que fico engolfado na contemplação delas. Irmãos, a referida redenção é inefável; o olho não viu, nem o ouvido ouviu, nem entrou no coração dos homens mais santos que existem, conceber quão grande ela é. Se eu fosse entreter-lhes durante eras inteiras com um relato dela, vocês, ao chegarem ao céu, teriam que dizer conforme a rainha de Sabá disse: "Nem metade, nem a milésima parte nos foi contada". Tudo quanto podemos fazer nesse caso é subir ao monte Pisga, e, com o olho da fé, contemplar uma vista distante da terra prometida. Podemos vê-la de longe, como Abraão viu a Cristo, e nos regozijar nela; mas aqui somente a conhecemos em parte.

Louvado seja Deus, porque virá um tempo em que o conheceremos conforme somos conhecidos, e Ele será tudo em todos. Senhor Jesus, completa o número dos Teus eleitos! Senhor Jesus, apressa a vinda do Teu reino!

George Whitefield
In: Cristo: sabedoria, justificação, santificação, redenção

Um alerta urgente


Eis que vem com. as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém! (Ap 1.7).
O alerta final é urgente. O tempo é curto. O fim se aproxima. Cristo virá em breve. Aliás, Ele já está voltando.

Respondamos agora ao seu chamado!

A cortina está prestes a ser descerrada no teatro da história humana. O drama da redenção está quase completo. E o clímax será a volta de nosso Senhor, por isto o alerta é urgente. 

Respondamos, pois, ao seu chamado agora!

O sentido da passagem que acabamos de ler não pressupõe o futuro. Significa que Ele já está vindo. Sua vinda é iminente; está em processo.

“O tempo está próximo” (Ap 1.3). A vinda de Cristo está diante de nossos olhos. Chegou o momento de agir. Esta é a hora mais importante de toda a história humana. São os momentos que precedem a volta de Jesus Cristo. Ele aparecerá para estabelecer o seu reino; será em grande glória. Virá acompanhado por seus santos, que estão vestidos de linho fino e puro (Ap 19.8,14). Estes são a “nuvem de testemunhas” (Hb 12.1). Tantos crentes estarão com Cristo, que parecerão nuvens movendo-se pelos céus.

Todo olho o verá. Sua glória não será ocultada. Não haverá dúvida quanto à sua identidade. Em sua primeira vinda, a glória de Cristo foi encoberta por sua humanidade. Mas em sua segunda vinda, todos o verão vindo sobre as nuvens com poder e grande glória (Mt 24.30).

Por estar próxima a sua vinda, o alerta final desperta um senso de urgência em nossos corações. É tempo de acordar e servir ao Senhor.

Steven J. Lawnson
Alerta Final

A volta do Rei Jesus Cristo


Este reino será plenamente aperfeiçoado quando Ele vier pela segunda vez com glória para reinar entre seus santos; e para ser admirado por todos os que creem; quando derrubará todo reino e autoridade e os porá sob seus pés; para que a glória do Pai possa ser plena e perfeitamente manifestada em Seu Filho, e a glória do Pai e do Filho em todos seus membros.

Artigo 20
Primeira Confissão Londrina, 1642/44

Salvação e Recompensa


Que nenhum leitor pense que é o suficiente ser salvo e deixe de buscar a recompensa da mesma forma. Para qualquer pessoa verdadeiramente nascida de novo, o Senhor a está chamando para perseguir a excelência espiritual – para obter recompensa. E deveria ser para ele uma coisa natural persegui-la e obtê-la. Ainda que não para seu próprio benefício, mas para ganhar o coração e a alegria de Deus. Pois qualquer que é recompensado pelo Senhor tem alegrado o Seu coração. 

Assim como um pecador deve ser salvo, também um crente deve ser recompensado. A recompensa para um crente é tão importante como a salvação para um pecador. Se um santo fracassa em alcançar a recompensa, não significa que ele sacrificou o seu lucro, mas apenas indica que a sua vida não é santa, seu labor não é fiel e que ele não tem manifestado o Senhor Jesus durante os seus dias de peregrino.

Ensinamentos recentes têm oscilado entre dois extremos. Alguns julgam a salvação como sendo algo tão difícil que demande muito das pessoas. Dessa forma, eles anulam a morte substitutiva e a obra da redenção do nosso Senhor Jesus. Tal ensinamento põe toda a responsabilidade no homem e ignora aquilo que a Bíblia diz sobre nós sermos salvos pela graça através da fé. Alguns outros pensam que, já que tudo é de graça, então todos os que crêem no Senhor Jesus serão não apenas salvos mas também recompensados com glória e reinarão no futuro com o Senhor Jesus. E assim eles lançam toda a responsabilidade sobre Deus e negligenciam o que é observado nas Escrituras: que alguns crentes – apesar de serem salvos – sofrerão perda, todavia pelo fogo. (1 Cor. 3.15).

Watchman Nee
In: Ajuda ao Apocalipse



O que Deus fez por nós

“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” Rm 8:29-30 

Você já parou para pensar o que Deus fez por você? Não apenas durante sua vida, mas desde muito antes de você nascer? E você crê que Ele tem determinado um futuro glorioso para você, e que esse futuro é certo? Vamos analisar algumas coisas que Deus fez, faz e fará por nós. 

Deus nos elegeu. Quando o texto se refere aos que “dantes conheceu” não está declarando simplesmente que Deus tomou conhecimento da nossa existência na eternidade. Tampouco está dizendo que Deus anteviu alguma característica em nós que Lhe atraísse, nem algo que iriamos fazer ou como reagiríamos diante da oferta do evangelho. O verbo conhecer na Bíblia tem caráter relacional e até íntimo. "O Senhor conhece quem lhe pertence" (2Tm 2:19). Jesus disse “conheço as minhas ovelhas; e elas me conhecem” (Jo 10:14). Sendo assim, o “dantes conheceu” implica uma escolha prévia, soberana e graciosa, devido unicamente ao especial amor de Deus por nós. 

Deus nos predestinou. Predestinar é destinar de antemão. Significa que Deus já tem determinado um futuro especial para nós na eternidade. Muitas pessoas não gostam da palavra predestinação, evitam-na e até a combatem. Porém essa palavra nunca é apresentada de forma negativa na Bíblia e não temos nenhum motivo para rejeitá-la, uma vez que Deus é o agente da predestinação. Ora, se cremos que tudo o que Deus faz é bom e se a Bíblia diz que Deus predestina, então devemos amar a doutrina expressa por essa palavra. Pois foi “em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade” (Ef 1:5). 

Deus nos chamou. Não significa que Deus apenas nos convidou e esperou passivamente que escolhêssemos aceitar ao seu chamado. Nem mesmo que o Espírito Santo se esforçou para nos persuadir das vantagens da aceitação do evangelho comparadas com as sérias consequências da rejeição, apelando ao nosso bom senso para uma decisão sensata. Nas cartas de Paulo, a chamada de Deus é sempre eficaz. Significa que somos renovados em nosso coração, mente e vontade, pois de outro modo não poderíamos ir, desse modo, não podemos não ir. Esses dois fatos são sintetizados por Jesus quando diz “ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6:44). 

Deus nos justificou. O maior dilema da humanidade é “como se justificaria o homem para com Deus?” (Jó 9:2) ou “como seria puro aquele que nasce de mulher?” (Jó 25:4). Não pecar é a resposta mais óbvia, porém a Bíblia retira qualquer esperança nesse sentido quando declara, a priori, que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23) e que por isso “não há um justo, nem um sequer” (Rm 3:10). Inútil seria tentar fazer algo que compensasse isso, pois “todas as nossas justiças como trapo da imundícia” (Is 64:6). Apesar disso, a Bíblia diz que Deus nos justificou! Como? Não buscando em nós justiça pessoal, mas justiça alheia, mais especificamente “a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé” (Fp 3:9). Deus castigou nosso pecado em Jesus e mediate a fé somos declarados justos diante dEle! 

Deus nos glorificou. Causa estranheza a Bíblia declarar que fomos glorificados, quando ainda não experimentamos essa realidade. O que Deus está afirmando ao usar esse tempo verbal é que a nossa participação da glória de Cristo é certa. "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Fp 1:6). Se fomos chamados e justificados, então é certo que seremos glorificados, assim como é fato que fomos eleitos e predestinados. Todos esses eventos estão postos em cadeia, de modo que nenhum elo pode ser quebrado. Não é possível negar a eleição ou a predestinação sem destruir a chamada e a justificação e tornar incerta a glorificação. 

Conclusão. Paulo não estava defendendo as doutrinas da eleição, predestinação, chamada, justificação e glorificação nesses versículos. Ele as tinha como certas e supunha serem aceitas por seus leitores. Ele estava utilizando essas doutrinas para justificar aos seus leitores o fato de que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:29). O que ele estava ensinando é que uma vez que Deus já assegurou nosso bem da eternidade passada à eternidade futura, então “aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18). Que estas palavras sirvam para lhe dar a certeza de que o mesmo Deus que agiu para seu bem na eternidade passada e agirá na eternidade futura também cuidará de ti em meio as aflições presentes, para Sua eterna glória! 

Soli Deo Gloria

Prepare-se para o maior encontro de sua vida

Quando Amós, o profeta, viu o dia do juízo se aproximando rapidamente para Israel, avisou ao povo que se preparasse para o encontro com Deus. (Am 4:12) A expressão estar preparado deve ser uma palavra-chave para todos. É estranho que nos preparemos para tudo, menos para o encontro com Deus. Preparamo-nos para o casamento e para uma carreira. Preparamo-nos para competições de atletismo. Uma pessoa que pretenda entrar para a equipe olímpica, em qualquer parte do mundo, treina o seu esporte várias horas por dia, às vezes durante anos, antes de se considerar preparada. Mas nós não nos preparamos para encontrar a Deus. Muito embora a maioria de nós veja as nuvens se acumulando no horizonte, de um modo geral, estamos fazendo poucos preparativos para encontrar a Deus. Esta é a hora de arrependimento e fé. É a hora de olharmos para dentro de nossas almas, e hora de vermos se nossa âncora está firme.

Billy Graham
In: A segunda vinda de Cristo

Creio na ressurreição da carne

Creio na ressurreição da carne e na vida eterna, amém.

Em primeiro lugar nos é ensinado aqui a esperar a ressurreição futura. Em virtude do mesmo poder com que ressuscitou a seu Filho dentre os mortos, o Senhor chamará a uma nova vida, fora do pó e da corrupção, à carne dos que morreram com anterioridade ao dia do grande Juízo. Os que se encontrem então com vida passarão à nova vida por uma repentina transformação, mas bem que pela forma ordinária da morte.

As palavras vida eterna se agregam para distinguir o estado dos bons daquele dos maus. A ressurreição, de fato, será comum para uns e outros, mas conduzirá a estados diferentes. Nossa ressurreição será tal que, uma vez ressurretos de corrupção para incorrupção, de morte para vida, e glorificados em nosso corpo e em nossa alma, o Senhor nos receberá na eterna bem-aventurança, sem possibilidade alguma de mutação e de corrupção.

Teremos uma verdadeira e completa perfeição de vida, de luz e de justiça, já que estaremos unidos inseparavelmente ao Senhor, que contém em si precisamente, como fonte que não pode esgotar-se, toda a plenitude.

Esta bem-aventurança será o Reino de Deus; esse Reino cheio de luz, de alegria, de felicidade e de plenitude. Estas realidades estão agora muito longe do conhecimento dos homens, e as vemos somente como num espelho e de uma forma confusa, até que chegue o dia em que o Senhor nos concederá ver sua glória face a face.

Pelo contrário, os réprobos e os maus que não procuraram nem honraram a Deus com uma autêntica e viva fé, não terão parte em Deus nem em seu Reino. Serão lançados na morte eterna e na corrupção incorruptível, com todos os demônios. E longe de toda alegria, de toda plenitude e de todos os outros bens do Reino celestial, condenados a trevas perpétuas e a eternos sofrimentos, se verão roídos por um verme que nunca morrerá e queimados por um fogo que nunca apagará.

João Calvino
In: Breve instrução Cristã

John Stott é chamado à glória

O servo de Deus John Stott foi chamado à glória, aos 90 anos. Se você sabe quem foi Amy Winehouse, falecida aos 27 anos vítima das drogas, mas não faz ideia de quem seja John Stott, então precisa rever suas fontes de informação.

Um bom começo é ler os artigos de sua autoria publicados neste blog. Mesmo sabendo que A Bíblia não é um Livro Completamente Aberto, leia sobre a Veracidade da Narrativa de Gênesis, livro que trata da origem de Nossa Depravação Humana. Descubra as Características do Discípulo Radical, uma das quais é estar Sempre Cheio e preparado para atender ao convite Vamos Proclamar a Palavra, já que A Bíblia e o Evangelismo são inseparáveis.

Mas o que publiquei aqui é uma amostra irrisória, pois John Stott tem cerca de 50 livros publicados, além de inúmeros artigos. Portanto, este um ótimo momento para você começar a ler alguns deles. Os principais são Cristianismo Básico, Crer é Também Pensar, Porque Sou Cristão, A Cruz de Cristo, Eu Creio na Pregação, Firmados na Fé, Cristianismo Equilibrado, Entenda a Bíblia, Cristianismo Autêntico, O Perfil do Pregador e Ouça o Espírito, ouça o mundo. O mais recente lançado no Brasil é O Discípulo Radical.

Boa leitura.

21 de maio passou, o dia do julgamento não chegou. E agora?

O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? (2Pe 3:9-12)
Como era de esperar, Jesus não voltou na data marcada por Harold Camping e os seus seguidores da Family Radio. Mesmo antes da data marcada, vários sites e programas de TV, como o Jornal Nacional, ridicularizavam a tentativa de acertar a data da vinda do Senhor. Nem todos deixavam claro que se tratava de uma seita em particular e não os evangélicos em geral, e assim, a bem aventurada esperança da Igreja foi incluída no erro divulgado. Agora que a data passou e mais uma vez um falso profeta reprovou no teste, o que devemos fazer?

Em primeiro lugar, devemos manter viva a doutrina e a esperança da volta de Cristo. A despeito dos fiascos históricos dos que pretenderam marcar datas para a volta do Senhor, permanece o fato de que “o dia do Senhor virá” (2Pe 3:10). Esta certeza deve determinar a maneira como vivemos nestes dias que antecedem a volta do Senhor. Convém procurar saber “que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus” (2Pe 3:11-12), entendendo que a aparente demora do Senhor nada mais é do que a longanimidade de Deus para com Seu povo “não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2Pe 3:9).

Devemos também alertar os perdidos a respeito da iminente volta do Senhor. Ao contrário do que apregoam os marcadores de datas, a volta do Senhor não terá aviso prévio, pelo contrário, “o dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (2Pe 3:10). Além de inesperada, a volta do Senhor trará sérias consequências à atual ordem de coisas. “Os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão” (2Pe 3:10), realmente, “os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão” (2Pe 3:12). Não haverá ponto de apoio para aqueles que não estiverem aguardando e apressando-se para encontrar o Senhor.

E quanto aqueles que caíram no erro de acreditar que Jesus voltaria em 21 de maio de 2011? Deve ser grande o desapontamento dos que deixaram tudo e se prepararam para o dia do julgamento. Nessas horas, não querendo abandonar o erro, muitos inventam explicações e saídas para o fracasso, como já aconteceu no passado com outras seitas. Outros, se decepcionam com Deus, como se Ele fosse o responsável pelas mentiras dos homens, e afastam-se da comunhão com a igreja. Mas alguns, arrependem-se do erro e procuram voltar-se para a simplicidade do evangelho, apegados à esperança da volta do Senhor, mas deixando de lado malabarismos numéricos sobre a data do retorno de Cristo. Os que permanecem no erro devem ser advertidos, os decepcionado buscados e os arrependidos acolhidos. Simplesmente tripudiar sobre os que erraram e ridicularizar tais pessoas, não é uma atitude cristã e o mundo já está fazendo muito bem. Nossa atitude deve ser outra.

Finalmente, podemos aprender alguma coisa com os seguidores de Harold Camping. O zelo e o empenho em que demonstraram em divulgar a falsa data da volta do Senhor serve de exemplo para os que proclamam o retorno do Senhor como parte da pregação do evangelho. Deles se pode dizer que tiveram zelo sem entendimento, que não se diga de nós que temos entendimento com falta de zelo.

Soli Deo Gloria

O descanso eterno dos santos

Esse descanso é para o povo de Deus graças à certeza, ou apenas graças à possibilidade? A promessa é para os crentes, e eles podem saber (embora de forma imperfeita) que são esse povo; apesar de haver a condição de superar, de permanecer em Cristo e de resistir até o fim, ainda que essa condição tenha sido totalmente prometida, ela ainda continua absolutamente certa por causa da promessa. Embora o propósito eterno de Deus não nos dê nenhum direito ao benefício, ainda assim o evento, ou o desfrutar dele, é certo graças ao decreto imutável de Deus, ao seu desejo eterno de que assim fosse, ao fato de ele ser a causa primeira e infalível que, no devido tempo, isso se realizará, ou resultará.

Richard Baxter
In: O descanso eterno dos santos