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Quanto de IURD tem em você?

Então você gosta de criticar a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), mas...

1- Reclama que eles só falam em prosperidade, mas acredita que o verdadeiro Evangelho é em si transformação social;

2- Reclama que o bispo principal deles é um grosseirão, mas curte a Bíblia Freestyle;

3- Reclama que eles, agora, tem um Templo santo (mais especial que qualquer outro lugar), mas faz viagens (ou sonha com) a Terra Santa, e lá, sente um "poder" diferente, seja no monte das Oliveiras, ou na Igreja da Natividade ou ao ver a tumba (vazia) de Jesus?

4- Reclama das campanhas que eles inventam, mas participa de todos os eventos “Gospel”: festa Country Gospel, CarnaGospel, Gospel Folia, Balada Gospel e etc.

5- Reclama que eles cobram os dízimos e outras taxas de contribuição, prometendo bênçãos sem medidas ao fieis, mas faz propósitos, campanhas e jejuns, na prática, barganhas com Deus.

6- Reclama que eles cobram R$ 40,00 para entrar no Templo {Entretenimento} de Salomão, mas vai aos congressos de Adoração com os mais famosos ministérios de Louvor e paga qualquer valor para ouvir as cantilenas chorosas dos tais Levitas;

7- Reclama que eles seguem um cara que se acha um sumo-sacerdote mas anda atrás de apóstolos e (para piorar) apóstolas;

8- Reclama que eles seguem a doutrina da cabeça de um homem, que eles pervertem a Bíblia, mas quando contrariado por uma doutrina bíblica histórica, confessional, centenária, diz “eu não sigo homens” ou “eu sirvo a Jesus do meu jeito!”.

9- Reclama que eles abrem e fecham igrejas pensando apenas no dinheiro que elas arrecadam, mas toda vez que alguém diz que alguma das doutrinas das mega-igrejas, moderninhas – desses novos apóstolos – estão erradas, você as defende mostrando os números;

10- Reclama que eles não entendem a Bíblia, mesmo que a leiam, mas você não consegue entender qual é o propósito desse pequeno post e vai curtir ou criticar sem que o tenha lido até o fim.

Preste atenção no quanto de IURD há em você!

Fonte: Esli Soares

Deixando o nosso "tabernáculo": morre Dallas Willard


É claro que algo vai acontecer. Abandonaremos o nosso corpo atual em determinado momento, e a nossa partida e o que deixaremos para trás não parecerão agradáveis àqueles que gostam de nós. Mas esse momento, como Paulo também afirma, simplesmente será uma questão de "deixar o corpo e habitar com o Senhor" (2Co 5:8).

Os primeiros cristãos diziam que os que passavam pela morte física "dormiam". Nessa condição estamos, como dizemos ainda hoje de uma pessoa adormecida, "mortos para este mundo". Para aqueles que ficam existe uma semelhança óbvia, embora superficial, entre o corpo daquele que dorme e o corpo de outro que passou ao mundo pleno. Mas nesse modo de falar não havia intenção de dizer que estaríamos inconscientes. A consciência persiste enquanto dormimos, e do mesmo modo quando "dormimos em Jesus" (1Ts 4:14; At 7:60). A diferença é simplesmente uma questão daquilo de que estamos conscientes. Na verdade, na morte "física" nós nos tornamos conscientes e desfrutamos de uma riqueza de experiência que jamais conhecemos antes.

O evangelizador americano Dwight Moody observou já perto do fim da vida: "Um dia, breve, vocês vão ouvir dizer que eu morri. Não acreditem nisso. Eu então estarei mais vivo do que nunca". Quando os dois guardas chegaram para levar Dietrich Bonhoeffer ao cadafalso, ele puxou de lado um amigo e brevemente lhe disse: "Isso é o fim, mas para mim é o princípio da vida".

Como então deveríamos conceber a transição? O não termos uma forma de concebê-la é uma das coisas que a torna persistentemente aterrorizadora mesmo para aqueles que têm plena confiança em Jesus. O inimaginável é para nós naturalmente assustador. Mas há duas metáforas que creio serem corretas e também úteis. Elas podem nos ajudar a saber o que devemos esperar no momento em que deixarmos o nosso "tabernáculo", o nosso corpo (2Co 5:1-6).

A primeira é de Peter Marshall, e ficou famosa alguns anos atrás. É a metáfora de uma criança brincando à noite com seus brinquedos. Pouco a pouco ela vai ficando cansada e abaixa a cabeça para repousar um pouco, continuando a brincar preguiçosamente. A próxima coisa que ela vivência ou "prova" é a luz da manhã de um novo dia inundando a cama e o quarto para onde sua mãe ou seu pai a levou. O interessante é que nunca nos lembramos do momento em que adormecemos. Não o "vemos", não o "provamos".

Outra metáfora é de uma pessoa que passa por uma porta entre dois recintos. Ainda em relação com as outras pessoas do recinto que ela está deixando, já começa a enxergar e conversar com as pessoas do outro recinto, que podem estar totalmente ocultas àqueles que ficaram para trás. Antes da disseminação do uso de pesados sedativos, era bem comum observar algo parecido com isso. A pessoa que faz a transição muitas vezes começa a falar com aqueles que partiram antes dela. Eles nos vão receber enquanto estamos ainda em contato com aqueles que ficam. As cortinas se abrem para nós pouco antes de passarmos.

Falando do esplendor dessa passagem para o mundo pleno dos "céus reabertos", John Henry Newman comenta o seguinte: "As coisas maravilhosas do novo mundo já são agora mesmo o que serão então. São imortais e eternas; e as almas que então ficarem conscientes delas as verão na sua tranqüilidade e na sua majestade, onde sempre estiveram... A vida que então começará, bem o sabemos, durará para sempre; no entanto, com toda a certeza, se a memória for então para nós o que é hoje, esse será um dia certamente a ser celebrado perante o Senhor pelos séculos dos séculos". Será o nosso nascimento num mundo pleno de Deus.

Dalla Willard, 04/09/1935 - 08/05/2013
A Conspiração Divina.

Cinco Solas, Sete Anos

Resolvi gastar um post para falar um pouco do Blog Cinco Solas. Dois fatos servem de pretexto para isso. O primeiro deles é que neste mês de fevereiro o Cinco Solas completa 7 anos no ar. Foi no dia 19 de fevereiro de 2006 que o seguinte post de abertura foi publicado:
Quando da Reforma Protestante, foram enfatizadas cinco verdades caracterizadas pela palavra "somente" para distinguir dos ensinos equivocados do catolicismo romano: somente a Bíblia, somente a graça, somente a fé, somente Cristo e glória somente a Deus. Estas verdades distinguem historicamente os evangélicos dos católicos romanos, que creem na Tradição (em acréscimo à Bíblia), nas obras (em acréscimo à fé e à graça), nos santos mortos (em acréscimo a Cristo) o que resulta na glória do homem (em acrécimo à glória a Deus). Este blog é um espaço para tratarmos dessas verdades evangélicas, ainda mais que neste momento parece que precisam ser reafirmadas como o foram na Reforma.
Desde de então, quase todos os dias, pela graça de Deus um artigo, uma citação, um vídeo é compartilhado neste espaço, sempre procurando cumprir o propósito de defender os Solas da Reforma, os Cinco Pontos do Calvinismo e a fé Pentecostal. Com este, são 1.488 artigos, para a glória de Deus, com mais de 15 mil comentários, vários dos quais não tão alinhados com a glória divina.

O segundo fato que me levou a este post quase passou despercebido. Neste mês, a marca de 1 milhão de visualizações foi ultrapassada. Não sei o quanto isso é significativo, nem pretendo estabelecer comparações, mas julgo que em várias dessas visualizações houve proveito ao visitante, que aqui veio para tirar uma dúvida, buscar uma palavra de conforto ou mesmo confrontar a posição afirmada e defendida por este editor. E creio que Deus tenha sido louvado algumas vezes, onde isso não ocorreu, pedimos perdão a Ele.

É praxe em aniversário haver presentes. Não me acanharei em pedir o meu. Se o Cinco Solas, em algum momento foi útil à sua vida, faça-nos saber nos comentários aqui, no facebook ou twitter. Isso nos fará louvar a Deus e nos animará a continuarmos com este projeto, pelo menos por mais um ano. Mas, o mais importante, faça críticas, dê sugestões e proponha formas de tornarmos esta ferramenta mais útil ao Corpo de Cristo.

Gostaria de poder retribuir o carinho, a ajuda e as correções que tenho recebido através do Cinco Solas e das redes sociais vinculadas. Muitos irmãos tem demonstrado genuíno amor, me repreendendo e corrigindo quando necessário e apoiado sempre. Outros tem dedicado tempo respondendo nos comentários a objeções levantadas às doutrinas da graça como entendida pelos calvinistas. Enfim, não tem me deixado sozinho.

Para os dois fatos não passarem em branco, estaremos sorteando três exemplares do livro "Fundamentos da Teologia Reformada", de Hermisten Maia. Um exemplar será sorteado entre os comentaristas deste post (apenas o primeiro comentário contará), um exemplar na fanpage do Facebook e um exemplar no twitter (veja nos comentários). Claro que você você pode concorrer das três formas, aumentando assim as suas chances, mas sempre lembrando que "A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda a determinação" (Pv 16:33). O sorteio será realizado dia 10 de março e os ganhadores terão 30 dias úteis para informar o endereço para envio (somente no Brasil).

Soli Deo Gloria


A primeira geração pós-moderna


Mas lembrem-se de que a juventude de hoje é a primeira geração a crescer com pais modernos. Esta é a primeira geração pós-moderna, e quando atingiram a idade da razão, encontraram esperando por eles o avião a jato, a bomba nuclear, o aparelho de televisão, o computador, a pílula, a cápsula espacial e uma vacina que exterminou um dos maiores causadores de aleijão da mocidade. Encontraram o LSD e a maconha na esquina de sua casa. Contemplaram uma sociedade adulta em que beber havia-se tornado símbolo de posição social e as piadas sobre o sexo coisa comum nas festas.

Acima de tudo, eles penetraram numa vida em que a ciência era considerada como transcendente. Assim sendo, esta geração jovem cresce com abundância, tecnologia, rápida mudança social e violência. E pela televisão eles têm sido bombardeados desde a infância com sugestões de necessidades falsas, o que tem criado um abismo de expectação. Eles querem essas coisas que vêem na televisão, e as querem agora.

Eles foram criados por um sistema de educação que se originou, em parte, aqui mesmo em Nova Iorque no princípio deste século, uma experiência em educação. Esse novo tipo de educação dizia que a verdade é algo que o indivíduo precisa descobrir por si mesmo. A verdade não é objetiva, ela é subjetiva. Tudo é relativo. "É verdade para mim? É verdade para você?" perguntam eles. Rejeitam a declaração de Jesus, que disse: "Eu sou o caminho e a verdade, e a vida." Rejeitam suas palavras: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" porque não existe tal coisa como a verdade absoluta – no dizer deles.

Assim é que a filosofia de grande parte da educação moderna era guiar os estudantes a uma experiência da qual poderiam deduzir certas proposições verdadeiras por si mesmos. Isso, então, nos levou ao que agora se tornou a sociedade tolerante. E tudo que você tem de fazer é ir ao Times Square ou ao campus da universidade para ver as evidências da situação a que essa tolerância nos arrastou. E foi assim que surgiu o abismo entre as gerações. Os valores antigos da geração passada eram baseados no conceito judaico-cristão, nos dez mandamentos e no sermão do monte; e a nova geração se apegou a isto até terminar o primário.

Começaram a ter dúvidas no ginásio, e estavam completamente mudados ao ingressarem na universidade. E assim, quando o rapaz recebe o diploma, o abismo entre as gerações é quase completo, entre ele e seus pais, naquilo que eles crêem e nos compromissos que assumem.

Billy Graham
Junho de 1969

Estranha festa de aniversário

Ontem fui numa festa de aniversário. Fui meio que constrangido, pois não tinha convite. Mas como parecia ser uma festa familiar e de amigos próximos, acho que não houve convites formais, então fui chegando. Para minha surpresa, ouvi alguém dizer que a festa era para mim, para comemorar o meu aniversário!

Claro que ficaria menos surpreso se eu tivesse nascido na data de ontem! Mas nasci numa época e num dia totalmente diferente. Estranhei que pessoas que gostassem de mim a ponto de me oferecer uma festa de aniversário não se preocupassem com a data em que realmente nasci, mas aproveitassem a data de aniversário de um meu desafeto.

Então comecei a olhar em volta e reparei na decoração, que pretendia ser temática. Mas não vi muita coisa que lembrasse a minha vida. Aquela árvore parece sugerir que nasci debaixo de uma, mas não foi o caso. A meia vermelha pregada na porta e envolta em ramo de pinheiro não me faz lembrar de nada da minha infância. Também não consigo perceber o que tem a ver comigo aqueles dois sinos, as velas, o gorro vermelho...

Fui interrompido pelo grito de "vamos revelar o amigo secreto". Pela animação, parecia ser uma coisa interessante. E era. Uma pessoa pegava um presente e dizia "meu amigo secreto é..." e dizia o nome de alguém, que corria abraçá-la e receber o presente. Às vezes se fazia um suspense, dando dicas engraçadas sobre a pessoa, enquanto os demais tentavam adivinhar quem era. E a pessoa presenteada era a próxima a entregar um presente. Fiquei curioso de quem iria chamar meu nome... mas os presentes se acabaram e não recebi nenhum. Estranho, se era uma festa feita para mim...

Notei também que nem todos ficaram satisfeitos com o presente recebido ou com a pessoa que o deu. Como passava despercebido na festa, ouvi comentários sussurrados, do tipo "dei um presente de tantos reais e veja o que ganhei" e "típico dela fazer esta desfeita". Parece que a troca de presentes não foi tão amigável como o nome sugeria.

Nova chamada, nova reunião, agora em volta da mesa. Olhei a quantidade de comida e a quantidade de pessoas e avaliei que outro tanto de pessoas poderia chegar sem aviso e que teria comida mais que suficiente. Lembrei de que o inverso acontecia comigo, geralmente tinha multidão para comer e peixinhos minguados para dividir. E se recolhia o que sobrava, para não desperdiçar nada.

Mas ali, por mais que as pessoas comessem, e como comiam!, não davam conta da quantidade e variedade de pratos. Na ânsia de provar de tudo, sempre deixavam sobras, que eram jogadas fora para arrumar lugar no prato para outras iguarias. Pensei se não poderiam ter convidado as pessoas que vi no caminho para a festa e que pareciam não ter nada para colocar na mesa.

Aos poucos, o barulho de pratos e talheres foi diminuindo e a quantidade e altura das risadas aumentando. Percebi a causa disso, a bebida que tomavam em grandes quantidades. E acho que foi ela que provocou a primeira palavra que alguém não gostou de ouvir e que resultou numa discussão.

Antes que a discussão terminasse em briga, resolvi ir embora. Saí em silêncio, mas mesmo que gritasse um adeus, não seria notado. Que festa de aniversário mais estranha foi essa! Ano que vem não voltarei lá.

Precisamos de um Reavivamento


A maior necessidade de nossos dias é esta: Reavivamento. Precisamos do item real - o despertamento que desça sobre nossas congregações, que jazem no sono da morte, e coloque-nos de joelhos diante do Deus vivo.

A palavra Reavivamento evoca diferentes idéias a diferentes povos. No Sul dos Estados Unidos, onde vivo, significa uma semana de encontros na igreja, dirigida por um poderoso evangelista. Cada um destes reavivamentos tem como prioridade alcançar os ímpios para Cristo.

Tudo isto é ótimo. Mas é Reavivamento? Evangelismo não é Reavivamento. É regeneração. Reavivamento é o fortalecimento dos crentes na igreja. Alcançar os não-salvos é o subproduto do Reavivamento. Este é o trabalho soberano de Deus em seu próprio povo, trazendo completo fervor espiritual aos corações dormentes. J.I. Packer define Reavivamento como a visitação de Deus que traz vida aos cristãos dormentes. Somente o Reavivamento restaura-nos o profundo senso da presença e da santidade de Deus. Tão somente este movimento do Espírito, reaviva o senso de pecado e o profundo exercício do arrependimento no coração de cada crente. Também reaviva a adoração e o amor com transbordamento evangelístico.

Stephaen Olford escreve: “Reavivamento é aquele trabalho extraordinário e soberano de Deus, onde Ele visita as pessoas - restaurando, reanimando e libertando-as com suas completas bênçãos". Tal intervenção acarretará em evangelismo. E o trabalho de Deus entre os crentes, individualmente.

Um trabalho soberano e misterioso de Deus.Exatamente como o novo nascimento. Não pode ser coagido ou manipulado. É trabalho sobrenatural de Deus em sua igreja restaurando sua pureza perdida, devoção e poder. O Reavivamento restaura a saúde da vida espiritual da Igreja. É o trabalho de renovação, purificação e reabastecimento do Espírito Santo na vida da Igreja.

Na realidade, Reavivamento é o momento da visitação divina. E uma invasão do céu que manifesta a presença e o poder de Deus na Igreja. Acarreta uma renovação da consciência quanto à espantosa santidade do Senhor que produz santidade na Igreja.

Steven J. Lawson
Alerta Final


O cristão e a política: uma visão bíblica abrangente

Enquanto a política é sempre discutida em termos de questões atuais, ela é fundamentalmente um debate de ideias e direção. As gerações anteriores entendiam bem esse fato; as pessoas dos séculos XIX e XX eram cientes de que as ideias do Iluminismo e da Revolução Francesa eram contrárias ao pensamento bíblico. Essa foi a razão por que o partido de Kuyper foi chamado de Partido Anti-Revolucionário.

Por contraste, muitas pessoas de nossos dias, até na igreja, tem adotado inconscientemente a teoria dos dois âmbitos da verdade que os modernistas tem recomendado. Aceitamos uma divisão entre fatos e valores, agindo em sistemas que aceitam a prova do método científico como refletindo um tipo de verdade, enquanto a prova da fé resulta em algo menos verdadeiro, publicamente. Ressentimo-nos da insistência dos secularistas de que a religião é algo particular, mas, apesar disso, adotamos o sistema individualista deles. Podemos ver prontamente como a nossa fé nos dá algo a dizer a respeito de certas questões morais como o aborto e o casamento, mas temos dificuldade para ver importância de nossa fé para um plano de desenvolvimento urbano, estratégia de impostos ou política internacional.

Quando os cristãos reformados vivem com uma fé particular que afeta somente partes de sua vida, eles perdem grande parte das riquezas do legado puritano.


Joel R. Beeke
In: Vivendo para a glória de Deus

O cristão e a política: os perigos das posições assumidas


Não importando o assunto que defendemos, temos que nos empenhar com amor, humildade e graça cristão na esfera política. Lloyd-Jones advertiu contra três perigos. 

O primeiro é que os cristãos se tornem meros defensores do status quo. Quando o cristianismo se torna um movimento "da classe média... (a tentação) que se apresenta ao cristão é a de tornar-se um político conservador e oponente da reforma legítima e dos direitos legítimos das pessoas", ele disse. 

O segundo perigo é o extremo oposto - radicalismo focado na reforma política. Embora a inclinação do calvinismo tenha sido de enfatizar a ordem acima da liberdade, ainda existe o perigo de definirmos o sucesso em termos de "cristianizar" as várias esferas da vida ou de libertar as pessoas por meio de um espírito de anarquia antinomiano.

O terceiro perigo é a "preocupação exclusiva com as coisas espirituais... o dever do cristão é interessar-se sempre por esses assuntos e ter uma visão do mundo".

Joel R. Beeke
In: Vivendo para a glória de Deus

O cristão e a política: o dever de se envolver


O engajamento cívico não é opcional. O paradoxo do calvinismo político é que, embora tenhamos que admitir que muitas tentativas de aplicá-lo historicamente duraram pouco tempo, não há razão para abandonarmos nossa responsabilidade de nos envolvermos. 

Embora não possamos trocar oportunidades de envolvimento como cidadãos em nossa geração pelas de outras gerações, parece razoável concluir que a maioria dos calvinistas de gerações anteriores teriam achado inconcebível não votar e não acompanhar as notícias políticas do momento. 

Estes acontecimentos são obras da providência de Deus; obedecer e corresponder às Suas obras é um elemento básico do viver cristão. O motivo para o envolvimento político é a obediência a Deus e o desejo de serví-lo em cada área de nossa vida.

Como diz Miquéias 6:8: "O que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com seu Deus".

À parte de qualquer bem que nosso envolvimento possa produzir, há mais uma razão fundamental para o envolvimento cívico: isso nos dá a oportunidade de glorificar a Deus na esfera pública. Somos chamados a glorificar a Deus em tudo que fazemos e em todos os aspectos de Sua criação.

Joel R. Beeke
In: Vivendo para a glória de Deus

O que é mais necessário em nossos púlpitos?


Assim, talvez seja melhor perguntarmos o que é mais necessário nos púlpitos evangélicos. Em primeiro lugar, claro, está o evangelho. E nossos púlpitos estarão cheios do evangelho quando estiverem cheios da Bíblia. Precisamos de sermões que exponham o livro das boas novas da obra de Cristo em nosso favor.
Há, contudo, mais uma coisa faltando: coragem. É seguro dizer que a maioria dos membros de igreja na maioria das igrejas evangélicas ouviu pelo menos a boa notícia de que Jesus veio para salvar pecadores. É ainda mais certo que todos que ouvem a pregação da Palavra em uma igreja evangélica estão cientes de que são pecadores. É absolutamente certo, no entanto, que ninguém está suficientemente consciente da profundidade, da abrangência e do poder do seu pecado, nem suficientemente consciente da profundidade, da abrangência e do poder da graça de Deus. Não sabemos nem do que fomos salvos e não para o que fomos salvos.
É por isso que precisamos de coragem. Precisamos de pastores que vão aos púlpitos já tendo visto e usado a Bíblia como um espelho para seus próprios pecados. Precisamos de pastores que, pela graça de Deus, veem seus próprios pecados pelo que eles são, e que pregam confiantes no conhecimento de que seu rebanho não é nem mais nem menos pecador do que ele é. Conhecendo seu pecado, ele prega contra o seu pecado. Ele não se esconde dele, mas o apresenta para que todos vejam. Porque ele está falando para o seu próprio pecado, outros podem ouvi-lo. Porque seus pecados são os mesmos daqueles que estão sob seu cuidado, ele fala para os pecados dos outros.
R. C. Sproul
Tradução: Alex Daher
In: iPródigo

Vem aí o Congresso de Darwinismo

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Nossa maior crise: autoridade


Enfrentamos uma crise sem precedentes, de proporções epidêmicas. Em seu âmago, é uma crise de autoridade. Todas as formas de autoridade, ordenadas por Deus, oscilam e caminham para o colapso. As bases da sociedade acham-se fendidas e desmoronam-se ruidosamente. Não há autoridade que não esteja sendo questionada.

John Stott escreve: “Raramente em sua longa história, o mundo presenciou tamanha revolta contra as autoridades. Toda e qualquer autoridade é contestada. Qualquer coisa que cheire à autoridade é hostilizada”.

A autoridade divina na família está sitiada. Homens abandonam suas responsabilidades no lar. O feminismo radical ataca o papel tradicional da mulher, ridicularizando a ordem e a submissão recomendadas por Deus. A autoridade paterna é corroída por uma cultura ímpia, fazendo surgir uma geração indisciplinada.

A autoridade de Deus no Estado também está sendo atacada. Músicas gritam palavras de ódio. Comunidades amarguradas tumultuam as ruas para protestar. A autoridade de Deus no trabalho vem sendo, de igual modo, criticada. Sindicatos unem-se em greve, e formam piquetes. Exempregados processam ex-patrões, mesmo justamente demitidos. A autoridade de Deus nas salas de aula está ameaçada. Estudantes hostilizam professores, até mesmo ameaçando-os de morte. Professores lutam contra a direção das escolas.

Todavia, o mais trágico são as crises que se agravam na Igreja. A autoridade divina é vilipendiada. Martyn Lloyd-Jones escreve: “A fonte de confusão sobre autoridade está na própria Igreja. As coisas no mundo acham-se neste estágio, porque a Igreja abandonou sua autoridade”.

Seminários, pastores e denominações estão abandonando a autoridade da Palavra de Deus. As inspiradas Escrituras tornam-se rapidamente, para os tais, frágeis opiniões e místicas histórias de um livro antigo e fora de moda. Igrejas que criam na Bíblia, começam a fincar-se em tradições meramente humanas.

A liderança pastoral está sendo subvertida. O senhorio de Jesus Cristo, rejeitado. Reconhecer seu soberano domínio é tido como opcional por muitos movimentos. O mesmo ocorre no que tange à salvação e à santificação.

O âmago de toda esta crise, quer no Estado, família, trabalho, escola ou Igreja, é a questão da submissão à autoridade divinamente estabelecida. Se a sociedade e a Igreja querem atuar corretamente, precisam submeter-se à autoridade de Deus.

Steven J. Lawnson
Alerta Final

A Teologia da Prosperidade

A mensagem dos profetas da Prosperidade está centrada na saúde e na prosperidade, e não na salvação, sendo um desvio do verdadeiro evangelho de Cristo.

O movimento Confissão Positiva não é denominação e nem seita, mas um movimento no seio das igrejas pentecostais e neopentecostais, que enfatiza o poder do crente em adquirir tudo o que quiser. É, também, conhecido como ‘Teologia da Prosperidade’, ‘Palavra da Fé’ ou ‘Movimento da Fé’. Sua origem está no ocultismo, suas crenças e práticas, algumas vezes, são aberrações doutrinárias e outras heresias.

A Confissão Positiva é uma adaptação, com aparência cristã, das idéias do hipnotizador Finéias Parkhurst Quimby (1802-1866), conhecido como Pai da Ciências da Mente. Quimby era praticamente da saúde mental e acreditava que o pecado, a enfermidade e a perturbação só existem na mente das pessoas, e não, na realidade. Chamava seu sistema metafísico de cura de ‘Ciência do Cristo’, e, em 1863, chamou-o de ‘Ciência Cristã’.

Os quimbistas criam no poder da mente, negavam a existência da matéria, do sofrimento, do pecado e da enfermidade. Deles, surgiram vários movimentos ocultistas [...]. Seus promotores querem, ainda hoje, passar-se por cristãos evangélicos” 

SOARES, E. Heresias e Modismos. Uma análise crítica das sutilezas de Satanás. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, pp.305,6

Consequências da Teologia da Prosperidade

1. Profissionalismo ministerial e espiritualidade mercantil. A primeira conseqüência danosa que a Teologia da Prosperidade causa pode ser vista nos púlpitos. O ministério que anteriormente era vocacional tornou-se, em alguns círculos, algo meramente profissional. Os pastores passaram a ser vistos como executivos bem-sucedidos! O pastor agora é visto como um profissional liberal e não como um ministro de Deus. Segundo a Teologia da Prosperidade, ele não mais pastoreia (1 Pe 5.2), mas gerencia sua igreja. A igreja passa a ter a mesma dinâmica administrativa de uma grande empresa. A fé tornou-se um bem de consumo e os adoradores foram alçados a consumidores. Já existem denominações que contratam institutos de pesquisas para verificar se abrir uma igreja em determinado bairro é viável. Pode ser que não seja lucrativo (1 Tm 6.5)!

2. Narcisismo e hedonismo. O narcisista é aquele que só pensa em si e nunca nos outros (Fp 2.4). A Teologia da Prosperidade tem gerado milhares de crentes narcisistas. Estão morrendo e matando uns aos outros. Já o hedonista é aquele que vive em função dos prazeres.

3. Modismos e perda de ideais. De vez em quando aparece uma nova onda no meio dos crentes. São modismos teológicos para todos os gostos. Antes era o cair no espírito, a unção do riso, etc. Atualmente a lista está bem maior. Outra conseqüência terrível da Teologia da Prosperidade é a perda dos ideais cristãos. Ao criar essa mentalidade de mercado e transformar os crentes em consumidores, a Teologia da Prosperidade acabou esvaziando os ideais do Reino de Deus. Para que buscar o perfeito estado eterno se é possível possuir tudo agora? A escatologia bíblica é trocada por uma teologia puramente utilitarista (Mt 6.33; Cl 3.2).

Josué Gonçalves
In: Lições Bíblicas CPAD, Primeiro Trimestre 2012

Por que trabalhamos?

Primeiro, Deus criou os seres humanos para trabalhar. Considere os dois relatos da criação nos primeiros capítulos de Gênesis. Em Gênesis 1.26, lemos que Deus criou os seres humanos como macho e fêmea para ‘dominarem’ sobre toda a terra. Dois versículos mais adiante, Deus abençoou o primeiro casal humano e ordenou-lhe que ‘sujeitasse’ a terra e ‘dominasse’ sobre todos os seres vivos (o que, a propósito, não lhe deu licença para destruir o meio ambiente [...]). O ‘domínio’, que só pode ser exercido pelo trabalho, é o propósito para o qual Deus criou os seres humanos (não o único propósito, mas um propósito). Que isso esteja mencionado aqui explicitamente é, sem dúvida, significativo. O trabalho, podemos concluir, pertence essencialmente à própria natureza dos seres humanos conforme originalmente criados por Deus. Isto é porque encontramos realização pessoal no trabalho significativo, e, por outro lado, se não podemos trabalhar achamos que nossa vida é vazia e sem sentido.

Segundo, nós trabalhamos porque Deus nos dota e nos chama a trabalhar. É de se esperar que o Deus que criou os humanos para trabalhar, também lhes desses talentos para realizar as várias tarefas e os chamasse para estas tarefas. E é exatamente isto que encontramos no Antigo Testamento. O Espírito de Deus inspirou os artesãos e artistas que projetaram, construíram e adornaram o Tabernáculo e o Templo. ‘Eis que o Senhor tem chamado por nome a Bezalel. [...] E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e ciência em todo artifício. [...] Também lhe tem disposto o coração para ensinar a outros’ (Êxodo 35.30-34). ‘E deu Davi a Salomão, seu filho, [...] o risco de tudo quanto tinha no seu ânimo, a saber: dos átrios da Casa do SENHOR’ (1 Cr 28.11,12). Além disso, a Bíblia diz frequentemente que os juízes e reis de Israel faziam suas tarefas sob a unção do Espírito de Deus (veja Juízes 3.10; 1 Samuel 16.13; 23.2; Provérbios 16.10).

Quando chegamos no Novo Testamento, a primeira coisa que notamos é que todo o povo de Deus é dotado e chamado para fazer várias obras pelo Espírito de Deus (veja Atos 2.17; 1 Coríntios 12.7), e não apenas as pessoas especiais como os artesãos do Templo, reis ou profetas. Colocado no contexto do novo concerto, as passagens do Antigo Testamento citadas há pouco provêem ilustrações bíblicas para uma compreensão carismática de todos os tipos básicos de trabalho humano: Todo o trabalho humano, quer seja complicado ou simples, é possibilitado pela operação do Espírito de Deus na pessoa que trabalha” 

PALMER, M. D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.227,28

Ensinamentos da Teologia da Prosperidade

1. Divinização do homem. A partir de uma interpretação equivocada de Salmos 82.6, os teólogos da prosperidade criaram a doutrina dos “pequenos deuses”. Kenneth Kopeland, pregador da Teologia da Prosperidade, afirmou certa feita: “Cachorros geram cachorros, gatos geram gatos e Deus gera deuses”. A intenção dessa doutrina é ensinar a “teologia do domínio”. Sendo deus, o crente agora pode tudo. A Bíblia, porém diz que o homem é estruturalmente pó (Gn 2.7; 3.19).

2. Demonização da salvação. Esse ensino chega ao extremo de afirmar que, ao morrer na cruz, Cristo teria assumido a natureza de Satanás e que o Filho de Deus teve de nascer de novo no inferno a fim de conquistar a salvação. Assim, os proponentes da Teologia da Prosperidade colocam o Diabo como coautor da salvação. Pois esta não aconteceu na cruz quando Cristo bradou “Está consumado!”, mas somente quando Ele voltou do inferno onde teria derrotado Satanás em seu próprio terreno. Hagin disse que o grito de Jesus referia-se ao fim da Antiga Aliança e não ao cumprimento do processo da salvação. A Bíblia, porém, diz que a salvação foi conquistada na cruz e que o maligno não tem parte com o Senhor (Mt 27.51; Jo 14.30).

3. Negação do sofrimento. Os crentes não precisam mais sofrer. Todo sofrimento já foi levado na cruz do Calvário e o Diabo deve ser responsabilizado por toda e qualquer situação de desconforto entre os crentes. Aqui há uma clara influência da Ciência Cristã que também não admite o sofrimento. A Bíblia diz que o cristão não deve temer o sofrimento e tampouco negá-lo (Cl 1.24; Tg 5.10)

Josué Gonçalves
In: Lições Bíblicas CPAD, Primeiro Trimestre 2012

O Supremo e o homicídio uterino


Tenho pelo ministro Marco Aurélio pessoal admiração, pela coragem de suas decisões e pelo acentuado amor ao Direito, à Justiça e à cidadania que sempre demonstrou nutrir. Por essa razão, é com imenso desconforto que escrevo este artigo discordando da decisão favorável à morte de nascituros, que proferiu nos estertores do primeiro semestre.

Estou convencido - apesar de ser eu um modesto advogado de província e ele, brilhante guardião da Constituição - de que a decisão é manifestamente inconstitucional. Macula o artigo 5º da lei suprema, que considera inviolável o direito à vida. Fere o § 2º do mesmo artigo, que oferta aos tratados internacionais que cuidam de direitos humanos a condição de cláusula imodificável da Constituição. Viola o artigo 4º do Pacto de São José, tratado internacional sobre direitos fundamentais a que o Brasil aderiu, e que declara que a vida começa na concepção.

Juridicamente, a antecipação, pelo aborto, da morte do anencéfalo é vedada pelo texto maior brasileiro.

O argumento de que o anencéfalo pode ser abortado porque está condenado à morte escancara o caminho para a eutanásia de todos os doentes terminais ou afetados por doenças incuráveis. Possibilita a cultura do eugenismo, no melhor estilo do nacional-socialismo, que propugnava uma raça pura, eliminando os imperfeitos ou socialmente inconvenientes. Fortalece a hipocrisia dos que defendem o aborto de seres humanos, embora considerem crime hediondo provocar o aborto em uma ursa panda ou eliminar baleias. Os animais merecem, de alguns - e tenho a certeza de que meu prezado amigo ministro Marco Aurélio não está entre eles -, mais proteção do que o ser humano, no ventre materno. Enfim, a decisão do antigo presidente da suprema corte abre uma enorme avenida para os cultores da morte, os homicidas uterinos, os que pretendem transformar o ser humano em lixo hospitalar.

Nos Estados Unidos, a Suprema Corte americana, no caso Dred Scott, em 1857, defendeu a escravidão e o direito de matar o escravo negro, à luz dos seguintes argumentos: 1) o negro não é uma pessoa humana e pertence a seu dono; 2) não é pessoa perante a lei, mesmo que seja tido por ser humano; 3) só adquire personalidade perante a lei ao nascer, não havendo qualquer preocupação com sua vida; 4) quem julgar a escravidão um mal, que não tenha escravos, mas não deve impor essa maneira de pensar aos outros, pois a escravidão é legal; 5) o homem tem o direito de fazer o que quiser com o que lhe pertence, inclusive com seu escravo; 6) a escravidão é melhor do que deixar o negro enfrentar o mundo.

Em 1973, no caso Roe y Wae, os argumentos utilizados, naquele país, para hospedar o aborto foram os seguintes: 1) o nascituro não é pessoa e pertence à sua mãe; 2) não é pessoa perante a lei, mesmo que seja tido por ser humano; 3) só adquire personalidade ao nascer; 4) quem julgar o aborto mau, não o faça, mas não deve impor essa maneira de pensar aos outros; 5) toda mulher tem o direito de fazer o que quiser com o seu corpo; 6) é melhor o aborto, do que deixar uma criança malformada enfrentar a vida (Roberto Martins, Aborto no Direito Comparado , in A Vida dos Direitos Humanos, Sérgio Antonio Fabris Editor, 1999).

Como se percebe, a corte americana usou os mesmos argumentos para justificar a escravidão e o aborto.

Meu caro amigo ministro Marco Aurélio - de quem divergir no episódio causa-me profundo desconforto --, ao justificar o aborto, que é a pena de morte, no caso do nascituro anencéfalo, por ser ele um condenado à morte, está, também, justificando a pena de morte a todos os doentes terminais, pela eutanásia, e abrindo a porta para o culto à raça pura, inclusive às manipulações genéticas para que sejam produzidos somente seres humanos perfeitos e saudáveis, e - o que é pior - valorizando a cultura da morte e não a defesa da vida. Uma vez aberto o caminho, por ele passarão todas as teses antivida.

Espero - pois a Constituição garante a todos os seres humanos, bem ou malformados, sadios ou doentes, o direito à vida desde a concepção, sendo a morte apenas a decorrência natural de sua condição e não a decorrência antecipada de convicções ideológicas - que venha a rever seu voto, quando a questão for levada ao plenário. Espero, também, que seus pares homenageiem a vida, proscrevendo a morte antecipada.

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Ives Gandra Martins
Advogado do escritório Advocacia Gandra Martins
Artigo publicado no Jornal do Brasil de 15/7/04

A influência pós-moderna na adoração


Entrevista do Dr. Russell Norman Champlin


Estimado Irmão Acir,

Recebi sua carta datada de 17 de fevereiro que levou nove dias para chegar. Mando esta resposta com uma cópia. Também vou enviar uma cópia para Júlio.

1. Muito obrigado por ter promovido meus interesses com a Editora Hagnos. Prometeram publicar a Odisseia “no segundo semestre” de 2012 que poderia ser julho – ou qualquer mês até dezembro. Mauro e Marilene, sua esposa, têm sido muito energéticos com sua Editora e as vendas da Trilogia (comentários sobre o AT e o NT e a Enciclopédia) têm sido espetáculares, felizmente.

2. Tenho uma obsessão no assunto Experiências Perto da Morte (e sob este título a Enciclopédia conta com um artigo). Também são chamadas de Experiências Quase-Morte (EQMs). Nestas histórias temos uma valiosa confirmação científica da existência da alma e sua sobrevivência da morte biológica. Muitos evangélicos as rejeitam porque o amor de Deus brilha mais fortemente do que eles pensam ser possível considerando certas Escrituras que parecem falar o oposto. Eles estão apostando na vitória do fogo. Aqui eu, alegremente, fico com a luz da ciência. Se quiser tentar promover publicação desse material, faça o que pode. Sem dúvida, neste caso, qualquer publicador quereria um número menor, talvez selecionando algumas dentre as que enviei.

3. A doutrina do fogo eterno se originou na teologia helenista dos judeus (o período entre o AT e o NT) e é um reflexo da obsessão dos judeus daquele tempo de ver o fogo de Deus destruir seus inimigos. Os primeiros textos que contém essa diabólica doutrina se encontram no livro pseudepígrafo de I Enoque (em diversos lugares). Daí no livro apócrifo que se chama II Esdras, esta ideia de um Deus destruidor aparece nos capítulos 7 e 8. Infelizmente, esta doutrina irracional e brutal entrou no NT em alguns lugares como no primeiro capitulo de II Tes e no Apocalipse. Esta incorporação fora muito infeliz e enganadora. É uma distorção de qualquer um que pára para pensar um pouco, e demonstra o uso indevido de textos prova (das Escrituras) para comprovar qualquer coisa. Não me sinto responsável por defender essa doutrina a despeito de qualquer número de textos de prova que poderiam ser encontrados. Textos como I Pedro 3.18-4.6 e Efésios 1.9,10 e 4.8-10 olham além dessa doutrina horrível.

4. Sobre a inspiração das Escrituras. Qualquer um que estudou o AT e o NT., versículo por versículo como eu, não acredita que estes documentos não contenham erros e contradições. Estou trabalhando em outro comentário, e tenho passado de novo através do AT e quase todo o NT. Estou, atualmente, na exposição de Hebreus. Em quatro meses, entro de novo no Apocalipse. Este comentário é conciso, mas além das exposições ele apresenta 3.000 ilustrações (histórias, contos). Este Comentário Conciso terá um total de 5.000 páginas sobre o AT e o NT combinado em comparação com as 40.000 páginas dos comentários versículo por versículo. Estas páginas são de computador – fonte 12, não de páginas imprimidas. Será uma publicação inédita neste mundo. E de novo visto opiniões contraditórias sobre algumas doutrinas quando comparando um escritor com outro. De fato, a maior contradição é justamente como o Novo, em pontos críticos, contradiz o AT. Salvação no AT tem uma ideia totalmente diferente. Nesta coleção, a salvação vem através da graça, pela fé. E a lei agora somente mostra claramente a natureza do pecado e, de fato, fica ao lado do pecado para nos condenar – e não tem nada a ver com salvação. Eis uma tremenda contradição e esta contradição se encontra na sua Bíblia. É interessante observar que, numericamente, a maior parte da Igreja ficou com Moisés, especialmente se alinhando com Tiago, capítulo 2, no lugar de Paulo. A Igreja Católica Romana (que tem mais do que um bilhão de membros) se alinha com Tiago (portanto com o AT).

A Reforma Protestante era, essencialmente, uma volta para Paulo. A Igreja Católica além de alinhar com Tiago, preserva, em espírito, os sacramentos e ritos do AT. No NT, existem quatro estágios do Evangelho:

1. Dos Evangelho Sinóticos e Atos
2. Os avanços no Evangelho de João
3. Outros avanços nos livros de Paulo
4. Existe uma situação de contradição em Efésios 1.9-10 e 4.8-10 onde através da missão tridimensional de Cristo (na terra, no hades e nos céus) o Evangelho é universalizado e agora aplica a todas as almas humanas, sem exceção. Tudo será unificado ao redor do Logos-Cristo. 

O fogo do inferno foi apagado; as almas no hades subiram e agora fazem parte da unificação. Todavia, os elementos da unificação são diversos e não se encontram no mesmo nível de glória. Ver ponto 8, a seguir, para explicações desta diversidade unificada. Assim, o ensino do universalismo é evitado. Existirão remidos e restaurados, categorias de glória diferentes. Ver na Enciclopédia o artigo sobre o Ministério da Vontade de Deus.

5. Vamos voltar para o assunto da inspiração das Escrituras. Acredito que todos os livros do cânon foram inspirados pelo Espírito Santo, mas certamente, algumas partes desses livro não foram inspiradas, mas se originaram das mentes dos homens e das suas tentativas de explicar diversas coisas. Mas, note bem: alguns conceitos nestes livros, às vezes, contradizem outros. Isto qualquer pessoa que estuda versículo por versículo vai ser demonstrado amplamente. Considere a contradição óbvia entre Tiago (cap. 2) quando comparado com o evangelho de Paulo. Obviamente, procurando conforto mental, as denominações evangélicas oferecem harmonias que se mostram absurdas. Há do que 20 trechos em Gênesis que refletem tempos depois da vida de Moisés, uma observação que faço só para jogar na mistura um fato curioso. Estou interessado na verdade não em conforto mental. É equisito ser confortável com seus erros. Considere este fato: A inspiração se manifesta em diversos níveis e maneiras:

1. Passagens ditadas: O Espírito controla a mente do profeta totalmente e coloca até as palavras certas na mente dele. Mas esta forma é somente um dos possíveis modos de inspiração. É um erro gigantesco declarar que todas as Escrituras foram inspiradas desta maneira. A investigação comprova que isto é equivocado. O AT, em alguns lugares, apresenta um Deus violento que promove a mais desgraçada violência que, dificilmente pode ser atribuida a Deus. Por causa deste fato, Orígenes inventou a interpretação alegórica justamente para tirar lições daquelas Escrituras violentas sem atribuí-las a Deus.

Considere este fato: O grego do evangelho de Marcos é o “grego da rua” não um grego de um estudioso. Este grego contém um grande número de erros gramaticais. As traduções escondem este fato já apresentando uma gramática correta na língua portuguesa. O “nois vai” do autor fica corrigido para “nós vamos”, só para dar um exemplo. Mas o do evangelho de Lucas já é um grego de um erudito médico. O grego das cartas de Paulo é um grego nativo embora incorpore algumas construções desajeitadas. O grego de Hebreus é um grego quase clássico, erudito e poético que Platão podia ter escrito. Mas o do Apocalipse é um grego de alguém que falou aramaico como sua linguagem nativa. O escritor ignora em muitos lugares a concordância gramatical, assim corrompendo o grego. Então imagine este cenário: O Espírito Santo inspirando o evangelho de Marcos vai para a rua emprestar a linguagem falada aí e coloca neste evangelho. Daí inspirando o evangelho de Lucas ele pára para receber sugestões do médico erudito. Inspirando Hebreus ele tem uma conferência com Platão para emprestar o grego dele para escrever este livro. Algum dia eu vou mandar para você um carta minha escrita em português sem ser revisada e você vai dizer que o Champlin estava me enganando com aquele bom português nas suas cartas que não é representante da linguagem dele. Assim você pode dizer que eu tenho perpetuado uma fraude. O meu português é mais ou menos comparável ao grego do Apocalipse. Falando tudo isto, eu não estou atacando o conteúdo destes livros. De fato, eles representam uma literatura extraordinária a despeito da linguagem utilizada. Agora fala para mim como estes livros foram ditados pelo Espírito Santo palavra por palavra, inspiração verbal e plena.

2. Ideias Gerais: O escritor recebe uma ideia inspirada que ele desenvolve de maneira melhor possível. O resultado depende de suas capacidades intelectuais e espirituais. Alguns destes desenvolvimentos demonstram as capacidades literárias dos escritores. Por exemplo, é claro que o apóstolo Paulo era um gênio e sua capacidade literária era excepecional (sic).

3. Através do Estudo: Anos de estudo dedicado produzem inspirações válidas, embora sujeitas a equívocos. Por outro lado, grandes passagens foram produzidas desta maneira. As cartas de Paulo demonstram o que um homem estudioso pode produzir.

4. Tradições: Não são inúteis e têm contribuido com alguns finos entendimentos. Existem tradições na Igreja que seguiram depois, especialmente, para interpretar as Escrituras. Mas tradições são sujeitas a exagero e equívocos. Considere Atos 7 – a defesa de Estevão que vem das tradições judaicas e não somente das Escrituras do próprio AT. De fato, sua defesa em alguns dos escritores e/ou seus raciocínios.

5. Interpretações inspiradas: A mente recebe intuições e raciocínios que ajudam o intérprete a entender melhor os assuntos espirituais. Sem dúvida, alguns trechos da Bíblia se resultaram das instituições dos escritores e/ou seus raciocínios.

6. Inspirações além do texto: Sendo um dom do Espírito Santo, como o dom do conhecimento (I Cor 12.8). O intérprete pode ser inspirado de vez em quando. Até pode, às vezes, receber inspirações separadas dos textos sagrados, como nas visões e nos sonhos espirituais. Sonhos fazem parte da tradição profética. A inspiração é uma função complexa que incorpora diversas modalidades. Nenhuma explicação isolada é adequada, mas algumas pessoas ficam somente com modalidades. As pessoas que promovem somente este meio de inspiração ou revelação são patéticas, porque agindo assim se mostram crianças intelectuais. É parte da minha missão declarar estas verdades.

Reconciliação com o fundamentalismo? Quando jovem, eu era um fundamentalista radical e insuportável e assim perdi alguns anos de minha vida em brigas e contendas. Abandonei este tipo de expressão religiosa como pernicioso. Minha filosofia me libertou.

7. Novas revelações? Temos o AT e o NT., magníficas coleções, mas dificilmente adequadas para sempre. Deus é maior do que coleções de livros. Podem existir outros testamentos, um terceiro, um quarto, um quinto, etc. Deus não está anulado por nossas noções piedosas. Considere: bibliolatria, a adoração de um livro. Esta idolatria rouba Deus de sua glória, colocando um ídolo no lugar de Deus. Todas as idolatrias perniciosas.

7. Revelações fora da Bíblia Hebraica e Cristã? Acredito na doutrina dos Logoi-spermatikoi, as sementes do Logos nas diversas religiões não cristãs; nas filosofias, nas ciências (exatas e sociais); na poesia, nas literaturas não especificamente religiosas; na história humana; nas instituições humanas como nos seus governos; nas culturas; na criação física, tão magnífica; até, de vez em quando, na política; nas visões e nos sonhos espirituais. Aleluia! O Espírito está em muitos lugares, plantando as sementes do Logos. Chega de limites falsos! Chega de pensamentos infantis! Chega de exclusivismos! Deixa a Luz brilhar sem interferências. Louvai o Logos-Christós, a fonte do nosso conhecimento espiritual que não se limita às nossas noções exclusivistas.

8. Universalismo? Esta doutrina ensina que todos os homens, afinal, serão salvos. Baseando-me em Efé cap. 1, acredito que os remidos serão salvos e participarão na natureza divina (II Pedro 1.4), através de sua transformação à imagem de Cristo (Rom 8.29). Acredito que o número deles será relativamente pequeno. Mas, todos os não remidos serão restaurados e todas as almas serão remidas ou restauradas.
A unidade ao redor do Logos-Cristo (Efé 1.9-10) não excluirá nenhuma alma. Os restaurados não participarão na natureza divina, mas terão uma glorificação secundárias, mas ainda gloriosa porque sera uma obra-prima do Logos.

Assim falando, valorizo a forte declaração da primeira parte de Efésios cap. 1 e a declaração generalizada dos vss 9-10. Na primeira parte deste capítulo, encontramos uma afirmação forte sobre a eleição. Eu uso a palavra remidos no lugar de eleitos porque esta palavra nos envolve em controvérsia pesada. Depois a missão de Cristo garante que existirá uma restauração generalizada (vss 9, 10). Portanto, vejo duas glórias, a primária e a secundária. Assim ensina o Mistério da Vontade de Deus que ultrapassa o resto do Novo Testamento: o que o amor de Deus fará em benefício de todas as almas. O hades mandará suas almas cativas e elas subirão para participar da unificação. Eis o Quarto Evangelho que toma o lugar dos Evangelhos inferiores, e é, de fato, uma contradição das velhas ideias que eram parciais, e parcialmente erradas. Este Quarto Evangelho é a universalização do Evangelho no qual o amor de Deus brilha sem obstáculos. Deixe esta luz brilhar. Valorizo e declaro o Amor Incondicional do Logos-Christós.

Abandonando as controvérsias, as discussões e as dúvidas, apresentadas acima, consideremos o valor intrínseco dos dois Testamentos (o AT e o NT). Obviamente, são grandiosas coleções e incorporam literatura imortal. Lendo e estudando não somente estes livros mas também aqueles de sistemas não cristãos, posso afirmar que estes dois Testamentos são mais impressionantes do que os outros, embora existam valiosas obras não cristãs. Considero o Novo Testamento a maior coleção de livros já escrita. Nosso problema não são “os problemas” mas nosso dedicado estudo do NT. Tenho dedicado minha vida a este estudo e também a outros caminhos de investigação que considero extremamentes importantes. Sumariando, considero o Novo Testamento o maior documento espiritual de todos os tempos. Esta coleção é rica, eloquente e poderosa. Quem estuda com determinação estes livros será transformados por eles.

No amor incondicional do Logos-Cristo,

Russell Norman Champlin
In: Russell Norman Champlin e o Fundamentalismo Teológico - Entrevista do Dr. Russell Norman Champlin concedida a Acir da Cruz Camargo. 05 de março de 2012

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PS.: Ao postar a entrevista do Dr. Champlin, de forma alguma estou endossando suas posições doutrinárias ou promovendo seu novo comentário a ser brevemente lançado. Muito pelo contrário. Meu intuito é alertar os que quiserem ser alertados para a teologia que subjaz em suas obras, que é incompatível com a sã doutrina.

Clóvis Gonçalves

Conferência Cante as Escrituras em Medianeira, PR


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