O poder do Diabo está sujeito à autoridade de Deus

Quanto, porém, diz respeito à discórdia e luta que dissemos existir de Satanás com Deus, entretanto assim importa admitir que isto permanece estabelecido: que aquele nada pode fazer, a não ser que Deus o queira e consinta. Ora, lemos na história de Jó que aquele se apresenta diante de Deus para receber ordens, nem mesmo ousa aventurar-se a encetar alguma ação maligna, a não ser que a permissão seja impetradada [Jó 1.6; 2.1]. Assim também, quando Acabe tem de ser enganado, o Diabo toma a si a incumbência de ser um espírito de mentira na boca de todos os profetas, e o executa, comissionado pelo Senhor [1Rs 22.20]. Por esta razão, também se diz provir do Senhor o espírito mau que atormentava a Saul, porque, por meio dele, como por um látego, eram punidos os pecados do ímpio rei [1Sm 16.14; 18.10]. E, em outro lugar [Sl 78.49], está escrito que as pragas foram por Deus infligidas aos egípcios através de anjos maus. Em conformidade com esses exemplos particulares, Paulo atesta, generalizadamente [2Ts 2.9, 11], que o endurecimento dos incrédulos é obra de Deus, embora antes fosse dito ser ele operação de Satanás. Portanto, é evidente que Satanás está debaixo do poder de Deus e é de tal modo regido por seu arbítrio que se vê compelido a render-lhe obediência.

Consequentemente, quando dizemos que Satanás resiste a Deus e que as obras daquele são contrárias às obras deste, estamos afirmando, a um tempo, que esta incompatibilidade e este conflito dependem da permissão de Deus. Não estou falando agora em relação à vontade de Satanás, nem tampouco em referência a seu intento, mas apenas com respeito a sua maneira de atuar. Ora, uma vez que o Diabo é ímpio por natureza, está mui longe de ser propenso a obedecer à vontade divina; ao contrário, ele se inclina à contumácia e à rebelião.

Portanto, isto tem Satanás por si mesmo e por sua própria malignidade: ele se opõe a Deus com vil paixão e deliberado intento. Em virtude dessa depravação, é ele incitado à tentativa dessas coisas que julga serem especialmente contrárias a Deus. Como, porém, este o mantém amarrado e tolhido pelo freio de seu poder, ele leva a bom termo apenas aquelas coisas que lhe foram divinamente concedidas, e assim, queira ou não, obedece a seu Criador, porquanto é compelido a prestar-lhe serviço aonde quer que o mesmo o impelir.

João Calvino
As Institutas

Os conservadores e a infalibilidade da Bíblia

A doutrina da infalibilidade da Bíblia é freqüentemente mal compreendida. Pelo que geralmente se fala, parece que a doutrina é totalmente refutada pela objeção de que ela nada mais é do que inspiração mecânica, o que coincide com o mais desvitalizado literalismo. Procura-se, ainda, refutá-la pela alegação de que há muitos manuscritos da Bíblia, sendo numerosos os casos nos quais eles diferem entre si quanto à maneira de dizer as coisas nos vários textos. E verdade que alguns representantes do fundamentalismo ficam vulneráveis diante de críticas desse teor. Há algumas seitas cuja aceitação literal do conteúdo das Escrituras leva seus adeptos ao ponto de até tentarem pegar em ofídios extremamente venenosos ou fazer coisas igualmente despropositadas. Muitos dentre tais literalistas se recusam a levar em conta certas implicações relacionadas com a existência de diferentes manuscritos da Bíblia. Tendo-se em mente, entretanto, que alguns conservadores como, por exemplo, Machen, também foram eruditos bíblicos de alto nível, então não nos será difícil perceber que os conservadores dispõem de respostas adequadas para não cederem diante de tais críticas, aparentemente óbvias.

Machen e outros conservadores de seu tipo não se cansam de afirmar que só o manuscrito original da Bíblia, isto é, aquele que veio diretamente da inspiração divina, é que será imune a erros. Esses eruditos conservadores não entendem, absolutamente, que as edições da Bíblia atualmente não tenham erros.

Com efeito, os conservadores têm contribuído admiravelmente com a tarefa da erudição bíblica, no propósito de que seja possível a restauração do melhor texto da Bíblia. Embora haja fundamentalistas fanáticos que, declarando ser a Versão do Rei Tiago infalível, têm chegado ao extremo de queimar a Versão Revisada, isso não acontece com todos os conservadores. Grande número dentre eles tem recomendado a leitura das edições revistas. Os conservadores amigos da erudição expressam a convicção de que Deus mesmo permitiu a perda do original da Bíblia, que era imune a qualquer erro, pelo fato de saber que o homem haveria de idolatrá-lo, como é o que acontece com relação às relíquias religiosas. Os homens encarregados de fazerem cópias da Bíblia cometeram erros e isso explica a existência de manuscritos discordantes. Todavia, Deus os preservou de introduzir em suas cópias os tipos de erros que pudessem resultar em prejuízo para a salvação dos pecadores, E. J. Carnell citava um trecho da introdução ao Revised Standard New Testament, onde se lê que um grupo de eruditos não conservadores concorda em que nenhum manuscrito tenha sido encontrado que requeresse qualquer mudança na fé cristã. Isso, nos diz Carnell, é tudo quanto um conservador deseja saber da parte dos eruditos.

Simplesmente não é verdade que o conservador, quem quer que ele seja, não passa de um literalista. O conservador não se sente solicitado a amputar sua mão direita, nem a arrancar um de seus olhos, pelo fato de que Jesus disse que os homens fizessem isso. Os conservadores sabem muito bem que a Bíblia, por vezes, faz uso de linguagem poética e alegórica. Em seus estudos ele não se baseia em uma interpretação literal das palavras das Escrituras; antes, procura obedecer à lição que vem do sentido “natural” dos textos. Nos pontos nos quais a Bíblia, obviamente, deve ser entendida literalmente, o conservador assim a entende. Assim sendo, o conservador crê na ocorrência da ressurreição corporal de Jesus de entre os mortos, pelo fato de que ninguém pode ler os respectivos textos sem entender que eles dizem que Jesus ressuscitou mesmo. Entretanto, o conservador não se sente obrigado a admitir que Isaías tenha visto os montes a saltitarem nem aplaudindo com as mãos. A palavra inspirada de Deus poderá ocorrer em textos poéticos ou em textos de prosa, de modo que temos de interpretá-los no sentido natural que eles contém.

W. E. Hordern
In: Teologia Contemporânea.

Jesus Cristo é o único caminho para Deus?

Ao responder a esta pergunta, é extremamente importante esvaziá-la de qualquer conteúdo emocional explosivo em potencial. Quando o cristão assevera que Cristo é o único caminho para Deus, e que fora d’Ele não há salvação, não está sugerindo que imagina que é pessoalmente melhor do que outras pessoas, ou que os cristãos em geral assim pensam.

Algumas pessoas erroneamente imaginam que os cristãos formaram um clube de preconceitos, como uma fraternidade com uma cláusula de segregação racial. Tais pessoas pensam que se a fraternidade e os cristãos tivessem menos preconceitos, votariam para mudar as regras da membresia, e, no caso dos cristãos, admitir qualquer que crê em Deus. “Por que introduzir Jesus Cristo dentro do problema?” é a pergunta que frequentemente ouvimos. “Por que não podemos concordar simplesmente na existência de Deus?” E isto nos leva à questão fundamental.

Os cristãos declaram que Jesus Cristo é o único caminho para Deus por que a Escritura diz, “Abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12). Os cristãos creem assim, não por causa de ter feito esta regra por conta deles, mas porque Jesus Cristo assim ensinava, (João 14.6). O cristão não permaneceria fiel ao seu Senhor se afirmasse outra coisa. Tem que se confrontar com o problema da verdade. Se Jesus Cristo é Quem reivindica ser, então possuímos a própria palavra autoritativa de Deus quanto a este assunto. Se é Deus, e se não há outro Salvador, então, obviamente, é o único caminho para Deus.

Os cristãos não poderiam mudar este fato, nem por um voto seu, nem por outra maneira.

Paul E. Litlle
In: Você pode explicar sua fé?

Resultados da fidelidade de Deus

A percepção desta bendita verdade nos protegerá da preocupação. Estar cheio de preocupações, ver a nossa situação com prenúncios sombrios, antecipar o amanhã com ansiedade, é ofender a fidelidade de Deus. Aquele que vem cuidando do Seu filho através dos anos, não o abandonará quando o filho envelhecer. Aquele que ouviu as orações que você fez no passado, não se negará a suprir suas necessidades na presente emergência. Descanse em Jó 5:19: “Em seis angústias te livrará; e na sétima o mal te não tocará".

A percepção desta bendita verdade calará as nossas murmurações. O Senhor sabe o que é melhor para cada um de nós, e um efeito da confiança nesta verdade será o silenciar das nossas petulantes reclamações. Deus é grandemente honrado quando, sob provação e castigo, temos bons pensamentos sobre Ele, vindicamos a Sua sabedoria e justiça, e reconhecemos o Seu amor mesmo em Suas repreensões.

A percepção desta bendita verdade gera crescente confiança em Deus. "Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas como ao fiel Criador, fazendo o bem” (1 Pedro 4:19). Quando confiantemente nos resignarmos e deixarmos todos os nossos interesses nas mãos de Deus, plenamente persuadidos do Seu amor e fidelidade, tanto mais depressa ficaremos satisfeitos com as Suas providências e compreenderemos que "ele tudo faz bem”.

A. W. Pink
In: Os Atributos de Deus.

O Desafio da Filosofia para um Cristão

A filosofia apresenta um desafio específico para o cristão, de modo tanto positivo quanto negativo. A filosofia é útil na construção do sistema cristão e na refutação de pontos de vista contrários. Há um texto crucial no Novo Testamento que corresponde a estas duas tarefas. Paulo disse: "Anulamos sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus [aspecto negativo], levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo [aspecto positivo]" (2Co 10: 5). Sem um conhecimento eficiente da filosofia, o cristão está à mercê do não-cristão na arena intelectual. O desafio, portanto, é para o cristão "superar no pensamento" o não-cristão tanto na edificação da igreja quanto em derrubar sistemas do erro.

Se esta é a tarefa do cristão na filosofia, como, pois se explica a advertência do apóstolo Paulo no sentido de "cuidar que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia" (Cl 2:8)? Infelizmente, alguns cristãos têm entendido este versículo como sendo uma injunção contra o estudo da filosofia. Esta ideia é incorreta por várias razões. Primeiramente, o versículo não é uma proibição contra a filosofia propriamente dita, mas, sim, contra a falsa filosofia, pois Paulo acrescenta: "e [cuidado com] as vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens." Na realidade, Paulo está advertindo contra uma filosofia falsa específica, um tipo de gnosticismo incipiente que tinha infiltrado a igreja em Colossos (o grego tem um artigo definido que indica uma filosofia específica). 

Finalmente, não podemos realmente "acautelar-nos" da falsa filosofia a não ser que primeiramente tenhamos consciência dela. Um cristão deve reconhecer o erro antes de poder ir contra ele, assim como um médico deve estudar a doença antes de poder tratá-la com o devido conhecimento. A igreja cristã tem sido ocasionalmente penetrada por falsos ensinos exatamente porque os cristãos não foram adequadamente treinados a detectar a "enfermidade" do erro. Uma boa falsificação ficará tão perto da verdade quanto possível. É por isto que as filosofias falsas, não-cristãs, que estão vestidas com roupagem cristã são especialmente perigosas. Realmente, o cristão que mais provavelmente se tornará presa da filosofia falsa é o cristão ignorante.

Norman Geisler & Paul Feinberg
In: Introdução à Filosofia

Os decretos de Deus

12. Que são os decretos de Deus?
Os decretos de Deus são os atos sábios, livres e santos do conselho da sua vontade, pelos quais, desde toda a eternidade, Ele, para a sua própria glória, imutavelmente predestinou tudo o que acontece, especialmente com referência aos anjos e os homens.

Is 45:6-7; Ef 1:11; Rm 11:33; Sl 33:11; Ef 1:4; Rm 9:22-23.

13. Que decretou Deus especialmente com referência aos anjos e aos homens?
Deus, por um decreto eterno e imutável, unicamente do seu amor e para patentear a sua gloriosa graça, que tinha de ser manifestada em tempo devido, elegeu alguns anjos para a glória, e, em Cristo, escolheu alguns homens para a vida eterna e os meios para consegui-la; e também, segundo o seu soberano poder e o conselho inescrutável da sua própria vontade (pela qual Ele concede, ou não, os seus favores conforme lhe apraz), deixou e predestinou os mais à desonra e à ira, que lhes serão infligidas por causa dos seus pecados, para patentear a glória da sua justiça.

1Tm 5:21; Ef 2:10; 2Ts 2:13-14; 1Pe 1:2; Rm 9:17-18, 21-22; Jd 4; Mt 11:25-26.

14. Como executa Deus os seus decretos?

Deus executa os seus decretos nas obras da criação e da providência, segundo a sua presciência infalível e o livre e imutável conselho da rua vontade.

Dn 4:35; Ef 1:11.

Catecismo Maior de Westminster
Domingo 4

Aspectos da fidelidade divina

Deus é fiel na preservação do Seu povo. "Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor" (l Coríntios 1:9). No versículo anterior foi feita a promessa de que Deus confirmará o Seu povo até o fim. A confiança do apóstolo na absoluta segurança dos crentes estava baseada não na força das resoluções deles ou em sua capacidade para perseverar, mas sim na veracidade dAquele que não pode mentir. Visto que Deus prometeu ao Seu Filho um certo povo como Sua herança, livrá-lo do pecado e da condenação e fazê-lo participante da vida eterna na glória, é certo que Ele não permitira que nenhum dos pertencentes a esse povo pereça.

Deus é fiel na disciplina ministrada ao Seu povo. Ele não é menos fiel naquilo que retira, do que naquilo que dá. É fiel quando envia tristeza como quando outorga alegria. A fidelidade de Deus é uma verdade que devemos confessar não somente quando a tranqüilidade nos bafeja, mas também quando nos afligirmos sob o castigo mais áspero. Tampouco esta confissão deve ser apenas de boca, mas também de coração, Quando Deus nos fere com a vara da punição, é a fidelidade que a maneja. Reconhecer isso significa que nos humilhamos diante dEle, confessamos que merecemos totalmente a Sua correção e, em vez de murmurar, damos-Lhe graças por isso. Deus nunca nos aflige sem algum motivo: "Por causa disto, há entre vós muitos fracos e doentes..." (1 Coríntios 11:30), ilustra este princípio. Quando a Sua vara cair sobre nós, digamos com Daniel: "A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto..." (9:7).

"Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos são justos, e que em tua fidelidade me afligiste" (Salmo 119:75), Problemas e aflições não são apenas coerentes com o amor de Deus empenhado na aliança eterna, mas são partes da sua administração. Deus é fiel não só quando afasta as aflições, mas também é fiel quando no-las envia. "Então visitarei com vara a sua transgressão, e a sua iniqüidade com açoites, Mas não retirarei totalmente dele a minha benignidade, nem faltarei à minha fidelidade" (Salmo 89:32-33), O castigo não é apenas conciliável com a benignidade amorosa de Deus, mas também é seu efeito e expressão. A mente dos servos de Deus se tranqüilizaria muito se eles se lembrassem de que a aliança de Deus O obriga a aplicar-lhes correção oportuna. As aflições são-nos necessárias: "...estando eles angustiados, de madrugada me buscarão" (Oséias 5:15).

Deus é fiel na glorificação do Seu povo, "Fiel é o que vos chama, o qual também o fará" (1 Tessalonicenses 5:24), A referência imediata aqui é aos santos serem "preservados inculpáveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo". Deus nos trata, não com base em nossos méritos (pois não temos nenhum), mas por amor do Seu grande nome. Deus é constante para consigo mesmo e segundo o propósito da Sua graça, "... aos que chamou ... a estes também glorificou" (Romanos 8:30). Deus dá plena demonstração da constância de Sua bondade eterna para com os Seus eleitos, chamando-os eficazmente das trevas para a Sua maravilhosa luz, e isto deveria torná-los seguros da certeza da sua continuidade. "... o fundamento de Deus fica firme..." (2 Timóteo 2; 19), Paulo estava firmado na fidelidade de Deus quando disse: "...eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia" (2 Timóteo 1:12).

A. W. Pink
In: Os Atributos de Deus.

O Deus das Escrituras

6. Que revelam as Escrituras acerca de Deus?
As Escrituras revelam o que Deus é, quantas pessoas há na Divindade, os seus decretos e como Ele os executa.

Mt 3:16-17; Is 46:9-10; At 4:27-28.

7. Quem é Deus?
Deus é espírito, em si e por si infinito em seu ser, glória, bem-aventurança e perfeição; todo - suficiente, eterno, imutável, insondável, onipresente, infinito em poder, sabedoria, santidade, justiça, misericórdia e clemência, longânimo e cheio de bondade e verdade.

Jo 4:24; Ex 3:14; Jó 11:7-9; At 5:2; 1Tm 6:15; Mt 5:48; Rm 11:35-36; Sl 90:2; 145:3; 139:1,2,7; Ml 2:6; Ap 4:8; Hb 4:13; Rm 16:27; Is 6:3; Dt 32:4; Ex 34:6.


8. Há mais que um Deus?
Há um só Deus, o Deus vivo e verdadeiro.

Dt 6:4; Jr 10:10; 1Co 8:4.


9. Quantas pessoas há na Divindade?
Há três pessoas na Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; estas três pessoas são um só Deus verdadeiro e eterno, da mesma substância, iguais em poder e glória, embora distintas pelas suas propriedades pessoais.

Mt 3:16-17; 28:19; 2Co 13:14; Jo 10:30.

10. Quais são as propriedades pessoais das três pessoas da Divindade?
O Pai gerou o Filho, o Filho foi gerado pelo Pai, e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, desde toda à eternidade.

Hb 1:5-6; Jo 1:14; 15:26; Gl 4:6.

11. Donde se infere que o Filho e o Espírito Santo são Deus, iguais ao Pai?
As Escrituras revelam que o Filho e o Espírito Santo são Deus igualmente com o Pai, atribuindo-lhes os mesmos nomes, atributos, obras e culto que só a Deus pertencem.

Jr 23:6; Is 6:3,5,8; Jo 12:41; At 28:25; 1Jo 5:20; Sl 45:6; At 5:3-4; Jo 1:1; Is 9:6; Jo 2:24-25; 1Co 2:10-11; Cl 1:16; Ge 1:2; Mt 28:19; 2Co 13:14.

Catecismo Maior de Westminster
Domingo2

Deus é fiel

Deus é verdadeiro. Sua Palavra de promessa é certa. Em todas as Suas relações com o Seu povo, Deus é fiel. Pode-se confiar nEle, com segurança. Nunca houve alguém que tivesse confiado nEle em vão. Vemos esta preciosa verdade expressa em quase toda parte nas Escrituras, pois o Seu povo precisa saber que a fidelidade é uma parte essencial do caráter divino. Esta é a base da nossa confiança nEle. Mas, uma coisa é aceitar a fidelidade de Deus como uma verdade divina, e outra coisa, muito diferente, é agir com base nisso. Deus "nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas", mas nós contamos realmente com o seu cumprimento por Deus? Esperamos de fato que Ele vai fazer por nós tudo que disse que fará? Descansamos com implícita segurança nestas palavras: "...fiel é o que prometeu" (Hebreus 10:23)?

Há ocasiões na vida de todos em que não é fácil, nem mesmo para os cristãos, crer que Deus é fiel. Nossa fé é provada dolorosamente, nossos olhos ficam toldados pelas lágrimas, e não conseguimos mais encontrar o rumo dos baluartes do Seu amor. Os nossos ouvidos se distraem com os ruídos do mundo, arruinados pelos sussurros ateísticos de Satanás e não conseguimos mais ouvir a doce entonação da voz mansa e delicada do Senhor. Sonhos alimentados foram frustrados, amigos em quem confiávamos falharam conosco, um falso irmão ou irmã em Cristo nos traiu. Vacilamos. Procuramos ser fiéis a Deus, e agora uma trevosa nuvem O esconde de nós. Achamos difícil, impossível mesmo, à razão carnal harmonizar a Sua sombria providência com as promessas da Sua graça, Ah, alma titubeante, companheiro de peregrinação provado com tanto rigor, procure graça para ouvir Isaías 50:10; "Quem há entre vós que tema. a,Jeová, e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus".

Quando você for tentado a duvidar da fidelidade de Deus, brade: "Para trás de mim, Satanás". Ainda que você não possa harmonizar os misteriosos procedimentos de Deus com as Suas declarações de amor, confie nEIe e aguarde mais luz. Na hora dEle, certa e boa, Ele fará com que você o veja com clareza, “...o que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois" (João 13:7). A sequência dos fatos demonstrará que Deus não abandonou nem enganou Seu filho. "Por isso o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso será exalçado, para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade: bem-aventurados todos os que nele esperam (Isaías 30:18).

"Não julgues o Senhor por tua mente,
porém, confia nEIe por Sua graça.
Por trás de uma severa providência
Ele oculta um semblante sorridente.
Animai-vos, ó santos temerosos!
As nuvens que temíveis vos parecem,
ricas são de mercês, e irromperão
em bênçãos derramadas sobre vós."

"Os teus testemunhos que ordenaste são retos e muito fiéis" (Salmo 119:138). Deus não nos falou apenas o melhor, mas também não retirou o pior. Ele descreveu fielmente a ruína efetuada pela Queda. Ele diagnosticou fielmente o terrível estado produzido pelo pecado. Fielmente fez conhecido o Seu inveterado ódio ao mal, e que ê preciso que Ele o puna. Advertiu-nos fielmente de que Ele é "fogo consumidor" (Hebreus 12:29). Sua Palavra não contém somente numerosas ilustrações de Sua fidelidade no cumprimento de Suas promessas, mas também registra numerosos exemplos de Sua fidelidade em fazer valer as Suas ameaças. Cada estágio da história de Israel exemplifica esse fato solene. Foi assim com indivíduos: Faraó, Core, Acã e uma multidão de outros mais, são outras tantas provas. E será assim com você, meu leitor, a menos que você tenha buscado ou busque refúgio em Cristo, as chamas eternas do Lago de Fogo serão a tua porção certa e segura. Deus é fiel.

A. W. Pink
In: Os Atributos de Deus.

O significado da ressurreição


Nos dias atuais, não é raro que ressurreição signifique para os cristãos nada mais do que mera prova de existência depois da presente vida. Significava isso também para os primeiros cristãos, mas significava muito mais... 

Primariamente, a Ressurreição de Jesus era a prova máxima de que Jesus era o Cristo ou Messias de Deus. Por séculos, os judeus tinham vivido nutridos pela promessa de que Deus haveria de enviar-lhes o Messias, seu instrumento Eleito, que haveria de salvar seu povo e estabelecer uma sociedade marcada pela justiça. De modo muito compreensível, uma vez que os judeus tinham vivido por séculos sob o domínio de conquistadores estrangeiros, ocorreu-lhes que o Messias deveria ser um poderoso chefe militar, capaz de arregimentar as legiões celestiais para obter a vitória sobre os cruéis opressores. Finalmente, quando Jesus apareceu, seus seguidores ousaram afirmar que ele era o longamente esperado Messias. 

Entretanto, ele não procurou agir em correspondência com as expectativas de muitos. Ele não arregimentou nenhum exército; ele se recusou a ser feito rei. Por último, ele foi aprisionado, cuspido e escoltado, como se fosse um criminoso comum, para ser executado. Morreu esplendidamente, mas os discípulos acalentavam o desejo de algo diferente de qualquer morte esplêndida. Um Messias que morto, vencido e derrotado pela Roma Imperial dificilmente seria alguém que se pudesse afirmar ser capaz de salvar o homem. Os discípulos puseram-se em fuga não, na verdade, porque não tivessem coragem, mas, sim, pelo fato de parecer-lhes insensato arriscar a vida defendendo uma causa perdida. Admitiram terem-se enganado de modo trágico e o mais adequado era só persuadirem-se cada vez mais disso. Não obstante, nas profundezas mesmas do desespero a que estavam prostrados, viram-se subitamente diante de um desenvolvimento inesperado. Jesus não estava morto. Ele estava vivo; Ele tinha ressuscitado.

O que a ressurreição significava, portanto, era que Jesus se mostrava definitivamente como sendo o Messias ou o Instrumento do próprio Deus. Deus tinha estado operando através dele, como os discípulos tinham crido anteriormente. Roma imperial, com seu poder cruel, já não deveria ser tida como a força mais invencível neste mundo. Roma tinha desencadeado uma sucessão de acontecimentos que terminariam por sobrepujá-la, o que ocorreu exatamente no instante quando, através de seus soldados, tinha crucificado o humilde carpinteiro da Galiléia. Os poderes do mal - e sabe-se que os cristãos primitivos criam que nelas se incluíam os demônios tanto quanto os homens maus - tinham alcançado o ponto extremo de sua manifestação. Mas, exatamente no momento de sua aparente vitória, eis que Deus se evidencia como muitíssimo mais poderoso do que tais poderes. Jesus não tinha conseguido realizar o que os contemporâneos esperavam que ele realizasse. Entretanto, na medida em que os dias iam passando, seus seguidores entenderam que ele tinha conseguido realizar algo bem melhor. Jesus não lhes tinha dado independência com relação ao Império de Roma, mas lhes tinha possibilitado quebrar os grilhões que os mantinham sujeitos ao pecado e à morte, grilhões pelos quais se sentiam acorrentados ao medo. Ele lhes tinha revelado com muita certeza que o poder do bem é admiravelmente maior do que o poder responsável pela existência do mal.

Mediante a ressurreição de Jesus, Deus tinha demonstrado a superioridade do espírito de Jesus sobre o espírito do mal. Portanto, os cristãos passaram a esperar a volta ou a segunda vinda de Cristo, quando o mal haveria de ser completamente desfeito. As forças do mal já tinham sido derrotadas por ocasião da batalha crucial; nenhuma dúvida se poderia admitir quanto a quem seria o último vencedor. Acontecia, porém, que as forças do mal se encontravam ainda em campo e continuavam capazes de acarretar muito desconforto. A batalha decisiva tinha obtido a vitória, mas a vitória final ainda pertencia ao porvir.

Os discípulos saíram pelo mundo pagão levando a mensagem de que Deus tinha falado, Deus tinha agido, Deus tinha revelado sua natureza ao homem. O homem não precisaria mais se esforçar para subir as encostas da traiçoeira montanha que promete o conhecimento de Deus; Deus mesmo tinha descido das alturas, para permitir que os homens o contemplassem. “Deus”, assim asseveravam, “estava em Cristo, reconciliando o mundo consigo mesmo” (2 Co 5.19).

W. E. Hordern
In: Teologia Contemporânea.

A Escritura é a Palavra de Deus

3. Que é a Palavra de Deus?
As Escrituras Sagradas, o Velho e o Novo Testamento, são a Palavra de Deus, a única regra de fé e prática.

2Tm 3:16; 2Pe 1:19-21; Is 8:20; Lc 16:29,31; Gl 1:8-9.
 
4. Como se demonstra que as Escrituras são a Palavra de Deus?
Demonstra-se que as Escrituras são a Palavra de Deus - pela majestade e pureza do seu conteúdo, pela harmonia de todas as suas partes, e pelo propósito do seu conjunto, que é dar toda a glória a Deus; pela sua luz e pelo poder que possuem para convencer e converter os pecadores e para edificar e confortar os crentes para a salvação. O Espírito de Deus, porém, dando testemunho, pelas Escrituras e juntamente com elas no coração do homem, é o único capaz de completamente persuadi-lo de que elas são realmente a Palavra de Deus.

Os 8:12; 1Co 2:6-7; Sl 119:18,129,140; 12:6; Lc 24:27; At 10:43; 26;22; Rm 16:25-27; At 28:28; Hb 4:12; Tg 1:18; Sl 19:7-9; Rm 15:4; At 20:32; Jo 16:13-14.

5. Que é que as Escrituras principalmente ensinam?
As Escrituras ensinam principalmente o que o homem deve crer acerca de Deus e o dever que Deus requer do homem.

Jo 20:31; 2Tm 1:13.

Catecismo Maior de Westminster
Domingo2

O fim supremo do homem

Glorificar a Deus. De Deus procede todo a benignidade, plena na semente original e rudimentar na humanidade reprovada. O Criador honrou e glorificou o homem (Sl 8), criando-o à sua imagem e semelhança (Gn 1. 27), conferindo-lhe majestade e grandeza, dotando-lhe incríveis poderes, todos, porém, limitados aos propósitos divinos. O pecado afasta a criatura de seu Criador e o conflita com o semelhante. Em Cristo, porém, os eleitos são regenerados e reconciliados com Deus. Agora, na pessoa do Filho, o Pai diz a cada redimido: “Tu és meu filho amado, tua vida me dá prazer”. Cada regenerado em Cristo torna-se uma glória para o Salvador e uma honra ao seu nome.

Glorificar a Deus significa dedicar-lhe submissão, obediência, respeito, adoração e serviço, virtudes dos agraciados com a redenção. O servo de Cristo é perene glorificador de Deus. A harmonia consistente e permanente entre o Redentor e os redimidos é a forma mais viva e existencial de adoração e louvor. Quem pode dizer pelo Espírito: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20), este voltou a ser imagem e semelhança de Deus, entrou no gozo eterno de seu Senhor.

Gozá-lo para sempre. Receber as bênçãos de Deus e ser-lhe bênção é gozá-lo aqui, no tempo que se chama hoje, e na eternidade. Aquele em quem o Espírito habita experimenta o permanente gozo de estar em Cristo, servi-lo ativamente e alegrar-se nele incondicionalmente. Deus se compraz com os seus eleitos, aqueles que estão em seu Filho amado Jesus Cristo e o servem dia e noite. Cristo vive no gozo do Pai, à sua destra no trono da realeza trinitária; nós vivemos no do Filho, à sua direita, sob sua proteção, misericórdia e graça. A ideia subjacente à afirmação catecismal: “Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”,  é a de um filho, na cultura patriarcal, que não abandona o seu pai, não quebra a unidade do clã, não aborrece e nem entristece a sua família, não procede como os dois filhos da parábola em que um abandona o pai, o mais novo, e outro menospreza o irmão. No sistema tribal, as realizações pessoais, paterna e filial, derivavam da interação consistente entre pai e filho; um, galardão do outro. 

Deus nos criou para vivermos com ele. O pecado nos separou. Cristo nos reconciliou. Somos agora, os reconciliados: um com o Filho como ele é um com o Pai. Voltamos, pois, pela mediação do Messias, ao gozo da comunhão com Deus na fraternidade dos santos. O crente verdadeiro, pois, glorifica a Deus e o goza para sempre. Não há poder capaz de arrancá-lo dos braços de Cristo. A glória de Deus foi vista na face de Moisés, no rosto de Cristo, nos semblante dos apóstolos; sentida no gemido dos mártires e no testemunho de todos os cristãos autênticos. O filho é a alegria do pai, que se vê na pessoa de seu herdeiro; cada filho, no entanto, deve honrar e dignificar o seu pai. Assim somos e assim devemos ser, como filhos, para o nosso Pai celeste.

Onézio Figueiredo
Comentário à pergunta 1 do Catecismo Maior de Westminster

O calvinismo e a mediação humana

A religião por causa do homem traz consigo a posição de que o homem tem de agir como um mediador por seu próximo. A religião por causa de Deus exclui inexoravelmente toda mediação humana. Visto que o principal propósito da religião continua sendo ajudar o homem, e visto ser entendido que o homem é digno da graça por sua devoção, é perfeitamente natural que o homem de piedade inferior deva invocar a mediação do homem mais santo. Outro deve procurar por ele o que não pode procurar por si mesmo. O fruto está pendurado em galhos muito altos, e, portanto, o homem que alcança mais alto deve colhê-lo, e passá-lo ao seu companheiro desamparado.

Se, pelo contrário, a exigência da religião é que cada coração humano deva dar glória a Deus, nenhum homem pode comparecer diante de Deus em nome de outro. Então, cada ser humano deve comparecer pessoalmente por si mesmo, e a religião atinge seu alvo somente no sacerdócio universal dos crentes. Até mesmo o bebê recém-nascido deve ter recebido a semente da religião do próprio Deus; e no caso dele morrer sem ser batizado, não deve ser enviado para um limbus innocentium, mas, se eleito, entra, tal como os longevos, na comunhão pessoal com Deus por toda eternidade.

A importância deste segundo ponto na questão da religião, culminando, como faz, na confissão da eleição pessoal, é incalculável. Por um lado, toda religião deve inclinar-se para tornar o homem livre, para que por meio de uma clara afirmação ele possa expressar aquela impressão religiosa geral, gravada sobre a natureza inconsciente pelo próprio Deus. Por outro lado, cada apresentação de um sacerdote ou feiticeiro interpondo-se no campo da religião prende o espírito humano em uma cadeia que o oprime mais miseravelmente quanto mais sua piedade cresce em fervor.

Na Igreja de Roma, mesmo nos dias de hoje, os bons católicos estão mais rigorosamente confinados nas prisões do clero. Somente o Católico Romano cuja piedade tem diminuído é capaz de assegurar para si mesmo uma liberdade parcial por afrouxar, parcialmente, o laço que o liga à sua igreja. Nas igrejas luteranas as prisões clericais são menos confinadoras, todavia estão longe de serem relaxadas inteiramente.

Somente nas igrejas que assumem a sua posição no Calvinismo, encontramos esta independência espiritual que habilita o crente a opor-se, se necessário for, e por causa de Deus, até mesmo ao mais poderoso oficial na igreja. Somente aquele que pessoalmente permanece diante de Deus por sua própria conta, e goza uma comunhão ininterrupta com Deus, pode apropriadamente exibir as gloriosas asas da liberdade. Tanto na Holanda, na França, na Inglaterra, bem como na América, o resultado histórico oferece a evidência mais inegável do fato que o despotismo não tem encontrado antagonistas mais invencíveis e liberdade de consciência mais corajosa, nem mais resolutos campeões que os calvinistas.

Em última análise, a causa deste fenômeno encontra-se no fato de que o efeito de toda interpretação clerical invariavelmente era, e deve ser, produzir uma religião externa e sufocá-la com formas sacerdotais. Somente onde toda intervenção sacerdotal desaparece, onde a eleição soberana de Deus desde toda eternidade liga a alma interior diretamente ao próprio Deus, e onde o raio da luz divina entra imediatamente na profundeza de nosso coração, - somente ali a religião, em seu sentido mais absoluto, alcança sua realização ideal.

Abraham Kuyper
In: Calvinismo.

A infidelidade do homem e a fidelidade de Deus

A infidelidade é um dos pecados mais proeminente nestes maus dias. Com raríssimas exceções, a palavra de um homem não é mais a sua fiança, nos negócios deste mundo. No mundo social, a infidelidade conjugai ocorre por todo lado, sendo que os laços matrimoniais são desfeitos com a mesma facilidade com que uma roupa velha é rejeitada. Na esfera eclesiástica, milhares que se comprometeram solenemente a pregar a verdade, sem nenhum escrúpulo a negam e a atacam. Nem o autor, como tampouco o leitor, podem arrogar-se completa imunidade deste pecado terrível: de quantas maneiras temos sido infiéis a Cristo, e à luz e aos privilégios que Deus nos confiou1. Como é animador então, que indizível bênção é erguer os olhos acima desta ruinosa cena e contemplar Aquele que, só Ele, é fiel, fiel em tudo, fiel o tempo todo.

"Saberás, pois, que o Senhor teu Deus é Deus, o Deus fiel..." (Deuteronômio 7:9). Esta qualidade é essencial ao Seu ser; sem ela Ele não seria Deus. Pois, ser Deus infiel seria agir contrariamente à Sua natureza, o que é impossível. "Se formos infiéis, ele permanece fiel: não pode negar-se a si mesmo" (2 Timóteo 2:15). A fidelidade ê uma das gloriosas perfeições do Seu ser, É como se Ele estivesse vestido com esta perfeição; "O Senhor, Deus dos Exércitos, quem é forte como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?!" (Salmo 89:8). Assim também, quando Deus Se encarnou, foi dito: "E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade o cinto dos seus rins" (Isaías 11:5).

Que palavra, a do Salmo 36:5 — "A tua misericórdia, Senhor, está nos céus, e a tua fidelidade chega até às mais excelsas nuvens". Muito acima de toda compreensão finita está a imutável fidelidade de Deus. Tudo que há acerca de Deus é grande, vasto, incomparável. Ele nunca esquece, nunca falha, nunca vacila, nunca deixa de cumprir a Sua palavra, O Senhor Se mantém estritamente apegado a cada declaração de promessa ou profecia, faz valer cada compromisso de aliança ou de ameaça, pois "Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa: porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?" (Números 23:19). Daí o crente exclama; "...as suas misericórdias não têm fim, Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade" (Lamentações 3:22-23).

A. W. Pink
In: Os Atributos de Deus.

A finalidade do homem

1. Qual é o fim supremo e principal do homem?
O fim supremo e principal do homem e glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.

Rm 11:36; 1 Co 10:31; Sl 73:24-26; Jo 17:22-24.

2. Donde se infere que há um Deus?
A própria luz da natureza no espírito do homem e as obras de Deus claramente manifestam que existe um Deus; porém só a sua Palavra e o seu Espírito o revelam de um modo suficiente e eficazmente aos homens para a sua salvação.

Rm 1:19-20; 1Co 2:9-10; 1Tm 3:15-17.

Catecismo Maior de Westminster
Domingo 1

Conversão


















Oh! quão cego andei e perdido vaguei,
Longe,longe do meu Salvador!
Mas do céu Ele desceu e Seu sangue verteu
P'ra salvar um tão pobre pecador.

FOI NA CRUZ, FOI NA CRUZ, ONDE UM DIA EU VI
MEU PECADO CASTIGADO EM JESUS;
FOI ALI, PELA FÉ, QUE OS OLHOS ABRI,
E AGORA ME ALEGRO EM SUA LUZ.

Eu ouvia falar dessa graça sem par,
Que do céu trouxe nosso Jesus;
Mas eu surdo me fiz, converter-me não quis
Ao Senhor, que por mim morreu na cruz.

Mas um dia senti meu pecado, e vi
Sobre mim a espada da lei;
Apressado fugi. em Jesus me escondi,
E abrigo seguro nEle achei.

Quão ditoso, então, este meu coração,
Conhecendo o excelso amor
Que levou meu Jesus a sofrer lá na cruz;
P'ra salvar a um tão pobre pecador.

HC 15

Fidelidade e recompensa

Há, entretanto, outras declarações que colocam o ensino a respeito das recompensas em uma perspectiva completamente diferente. Ao passo que Jesus faz apelo à recompensa, ele nunca usa a ética do mérito.

A fidelidade nunca deve ser exercida tendo em vista a recompensa; a recompensa de si mesma é assunto restrito completamente à graça. Precisamente, as parábolas que falam de recompensa deixam bem claro que toda recompensa, em última análise, é um problema atinente à graça. Quando um homem tiver exercido a mais elevada fidelidade, ainda assim ele não se fez merecedor de coisa alguma, pois não fez mais do que a sua obrigação (Lucas 17:7-10). A mesma recompensa é atribuída a todos que foram fiéis a despeito do resultado do seu trabalho (Mateus 25:21,23).

A recompensa é o próprio Reino dos Céus (Mateus 5:3,10), o qual é concedido àqueles para os quais ele foi preparado (Mateus 20:23; 25:34). Até mesmo as oportunidades de serviço são em si mesmas uma dádiva divina (Mateus 25:14 e s.). A recompensa torna-se graça livre, imerecida, e é descrita como fora de proporção ao serviço prestado (Mateus 19:29; 24:47; 25:21,23; Lucas 7:48; 12:37). Se bem que os homens devam buscar o Reino, ele é, mesmo assim, dom de Deus (Lucas 12:31,32). É o ato livre de vindicação de Deus que absolve o homem, não a fidelidade de sua conduta religiosa (Lucas 18:9-14).

George Ladd