Por que Deus ordena a conversão?

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O Senhor nos chama à conversão para tornar conhecido que é dEle mesmo que vem o poder e a força para nos converter verdadeiramente. Os preceitos e exortações das Escrituras sobre converter, arrepender, crer, e permanecer firme não são enviadas para que daí possamos concluir que temos poder em nós mesmos para fazer aquilo que nos é ordenado e exortado a fazer, mas eles são enviados para que possamos transformar tais preceitos em orações. Por exemplo, quando ouvimos o mandamento para crer, isto deve fazer com que clamemos como o pai da criança doente fez no Evangelho: "Senhor, ajuda me na minha falta de fé". Quando ouvimos o mandamento para rejeitarmos toda transgressão, devemos implorar como Davi: "Ordene meus passos em tua palavra, e não permita que a iniqüidade tenha domínio sobre mim". Quando ouvimos o mandamento para nos arrepender, isto deve fazer-nos usar a linguagem do penitente: "Converte-me, e converter-me-ei, porque tu és o Senhor meu Deus" (Jr 31:18).

Nathanael Vincent
In: Os puritanos e a conversão

21 comentários:

  1. Que doutrina foi defendida pela Igreja desde o início, e que continuou durante a história, oficialmente: a que ensina ou a que nega o livre-arbítrio do homem?

    Gledson Meireles.

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    1. Oi Gledson,

      Andava sumido, prazer vê-lo de volta.

      Quando você diz "oficialmente" está se referindo a ICAR, não é mesmo? Mas o fato da ICAR considerar uma doutrina oficial, torna essa doutrina verdadeira?

      Em Cristo,

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  2. Gledson,
    Isso tá cheirando um Argumentum ad populum...
    Se a gente for por esse caminho, é melhor voltar com a terra achatada e plana para a mesa de discussão!

    Os Judeus lá no talmude já defendiam a necessidade de livre-arbítrio para isentar Deus de alguma culpa pelo mal. Esse pensamento sobreviveu pelo cristianismo e ainda dá o que falar até hoje.

    Levando em consideração que até a revelação bíblica foi gradual, a teologia bíblica prova inequivocamente que a compreensão sobre Deus evoluiu desde o primeiro escritor bíblico até o último - Deus não se revelou totalmente em um único ato, não é de se espantar que o livre-arbítrio também não sofra do mesmo inconveniente.

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  3. Clóvis, obrigado e é um prazer estar de volta.

    Bem, refiro-me à ICAR. Acredito que uma doutrina verdadeira a Igreja tem que tê-la como oficial.

    André: É importante saber que o livre-arbítrio predomina na ICAR até os dias atuais, nunca tendo sido admitida sua negação.

    Você crê que, na evolução da compreensão doutrinal, o calvinismo encontrou a verdade sobre esse ponto?

    Até mais, em Cristo nosso Senhor.

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    1. Gledson, a verdade é aquela que você percebe.
      O calvinismo é a corrente que se alinha ao meu pensamento, à minha percepção da realidade.

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  4. André, é isso que a Bíblia ensina, ou tal coisa é típica da filosofia idealista? Esse pensamento constitui obstáculo para a procura da verdade.

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    1. Não, Gledson, isso constitui obstáculo apenas para o dogmatismo... só e nada mais!!!

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    2. Sou dogmático, e acredito que se alguém crê que é verdade o princípio de que: "a verdade é aquela que você percebe", e apega-se a esse, adere a outro tipo de dogmatismo. Mas é dogmático.

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    3. Portanto, a coisa só representa obstáculo a um dogmatismo em detrimento de outro, mas a verdade continua intacta! Deixe-me tentar ser mais claro quanto ao que me refiro como dogma.

      Veja só como funciona a coisa.

      O purgatório existe. Verdade absoluta!!!

      O Papa assina novo dogma: purgatório não é um lugar que existe depois da morte, é um fogo interior... e de repente puf! Sumiu o purgatório com todas as suas harpias e almas moribundas. Cadê a verdade? Ficou só no mito de Dante! Se era verdade, meu filho, não deveria simplesmente deixar de existir só porque desacreditei. A fada sininho só existe enquanto creio na existência dela, deixo de crer, e ela deixa de existir. Será assim também com a verdade da existência do purgatório?

      O único homem capaz de nos dizer o que era a verdade nos negou a resposta quando perguntou a Cristo o que era a verdade e simplesmente virou as costas... Ravi Zacharia

      Continuaremos aqui esperando pela resposta dEle!

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  5. Crê que o calvinismo é verdade, então ele o é para você. E se não for em si mesmo?

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    1. Gledson, responde só uma coisa. Tem como todo mundo está certo nessa pluralidade de opiniões? Um tem que está certo e o outro errado, não é?

      Minha percepção da realidade é aquela em que Deus é soberano e isso não se discute porque não vejo no homem nada que o coloque em posição de barganhar com Deus. Como disse John Piper "Deus não virou um idólatra do homem quando o criou". Ou como Deus mesmo disse a Jó "quem me deu alguma coisa para que eu tenha que retribuir?" A minha percepção de quem Deus é e de quem eu sou faz com que eu verifique que o posicionamento calvinista é verdadeiro.

      Se o arminiano vê o mundo de outra forma, é claro que o calvinismo estará errado, mas só mesmo diante da percepção de mundo dele. Por que ele pode estar errado! E antes que você diga alguma coisa, nós também!

      Mas NÃO TEM COMO os DOIS estarem certos sobre opiniões excludentes. Entende?

      E por último, coisa que já foi tentada aqui diversas vezes, precisamos definir o que é livre-arbítrio. Quando o calvinista entende o estado de depravação total do homem (que não há nada no homem que não esteja comprometido pelo pecado, incluindo sua vontade) é impossível que o homem esteja LIVRE para arbitrar alguma coisa!

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  6. NESSE caso, não há certeza absoluta então? E a verdade absoluta?

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  7. Não exite essa de verdade absoluta! Alias, a verdade existe, ela está por aí... o que não exite é a percepção unânime dela. A tal verdade "absoluta" depende de ser percebida por alguém. Portanto, a verdade será sempre subjetiva, nunca objetiva.

    Se não é assim, que foi isso que o Ratzinger fez com o purgatório? Ele deixou de enxergar a verdade absoluta?

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  8. André, não estou lembrado sobre a mudança com relação ao purgatório. Já me falaram disso, mas não encontrei nada. Poderia especificar melhor?
    Em Cristo,
    Gledson.

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  9. Ah, lembrei-me de que no ano passado o papa nos deu uma catequese sobre Santa Catarina de Gênova, a qual é conhecida por sua explicação do purgatório.

    O Papa falou sobre Catarina de Gênova (1447-1510) e a visão dessa santa sobre o purgatório. Cita Livro do ano de 1551.

    Na conversão de santa Catarina ela conheceu suas misérias e defeitos e a bondade de Deus. Sua ascese tinha por objetivo demonstrar seu amor a Deus. Ela abandonou-se na mão do Senhor.

    Santa Catarina não teve revelação particular sobre o purgatório. Sua vida cristã, e “sua experiência de união com Deus” auxiliou a teologia a explicar o Evangelho, aprofundando-o.

    Segundo sua experiência mística, ela fala do purgatório não como fogo exterior, mas interior (cf. Vida admirável, 171v).

    A santa viveu o purgatório na terra: “E este é o fogo que purifica, é o fogo interior do purgatório.”

    “A alma está consciente do imenso amor e da justiça perfeita de Deus e, por conseguinte, sofre por não ter correspondido de modo correcto e perfeito a tal amor, e precisamente o amor a Deus torna-se chama, é o próprio amor que a purifica das suas escórias de pecado.”

    “Quando Deus purifica o homem, liga-o com um fio de ouro extremamente fino, que é o seu amor, e atrai-o a si com um afecto tão forte, que o homem permanece como que «superado, vencido e totalmente fora de si».”

    Falando aos peregrinos, o papa diz: “para todos vai a minha saudação amiga de boas-vindas, com o convite a aderirdes sempre mais a Jesus Cristo e a fazerdes do seu Evangelho o guia do vosso pensamento e da vossa vida”. Sigamos isso!

    Certamente você se referiu a esse sermão do papa, proferido em 12 janeiro de 2011. Santa Catarina tinha em foco a experiência do espírito do homem, sendo moldado pela graça de Deus. Ao invés de seguir a explicação comum, dos tormentos do fogo purificador vindo de fora, ela fala da purificação da alma em sua intimidade, sem negar esse. É como mostrar o outro lado da moeda. Enriqueceu, com suas palavras e vida cristã, a mesma doutrina da Igreja.

    Eu, particularmente, aprendi muito com essa catequese.

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  10. André, o purgatório continua como dogma imutável. É uma verdade de fé. O papa, no final, diz assim: "Escrevendo acerca do purgatório, a santa recorda-nos uma verdade fundamental da fé, que se torna para nós um convite a rezar pelos defuntos, a fim de que eles possam chegar à visão beatífica de Deus na comunhão dos santos."

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  11. Oque é ICAR?

    Na paz do Cordeiro

    Anderson Demoliner

    Sola Gratia

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  12. Sobre a questão do purgatório vale ressaltar umas coisas:

    1- A nova enciclopédia católica reconhece abertamente que a doutrina do purgatório não está explicitamente expressa na bíblia (11.1034).

    2- De acordo com o ensino católico, o purgatório envolve apenas pecados veniais mais quando eles se utilizam por exemplo de Mateus 12.32,o pecado descrito no texto não é venial mais mortal,sendo eterno e imperdoável. Como é possível que uma declaração,a respeito da impossibilidade de perdão para um pecado mortal na vida vindoura, constitua a base para um argumento que diz que pecados não mortais serão posteriormente perdoados?

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  13. Prezado,
    Se sem fé é impossível agradar a Deus, sendo que a fé é dada por Deus??? Como me converter?? ou é Deus quem me converte?? Sds, Mirna.

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    1. Olá Mirna,
      É exatamente isso mesmo! A fé é um dom e sua conversão é sobrenatural. Posso citar dois textos:

      1) os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus. João 1:13

      2) Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus;

      A graça e a fé não vêm de nós, é dom de Deus!

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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