É óbvio que o Reino de Deus requer o conceito de Deus como Rei, o governante sobre todas as coisas criadas. Claro que Daniel conhecia o Senhor como tal, mas é importante observar que algumas das afirmações mais enérgicas dessa verdade saíram dos lábios de monarcas pagãos.
Nabucodonosor, depois de conhecer o sentido da imagem de seu sonho, confessou a Daniel: “Não há dúvida de que o seu Deus é o Deus dos deuses, o Senhor dos reis” (Dn 2.47). E ele, logo depois do salvamento dos três jovens judeus da fornalha em fogo, foi compelido a louvar o Deus deles e a admitir que “nenhum outro deus é capaz de livrar alguém dessa maneira” (Dn 3.29). Depois, o mesmo rei, em duas declarações de gratidão ao Deus de Israel, referiu-se a ele como “o Deus Altíssimo” cujo “reino é um reino eterno” e cujo “domínio dura de geração em geração” (Dn 4.2,3). Ele, Nabucodonosor, tem de “louv[ar], exalt[ar] e glorific[ar] o Rei dos céus, porque tudo o que ele faz é certo, e todos os seus caminhos são justos” (v. 37).
O rei Dario (o meda; cf. Dn 5.30) não ficou menos convencido da soberania do Senhor. Ele, depois de testemunhar a libertação de Daniel da cova dos leões, ordenou que só o Deus de Daniel fosse adorado, “pois ele é o Deus vivo e permanece para sempre; o seu reino não será destruído, o seu domínio jamais acabará” (Dn 6.26). No que diz respeito ao assunto, o fato de ele, ou Nabucodonosor, ter crido no que disse e, assim, ter se convertido ao iavismo é bastante irrelevante para o ponto de que, pelo menos, os dois estão no registro como tendo declarado que o Senhor é Deus e que eles e toda a humanidade devem se submeter à soberania dele.
Eugene H. Merrill
In: Teologia do Antigo Testamento
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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott
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