Um discípulo (do latim discípulus, "aluno ou aprendiz", que corresponde ao grego mathetes, de manthano, "aprender") é basicamente o aluno de um mestre. O termo hebraico correspondente limmûd não émuito comum no AT (Is 8:16; 50:4; 54:13; cf. Jr 13:23), mas nos escríticos rabínicos o talmid (cf. 1Cr 25:8) é uma figura muito familiar como o aluno de um rabino, de quem aprendia osaber tradicional. No mundo grego, da mesma maneira, os filósofos estavam rodeados de seus alunos. Dado que os alunos comumente adotam os ensinos característicos de seus meses, a palavra chegou a significar aderente a uma concepção particular na religião ou filosofia.
O uso que lhe davam os judeus se vê nas referências neotestamentárias aos discípulos dos fariseus (Mc 2:18). Os judeus se consideravam, em última instância, discípulos de Moisés (Jo 9:28), já que seus ensinos formavam a base da instrução rabínica. Os seguidores de João Batista eram conhecidos como seus discípulos (Mc 2:18; Jo 1:35). Provavelmente se aplicava este termos aos seus seguidores mais chegados. Praticavam a oração e o jejum de acordo com suas instruções (Mc 2:18; Lc 11:1) e alguns deles lhe prestaram auxílio quando estava no cárcere e se ocuparam de seu sepultamento (Mt 11:2-7; Mc 6:29).
Ainda que Jesus (assim como João) não foi reconhecido oficialmente como um mestre (Jo 7:14s), etre o povo era cconhecido como mestre ou rabino (Mc 9:15; 11:21; Jo 3:2) e os que se associavam com ele eram conhecidos como discípulos. O vocábulo pode aplicar-se a todos aqueles que aceitavam sua mensagem (Mt 5:1; Lc 6:17; 19:37), mas também pode referir-se mais precisamente aqueles que o acompanhavam em viagens (Mc 6:45; Lc 8:2s; 10:1) e especialmente os doze apóstolos (Mc 3:14).O discipulados se baseava num chamamento de Jesus (Mc 1:16-20; 2:13s; Lc 9:59-62; ainda Lc 9:57 pressupõe um convite por parte de Jesus em termos gerais). Compreendi a lealdade pessoal a Ele, expressa em outorga-lhe absoluta fidelidade e em segui-lo em todo momento (Mc 6:45; Lc 14:26-33). Em alguns casos, pelo menos, significava literalmente o abandono do lar, de compromissos comerciais e de posses (Mc 10:21,28), mas em todos os casos a disposição de por em primeiro lugar as demandas de Jesus, sem calcular o custo, era a condição primordial. Semelhante atitude sobrepassada amplamente a relação normal aluno-mestre, e deu um novo sentido à palavra "discípulo". A fé em Jesus e a fidelidade diante dele são as condições que vão determinar a sorte dos homens no juízo final (Lc 12:8s). Aqueles que se fizeram discípulos foram ensinados por Jesus e designados como seus representantes para pregar sua mensagem, expulsar demônios e curar os enfermos (Mc 3:14s). Ainda que essas responsabilidades foram designadas primeiramente aos Doze, não estavam limitadas a eles (Mc 5:19; 9:38-41; Lc 10:1-16).
Segundo Lucas, os membros da igreja primitiva eram conhecidos como discípulos (At 6:1s, e frequentemente depois desse momento). Isto esclarece que os discípulos terrenos de Jesus formaram o núcleo da igreja e que o modelo da relação entre Jesus e Seus discípulos terrenos serviu de pauta para o relacionamento e o Senhor ressuscitado e os membros de Sua igreja. Sem dúvida, o vocábulo não aparece fora dos evangelhos e Atos e outros escritores neotestamentários utilizaram uma variedade de termos (crentes, santos, irmãos) com o fim de expressar de forma mais completa as características de discipulado depois da páscoa.
J. D. Douglas
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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott
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