Cristo morreria por quem não Ele orava?
2 comentários:
"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott
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Cara, esse seu post/tradução fez sucesso! Parou até na boca dos fundamentalistas TULIP do "Bereianos"!
ResponderExcluirPena, porém, que Turretin não foi muito original. Um dos argumentos de Owen, em seu megalivro a favor do L da TULIP, também foi o de anexar intercessão com expiação. Só que, se não me engano, Owen usou Hebreus.
Há um bom tanto de problemas, de toda forma:
1 - Não há por que afirmar que a intercessão tem que ter a mesma abrangência da expiação. Afinal, o evento que marca a provisão da expiação é singular, enquanto os eventos relacionados às intercessões é plural, pelo menos um para cada crente (e talvez mais um tanto por coisas mais abstratas como a Igreja, a nação de Israel, uma congregação local ETC).
Ênfase, aliás, no crente - os eleitos-ainda-não-crentes estão debaixo da ira de Deus e sob o jugo de Satanás, como São Paulo acentua. Logo, não colhem os benefícios da expiação, não até que creiam "mediante a graça irresistível".
2 - O trecho de Jo 17.9 em momento algum diz que é impossível ou que jamais foi intenção de Jesus interceder pelo mundo. Apenas se conclui que naquele momento o mundo não era um alvo direto de sua intercessão.
E bem, acho que não tem como saber (a não ser por revelação divina) se Jesus em algum momento de sua vida terrena (ou em alguma aparição após isto) afirmou uma recusa completa em interceder pelos reprovados, e muito menos saber se esta recusa foi porque lhe era impossível interceder por aqueles que o Pai 'nunca amou'.
Diga-se de passagem, Lucas registra que Jesus, no Gólgota, pediu perdão por aqueles que "não sabem o que fazem". É bem capaz que muitos neste montante não tenham sido eleitos para salvação, afinal . Tanto é que Jesus chamou Jerusalém de assassina de profetas, e assinalou o juízo de Deus contra ela. Sei lá, pode ser que Jesus deixou subentendido a sua impossibilidade de orar pelos réprobos, e sua oração implicitamente foi somente pelos eleitos que O desprezavam ali...
P.S.: Porém, não posso deixar de mencionar, ainda que de passagem, que calvinistas dificilmente concordam até em coisas fundamentais. A partir daqui, é mera divagação e espero que não encarem como argumento. Mas Charles Spurgeon, em um de seus sermões, nos convoca a pregar o Evangelho da Salvação por aqueles que vão parar no inferno, de tal forma que ninguém esteja sem aviso e "... sem que se tenha intercedido por essa pessoa". Sabemos também que Spurgeon orava pela salvação da maneira mais indiscriminada possível - a ponto de pedir a Deus que "eleja alguns mais".
Assim sendo, na visão de Turretin, Spurgeon está querendo ser mais que Deus, nos incitando a pregar e interceder por aqueles que Deus sempre odiou e Cristo foi incapaz de não desprezar. Como eu disse, só uma divagação...
Olá, a paz de Cristo.
ResponderExcluirPor quem Jesus orava quando disse: "Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem."? (Lc. 23:34). Essa frase pode ser encarada como uma intercessão? Caso possa, ela foi respondida?
Aguardo resposta, desde já grato.
Rafael Filgueira.