A vida do cristão é uma guerra

Os que tem aprendido a responsabilidade entendem a seriedade e a severidade da dor da vida. Mas se a vida em geral é difícil, a vida do cristão é guerra. Guerra? A plavra te surpreende? Não deveria surpreender. E, sem dúvida, a igreja em geral vai perdendo esta perspectiva da vida mais e mais todos os dias.

É triste como a igreja vê Jesus Cristo. Em vez de ve-lo como Senhor de toda a terra, o Criador e Sustentador e único Redentor da humanidade, Alto e Sublime e sentado sobre seu trono, muitos (e dentro da igreja!) o vê apenas como um amuleto que serve para garantir a sorte no amor, na economia, na saúde e no trabalho. Até o slogan da Coca-cola tem sido adpatdado pra chamar os ímpios a uma relação pessoal com o Rei do Universo: as coisas andam melhor com Jesus Cristo. Para um cristianismo ocidental que conhece relativamente pouco da perseguição verbal e física, tal convite pode parecer linda e animadora. Sem dúvida, como o cristinianismo do resto do mundo sabe e cada cristão verdadeiro tem aprendido, a vida cristão não é nada fácil. Frequentemente, em vez de linda e cheia de bênçãos, a vida cristã é árdua, tortuosa e problemática.

Para os que pensam que alguém pode simplesmente agregar a Cristo à vida para que as coisas andem melhor, Cristo aconselha que considere o custo antes de comrpometer-se a seguir após Ele (Lucas 14:28-29). Não há ninguém que siga após Cristo sem custo. Não nos ensinou Cristo que seríamos odiados pelo mundo? Não comparou Paulo a vida cristã à guerra quando mandou a Timóteo que fosse um soldado? Não nos diz João no Apocalipse que temos que ser fiel até à morte para receber a coroa da vida?

A vida Cristã é sim uma guerra, uma guerra contro o erro que Satanás tem infiltrado na igreja evangélica, uma guerra contra a depravação de nossos próprios corações idólatras, uma guerra contra a inércia espiritual e a carnalidade, e uma guerra contra o mundo, que se opõe a tudo que a igreja valoriza. Estes são inimigos gigantescos que a igreja e cada membro dela tem que confrontar dia após dia. Mas também se deve advertir que estes inimigos não morrem facilmente. Os vencemos hoje apenas para batalhar contra eles amanhã. Tal é a natureza dessa guerra.

A guerra é um evento que se compões de episódios de luta, que chamamos batalhas. No vocabulário bíblico, as chamamos provas ou tribulações. Às vezes, passam os dias, semanas, e até meses sem muitas provas, mas eventualmente, estas batalhas nos chegam a todos. Se você não está passando por uma prova, prepare-se, porque amanhã poderá estar envolvido em uma batalha que lhe parecerá irá arruinar a sua vida.

Estes episódios de conflito e luta espiritual não devem nos surpreender. Paulo, que conhecia demasiado bem o significado de tribulações, sentiu a necessidade de advertir tanto a igreja em geral como seus amigos mais próximos sobre a promessa de provas iminentes:

“Fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.” (Atos 14.22)

“E enviamos nosso irmão Timóteo, ministro de Deus no evangelho de Cristo, para, em benefício da vossa fé, confirmar-vos e exortar-vos, a fim de que ninguém se inquiete com estas tribulações. Porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto; pois, quando ainda estávamos convosco, predissemos que íamos ser afligidos, o que, de fato, aconteceu e é do vosso conhecimento.” (1Tessalonicenses 3.2–4)

“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2Timóteo 3.12)

Mas não somente Paulo que escreveu sobre a realidade das tribulações na vida dos crentes. Pedro escreveu toda uma epístola a respeito dos sofrimentos e como devemos enfrentá-los. Tiago dedica espaço a este tema, do mesmo modo que João no livro de Apocalipse, onde descreve as tribulações da igreja durante os séculos da história. Este tema, como já temos visto, foi um tema repetido por Jesus Cristo em seus sermões mais conhecidos (Mateus 5-7; 24-25).

Quão diferente é este evangelho de tomar a cruz, morrer para si mesmo a cada dia e seguir após Jesus Cristo para ser perseguido e odiado pelo mundo e pelos líderes que promovem o evangelho popular! Segundo muitos dos novo (e falso!) evangelho, Paulo padeceu devido a sua falta de fé. Eles insistem que deus quer que vivamos com todos os bens que desejamos e merecemos por sermos os filhos do Rei dos reis. Dizem que cada cristão deve viver em vitória. Mas o problema aqui é sua ideia do que significa vitória. Definem vitória como ter o melhor deste mundo.

No entanto, esse "evangelho" é uma contradição ao ensinamento claro das Escrituras. A Bíblia nos ensina que há somente uma vida vitoriosa e não é a nossa. Cristo conquistou a vitória, mas Sua vitória veio por meio de uma cruz. Sua vitória, que é imputada a nós pela fé, foi por haver conquistado a morte. Há vitória em Jesus, não há dúvida. Mas essa vitória em nossa experiência não se realiza completamente até a eternidade. O cristão é aquele que investe sua emoções, seus esforços e seus anelos em outro reino. Não se contenta com o que este mundo oferece. Busca, como Abraão e os patriarcas outra cidade, uma cidade celestial, cujo Arquiteto e Construtor é Deus.

Steven Henning
In: Esperanza en medio de la crisis: Lo que la biblia enseña acerca del sufrimiento.

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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