Cristo, nosso exemplo no sofrimento

Primeiramente, Pedro lembra aos crentes que o próprio Cristo sofreu; e lhes diz que eles são “participantes das aflições de Cristo” naquilo que agora suportam. “Ora, pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este pensamento” (1Pe 4:1). “Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo” (1Pe 4:13). A lembrança dos sofrimentos do seu Mestre santificará e amenizará o seu sofrimento e dor.

A resposta cristã ao problema do sofrimento deve pôr-se face a face ante este fato supremo. Fora daí, realmente não há resposta. Mas as Escrituras são muito enfáticas sobre isto. Os profetas O viram assim: “homem de dores, e  experimentado nos trabalhos” (Is 53:3). Os Evangelhos O apresentam como Alguém que “tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças” (Mt 8:17). Os apóstolos declaram que Ele “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si: mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Fp 2:7,8). E mais: “para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (1Pe 2:21). Ainda mais do que isto nos é revelado. A razão do sofrimento é dada pormenorizadamente. “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de  eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb 5:8,9). E digno de nota o fato de que, sempre que o exemplo de Cristo nos é apresentado nas Escrituras para nossa imitação, é Seu exemplo no sofrimento; que é citado.

Isso é altamente significativo. Indubitavelmente, o nosso Senhor tinha disposição para a obediência desde o princípio dos Seus dias na terra. Todavia, foi na escola do sofrimento que Ele aprendeu a prática da obediência. Através de um longo curso de provação e sofrimento Ele aprendeu a obediência. A dispensa do sofrimento teria significado dispensa da liderança. “Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles” (Hb 2:10). O sofrimento ficou gravado em cada passo que Jesus deu. Por esta razão, “naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hb 2:18).

Se havemos de responder à pergunta “Sofrimento — bem ou mal?”, devemos partir daqui. No coração da história está Jesus Cristo. Ele foi aperfeiçoado mediante o sofrimento. Submeteu-Se livremente à agonia e à ignominia da cruz, e ali sofreu por todos os homens. Ao fazê-lo, esgotou o cálice do sofrimento até o fim. O sofrimento Lhe era necessário. Deus usou o sofrimento para prepara-lO para o sacrifício supremo. Ele Se encarnou para poder aprender a obediência. Suportou a vontade divina como um jugo, em vez de brandi-lo como um cetro. Este é o credo do cristão. Cristo mesmo provou o sofrimento até às maiores profundezas. Portanto, Ele entende. Por conseguinte, Ele pode socorrer os que passam por sofrimentos e provações.

William Fich
In: Deus e o mal

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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