Deus, governador


Deus governa o universo pela regência direta de seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo ( Mt 28. 18 cf  Cl 2. 15-17 ), a quem todo poder foi conferido nos céus e na terra. 

Cremos que o Criador, na unidade trina, governa a obra criada de maneira direta e eficiente, cuidando das mínimas e das máximas  coisas com divino zelo; conservando a ordem vital e mantendo todas as leis naturais e cósmicas sem degeneração e sem conflitos. Excepcionalmente pode intervir nos códigos e nos sistemas dos vários conjuntos universais, suprimindo funções ou alterando conseqüências tanto na ordem física como na biológica. Ele, o Criador onipotente, segundo a sua soberana vontade e inescrutáveis propósitos, pode operar normalmente tais alterações que nós, na humildade de nossos conhecimentos, chamamos "milagres". Quem criou, estabeleceu e ordenou as leis das ordens natural e cósmica, tem poder para alterá-las, suspendê-las, mesmo que seja temporariamente, ou suprimi-las, mudando o curso normal das coisas. Quando isto acontece, alistamos o fenômeno no rol do “desconhecido” ou “inusitado”. 

O mundo, cremos, não está  à  deriva no espaço sideral, nem experimenta o início de um estado caótico, pois a mão do Criador repousa sobre ele; o Rei do universo governa-o direta e eficazmente. Nada acontece à revelia de nosso Deus, mesmo as catástrofes naturais, embora sejam inexplicáveis à luz de nossa lógica empírica, de nossa limitadíssima razão, ou mesmo de nossa fé, quando encaramos a misericórdia de Deus sem o contraditório do pecado e sem o confronto com sua retíssima justiça. 

Nosso planeta, criado para ser o paraíso do homem, experimenta conturbações meteorológicas e geológicas imprevisíveis, reagindo à depredação irracional do sistema ecológico e à intoxicação atmosférica por gases poluentes dos motores, das siderúrgicas e das indústrias petroquímicas; opondo-se também à radioatividade das bombas atômicas, da usinas nucleares, do lixos atômicos. Não são desprezíveis os danos dos agrotóxicos. Estamos, por outro lado, diante da imprevisibilidade dos transgênicos; esta intervenção do homem na biologia e na fisiologia da flora e da fauna. Não sabemos para onde a ciência bioquímica nos conduzirá. Matando seu meio ambiente, o homem comete suicido coletivo. 

Deus também cria civilizações, levantando impérios e abatendo domínios. Ele é o Senhor da História e dispõe dos homens como bem lhe aprouver, conforme seus propósitos. Nenhum poder surge ou cai, a não ser pelas mãos potentíssimas do Rei dos reis ( Gn 50. 20; At 2. 23; At 13. 26-39 ). A Igreja é o reino especial de Jesus Cristo, uma pequena militância neste mundo, minoria, certamente, mas se destina à consumação, quando  então não terá concorrente; reinará com o Cordeiro, sem a oposição de homens perversos e sem a tentação do maligno, no “novo céu e na nova terra”. 

Autor desconhecido
Comentário ao Catecismo de Heidelberg

3 comentários:

  1. Clóvis, vc sabe se a teologia adventista está alinhada com o Teísmo Aberto?

    Na última postagem do 'Titã Quadros' ele elogiou um comentário, que me parece... me parece... ter alguma ligação com o TA... vc sabe sobre isso?

    Sei que as Testemunhas de Jeová, por causa da doutrina de Fausto Socino, nega a onipresença e onisciência (constante) de Deus.

    ResponderExcluir
  2. Clóvis, vc sabe se a teologia adventista está alinhada com o Teísmo Aberto?

    Na última postagem do 'Titã Quadros' ele elogiou um comentário, que me parece... me parece... ter alguma ligação com o TA... vc sabe sobre isso?

    Sei que as Testemunhas de Jeová, por causa da doutrina de Fausto Socino, nega a onipresença e onisciência (constante) de Deus.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Luciano,

      Até onde eu saiba, eles creem na plena onisciência e onipresença de Deus. Mas não tive tempo de pesquisar especificamente, estou recorrendo ao meu conhecimento geral.

      Em Cristo,

      Excluir

"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.