Tem luz, mas vivem de acordo com essa luz? Paulo rechaça com desdém essa ideia, na arrazadora acusação de Romanos 3:9-19: “todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado... não há justo, nem um sequer... não há quem busque a Deus... não há quem faça o bem...não há temor de Deus diante de seus olhos”. De fato, os jejuns e as peregrinações são uma confissão silenciosa de que não são merecedores. As palavras de Horácio, "vejo um caminho melhor, sigo o pior", nos lembram o angustioso clamor de Paulo: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.” (Romanos 7.15,19).
Depois de uma vida de experiência no paganismo na China, o missionário Hudson Taylor afirmou que jamais havia encontrado um chinês, fosse erudito ou lavrador, que por um instante pretendera ter vivido de acordo com a luz que possuía. Em sua perversidade haviam deificado pedaços de madeira e pedra e adorado a coisas criadas, desde o Sol até a baratas, ao invés do Criador. Retraíam-se da luz e deleitaram-se no crime, no pecado e na concupiscência. Se não devemos julgá-los por nossa luz sobrenatural, serão julgados pela sua própria luz.
"Há algum pagão que tenha vivido de acordo com suas próprias normas morais, suas normas de bem e de mal?", perguntou o doutor A. T. Pierson, ex-editor do The Missionary Review of the World (Revista Missionária do Mundo). "Respondemos: 'não! todos pecaram'. Não haveria alguma pagão que tenha vivido de acordo com as suas próprias normas? Por que todos pecaram e em consequência são culpados? Nossa resposta seria: 'pela mesma razão que nos países chamados cristãos todos tem pecado'. Por natureza, 'não há um justo, nem um sequer'. Qual é a razão? Por que somos uma raça caída e nascemos no mundo com uma tendência ao pecado que nos predispõe e inclina para o mal". Como disse Davi, 'em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe'. Este pecado 'original' não consiste em seguir a Adão (como alguns falsamente pretendem), mas na corrupção da natureza humana com que todo descendente de Adão aparece no mundo; uma corrupção na qual o homem está muito longe da justiça original e por sua própria natureza está inclinado ao mal continuamente. E devido a esata corrupção da natureza humana no pagão, igual a daqueles nascidos em terra evangelizadas, o pecado intrínseco assume a supremacia, dominando a vontade, capturando e escravizando a alma; de modo que se bem que os homens aprovem o bem, farão o que eles mesmos declaram ser mal. E não há exceção alguma a esta regra, fora da graça salvadora de nosso Senhor Jesus Cristo."
Longe de viver de acordo com a luz que tem, os pagãos tanto quanto os outros homens, tem violado suas próprias consciências ao fazer o que eles mesmos sabem ser errado e isto os torna responsáveis por suas ações.
J. Oswald Sanders
Están Perdidos?
Tradução livre por Cinco Solas
SEJA O PRIMEIRO A
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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott
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