Destruindo o "Teorema do Macaco Infinito"

Todos os sonetos são do mesmo comprimento. São, por definição, compostos de catorze versos. Escolhi aquele do qual decorei o primeiro verso, que diz: "Devo comparar-te a um dia de verão?". Contei o nú­mero de letras. Há 488 letras nesse soneto. Qual é a probabilidade de, digitando a esmo, conseguirmos todas essas letras na exata seqüência em todos os ver­sos? Conseguiremos o número 26 multiplicado por ele mesmo, 488 vezes, ou seja, 26 elevado à 488ª potência. Ou, em outras palavras, com base no 10, 10 elevado à 690ª potência.

Agora, o número de partículas no universo — não grãos de areia, estou falando de prótons, elétrons e nêutrons — é de 10 à 80ª. Dez elevado à octagésima potência é 1 com 80 zeros à direita. Dez elevado à 690ª é 1 com 690 zeros à direita. Não há partículas suficien­tes no universo com que anotarmos as tentativas. Se­ríamos derrotados por um fator de 10 à 600ª. Se tomássemos o universo inteiro e o convertêssemos em chips de computador — esqueçam os macacos —, cada chip pesando um milionésimo de grama e sendo capaz de processar 488 tentativas a, digamos, um mi­lhão de vezes por segundo, produzindo letras ao aca­so, o número de tentativas que conseguiríamos seria de 10 à 90ª. Mais uma vez, seríamos derrotados por um fator de 10 à 600ª. Nunca criaríamos um soneto por acaso. O universo teria de ser maior, na propor­ção de 10 elevado à 600ª potência. No entanto, o mun­do acredita que um bando de macacos pode fazer isso todas as vezes.

Garry Schroeder
Citado por Antony Few em "Um Ateu Garante: Deus Existe"
Nota: O "teorema do macaco infinito", apresentado sob diversas formas, defende a possibilidade de a vida ter surgido por acaso, usando a analogia de uma multidão de macacos batendo nas teclas de um computador e, em dado momento, acabarem por escrever um soneto digno de Shakespeare.


4 comentários:

  1. Não esqueça que o teorema do macaco infinito não propõe (até porque não convém propor) o "espaço" utilizado pelas informações, mas sim que todas as informações podem ser inseridas em determinada ordem, mesmo que ao acaso, com um número infinito de tentativas. Portanto, este teorema pode ser dito como verdadeiro, mesmo que sem espaço, por se tratar apenas de número de tentativas.

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  2. Continuação da Nota ao fim do post (que foi retirado da wikipedia):

    "Pode-se também pensar que, com infinitos macacos infinitos, algum deles irá quase certamente criar um texto qualquer escolhido como primeiro texto a ser digitado.
    Neste contexto, "quase certamente" é um termo matemático com um significado preciso, enquanto que o "macaco" é apenas uma imagem, não um símio verdadeiro; trata-se de uma metáfora para um dispositivo abstracto que produza uma sequência aleatória de letras ad infinitum. O teorema ilustra os perigos do raciocínio sobre o infinito ao imaginar um número muito grande mas finito, e vice versa. A idade do universo é diminuída relativamente pelo tempo que levaria a um macaco para obter um texto igual ao Hamlet, de modo que num sentido físico tal nunca aconteceria."

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teorema_do_macaco_infinito

    Leia direito e não distorça as coisas :)

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  3. Destruio ? Não vi nada sendo destruido, só apontou seu ponto de vista. O qual eu não concordo.

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  4. O erro de interpretar infinito como um número grande, porém finito. A única coisa destruída aqui foi a reputação da sua capacidade de raciocínio

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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