A forma e o significado do batismo


A maneira de aplicar esta ordenança, segundo a Escritura, é por submergir o corpo inteiro sob a água. E sendo um sinal, tem que corresponder com o que ele significa, que é o seguinte: primeiro, o lavamento da alma inteira no sangue de Cristo; segundo, os benefícios comunicados aos santos pela morte, sepultamento e ressurreição de Cristo; terceiro, uma confirmação da fé, que assim como certamente o corpo está sepultado sob a água e se levanta outra vez, assim também os corpos dos santos se levantarão pelo poder de Cristo, no dia da ressurreição, para reinar com Cristo.

Artigo 40
Primeira Confissão Londrina, 1642/44

14 comentários:

  1. "A >>maneira<< de aplicar esta ordenança, >>segundo a Escritura<<, é por submergir o corpo inteiro sob a água."

    Uma afirmação tão categórica, sem clara referência, induz a uma conclusão precsptada. Dizer que a palavra 'batismo' sugere isso, é uma coisa (e até aí, tudo bem). Dizer que a >>maneira<< é segundo a Escritura, é ir um ponto além...

    Que pena que a Confissão Batista não teve a sensatez do Didaquê que, pelo que parece, poderia dar uma informação histórica bem mais antiga [1500 anos antes, talvez!]:

    "Quanto ao batismo, faça assim: depois de ditas todas essas coisas, batize em água corrente, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Se você não tiver água corrente, batize em outra água. Se não puder batizar com água fria, faça com água quente. Na falta de uma ou outra, DERRAME água três vezes sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo."

    Noto que não houve dicussão se deveria usar outra coisa no lugar da água... também, o batismo trinitário está bem estabelecido... mas a "maneira"... aaa maneira!!!

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    1. Ô Luciano, acho que agora você foi longe demais!!! Lembre-se que a Escritura afirma categoricamente, sobre o BATISMO com o Espírito Santo:

      "E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que mergulharei toda carne no meu Espírito; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos terão sonhos;

      E também mergulharei os meus servos e as minhas servas no meu Espírito naqueles dias, e profetizarão;"

      Atos 2:17-18 - VB (Versão Batista) :D

      É evidente que não é isso que está escrito, e se a própria Escritura dá testemunho de que o BATISMO com o Espírito Santo, é um derramar, e não um mergulhar, deste mesmo Espírito sobre a Igreja, deveria pelo menos nos fazer ir além da simples leitura etimológica, até porque Paulo fala que os israelitas foram batizados na nuvem e no mar, e nenhum deles foi imerso em nenhum dos dois, aliás no mar apenas faraó e seu exercíto, mas eles não contam.

      Infelizmente, muitos dão mais valor a forma, que ao simbolo, ao conteúdo, ao significado do batismo. A AD-PE por exemplo, não aceita o batismo por aspersão dos presbiterianos, isso a meu ver é uma lástima.

      Ednaldo.

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    2. Quando falei "muitos" não estou me referindo especificamente ao Clóvis, pois não sei o que ele pensa acerca disso, embora tenha certeza de que ele é imersionista.

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    3. Luciano,

      Quanto ao Didaquê, ele não diz que a forma normal de batismo é "em água corrente"? E que as outras formas são aceitáveis, "se não tiver água corrente" ou se "não puder batizar com água fria"? Parece-me que o "derramar" é uma forma aceitável, caso a imersão é água corrente não seja possível.

      Pela minha resposta, você percebe que sou imersionista, porém não imerso-exclusivista, caso as circunstâncias exijam outra forma.

      Mas será que a aspersão (na verdade efusão, no Didaquê) é a forma bíblica ou apenas uma conveniência?

      Em Cristo,

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    4. Ednaldo,

      No caso de At 2:17-18, o termo é mesmo derramar, portanto, não faz sentido sua "tradução batista" para o mesmo. Faria, isso sim, se fosse uma "tradução pedobatista", pois aí os termos batizar e derramar seriam intercambiáveis. Nas verdade, teria que ser "aspergir".

      Quanto ao batismo na nuvem e no mar, creio que sua afirmação é mais pertinente. Porém, sem considerar a relevância disso, menciono que no verso anterior é dito que eles "estiveram sob a nuvem" e "passaram pelo mar", imagens mais próximas da submersão do que do aspergir. Ou teria algum sentido dizer que a nuvem e o mar foram derramados neles?

      E para não deixá-lo em dúvida quanto à minha posição. Sou imersionista, mas não coloco a forma acima da essência. Assim, consoante a minha denominação, presbiterianos e metodistas batizados na infância são recebidos por confissão de fé e não rebatizados.

      Em Cristo,

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    5. É bom lembrar que presbiterianos batizam adultos também por aspersão. Mas o derramar está mais próximo do batismo por efusão.

      Acho que sua posição que aliás, é próxima da minha, pois para mim qualquer forma de batismo é válida, seja imersão, seja aspersão, ou mesmo efusão. Pois a mim o que importa é a essência.

      Ednaldo.

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  2. Ednaldo e Clóvis, essa questão do batismo é estranha... agente não observa igrejas se 'excluindo [e] -se' quanto a maneira da Santa Ceia.

    Se é suco de uva, pão com ou sem femento, muito ou pouco, semanal, mensal trimestral, etc...

    De qualquer forma, Clóvis, a igreja "O Brasil para Cristo" tem essa postura que vc disse? Eu não sabia disso...

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    1. Infelizmente, acho que as igrejas "se excluem" por causa da ceia. Aliás, talvez a maior divergência dos reformadores foi quanto à Ceia, ainda que não necessariamente quanto à forma.

      Sim, essa é a posição da OBPC, porém, não posso garantir que toda igreja local vá pôr isso em prática. Mas pessoalmente não lembro de ter visto ou saber de um presbiteriano ou metodista rebatizado.

      Isso fica evidente também na prática da ceia. A OBPC defende que a Ceia é do Senhor, portanto a distribui a todos os que estão em comunhão com uma igreja evangélica, o que na prática é uma aprovação tácita do batismo dos tais, independente da idade ou da quantidade de água usada.

      Apesar disso, todo batismo realizado na OBPC é por imersão, exceto e mui raramente se as circunstâncias a impossibilitarem, por exemplo, uma pessoa doente e acamada.

      Em Cristo,

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  3. Luciano,

    Você considerou a afirmação da CFB radical de mais. O que acha da afirmação do Ronald Hanko:

    "Até onde diz respeito o modo do batismo, não somente cremos que há uma base bíblica e sólida para a prática da aspersão, mas também que esse é o único modo de batismo reconhecido pela Escritura."

    Em Cristo,

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    1. Clovis, não é uma crítica direcionada a ninguém aqui. Mas vc também não tem a impressão de que às vezes estamos construindo uma espécie de talmude cristão? A essência do ato não é o que importa? Daqui a pouco agente está regulamentando a vasão da água corrente no batistério para considerar o batismo autêntico.

      Na minha opinião deveríamos nos preocupar na declaração de fé do batizado e não na quantidade de água da liturgia.

      O que acha?

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    2. Clóvis, ainda bem que Hanko não é IPB nem CFW! A última diz "Não é necessário imergir na água o candidato, mas o batismo é devidamente administrado por
      efusão ou aspersão."

      Meus sinceros elogios à sua posição e até onde for, para a OBPC.

      Recentemente li, num doc do SC/IPB um membro da batista que queria ser batizado na IPB. A orientação do SC foi que o Conselho explicasse a esse irmão que não deveria fazer isso.


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  4. Sou batista, mas admito o batismo por aspersão. Assim, sou batista, mas nem tanto. :)

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  5. Batista 'nem tanto'...

    Todo AMADO BATISTA (risos), acaba sendo tolerante. O rastro de sangue que o diga!

    Por falar nisso, gostaria de saber de vcs. Os anabatistas, eram ou não hereges? Os batistas fundamentalistas sempre apontam para os tais como 'a linha fiel'. Mas não se tem unanimidade quanto ao que eram...

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    1. Em primeiro vamos deixar claro que o batismo por imersão somente surgiu e começo a ser usado pelos batistas calvinistas ou perticulares de Londres, em 1644 depois da Confissão feita pela Igreja de jacó! Antes disso nem mesmo John Smyth e Thomas Helwys citados como país do movimento batista geral, foram batizados por imersão, mas por afusão, leiam o livro "liberdade e Exclussivismo" de Zaqueu Moreira de Oliveira, ele também é batista.
      Segundo: Até hoje Igrejas como menonitas tradicionais, Amishs e huterritas que vocês querendo ou não são descendentes dos anabatistas batizam por afusão e não por imerssão. Outros anabatistas como Conrad Grebel, Michael Sattler e Baltasar Hubmassier idem.
      Terceiro: Mesmo sendo anabatistas históricos Novácio, Donato e Pedro Valdo viveram muito colado com o Cristianismo que por fim também deu origem a cismática e bestial seita catolica romana. E por alguns estudos é comprovado que eles se batizaram também por afusão, já que imersão passava longe da cabeça daqueles homens. O que prova que se você realmente quer ser anabatista, uma coisa você já tem que saber, o seu batismo tem que ser por afusão. Claro que isso é só o começo tem muitas outras coisas que terão que fazer para serem anabatistas. Por enquanto são somente parte do "evangelicalismo" protestante moderno!

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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