Antropologia chamada de teologia


A Teologia Reformada reconhece a centralidade real de Deus em todas as coisas, tendo como alvo principal, não o tão decantado bem-estar humano – que por certo tem a sua relevância  –, mas a glória de Deus, sabendo que as demais coisas serão acrescentadas (Mt 6.33; Ef 1.11-12). 

Infelizmente, ao longo da história as "teologias" que deveriam ser relativas à Revelação, têm sido relativas ao homem, tornando-se assim, antropologias. O Iluminismo, que gerou o “Liberalismo Teológico”, – e este pode ser definido como o esforço de interpretar, reformular e explicar a fé cristã dentro de uma perspectiva iluminista –, foi o grande fomentador desta nova abordagem.  Dentro desta perspectiva, só pode ser considerado genuíno,  o “credo”  que se ajuste aos critérios racionais vigentes. A chamada “Teologia da Libertação” – apoteótica na década de 80 e hoje já moribunda –, a rigor nunca foi “Teologia” pois, não partia da Palavra. Ela se constitui num bom exemplo de uma antropologia, que pretende ter o status de Teologia.

Para nós Reformados entretanto, é a Palavra de Deus que deve dirigir toda a nossa abordagem e interpretação teológica, bem como de toda a realidade: O Espírito através da Palavra é Quem deve nos guiar à correta interpretação da Revelação.  Na Escritura temos o nosso padrão e apelo final. 

Dentro da perspectiva de nosso tema, devemos observar também, que o homem é limitado para definir-se e compreender-se; somente na Palavra, podemos encontrar luzes e lentes adequadas para dar uma dimensão mais abrangente e correta do sentido da verdadeira humanidade e do “ser” homem; no entanto, essa perspectiva só poderá ser correta se entendermos que mesmo a Bíblia não sendo um manual de “antropologia”, fala do homem de modo revelador, tratando-o sempre de maneira correlacional com o seu Criador. Segundo nos parece, fora desta correlação, nunca poderemos ter condições de obter uma perspectiva correta e abrangente do ser humano.

Herminsten Maia da Costa
In: Antropologia teológica


Um comentário:

  1. Muito bom!
    Sem contar que cada vez mais nos púlpitos das igrejas, muitos pregadores têm usado de técnicas da psicologia moderna e auto-ajuda para "mostrar" ao homem suas falhas, usando temas do tipo: "Como posso ser uma pessoa melhor?"; "Melhorando minha auto-estima", etc...
    Lamentável!

    Thaíssa Morais

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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