A doutrina da eleição e a obra missionária

Foi a certeza da eleição incondicional que deu ao apóstolo Paulo tamanha tenacidade e impulso para a obra do evangelho. Ele escreveu a Timóteo: "Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória" (2Tm 2:10). Paulo sabia que não fracassaria. Ele estava profundamente convencido de que a sua pregação do evangelho e seus aprisionamentos não seriam em vão. Ele poderia se levantar, à beira de rios, dentro das sinagogas, na presença de reis, ou estar acorrentado em escuras masmorras e pregar as insondáveis riquezas de Cristo, plenamente persuadido de que cada um dos que foram escolhidos antes da fundação do mundo, no tempo devido, haveria de prostrar-se perante o Cristo que ele pregava, e seria salvo. A palavra pregada não haveria de voltar vazia. Antes, haveria de realizar exatamente aquilo para o que Deus a tinha mandado. É Deus que faz Sua Palavra prosperar com sucesso, e não o homem (Is 55:11). O Seu propósito soberano determina quando os corações são quebrados ou endurecidos.

Esta foi a confiança que susteve o movimento missionário: "Deus salvará o Seu povo dos pecados deles - não falharemos!". Não temos que aparar arestas e nem lapidar as facetas difíceis do evangelho. Devemos pregar a soberania e a santidade de Deus, a depravação total e a culpa da alma humana, e a absoluta necessidade de arrependimento pessoal - todas estas verdades que fazem o homem natural estremecer de aversão e ferver de raiva. Devemos então nos regozijar na certeza de que, mesmo se os homens se afastam, contudo, Deus é honrado e alguns homens irão corresponder. Para perplexidade do homem mortal, as verdades que Deus usa para efetuar o sucesso maior das verdadeiras conversões, são as verdades que mais exaltam a Deus, mais rebaixam o homem, e que mais magnificam a graça de Jeová.  Cristo precisa ser anunciado de maneira ousada, fervorosa e amplamente; e todas as suas ovelhas irão ouvir a Sua voz e segui-Lo. Ele não perderá nenhuma de suas ovelhas (Jo 6:37-39; 10:27).

Robert B. Selph
In: Os batistas e a doutrina da eleição

12 comentários:

  1. Eu vou apenas nessa parte. Provavelmente vocês já viram estas perguntas chatas e repetitivas, mas eu nunca achei resposta satisfatória de nenhuma delas. Ah, por favor não aleguem estupidez ou incredulidade da minha parte. Não estou aqui para discitir o porquê de eu odiar o calvinismo (ah, é 'odiar' que nem Jesus falou 'odiar pai e mãe', OK?)...

    Cristo precisa ser anunciado de maneira ousada, fervorosa e amplamente; e todas as suas ovelhas irão ouvir a Sua voz e segui-Lo. Ele não perderá nenhuma de suas ovelhas (Jo 6:37-39; 10:27).

    Peraê! Se Cristo não for pregado, então as ovelhas não o ouvirão e se perderão? Como assim? Explica!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A condição de todo eleito até ser chamado em nada difere do não eleito. Se o evangelho não for pregado a um e a outro, nenhum se salvará. Sendo pregado a ambos, os eleitos serão levados à fé em momento oportuno.

      Mas a sua pergunta é: e se o evangelho não for pregado. Em tese, o eleito pereceria, tal qual o não eleito. Mas isso acontecerá de fato? Não, pela razão de que a ação da Trindade na redenção é harmoniosa e certa. Todos os que o Pai elegeu serão redimidos pelo Filho e chamados eficazmente pelo Espírito. De modo que Jesus pôde dizer e nós podemos confiar que nenhum dos seus perecerá. Pois os que predestinou os fins, também preordenou os meios, tornando certo uns e outros.

      Há que se considerar aqui os meios extraordinários de Deus salvar. Mas isto não cabe a nós participar e portanto foge de nossa alçada.

      Em Cristo,

      Clóvis

      Excluir
    2. Sem querer dar uma de Mago Malabi, já previa sua resposta. Para todos os efeitos, Deus mexe os pauzinhos para que os eleitos ouçam. Se algum reprovado ouvir, por 'descuido', azar - isto só aumenta sua condenação, por ter 'recusado' a 'oferta' do Evangelho.

      O que me parece estranho é o excesso de imperativos contidos na Escritura. Pregue, seja santo, se afaste do pecado - todas são 'inúteis' dada a perseverança irresistível e o endurecimento irresistível. Na verdade, me parece que as ordens não são ordens, são sinais (ou é assim que os calvinistas interpretam: se o cara se afastou, é porque nunca esteve próximo, e esta retórica com a qual estou bastante acostumado).

      Qual a função de um imperativo moral, no calvinismo?

      Excluir
    3. Você adivinhar minha resposta e estranhar imperativos bíblicos não afeta em nada o que eu disse e o que a Bíblia diz.

      Se quiser ser produtivo, aponte falhas em meu comentários ou demonstre sem apelar para kants e craigs que dever implica poder, o que ainda não fez.

      Os imperativos morais da Bíblia existem, além de outras possíveis razões, para expressar o dever de todo homem.

      Em Cristo,

      Clóvis

      Excluir
    4. Nossa! Já tá implicando porque eu disse que adivinhei? E até o momento, tem bem mais coisa pra ser dita, e nem todas adivinharei.

      Eu não quero 'apontar falhas', tendo como pressupostos os meus próprios conceitos, ou seja lá o que for. Não vou vir aqui, um reduto monergista (pela postura tanto sua quanto da maioria dos que postam), para 'converter' alguém a coisa alguma. Esta não é minha tarefa.

      Dado que o calvinismo nega enfaticamente certas coisa que são óbvias para o senso comum - como a capacidade de escolher contrariamente à natureza, coisa que você fez na comparação um tanto simplista de 'não gosto de limão' no podcast - eu não vou aqui ficar brincando de 'arminianismo VS calvinismo'. Esta coisa já encheu a paciência - ficar jogando texto-prova, Romanada 9, citar Calvino, Spurgeon (e reclama quando eu cito Craig e Kant, hahaha!) e os caramba a quatro. Isto já é algo bem enfadonho por si só, e sendo repetido há mais de 600 anos perde bastante o ânimo.

      Calvinistas não se poem como incompreendidos? 'Ah, por que você não entende o que é a doutrina da graça soberana, vocẽnão entende o que é a glória de Deus, o que é o vaso de barro, etc, é difícil crer numa doutrina que esmaga o ser humano'? Pois então? Em vez de eu tentar provar crenças básicas 'heréticas pelagianas' como 'dever implica poder', 'imperativos categóricos' etc., prefiro deixar que vocês respondam as perguntas agora (e, por minha tola esperança, se enforquem nos nós {teo,}lógicos advindos daí).
      Mas, parando o blá-blá-blá e a choramingada, vamos ao que interessa:

      Excluir
  2. A condição de todo eleito até ser chamado em nada difere do não eleito.
    Difere sim. O eleito é eleito, e o reprovado é reprovado. Já é uma grande diferença. Como esta diferença não é uma condição?
    Ah, o 'eu não sei quem é eleito ou não' não ajuda, pois Deus sabe, e mais que saber, Deus 'predestina'. É no mínimo tapar o sol com a peneira não ver esta brutal diferença.

    Se o evangelho não for pregado a um e a outro, nenhum se salvará.

    Vamos entender o que isto significa:
    * Deus salvará os eleitos, e condenará os reprovados, sem levar em conta nada, absolutamente nada, que o ser humano faça ou possa fazer.

    * É necessário que o Evangelho seja ouvido e aceito para que uma pessoa seja salva.

    * Logo, os eleitos ouvirão e aceitarão.

    * Mas, dado que há os apóstatas, ouvir e aceitar não é suficiente - há de se permanecer até o fim.

    * Mas a perseverança - um ato da vontade - não pode ser deixada, de maneira alguma, em momento algum, na mão da pessoa - a vontade 'natural' da pessoa é 'incontrolável', e Deus não pode 'perder o controle'.

    No fim das contas, se todo processo é unilateral, por que Paulo aguentava as dores por amor dos eleitos, como se isto fizesse mesmo alguma diferença?

    Quanto à sua resposta acerca de imperativos:

    Os imperativos morais da Bíblia existem, além de outras possíveis razões, para expressar o dever de todo homem.

    Dado que você não apontou outras possíveis razões, vou me ater a essa. E também à negação da crença básica que 'dever implica poder'.

    O imperativo diz o que devemos fazer. Ou, a base do dever é o imperativo - mas, qual é a base do imperativo? Você, de maneira voluntarista, vai afirmar algo que a princípio eu concordo - a vontade de Deus.

    Mas, de acordo com o calvinismo, a vontade de Deus é sempre cumprida (senão, Deus não seria onipotente - é isto o que eu sempre vejo). Logo, os imperativos deveriam ser sempre cumpridos. Mas, eles obviamente não são - basta ligar a TV, ou ler a Bíblia... Aliás, dado seu último post, os imperativos foram feitos de propósito para não serem realmente cumpridos. Ou seja, Deus nunca teve vontade de que seus imperativos fossem cumpridos. Ele nunca quis Sua vontade, é isso?

    Talvez seja um erro do meu raciocínio, ou sei lá... Mas ainda é confuso.

    ResponderExcluir
  3. QUE SUJEITO INTELIGENTE... E AINDA SE DIZ CRÉDULO????? AH! TÁ... O DIABO TAMBÉM É!!!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu acho interessante que esse tom desesperado por parte de calvinistas em responder arminianos não existe em espaços arminianos.

      Se um crê estar certo, mostre que está. Ensine, explique-se, contra-argumente. Apelar para o insulto quanto a inteligência do outro não é uma atitude cristã.

      Excluir
  4. VOCÊS INVADEM O BLOG ALHEIO E DIZEM QUE O DESESPERO É NOSSO.
    PELO QUE ENTENDO, ESTE ESPAÇO É DE UMA PESSOA QUE ACREDITA NA SOBERANIA DE DEUS E OUTRA PESSOA INVADIU ESTE ESTE ESPAÇO PARA DIVAGAR EM OPINIÕES PESSOAIS COM UMA TONALIDADE SARCÁSTICA E ARROGANTE! SE VC NÃO ACREDITA NO QUE ESTÁ ESCRITO, FAÇA O SEU BLOG E SEJA "CRISTÃ" NELE. EM NENHUM MOMENTO OBSERVO "TOM" DESESPERADO NO QUE ESTÁ ESCRITO NESTE BLOG E MUITO MENOS NAS MINHAS ACERTIVAS.... APENAS OBSERVEI QUE O SUJEITO É INTELIGENTE... FIZ UM ELOGIO! QUAL O DESESPERO? ENTENDO QUE NÃO TEMOS QUE MOSTRAR, EXPLICAR, ARGUMENTAR OU CONTRA-ARGUMENTAR PRA HEREGE, NENHUM PRECEITO BÍBLICO DAQUILO QUE ACREDITO MAS TÃO SOMENTE PREGAR PARA OS ELEITOS DE DEUS. SE VC NÃO É ELEITA, ISTO NÃO É PROBLEMA MEU, É SEU! E ISTO NÃO É UM INSULTO... É FÉ!!!
    FINALMENTE (E É FINALMENTE MESMO) NÃO DEBATO COM PERDIDOS QUE SE DIZEM CRISTÃOS... E ISTO NÃO É ARROGÂNCIA... É FÉ!!!

    ResponderExcluir
  5. O Crédulo, Cheung Arminiano, é crente. Ele crê! Então tá bom.

    Vamos orar por ele, apesar de que para ele, não deve ter sentido orar, visto que >>se Deus já sabe o que vamos pedir, mesmo assim Jesus disse que temos que orar<<.

    Tudo bem... Crédulo, vc pertence a qual denominação? Fique calmo... só estou perguntando!

    Eu sou da Igreja Presbiteriana do Brasil...

    Abraços

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Gente, pelo amor de Deus!
      Vocês estão chutando cachorro morto.
      To começando a ficar com medo porque dizem que se falar o nome dele três vezes ele volta igual o beetlejuice.

      Excluir
  6. O clima de "respeito e cordialidade" não caracteriza mais este blog. É uma pena.

    ResponderExcluir

"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.