Perseverar na oração

Para terminar, devemos observar que não podemos pretender ligar a Deus a alguma circunstância, da mesma forma que nesta oração dominical nos ensina a não submetê-lo a nenhuma lei nem impor-lhe nenhuma condição.

Antes de dirigi-lhe em nosso favor alguma oração, dizemos primeiramente: "Seja feita a tua vontade". Deste modo submetemos de antemão nossa vontade à dEle para que, detida e retida como por uma brida, não tenha a presunção de querer submetê-lo ou dominá-lo.

Se, uma vez educado nossos corações nesta obediência, nos deixarmos governar pelo bom querer da divina providência, aprenderemos com facilidade a perseverar na oração e a esperar no Senhor com paciência, rejeitando a realização de nossos desejos até que soe a hora de sua vontade. Estaremos também seguros de que, ainda que às vezes possa parecer-nos outra coisa, Ele está sempre presente junto de nós, e que a seu devido tempo manifestará que jamais fez ouvidos surdos a nossas orações, embora segundo o juízo dos homens tenha podido parecer que as menosprezava.

Finalmente, se depois de uma longa espera, inclusive nossos sentidos não chegam a captar de que nos tem servido orar, nem percebem fruto algum de nossa oração, nossa fé contudo nos garantirá o que nossos sentidos não podem perceber: que conseguimos tudo o que era necessário. Pela fé possuiremos então abundância na necessidade e consolo na dor. De fato, embora tudo nos falte, Deus jamais nos abandonará, pois não pode frustrar a espera e a paciência dos seus; e Ele sozinho substituirá todas as coisas, já que contém em si mesmo todos os bens, o qual nos revelará totalmente no futuro.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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