Perdoa nossas dívidas

Pedimos agora que se nos conceda graça e remissão de nossos pecados, pois são necessárias a todos os homens sem exceção alguma.

Chamamos de dívidas as nossas ofensas, pois devemos a Deus a pena como pagamento das mesmas, e não poderíamos de modo algum satisfazer por elas se não estivéssemos absolvidos por essa remissão que é um perdão gratuito de sua misericórdia.

E pedimos que nos seja dado o perdão como nós o damos aos nossos devedores, quer dizer: como nós perdoamos àqueles que nos magoaram de algum modo, que nos ofenderam com atos, ou que nos injuriaram com palavras. Não se trata aqui de uma condição que se agrega, como se merecêssemos, pelo perdão que concedemos a outrem, que Deus no-lo dê a nós. Senão que é uma prova que Deus nos propõe para testemunhar que o Senhor nos recebe em sua misericórdia com a mesma certeza que nós temos em nossas consciências de sermos misericordiosos com os outros, se é que nosso coração está também purificado de todo tipo de ódio, inveja e vingança.

Ao contrário, por esta prova ou sinal, Deus apaga do número de seus filhos àqueles que, deixando-se levar pela vingança e recusando-se a perdoar, mantêm suas inimizades arraigadas em seus corações. Que não pretendam os tais invocar a Deus como Pai deles, pois a indignação que abrigam a respeito dos homens cairá então sobre eles.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã

2 comentários:

  1. Perdoar aquele que nos ofende é terrível para a carne, pois ela sempre se levanta para retribuir!! Como disse o abençoado artigo, ter em vista que o Senhor está nos provando para ver se iremos agir com misericórdia afim de nos receber em Sua misericórdia e para não sermos desobedientes seguindo a nossa carne.

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  2. Ana,

    Li em algum lugar que o perdão é anti-natural. Não o vemos na natureza e não é normal que perdoemos. Somente pela graça de Deus somos capazes de perdoar.

    Em Cristo,

    Clóvis

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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