Eleição é uma doutrina difícil

Ela á uma doutrina difícil, e isto em três aspectos.

Primeiro: no entendimento dela. A menos que sejamos privilegiados de sentar sob o ministério de um servo de Deus ensinado pelo Espírito, que nos apresente a verdade sistematicamente, grande esforços e diligência serão exigidos na examinação das Escrituras, de forma que possamos coletar e juntar suas declarações espalhadas sobre este assunto. Não foi do agrado do Espírito Santo dar-nos uma completa e ordenada exposição da doutrina da eleição, porém “um pouco aqui, um pouco ali” - na história típica, nos salmos e profecias, na grande oração de Cristo (João 17), nas epístolas dos apóstolos.

Segundo: na aceitação dela. Esta apresenta uma dificuldade ainda maior, porque quando a mente percebe o que a Escritura revela sobre isto, o coração é avesso à receber uma verdade como esta, tão humilhante e enfraquecedora da carne. Quão ardentemente necessitamos orar para que Deus subjugue nossa inimizade contra Ele e nosso preconceito contra Sua verdade.

Terceiro: na proclamação dela. Nenhum iniciante é competente para apresentar este assunto em suas perspectivas e proporções escriturísticas.

Mas apesar disto, estas dificuldades não nos desencoraja, e muito menos nos detém, de um honesto e sério esforço para entender e de todo coração receber tudo que Deus se agradou de revelar sobre isto. As dificuldades são designadas para nos humilhar, para nos exercitar, para nos fazer sentir nossa necessidade da sabedoria do alto. Não é fácil chegar a um claro e adequado entendimento de qualquer uma das grandes doutrinas das Santas Escrituras; e Deus nunca intentou que assim fosse. A verdade deve ser “comprada” (Provérbios 23:23): ah! tão poucos estão dispostos a pagar o preço - dedicar-se a um devoto estudo da Palavra o tempo gasto com jornais ou recreações fúteis. Essas dificuldades não são insuperáveis, porque o Espírito, dado ao povo de Deus, guia-os em toda verdade. Igualmente assim para o ministro da Palavra: em humilde espera por Deus, unida a um diligente esforço para ser um obreiro que não tenha de que se envergonhar, irá no devido tempo expor esta verdade para a glória de Deus e a benção de seus ouvintes.

A. W. Pink
In: Monergismo

2 comentários:

  1. Lendo o artigo por inteiro na página do Monergismo me deparei com a seguinte verdade:

    ...enquanto a verdade do castigo eterno é uma das mais desagradáveis aos não professos, a da soberana eleição de Deus é a verdade mais odiada e insultada pela maioria daqueles que reivindicam ser crentes.

    Os répobros não aceitam a condenação, os salvos não aceitam a eleição (falo da aceitação em caráter individual de cada um).

    Incrível como muitos que "reivindicam ser crentes" torcem o termo "escolhidos de Deus" quando afirmam que Ele nos escolheu por que nós os escolhemos a Ele, mesmo ouvindo do Senhor, "não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei para que deis fruto e o vosso fruto permaneça..."

    Qualquer declaração TENTANDO explicar esta fala do Senhor Jesus, que não seja aquela de que REALMENTE é DEUS quem escolhe sem levar em conta as nossas escolhas, deve ser rejeitada pelo ouvinte, isso se ele realmente reconhecer sua posição de critura ante o seu CRIADOR, que tudo sabe, que tudo pode, que tudo conhece.

    ResponderExcluir
  2. “Incrível como muitos que "reivindicam ser crentes" torcem o termo "escolhidos de Deus" quando afirmam que Ele nos escolheu por que nós os escolhemos a Ele,”

    O que você afirma que os outros crêem, é impossível. Como a vontade do homem pode anteceder a vontade do Senhor, que é eterno? Isso não passa de uma invenção de satanás. SEMPRE a vontade do Senhor é estabelecida. Se ele quer que creiamos nele para sermos salvos, quem é o homem para mudar isso e dizer que estamos “os homens” sendo soberanos nesse momento?

    ResponderExcluir

"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.