Aquele que está unido a Cristo produz fruto

“Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto” Jo 15:2

Este versículo é utilizado mais das vezes para fundamentar a crença popular que um crente pode vir a perder sua salvação adquirida. Entretanto, por se tratar de uma parábola, devemos interpretar o texto de acordo com a principal regra de interpretação de textos deste gênero: notar principalmente a lição geral, sem forçar demais nos detalhes. Se pudermos sintetizar a lição da parábola numa frase é nesta: aquele que está em Cristo, produz frutos.

Jesus começa dizendo “Eu sou a videira verdadeira” (Jo 15:1). Israel era a videira plantada pelo Senhor, mas que não apresentou os frutos esperados. “Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada como vide estranha?” (Jr 2:21). Ao dizer-se videira verdadeira, Jesus declarava vã a presunção do povo de que pertencendo a Israel seriam por isso aceitos por Deus.

Sendo Jesus a videira verdadeira, podia afirmar “quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto” (Jo 15:5a). Os frutos não são produzidos com o objetivo de estar na videira, mas como resultado de estarem ligados a ela. Tão certo como a união com Cristo produz frutos, é o fato de que fora dele nenhum fruto é produzido: “sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15:5b). Por isso, a ordem de Jesus não é “produzam frutos” e sim “estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim” (Jo 15:4).

Se o texto deixa absolutamente claro que todo aquele que está unido a Cristo produz fruto, como entender a sentença “toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira” (Jo 15:2a)? A explicação é que embora no aspecto exterior os ramos estivessem ligados à videira, não havia união orgânica de fato. A seiva não fluía do tronco para os ramos. Embora aderidos à árvore, não estavam ligados intimamente.

Sempre houve, e sempre haverá, aqueles que fazem parte da igreja visível, conformando-se externamente à conduta esperada dos cristãos, porém sem nunca terem se ligado a Cristo de fato. Esses tais são ramos que não produzem frutos, e não produzem porque não tem uma ligação real com o Senhor. Que essa ligação é apenas aparente fica claro logo adiante: “se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará” (Jo 15:6). O problema de tais pessoas não é primariamente não produzir frutos, e sim não estar em Cristo, pois se estivessem os frutos surgiriam naturalmente.

Em claro contraste com eles estão os discípulos verdadeiros. Logo após dizer que o Pai “limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto" (Jo 15:2b), Jesus completa “vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15:3). Destes, Jesus testemunha: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15:16). Pelo que concluímos que os que foram escolhidos por Jesus, permanecerão Nele e serão frutíferos. E que concluir que um verdadeiro crente que está em Cristo e Cristo está nele pode vir a perder a salvação é perder de vista a lição que Jesus está ensinando.

Soli Deo Gloria

Nota: passagem comentada a pedido de um leitor do Cinco Solas.

37 comentários:

  1. Clóvis,

    percebo que o calvinismo não considera certas questões doutrinais em João 15, 1-16.

    Este versículo é utilizado mais das vezes para fundamentar a crença popular que um crente pode vir a perder sua salvação adquirida. [E será que não é esse mesmo o caso? Veja que o verso afirma que “alguém que está em Cristo” pode não dar fruto e, o Pai, que faz a poda, corta-o, tirando-o do seu estado anterior. “Toda a vara EM mim.” É uma vara unida a Cristo.]
    Entretanto, por se tratar de uma parábola, devemos interpretar o texto de acordo com a principal regra de interpretação de textos deste gênero: notar principalmente a lição geral, sem forçar demais nos detalhes. [Aí corre-se o perigo, certamente, de não fazer boa interpretação, não é? Há detalhes, como acima, que são importantíssimos e negam certas linhas teológicas.].
    Se pudemos sintetizar a lição da parábola numa frase é nesta: aquele que está em Cristo, produz frutos. [Tal frase sintética contém verdade, pois em Cristo o fiel é levado pelo Espírito Santo a produzir frutos, mas o verso 2 inicia com a seguinte indicação: Quem não produzir fruto em Cristo será cortado.]

    (...)Ao dizer-se videira verdadeira, Jesus declarava vã a presunção do povo de que pertencendo a Israel seriam por isso aceitos por Deus. [Continuando o raciocínio, não seria certo afirmar que alguém pode presumir estar em Cristo e não produzir obras e, de tal modo, não ser aceito por Deus? Vã presunção de estar em Cristo, estando de fato, mas prestes a ser podado.].
    [O verso 5 sintetiza realmente a verdade que o que está em Cristo e Cristo nele produz fruto.] Os frutos não são produzidos com o objetivo de estar na videira, mas como resultado de estarem ligados a ela. [Essa é a linha de interpretação protestante: obras como resultado da fé, não como algo ligado a ela.] Tão certo como a união com Cristo produz frutos, é o fato de que fora dele nenhum fruto é produzido: “sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15:5b). [Sem Cristo nada podemos fazer, é a verdade de que a graça é-nos necessária. No entanto, a verdade do verso 2 permanece: “em Cristo alguém pode não fazer”. O verso 4 se harmoniza com isso, pois ensina que para dar frutos é preciso estar unido a Jesus.
    Se o texto deixa absolutamente claro que todo aquele que está unido a Cristo produz fruto, como entender a sentença “toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira” (Jo 15:2a)? [Eis o momento crucial para desfazer o desentendimento. Será que a “justificação” da doutrina calvinista é legítima?]
    A explicação é que embora no aspecto exterior os ramos estivessem ligados à videira, não havia união orgânica de fato. A seiva não fluía do tronco para os ramos. Embora aderidos à árvore, não estavam ligados intimamente. [Onde está escrito isso? Contudo há verdade aqui. O ramo está na árvore. Por que não produziu fruto? Por que rejeitou a graça, é a resposta correta. Isso fez com que a seiva de Cristo ficasse infrutífera nessa vara, embora continuando a ser fecunda em si mesma.]

    continua

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  2. continuação

    Sempre houve, e sempre haverá, aqueles que fazem parte da igreja visível, conformando-se externamente à conduta esperada dos cristãos, porém sem nunca terem se ligado a Cristo de fato. [Nesse exato momento o autor muda de assunto. É verdade que muitas pessoas aderem à Igreja sem a devida conversão, visivelmente estão entre os membros de Cristo mas espiritualmente estão mortos. O fato, porém, é que o assunto da parábola é a pertença a Cristo de fato, o que torna necessário uma poda. Não é somente estar visivelmente unido à Igreja, mas Cristo expressamente afirma que a “vara em mim”, falando, nesse momento, daquele que não produz frutos.]
    Esses tais são ramos que não produzem frutos, e não produzem porque não tem uma ligação real com o Senhor. [O autor continua explicando a conduta dos que fazem parte da Igreja visível sem terem conhecido o Senhor, o que está correto, se fosse esse o assunto. No entanto, assevero que João 15, nos versos da parábola em questão, trata dos que realmente estão unidos a Cristo, espiritualmente, vivos, porém inoperantes.]

    Que essa ligação é apenas aparente fica claro logo adiante: “se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará” (Jo 15:6). [Eis um erro sério de interpretação. O verso 6 não está explicando o verso 2, mas revelando o fato de que serão condenados todos que estiverem fora de Cristo. O autor entendeu que há os que no aspecto exterior aparentam estar unidos à verdadeira videira, mas que realmente não estavam verdadeiramente, organicamente, assim. Esse seria o sentido o verso 2. Então o verso 6 estaria elucidando o que foi dito, pois menciona a condenação se uma pessoa não estiver em Cristo. O fato porém, como vemos desde início, é que o autor mudou, sem perceber, de assunto. O verso 6 e o verso 2 continuam a parábola, harmoniosamente. O verso 2 fala dos que estão unidos a Cristo mas não produzem ou deixam de produzir frutos, sendo podados por Deus Pai. O verso 6 afirma que se alguém não estiver em Cristo será lançado fora e secará COMO aquela vara que foi podada. Tanto a vara (verso 2) como o que não estiver em Cristo, ou nunca esteve em Cristo (verso 6), secarão. Repito que o verso 6 não fala de ligação aparente do verso 2, mas de condenação dos que estão (ou sempre estiveram) fora de Cristo.

    O problema de tais pessoas não é primariamente não produzir frutos, e sim não estar em Cristo, pois se estivessem os frutos surgiriam naturalmente. [Nesse momento, o autor parece retomar o assunto, mas com o pressuposto de que a união com Cristo infalivelmente leva à produção de obras, o que contradiz o verso, como “prolixamente” foi afirmado,]

    Em claro contraste com eles estão os discípulos verdadeiros. Logo após dizer que o Pai “limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto" (Jo 15:2b), Jesus completa “vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15:3). [Essa parte da parábola corrobora tudo o que disse acima. A pessoa em Cristo que produz fruto, em colaboração com a graça de Deus, o Pai vem com mais graça para que produza mais. Ao contrário daquele que não usou da graça.]

    Pelo que concluímos que os que foram escolhidos por Jesus, permanecerão Nele e serão frutíferos. [Cheiro de calvinismo nessa explicação. Também não está destituída de verdade. De fato, na Sua onisciência, Cristo salvará a todos os que escolheu.]

    E que concluir que um verdadeiro crente que está em Cristo e Cristo está nele pode vir a perder a salvação é perder de vista a lição que Jesus está ensinando. [Necessariamente, não. Fica a exortação de que quem foi enxertado em Cristo deve, movido pela graça e voluntariamente, produzir frutos.]

    Obrigado.

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  3. Vou ler com a devida atenção seus comentários e tecer as considerações pertinentes, assim que tiver um tempo para isso.

    Agora, tenho que mandar ver no meu trabalho.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  4. Gledson,

    Vamos por partes em seu comentário. O que eu ignorar, é porque ambos concordamos com o ponto em estudo.

    1.1 E será que não é esse mesmo o caso? Veja que o verso afirma que “alguém que está em Cristo” pode não dar fruto e, o Pai, que faz a poda, corta-o, tirando-o do seu estado anterior. “Toda a vara EM mim.” É uma vara unida a Cristo."

    R1.1 Se me permitir, vou deixar este ponto para o final, pois refere-se à questão se um verdadeiro crente pode vir a perder a salvação. Vamos deixar isso para a conclusão, se for possível concluir a partir da parábola.

    1.2 Aí corre-se o perigo, certamente, de não fazer boa interpretação, não é? Há detalhes, como acima, que são importantíssimos e negam certas linhas teológicas.

    R1.2 É claro que não podemos simplesmente deixar de lado os detalhes. Porém, não podemos perder de vista que as parábolas visam ensinar um uma lição geral, logo, deve-se considerar principalmente o seu conteúdo geral. Os detalhes importam na medida que somam para o ensino geral, e exercer muita pressão sobre eles faz com que se perca a lição da parábola.

    De qualquer modo, não é uma descoberta minha. Qualquer livro de exegese e hermenêutica vai lhe dizer isso. Recomendo-lhe a leitura de "Todas as Parábolas da Bíblia" (Herbert Lockeyer), "Entendes o que lês?" (Gordon Fee) e "Hermenêutica Avançada" (Henry Wirkler), todos dão a mesma recomendação.

    1.3 "Tal frase sintética contém verdade, pois em Cristo o fiel é levado pelo Espírito Santo a produzir frutos, mas o verso 2 inicia com a seguinte indicação: Quem não produzir fruto em Cristo será cortado".

    R1.3 Se me permite, gostaria de lhe fazer algumas perguntas neste ponto.

    a) Se é o Espírito Santo que leva à produção de fruto, por que alguns crentes que estão em Cristo não os produzem?

    b) O que significa fruto nessa passagem?

    c) Se não produzir fruto resulta em perdição, Jesus estaria ensinando a salvação pelas obras?

    Em Cristo,

    Clóvis

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  5. 1.4 "Continuando o raciocínio, não seria certo afirmar que alguém pode presumir estar em Cristo e não produzir obras e, de tal modo, não ser aceito por Deus? Vã presunção de estar em Cristo, estando de fato, mas prestes a ser podado."

    R1.4 A pessoa não ter a vã presunção de estar em Cristo e estar nele de fato. Se uma pessoa presume estar em Cristo e está de fato, então sua presunção não é vã, mas corresponde com a realidade. Você vai ter que decidir: ou a pessoa tem uma falsa presunção ou está de fato em Cristo, as duas coisas ao mesmo tempo não é possível.

    Agora, supondo que a pessoa está em Cristo, não apenas fisicamente, exteriormente, mecanicamente ou qualquer outro termo que queira usar, mas está unido organicamente ao Senhor. Uma pessoa assim, unida a Cristo, pode não produzir frutos? Deixemos Jesus responder:

    "Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto" Jo 15:5

    Não se trata de possibilidade hipotética, mas fato real: quem está em Cristo, produz frutos. Ponto.

    Mas, por outro lado, suponhamos que a pessoa não está de fato em Cristo. O que Jesus diz sobre tal pessoa produzir fruto?

    "Como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim" Jo 15:4

    Temos então duas afirmações de fato:

    a) Quem está em Jesus produz fruto com certeza;
    b) Quem não está em Jesus não produz fruto com certeza.

    Onde se enquadra os referidos no verso 2?

    Em Cristo,

    Clóvis

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  6. 1.5 "Sem Cristo nada podemos fazer, é a verdade de que a graça é-nos necessária. No entanto, a verdade do verso 2 permanece: “em Cristo alguém pode não fazer”."

    R1.5 A graça não é apenas necessária. Ela é suficiente. Ele não apenas é requerida, ela é o bastante. Para que uma coisa seja feita, duas condições são necessárias. Querer e executar. Deus supre as duas: opera em nós, tanto o querer como o realizar.

    Além disso, ao afirmar que "em Cristo alguém pode não fazer" você vai do que a parábola leva. Pois o texto nada diz sobre as varas decidirem não produzir frutos. Dizem apenas que não produziram e as razões disso o contexto permite inferir: não estavam realmente unidas em Cristo.

    1.6 "Onde está escrito isso? Contudo há verdade aqui. O ramo está na árvore. Por que não produziu fruto? Por que rejeitou a graça, é a resposta correta. Isso fez com que a seiva de Cristo ficasse infrutífera nessa vara, embora continuando a ser fecunda em si mesma".

    R1.6 Percebe o quanto você introduz ideias que não estão presentes no texto? Diante de afirmações como "rejeitou a graça", "a seiva de Cristo ficasse infrutífera nessa vara" eu devo perguntar: onde está escrito isso? Nada no texto sugere isso, você foi até ele com esses pressupostos e os impôs.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  7. Clóvis:
    Agradeço suas considerações. É incomum alguém analisar os argumentos apresentados como vocês fazem neste blog.
    1) "Os detalhes importam na medida que somam para o ensino geral, e exercer muita pressão sobre eles faz com que se perca a lição da parábola."
    Deve-se sabe, primeiro, qual é o ensino geral. E, depois, se a pressão sobre um detalhe atrapalha tal ensino.
    2) "a) Se é o Espírito Santo que leva à produção de fruto, por que alguns crentes que estão em Cristo não os produzem?" Li, ontem, um artigo, creio que escrito por um padre, não me lembro bem, que afirmava que Deus nos deu dois dons, a liberdade e a graça. É, assim, que mesmo movido pela graça, alguns não produzem fruto. Usam mal da sua liberdade.
    "b) O que significa fruto nessa passagem?" Certamente, é o que está em Gálatas 5,22.
    "c) Se não produzir fruto resulta em perdição, Jesus estaria ensinando a salvação pelas obras?" Questão de alcance maior, pois nesse caso contradiz um dos dogmas fundamentais do protestantismo reformado.
    Eu escrevi: 1.4 "Continuando o raciocínio, não seria certo afirmar que alguém pode presumir estar em Cristo e não produzir obras e, de tal modo, não ser aceito por Deus? Vã presunção de estar em Cristo, estando de fato, mas prestes a ser podado."
    Você escreveu: R1.4 A pessoa não ter a vã presunção de estar em Cristo e estar nele de fato. Se uma pessoa presume estar em Cristo e está de fato, então sua presunção não é vã, mas corresponde com a realidade. Você vai ter que decidir: ou a pessoa tem uma falsa presunção ou está de fato em Cristo, as duas coisas ao mesmo tempo não é possível. ÓTIMA ANÁLISE.

    continua.

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  8. continuação


    Usei o seguinte raciocínio, segundo a frase do artigo: Ao dizer-se videira verdadeira, Jesus declarava vã a presunção do povo de que pertencendo a Israel seriam por isso aceitos por Deus: o judeu pertence ao povo escolhido, mas, nem somente por isso é aceito por Deus. Uma pessoa está unida a Cristo, mas, nem somente por isso será salva. Soou estranho, até para mim, mas vou explicar melhor. Alguém recebeu a graça, teve fé verdadeira, foi feito nova criatura, MAS, não produziu fruto. Esteve em Cristo, mas não será salvo, pois não terminará em Cristo, já que será podado.
    Assim, haveria tal possibilidade de “vã presunção”, como a vã presunção dos judeus. Percebi a aparente contradição, só que usei o caso dos judeus de sangue, que mesmo sendo parte de Israel, podendo jactar-se de fazer parte do povo escolhido, podia não ser aceito por Deus.
    "Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto" Jo 15:5

    “Não se trata de possibilidade hipotética, mas fato real: quem está em Cristo, produz frutos. Ponto.”

    Quem disse? Foi Nosso Senhor Jesus Cristo? Então, CONCORDO PLENAMENTE. Por isso havia escrito na análise anterior assim: O verso 5 sintetiza realmente a verdade que o que está em Cristo e Cristo nele produz fruto. Veja que procurei usar o mesmo que Cristo disse, ou seja, de alguém em Cristo e Cristo nessa pessoa. Usei, no entanto, o verso 2 para explicar: Eis o momento crucial para desfazer o desentendimento. Será que a “justificação” da doutrina calvinista é legítima? O contexto é de que: não produzindo frutos também não permanecerá em Cristo; será cortado.
    “Mas, por outro lado, suponhamos que a pessoa não está de fato em Cristo. O que Jesus diz sobre tal pessoa produzir fruto? "Como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim" Jo 15:4”
    Essa verdade não contradiz o que escrevi, mas enfatiza. Ninguém pode fazer algo sem Cristo. Para tal a pessoa deve estar em Cristo. É fato. O problema é: não se diz que infalivelmente isso ocorrerá. Como posso afirmar isso? Aceitando o verso 2 como ele é. O verso 5 está nesse contexto. Parece que o objetivo principal é mostrar que o verdadeiro discípulo produz frutos e que o que não produzir será podado.
    Agora vejamos a parte principal dessa questão.

    continua.

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  9. “Além disso, ao afirmar que "em Cristo alguém pode não fazer" você vai do que a parábola leva. Pois o texto nada diz sobre as varas decidirem não produzir frutos. Dizem apenas que não produziram e as razões disso o contexto permite inferir: não estavam realmente unidas em Cristo.”

    Essa parte da sua análise foi ótima também, pois desafia o que eu escrevi. Vou tentar elucidar.

    “R1.6 Percebe o quanto você introduz ideias que não estão presentes no texto? Diante de afirmações como "rejeitou a graça", "a seiva de Cristo ficasse infrutífera nessa vara" eu devo perguntar: onde está escrito isso? Nada no texto sugere isso, você foi até ele com esses pressupostos e os impôs.”

    Há pressupostos realmente:

    1) Rejeição da graça é o fator explicativo para não produção de frutos.

    2) Não união com Cristo explica a não produção de frutos.

    O texto da parábola apresenta fatos. Contra fatos não há argumentos. Um fato é: há varas não produtivas em Cristo, as quais o Pai poda. O Pai trabalha em Cristo.

    São aceitáveis ambos os pressupostos que existem para ir ao texto e entendê-lo mais profundamente? A resposta é NÃO. Qual deles é o correto? Certamente, o primeiro. Por que rejeitar o segundo? Porque ele NEGA um fato. O contexto não fala de falsa união, de união não orgânica ou coisa parecida. O texto claro indica união verdadeira. Outro fato é não produção. Outro fato é a poda. Então, como entender uma pessoa em Cristo e não produzindo frutos? Apenas através do dom da liberdade. Embora o texto imediato não explique o motivo da não produção de frutos, ele deixa claro que “estão em Cristo e não produziram, ou deixaram de produzir , o que os faz indignos de continuar no Senhor”. É um tratamento de Deus, pois os que produzem se tornam dignos de tratamento diferenciado para darem frutos em abundância.

    O pressuposto 2 nega o fato de que a vara está em Cristo realmente, como está no verso 2, mesmo que o texto e o contexto não digam. É realmente uma idéia estranha, familiar somente do calvinismo.

    Não podemos ler “a vara em mim” e entender “a vara que parece estar em mim” ou algo do tipo.

    Obrigado.

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  10. Gledson,

    "Agradeço suas considerações. É incomum alguém analisar os argumentos apresentados como vocês fazem neste blog."

    Não precisa agradecer. Estamos sob o dever de buscar a verdade e analisar cuidadosamente os contrapontos faz parte do processo.

    Amanhã cedo viajo a trabalho, só retornando no final de semana. Como não sei se terei acesso a Internet, possivelmente só na volta poderei dar continuidade à nossa conversa. Conto com sua compreensão.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  11. Se posso ajudar, uma parte chave deste trecho que nos ajuda a entender o mistério deste parábola é o verso 6:

    "Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem."

    Emende com o verso 2:
    "Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto."

    Fica difícil de entender, e surge uma aparente contradição; mas quando vemos demais passagens da Escritura, como a fala de João Batista ("Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo." Mt 3.8 e 10) e a de Cristo ("Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis." Mt 7.18-20), segue-se uma boa hipótese, de que aquela que foi arrancada e jogada no fogo tinha a aparencia de estar conectada em Cristo; mas como não deu fruto ("TODA a vara que está em mim dá fruto"), isso é prova de que não estava ligada à Ele; por isso, é arrancada e lançada fora.

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  12. Então para estar em Cristo Jesus e dar frutos, o indivíduo precisa nascer de novo. Outra coisa que entendo é que um cristão em Cristo pode não dar frutos, pois, ele pode estar inclinado à sua carne e vivendo no pecado e isso impede nossa comunhão com Ele.

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  13. Neto:
    Sua hipótese é interessante, porém não desfez a dificuldade. Se TODA a vara em Cristo dá fruto, e o verso 2 afirma: a vara em Cristo que não dá fruto, então a contradição ficaria patente. Não haveria como resolvê-la. A posição que apega-se ao verso 6 descontextualiza a passagem, enquanto a que detém-se ao verso 2 não. A posição calvinista deve portanto crer no verso 6 separadamente como o principal para entender a parábola toda. O impossível é explicar a passagem do verso 2. Já a posição católica parece ter o verso 2 como elucidativo e até explicativo para o 6, e, o que é interessante, não deixa-o sem a devida harmonização. Na parábola Cristo é a videira, e Deus Pai é o lavrador, ou agricultor. O Pai trabalha em Cristo, ou nos ramos unidos a Cristo. Naqueles que não produzem fruto Ele faz a poda, enquanto naqueles que produzem, faz limpeza para melhorar a produção. Está portanto claro que o Pai age nos ramos ligados mesmo a Cristo. Só pode ser podado o que está ligado, assim como só pode ser limpo o que está conectado também. É um tratamento às varas, improdutivas e produtivas. A palavra de Cristo limpa os discípulos. É como o que está figurado no trabalho do Pai. Cristo exorta aos discípulos para estarem nEle. Exortação, no verso 4, que indica a liberdade para estar nEle para produzir frutos. Explicação feita no verso 5, com referência ao dito no 4, pois a vara que está em Cristo dará fruto. Se a vara passa a não produzir, então é lançada fora. Parece falar da vontade de permanecer conectado. "Estai em mim" para dar frutos, porque "Se alguém não estiver em mim" não pode. O verso 9, nesse contexto de exortação à permanência no Senhor, explicar que obedecer aos mandamentos faz com que permaneçamos no amor de Cristo. Obedecer aos mandamentos é dar fruto. Nisso é preciso vontade. Vem a graça, a vontade pode aceitá-la ou não, por isso há exortações.
    Até logo.

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  14. É incrível como o exercício interpretativo calvinista é chegado a uma "hipótese".

    A vara está em Cristo e é arrancada = parecia estar em Cristo, mas não estava, por isso não dava frutos.

    Decaístes da graça = isso não quer dizer isso, mas que supostamente estava na graça.

    Sr iluminado, provar o dom celestial, tornar-se participante do ES, provar a boa palavra de Deus = nada disso é conclusivo, pois o autor está falando de supostos conversos que experimentaram - mas não experimentaram de verdade - tudo o que experimenta um verdadeiro salvo.

    O primeiro caso é hipotético, o segundo também, e o terceiro idem. E isso não importa o quanto claras e objetivas sejam as palavras dos escritores.

    São alertas desnecessário visto 'as impossibilidades' de tais coisas acontecerem realmente. É tudo perda de tempo e desperdício de tinta.

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  15. Gledson e Zwinglio (quanto tempo!)

    Não se trata de um "exercício interpretativo", mas uma analise cuidadosa e temerosa do todo bíblico.

    Acompanhem o raciocínio, e peço que escolham a alternativa mais plausível:

    Premissas:
    1 - Cristo afirma que a vara que está nEle dá muito fruto (Jo 15.5)
    2 - Cristo afirma que a vara que não está nEle não pode (não consegue) dar fruto (Jo 15.4)
    3 - Cristo afirma que a vara que está nEle, mas não dá fruto, Deus a tira (verso 2)

    Ou seja, se alguém está em Cristo, esse dá fruto. Se alguém não está em Cristo, esse não dá fruto. Se alguém não dá fruto, logo é cortado.

    Perante as premissas 2 e 3, onde há uma “contradição” (afinal, a vara que não dá fruto “estava” nele ou não?), podemos deduzir:

    Possíveis Conclusões(*):
    A-A Bíblia se contradiz;
    B-A Vara infrutífera nunca esteve em Cristo de fato, pois se estivesse daria fruto, como Cristo afirmou; e isso confirma diversas passagens sobre falsos cristãos, como Mt 7.22 e 23, e 1 Jo 2.19;
    C-É possível a um salvo se perder (o que contraria versos como João 6.37, Ezequiel 36.26 ao 27 e Jeremias 32:40)

    Qual vocês escolhem?

    Um abraço.

    *Obs: se existirem mais conclusões possíveis, peço por favor que coloquem.

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  17. Neto, paz!

    "1 - Cristo afirma que a vara que está nEle dá muito fruto (Jo 15.5)
    2 - Cristo afirma que a vara que não está nEle não pode (não consegue) dar fruto (Jo 15.4)
    3 - Cristo afirma que a vara que está nEle, mas não dá fruto, Deus a tira (verso 2)"

    Não há contradição, mas três condições.

    A primeira é fato, mas não integra o todo do que se quer dizer a respeito dos que estão nEle. Ele dá muito fruto sim.

    No entanto, apesar de estar na condição de frutificar, é possível que a vara não corresponda; e é isso o que denota a terceira com vistas a AMPLIAR o que fora dito na primeira em relação aos que nEle estão.

    Quem não está, não está de fato e a conclusão óbvia é que não produza. Isso é o que esclarece a segunda.

    Caso deixemos o texto falar por si mesmo, é isso o que ele apresenta literalmente falando. Caso partamos com pressupostos inflexíveis, ele dirá o que quisermos, porém, nunca o que ele de fato diz.

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  18. Concordo com o Zuinglio Rodrigues. O Neto fez boa análise, mas concluiu erroneamente.
    Há três fatos aí:

    1. Há varas infrutíferas EM Cristo, são cortadas ou estão ameaçadas a ser.

    2. As varas em Cristo dão muito fruto (entende-se as que são frutíferas e foram limpas).

    3. Varas fora de Cristo não dão fruto.

    Então, as varas que nunca estiveram em Cristo estão impossibilitadas de frutificarem. As que estão, podem ou não frutificar.

    As que frutificam, o Pai faz a limpeza de forma que deem mais frutos.

    Sem contradição alguma. POR FAZER, ANALISE ESSA CONCLUSÃO:

    a) Quem está em Cristo pode frutificar e quem não está é infrutífero.

    Até logo.

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  19. Neto,

    Premissas:
    1 - Cristo afirma que a vara que está nEle dá muito fruto (Jo 15.5)
    2 - Cristo afirma que a vara que não está nEle não pode (não consegue) dar fruto (Jo 15.4)
    3 - Cristo afirma que a vara que está nEle, mas não dá fruto, Deus a tira (verso 2)

    ... Possíveis Conclusões(*): A-A Bíblia se contradiz.


    Você colocou a Bíblia como possivelmente entrando em contradição, embora eu saiba que você nem sequer admite esta hipótese, porque colocou as premissas de forma diferente de como está em João. Da forma como você colocou, eu não teria dúvidas em assinalar a resposta A: A Bíblia é contraditória!

    No entanto, a ênfase toda de João, cap. 15, é a "permanência" em Cristo, não meramente estar nele.

    4 - Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim...

    5 - Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto...

    6 - Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora...

    7 - Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós...

    8 - Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos...

    9 - Permanecei no meu amor.

    10 - Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor...


    Como podemos ver, não é questão de não haver "união orgânica de fato", de "estar aderido mas não ligado intimamente à videira", ou de ser "vara infrutífera que nunca esteve em Cristo de fato", que seria a opção que você escolheria. Se a vara não está em Cristo, ela não é vara de maneira alguma, e dizer que ela é uma "vara infrutífera", não sendo ela uma vara, não acrescenta nada nem faz o menor sentido. A questão é a permanência.

    Todas são varas, todas participam da seiva da videira. A diferença é que algumas permanecem e outras não, e essas que vão perdendo a razão de estarem na videira, e consequentemente não geram frutos, são cortadas.

    Mas eu mesmo não estou convencido de que estes versículos apoiam a doutrina da apostasia final. Isso não está bem claro, embora muitos elementos parecem apontar nesta direção.

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  20. Afirmar que os crentes nascidos de novo, salvos pela graça de DEUS, regenerados pelo Espírito Santo podem não produzir bons frutos e com isso serem cortados, condenados e lançados fora para serem queimados é COM TODAS AS LETRAS pregar salvação por obras.

    Quem assim o faz nega até a morte, ensinam explicitamente a salvação por obras à moda católica, mulçumana e espírita de ser e depois a travestem de "graça".

    Por que não asssumem logo de vez em alto e bom tom: "Nós ensinamos e acreditamos em salvação por obras!!!"

    Alguns comentaristas esqueceram de um detalhe sobre a vara que dá frutos: A vara esta em CRISTO e CRISTO esta nele!

    "Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer." Jo 15:5

    Tem vara que esta em CRISTO, e destarte, CRISTO não esta nele!

    Isso é estranho?

    De maneira nenhuma, vemos outros exemplos semelhantes nas escrituras.

    1 - Pessoas que tentariam passar pela porta estreita e não conseguiriam entrar. Lc 13:24

    e

    2 - O "penetra" na festa dos escolhidos de DEUS. Mt 22:12

    Como pode uma vara estar em Cristo e Cristo não estar nele?

    Como pode muitas pessoas tentarem passar pela "porta estreita", Jesus Cristo, e não conseguirem?

    Como pode você entrar nas bodas do Cordeiro e logo depois ser expulso?

    O que temos?

    Pessoas que procuram união com Cristo pelos próprios méritos.

    Estão em Cristo de alguma forma, tentam passar pela porta estreita e surgem no meio dos convidados das bodas do Cordeiro, mas CRISTO NÃO ESTA NELES.

    Essa turma até profetiza, expulsam demônios, fazem muitas maravilhas, no entanto NUNCA foram conhecidos do Senhor, pois "os que dantes conheceu...", bem... creio que todos conhecem esta passagem de Rm 8: 29-30

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  21. A acusação de "salvação pelas obras" já era esperada. Não sei se a acusação foi para mim ou para qualquer outro, fato é que todos aqueles que defendem fidelidade a Deus de maneira sinergística é acusado de ensinar salvação pelas obras.

    Eu sei que muitos realmente ensinam que devemos praticar boas obras a fim de manter a nossa salvação, mas isso não é verdadeiro de todos.

    Deixando um pouco a imagem da videira de Jesus, e passando para a da oliveira de Paulo, se alguém é cortado, isso se deve exclusivamente à incredulidade. As boas ou más obras não são levadas em consideração tanto para ser salvo quanto para permanecer salvo.

    Mas se alguém me mostrar que a fé em Deus, da maneira apresentada aqui, é uma obra, estou disposto a mudar a minha opinião.

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  22. “A acusação de "salvação pelas obras" já era esperada.”

    Caro irmão Paulo.

    Não é uma acusação, é um fato. Se alguém ensina que devemos ser fiéis a DEUS com nossas obras implicando isso ao fato de estarmos sujeitos de, na falta delas, sermos condenados perdendo assim nosso estado de graça ensina com TODAS AS LETRAS salvação pelas obras, embora negam veemente que assim procedem, logo não é uma acusação.

    “Não sei se a acusação foi para mim ou para qualquer outro.”

    Não foi especificamente para você, no entanto se acredita que o exercício de determinadas obras são essenciais para manter a salvação pela graça (o que já é uma contradição, pois a graça já não é graça se entrar em contraste com as obras) a mensagem poderá servir para reflexão, não leia em tom de “acusação”.

    “fato é que todos aqueles que defendem fidelidade a Deus de maneira sinergística é acusado de ensinar salvação pelas obras.”

    Se você acredita que “a fidelidade a DEUS de maneira sinergísitca” é a causa da nossa salvação, esta ensinado de forma clara e inequívoca, salvação pelas obras.

    Ninguém aqui afirma e defende que o crente não deve ser fiel, muito pelo contrário, assim o cremos sabendo perfeitamente que o próprio DEUS pela sua misericórdia, amor, benignidade e fidelidade, “nos confortará e guardará do maligno” II Ts 3:3, pois ele é poderoso para “nos edificar e dar herança entre todos os santificados” At 20:32, uma vez que Ele “opera em nó tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” Fl 2:13, por tudo isso devemos saber “em quem temos crido, e estarmos certos de que ELE é poderoso para guardar o nosso depósito, até àquele dia” II Tm 1:12, pois “somos salvos pela sua graça por meio da fé e isso não vem de nós é dom de DEUS, não vem das obras para que ninguém se glorie.” Ef 2:8-9

    “Eu sei que muitos realmente ensinam que devemos praticar boas obras a fim de manter a nossa salvação, mas isso não é verdadeiro de todos.”

    Concordo. Se alguém repousa a manutenção da sua salvação na prática de boas obras esta pregando salvação pelas obras negando veemente a suficiência do sacrifício de Cristo como a única obra que salva o homem pecador.

    “Mas se alguém me mostrar que a fé em Deus, da maneira apresentada aqui, é uma obra, estou disposto a mudar a minha opinião.”

    Quem exerce a fé em DEUS é o homem, mas a fé é um dom de DEUS (Ef 2:8) da mesma maneira que não é de todos (II Ts 3:2).

    Como tudo o que tange as nossas almas nos direcionando ao caminho de graça provém de DEUS, temos que estas coisas são infalivelmente atribuídas única e exclusivamente à sua graça, amor, misericórdia e benevolência para conosco.

    DEUS te abençõe

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  23. Hélio,

    Sinto-me aliviado após seus esclarecimentos, já que eu não acredito que "determinadas obras são essenciais para manter a salvação pela graça", nem que "a fidelidade a DEUS de maneira sinergísitca é a causa da nossa salvação".

    Um grande abraço ao irmão.

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  24. Zwinglio,

    Após MUITA demora, voltei para responder.

    na sua mensagem de 27/07/2011 - 18:26, você disse:

    "Quem não está, não está de fato e a conclusão óbvia é que não produza. Isso é o que esclarece a segunda.

    Caso deixemos o texto falar por si mesmo, é isso o que ele apresenta literalmente falando. Caso partamos com pressupostos inflexíveis, ele dirá o que quisermos, porém, nunca o que ele de fato diz."

    Acontece, Zwinglio, que realmente uso de "pressupostos inflexíveis". Os pressupostos que estou usando aqui são: "Quem não está não dá fruto", e "se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo."

    Logo, é impossível alguém estar em Cristo e não apresentar frutos (como Ele mesmo disse). Logo, em consequencia, se a pessoa não deu fruto, jamais esteve realmente nEle.

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  25. Gledson, a Paz!

    Você disse:
    "POR FAZER, ANALISE ESSA CONCLUSÃO:

    a) Quem está em Cristo pode frutificar e quem não está é infrutífero."


    Não concordo, Gledson, principalmente no trecho "PODE frutificar" e pelas mesmas razões que apresentei ao Zwinglio.

    Jesus afirma que "todo aquele que está nEle, dá muito fruto" e, que "Quem não está nEle não dá fruto". Além disso, mais adiante no NT, lemos essa declaração de Paulo: "SE alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo."

    Logo, é impossível alguém estar em Cristo e não apresentar frutos. Se não apresenta frutos, jamais esteve nEle.

    Um abraço.

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  26. Olá amigos,
    Há uma nota de rodapé da Bíblia de Genebra que mostra uma possível tradução para "cortar". O verbo "airó" também é traduzido em outros versículos como "erguer", "levantar" - ex. Lucas 17:3 levantar a voz.

    Os ramos da videira precisam estar elevados do chão e crescem presos a cercas para que os cachos cresçam pendurados. Se o ramo estiver caído no chão ele não dá fruto porque os cachos não vingam em contato com o solo, além do mais os ramos que estão suspensos bloqueiam a luz do sol. O agricultor precisa suspender os ramos caídos para que eles peguem a luz do sol e possam pender os cachos.

    Conclusão... se o ramo está nEle, deveria dar fruto. Se não dá fruto (porque está caído) ele levanta (para que dê fruto) e os que já dão frutos Ele poda (limpa) para dar mais frutos.

    Já ouviram alguma coisa nesse sentido? Achei interessante e faz muito sentido. O que acham?

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    1. Não tinha ouvido nada semelhante, mas como os "ramos levantados" são lançados no fogo?

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    2. Talvez não sejam os mesmos ramos. Não há nada no próprio texto que conecte os ramos que secam e são jogados no fogo com os ramos que foram levantados. Acho que a associação está mais pela força da tradução "cortar".

      Não sou agricultor de vinhas, mas acredito que alguns ramos podem quebrar com a ação do vento, ou animais, sei lá... O versículo 6 diz que o ramo que não permanece nEle... Quem seca e é lançado no fogo é o ramo que não está nEle, pois o ramo que está nEle frutifica. Se o primeiro ramo estava nEle, por que não frutificou?

      No versículo 2 a ênfase está em estando em mim - Todo o ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o "levanta".
      No versículo 6 a ênfase está em não estando nele - Se o ramo não permanece nele é lançado fora, seca e é lançado ao fogo.

      Acho que o procedimento natural para o agricultor aos inspecionar a vide seria:
      1. O ramo está no chão sem fruto, mas ainda conectado à videira = suspende para que dê fruto.
      2. O ramo está com fruto conectado à videira = poda (limpa) para que dê mais fruto.
      3. O ramo não permanece na videira = é lançado fora.
      4. Os ramos que foram lançados fora secarão e serão queimados.

      O versículo 2 fala sobre o trato com os ramos que estão na videira e "podem" dar frutos.
      O versículo 6 fala sobre o trato com os ramos que não fazem mais parte da videira (sem necessariamente dizer com isso que foram arrancados pelo agricultor).

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    3. Clovis, Neto, Zwinglio e Hélio
      Algum comentário quanto à minha participação? Gostaria de ter a opinião dos senhores sobre o que apresentei.

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    4. Nunca havia ouvido ou lido sobre esse possível significa. De prima, acho que não combina muito bem levantar e lançar no fogo. Mas vou analisar a possibilidade com mais cuidado. Descobrindo algo, posto.

      Em Cristo,

      Clóvis

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  27. O versículo 2 fala sobre o trato com os ramos que estão na videira e "podem" dar frutos.
    O versículo 6 fala sobre o trato com os ramos que não fazem mais parte da videira (sem necessariamente dizer com isso que foram arrancados pelo agricultor).


    Mas, quem tem poder para tirar ramos da videira?

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  28. Os Judeus diziam que ELES eram a videira plantada por Deus. Mas Jesus diz que não, que ELE era a videira VERDADEIRA.

    Essa parábola é a mesma das ovelhas. As minhas ovelhas conhecem a minha voz e me seguem. Eu sou a videira verdadeira e quem está em mim dá fruto. Se não dá fruto, o agricultor a levanta. Os ramos que já dão fruto são limpos para que deem mais fruto.

    Os fariseus não eram ramos conectados à videira verdadeira (Cristo) por isso seriam lançados fora, secariam e seriam lançados no fogo.

    O texto não é necessariamente soteriológico para definir se é possível perder salvação ou não. Mas para dizer quem é salvo e quem não é. Os salvos estão na videira, e esses são tratados pelo agricultor para que deem fruto, levantando-os ou podando-os. Os não salvos não estão na videira, esses são lançados fora, secam e vão para o fogo.

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    1. A questão dos judeus se considerarem a videira, eu já conhecia.

      Mas o seu último parágrafo é esclarecedor. Irei analisar com cuidado seu argumento.

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    2. André, minha opinião é parecida com o seu ultimo comentário. Jesus está querendo fazer uma distinção de quem realmente está conectado à Ele (fruto), com os que parecem estar conectados a Ele.

      Pode ser que Ele quis fazer essa distinção justamente para aqueles que já se diziam "povo de Deus", mas que não demonstravam frutos... Como João Batista fez.

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    3. Posso fazer mais uma pergunta?
      De onde vieram os galhos?

      Aliás, é interessante notar que Paulo usa uma analogia semelhante. Vou dar uma lida.

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    4. Crédulo, essa pergunta é pra mim? Sinceramente, não entendi...

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  29. É pro povo em geral, não somente você. Agora que vi essa do 'galho arrastando o chão', resolvi perguntar o que cada personagem desta parábola significa.

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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