Os dois primeiros mandamentos

Na Lei de Deus se nos deu uma perfeitíssima regra de toda justiça, que podemos chamar com toda razão "a vontade eterna do Senhor", pois tem resumido plenamente e com clareza em duas Tábuas tudo quanto exige de nós. Na primeira Tábua nos prescreveu, em poucos mandamentos, quando é o serviço que lhe é agradável a sua Majestade. Na segunda, quais são as obrigações de caridade que temos com o próximo.

• Primeiro Mandamento

"Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20:2-3, ACF).

A primeira parte deste mandamento é como uma introdução a toda a Lei. Pois ao afirmar que Ele é "Jeová, nosso Deus", Deus se declara como quem tem o direito de mandar e a cujo mandado se deve obediência, segundo o diz por seu profeta: "Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor?" (Malaquias 1:6, ACF).

De igual modo lembra seus benefícios, colocando em evidência nossa ingratidão se não obedecemos a sua voz. Pois por esta mesma bondade com a qual antes "tirou" o povo judeu "da servidão do Egito", libera também a todos seus serviços do eterno Egito, quer dizer, do poder do pecado.

Sua proibição de ter "outros deuses" significa que não devemos atribuir a ninguém nada do que pertence a Deus. Agrega "diante de mim", declarando deste modo que quer ser reconhecido como Deus não só numa confissão externa, senão com toda verdade, do íntimo do coração.

Pois bem, estas coisas pertencem unicamente a Deus, e não podem transferir-se a nenhum outro sem arrebatá-las dEle; estas coisas são: que o adoremos a Ele sozinho, que nos apoiemos em Ele com toda nossa confiança e com toda nossa esperança, que reconheçamos que tudo o bom e santo provém dEle, e que lhe tributemos o louvor por toda bondade e santidade.

• Segundo Mandamento

"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás" (Êxodo 20:4-5, ACF).

Do mesmo modo que pelo mandamento anterior declarou que era o único Deus, assim agora diz quem é que como deve ser honrado e servido.

Proíbe, pois, que lhe atribuamos "alguma semelhança", e a razão disto nos dá no capítulo 4 do Deuteronômio e no capítulo 40 de Isaias, a saber: que o Espírito não tem nenhum parecido com o corpo.

Do resto, proíbe que demos culto a nenhuma imagem. Aprendamos, pois, deste mandamento que o serviço e a honra de Deus são espirituais: pois, como é Espírito, quer ser honrado e servido em espírito e em verdade. Imediatamente agrega uma terrível ameaça, com a que declara quão gravemente resulta ofendido quebrantando este mandamento: "porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam, e faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos" (Êx 20:5-6, ACF).

Que e como se disser que Ele é o único em quem devemos descansar, que não suporta que coloquemos a ninguém a seu lado. E inclusive que vingará sua Majestade e sua Glória se alguns a transferirem às imagens ou a qualquer outra coisa; e não de uma vez para sempre, senão nos pais, filhos e descendentes, quer dizer, em todos, enquanto imitem a impiedade de seus pais; do mesmo modo que manifesta sua misericórdia e doçura aos que o amam e guardam sua Lei. Em todo o qual nos declara a grandeza de sua misericórdia que a estende até mil gerações, enquanto que só assina quatro gerações para sua vingança.

João Calvino
In: Breve instrução Cristã

4 comentários:

  1. É certo o ditado popular que diz: “Até um relógio quebrado estará certo duas vezes ao dia”. Mesmo quebrado, estará certo a certa altura. Mas, o que dizer de um relógio que funciona, mas funciona mal? Por exemplo, um relógio que sempre atrasa. Esse é pior que todos. Nunca podemos confiar nele. João Calvino (que inclusive tem muitos adeptos) parece ser um desses relógios: sempre está atrasado. Desta maneira não merece crédito. Pelo que consta no na postagem acima, o conceito que Calvino espalhava da Bíblia era que tudo quanto estava na Bíblia era aplicável para os seus seguidores.


    “Na Lei de Deus se nos deu uma perfeitíssima regra de toda justiça, que podemos chamar com toda razão ‘a vontade eterna do Senhor’, pois tem resumido plenamente e com clareza em duas Tábuas tudo quanto exige de nós”. Calvino, e sua prole, só esqueceu de um detalhe bem pequeno: que ninguém será justificado diante do Eterno pelo mandamento. Pelo contrário, a regra de justiça gravadas nas Tábuas da Lei encontra no homem injustiça e o condena (Romanos 7:8-11). É que Calvino tratou com a Palavra de Deus como quem quer montar uma bicicleta com uma roda de trator. Aí é de mais. Não cabe! Tanto é assim que ele se inclui nos dez mandamentos: “na lei de Deus se nos deu”, “tudo quanto exige de nós”. É a velha teimosia de muita gente querer tomar para si uma coisa que sempre teve um dono exclusivo: os filhos de Israel.

    “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” Êxodo 20:2,3. Só se Calvino e seus seguidores vieram de lá, da terra do Egito, e da época de Moisés. Coisa totalmente absurda. Na lei, em toda lei, com todos os seus ais, incluindo aí a Lei Moral e a Lei Cerimonial, o Eterno Deus, Criador e Sustentador de todas as coisas, não falava para qualquer Egípcio, Fenício, Caldeu. Nem tão pouco falou para os Latinos, Norte Americanos ou Europeus. Deixa disso! O Eterno falou exclusivamente para os filhos de Israel: “Mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; e quanto aos seus juízos, não os conhecem. Louvai ao SENHOR.” Salmos 147:19 e 20.

    Não dá para acreditar no que Calvino diz porque um relógio atrasado sempre vai nos atrapalhar. Agora, se Calvino erra ao falar sobre a Lei do Senhor, imagina se dá para acreditar quando ele fala sobre a coisa esquisita denominada de Predestinação Fatalista?

    In: http://pregaiboasnovas.blogspot.com/2011/02/joao-calvino-e-lei-de-moises.html

    Graça e Paz!

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  3. Paulo Cesar,

    A Lei de Deus foi REVELADA a Israel. Mas isso não significa que ela não deve ser seguida por todos os homens.

    "Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que TODA a boca esteja fechada e TODO O MUNDO seja condenável diante de Deus." Rm 3.12

    "Os quais [gentios] mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;" Rm 2.14 e 15

    A Lei está sobre todos os homens, não somente para os Judeus. Os Judeus apenas a receberam em revelação divina, diferente das outras nações.

    Por favor, da próxima vez, seja menos prolixo. Concentre-se nos argumentos.

    Um abraço, Deus abençoe.

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  4. Pregai Boas Novas, vc estava nos comentários lá no Mira da Verdade canatndo se exibindo sobre a predestinção; Me parece que o Leandro te indicou e deppoios te chutou... não é?
    no primeiro momento achei q era adventista, agora me parece que não é...
    Meu, dizer que Calvino errou é um trabalho mais doloroso e precisa de gente de mais calibre do que vc pra dizer isso. O que disse acima nem me emplogou,e olha dizer que "Calvino, e sua prole, só esqueceu de um detalhe bem pequeno: que ninguém será justificado diante do Eterno pelo mandamento."
    risos, muito risos, mais risos, muito mais risos...
    Rapaz é de Calvino e sua prole mesmo q vc está dizendo?
    Neto te chamou para concentrar nos argumentos, eu quero no que vc sabe sobre Calvino e sua prole sobre justificação e obra... vamos lá!

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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