Qual é mesmo o problema do dom de línguas? - 1a

Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados. Mc 16:17-18

O meu irmão em Cristo Heitor Alves escreveu uma série de artigos, na qual pretende refutar o dom de línguas, haja vista ser ele cessacionista convicto. Sua proposta consiste em analisar passagens bíblicas e a partir dessa análise levantar supostos problemas para a atualidade desse dom. Como pentecostal, creio na atualidade dos dons espirituais, o de falar em línguas inclusive. Por isso, passo em revista os argumentos do Heitor e apresento uma posição alternativa.

Atendendo à proposta dele, vou me ater aos textos que ele apresenta, deixando de lado experiências pessoais, as quais contam muito pouco para se determinar a verdade. Ele tem as dele, e eu tenho as minhas, e nenhuma delas serve a uma terceira pessoa. Fiquemos então com o que a Palavra diz, buscando a melhor interpretação do sentido original.

Após citar Mc 16:17-18, acima reproduzido, Heitor afirma que "o texto fala de cinco sinais", estando corretíssimo inclusive na menção a eles. Mas em seguida ele faz uma pergunta descabida: "os pentecostais usam somente o verso 17. Por quê?". O descabimento da pergunta fica por conta da afirmação, tirada não sei de onde, de que os pentecostais evitam o verso 18. Cito como exemplo, Stanley M. Horton, em sua obra "A doutrina do Espírito Santo", que na página 121 não apenas menciona o verso 18 como trata dos sinais nele mencionado. Até a apresentação de evidências que corroborem tal afirmação, considerarei descabida e desnecessária no tratamento do tema.

Outra afirmação estranha é a de que "os pentecostais dizem que os sinais 1,3,4 e 5 podem acontecer 'ocasionalmente (sem que a pessoa deseje). Somente o sinal 2 é que pode acontecer 'desejando'", seguida da pergunta "onde no texto, Marcos separa os cinco sinais em 'sinais que podem se desejados' e 'sinais que podem acontecer ocasionalmente'?". A pergunta deveria ser: onde os pentecostais classificam assim esses sinais? Onde nosso irmão está aprendendo sobre a fé pentecostal? Aqui também basta uma citação para mostrar a improcedência de seu questionamento. A artigo 10, do "credo" assembleiano diz que os dons espirituais são "distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade (1Co 12.1-12)" e o 9 refere-se ao "falar em outras línguas, conforme a Sua vontade". Não importa o dom, ele sempre será distribuído de acordo com a soberania divina e não a bel-prazer do homem.

Nosso irmão prossegue perguntando "alguém está disposto a tocar em serpente? Alguém está disposto a beber veneno?". Aqui ele interpreta a passagem como supõe que um pentecostal interpretaria. Mas, como um pentecostal vê essa passagem? Novamente, recorro à Stanley Horton: "a expressão não é um mandamento, mas simples declaração de fatos. Além disso, embora a expressão "pegar em" seja um dos significados da palavra grega, não é o único. Outros sentidos legítimos são "tirar", "remover", "varrer para longe", "vencer" (Mt 24:39; Jo 10:18; 11:48; Cl 2:14)"

E sobre beber veneno diz o professor assembleiano que "a expressão seguinte tem a forma grega 'se', que indica a impossibilidade de beber veneno. Mesmo assim, Deus protegerá os que assim fizerem, mas não deliberadamente, no decurso da pregação do evangelho".  O Bible Knowledge Commentary confirma que "No grego, as duas primeiras cláusulas em Mc 16:18 podem ser entendidas como clausulas condicionais, com a terceira cláusula como conclusão. A interpretação deve ser 'e se forem compelidos a pegar serpentes com suas mãos e se forem compelidos a beberem veneno mortal, não lhes  fará dano algum'". Completa Horton, "nenhuma dessas coisas pretende ser um meio de testar ou comprovar a nossa fé, nem sequer o falar em línguas". Portanto, Heitor assume uma interpretação como sendo a dos pentecostais e em seguida a refuta, o que não passa da técnica de despedaçar o espantalho.

Mas nem sempre nosso irmão erra ao representar a crença pentecostal. Por exemplo, quando afirma que "os que defendem a contemporaneidade dos dons alegam que esses cinco sinais não acontecem necessariamente em todos os casos de se falar em línguas", está certíssimo. Mas, ao crer assim, os pentecostais estão apenas sendo bíblicos. Em nenhum momento o Novo Testamento afirma que todos os sinais ocorreriam de forma simultânea. E os exemplos registrados indicam que um ou alguns, mas nunca todos os dons ocorrem ao mesmo tempo. Ademais, Jesus não diz que os quatros sinais iriam seguir o de línguas, mas que aqueles sinais seguiriam a proclamação do evangelho.

Ainda batendo na mesma tecla ele pergunta "mas, se os cinco sinais podem acontecer ocasionalmente, por que nas igrejas pentecostais só acontece o dom de línguas?". Como disse, deveríamos nos ater ao que a Bíblia diz e não julgar pela experiência. Porém, parece que o irmão desconhece o que acontece em igrejas pentecostais, se pensa que nelas só acontece o dom de línguas. O desconhecimento crasso da realidade pentecostal fica ainda mais claro quando ele pergunta "Alguém está disposto a impor as mãos sobre os enfermos para serem curados?". É quase impossível ir a um culto numa igreja pentecostal sem que haja um momento de oração, com imposição de mãos, pelos enfermos. E curas acontecem.

Mais dois pontos e encerro minhas considerações ao que o irmão Heitor escreveu. Ele diz que "não há nenhum registro sequer no Novo Testamento dos sinais “pegar em serpentes e viver” e “beber coisa mortífera” (beber veneno)". Ora, essa não é uma objeção ao dom de línguas em si, mas à veracidade das palavras de Jesus. Foi ele quem disse "este sinais seguirão", se isto for colocado em dúvida, então o que se está desacreditando é da pessoa de Jesus. Finalmente, o irmão Heitor diz que "a teologia pentecostal é bem clara ao exortar o crente pentecostal a “buscar” o dom de línguas". A bem da verdade, os pentecostais são incentivados a buscar o batismo com o Espírito Santo, sendo que boa parte crê que as línguas são evidências físicas dele. Mas, a igreja de maneira geral é exortada a buscar os melhores dons, especialmente o de profecia.

Da avaliação do artigo do Heitor concluímos que na verdade ele nem tratou do texto bíblico, nem apresentou algum problema real que a passagem representasse ao dom de línguas. O que ele fez foi trabalhar sobre suposições do que seria a doutrina pentecostal e nem assim apresentou alguma dificuldade consistente. E nem poderia fazer, pois como ele próprio reconhece o texto fica "longe de provar o cessacionismo". Porém, ao contrário do que ele deseja, o texto "serve para provar a contemporaneidade dos dons".

É o que veremos no próximo artigo.

Soli Deo Gloria

29 comentários:

  1. Clóvis,

    Faz tempo que não venho ao seu blog e somente agora estou vendo as mudanças. Ficou bom, sem dúvida, mas ainda prefiro aquele primeiro design, com as tulipas.

    Antes de mais nada quero afirmar não ser cessacionista, mas também não creio nos dons como a maioria dos pentecostais. E especialmente no dom de línguas - que reputo humanas e não estranhas (glossolalia). Tanto em Atos como em 1 Coríntios essa certeza é absoluta. Da mesma forma, não posso coadunar com o "batismo com o Espírito Santo (segundo batismo), referendado por dom de línguas. Não vejo qualquer alicerce bíblico para tal - e aí iriam longas explicações, que acho desnecessárias no momento.

    Penso que o maior dom é o da pregação, levar o nome de Cristo aos perdidos, anunciando a todos a boa nova. Esse, para mim, o verdadeiro dom de profecia. Novas profecias não me seduzem e eu já vi onde desembocam.

    Portanto, concluindo, não sou cessacionista, jamais, mas não entendo os dons como os pentecostais, na sua maioria - embora existindo muitos pentecostais que entendam tais dons assim como descrevi acima e com os quais desenvolvo uma ótima convivência, como, por exemplo, o Georges Nogueira.

    Abraços.

    Ricardo.

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  2. Clóvis, paz!

    A meu ver, está perfeita a arrumação que você faz das coisas desarrumadas que disse o irmão Heitor sobre pentecostais, dons... valeu mesmo. Abraços!

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  3. Muito bom, irmão Clóvis. Espero ansioso pelos próximos posts. Sabe, preciso de sua ajuda. Sou assembleiano e, por conseguinte, penetcostal, e estou começando a pensar muito a respeito do calvinismo e tenho me fascinado, mas em contra-partida, existe, de uma boa parte dos calvinistas, uma oposição e aversão quanto a conteporaneidade dos dons. Que extes próximos posts nos ajudem a manter o equilíbrio.

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  4. Clóvis,

    Irei acompanhar silenciosamente suas postagens, ok? Apesar de ser cessacionista convicto, como você me nomeou, e sou mesmo, não irei dar prosseguimento ao debate, visto que já falei demais (passar muito tempo falando sobre o mesmo tema é "perca de tempo").

    Quando achar que é preciso comentar algo, assim o farei. Mas não espere muitos comentários!

    Abraços.

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  5. Clóvis,

    1- Ótimo visual, quero usa-lo como referenciam lá no meu blog, preciso de sua ajuda.

    2- O link para o 5solas não atualiza com o último assunto tratado, preciso de sua ajuda.

    3- Não sou pentecostal - com isso não posso ser automáticamente um cessacionista - mas reafirmo o respeito que tenho por vc e por sua capacidade de argumentação.

    4- Estou ansioso pelo outros comentários. Por enquanto, em nada foi preciso - a meu ver - interferir, mas não sei até onde vou assim nesse assunto.

    Por hora é isso,
    Atento, em Cristo o Senhor dos dons.

    Esli Soares

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  6. Assunto complexo para alguns, simples para outros.
    Sou pentecostal, mas não sou batizada no Espírito Santo e nem falo línguas estranhas.
    A meu ver, tem havido um certo abuso do dons de línguas em algumas igrejas, bem diferente da ordem e decência aconselhados na palavra de Deus.
    Parabéns pelo blog, conteúdo de qualidade e um layout leve e bem navegável!^^
    Genilda Silva

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  7. Irmão Clóvis, vamos esperar o que o irmão Heitor irá responder.
    Porém eu acho que vc tenta sempre usar uma utopia quando a relidade da igrejas é trazida a baila. Qundo eu disse em outro post sobre esse assunto que não existe igreja alguma com equilibrio, vc me perguntou se eu onisciente, ou se eu conhecia todas... pois bem, vc só desviou o assunto. A realidade é essa! O irmão Heitor tb fez alguma avaliação (embora eu ñ seja um cesscionista) confrontando a experiencia observada e a teologia afirmada, e vc tb disse que isso não pode ser determinnte no debate:"Atendendo à proposta dele, vou me ater aos textos que ele apresenta, deixando de lado experiências pessoais, as quais contam muito pouco para se determinar a verdade."
    Clóvis, como contam 'pouco'??? Se ele e vc estão debatendo a 'atualidade dos dons' é o que estamos vendo que determinaria essa atualidade... a meu ver vc foi evasivo nesse ponto.
    Mas vamos ver. Como eu até hoje não fui capaz de ver o cessacionismo na Bíblia, quero ler com atenção se o irmão Heitor provaria.

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  8. Ricardo,

    Estava sentindo mesmo sua falta. Fico feliz por sabe-lo não cessacionista, e apesar das nossas diferenças neste aspecto, concordamos que o principal é a pregação do evangelho, acompanhado de sinais ou não.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  9. Pr. Zwinglio,

    Espero que acompanhe os outros artigos da série. Que não serão consecutivos, mas a cada uma ou duas semanas.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  10. Cleison,

    Fico feliz por mais um pentecostal voltando-se para as doutrinas da graça.

    Que o Senhor possa abençoa-lo grandemente.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  11. Heitor,

    Também acredito que já debatesmo bastante o tema e seu acompanhamento, mesmo silencioso, já é uma honra.

    Porém, quero lhe pedir que me corrija, se em algum ponto eu vier representar mal sua posição, quiçá por não te-la compreendida corretamente. Reparos sempre serão bem vindos.

    Em Cristo,

    Clóvis

    PS. Reparei que esqueci de colocar o link para o original, como costumo fazer. Irei corrigir.

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  12. Esli,

    Assim, organizadinho, como seu comentário:

    Clóvis,

    1 - Obrigado pelo elogio ao visual. Se eu puder ajudar, conte comigo. Mas meio que faço isso a facão.

    2- Vou ver. Acho que o erro é por aqui, pela mudança de template. Vou ver se o mesmo está acontecendo em outros blogs.

    3- O respeito é mútuo. Inclusive quanto aos irmãos cesssacionistas. Que alguém tire algo de proveitoso de nossas capacidades argumentativas para a glória de Deus.

    4- Sua interferência, quando vier, será proveitosa para todos os interessado no tema. Mesmo os que vierem a discordar de sua posição.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  13. Genilda,

    Seja bem vinda, sempre.

    Concordo com você que há muita desordem e abusos por aí, com relação aos dons. Como alguém já disse aqui, parte é explicada pelo fato de cada vez novas pessoas irem recebendo os dons e assim haver uma "entusiasmo inicial" e parte por falta de instrução adequada mesmo.

    Apareça sempre.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  14. Luciano,

    O irmão Heitor já disse que irá apenas acompanhar as postagens, pois eu e ele já discutimos bastante o tema. Concordo, mas espero que ele pelo menos faça apontamentos de onde eu não for preciso na avaliação de suas palavras.

    "Porém eu acho que vc tenta sempre usar uma utopia quando a relidade da igrejas é trazida a baila. Qundo eu disse em outro post sobre esse assunto que não existe igreja alguma com equilibrio, vc me perguntou se eu onisciente, ou se eu conhecia todas... pois bem, vc só desviou o assunto."

    Não sou evasivo, Luciano. Se ler alguns comentários acima e outros espalhados por este blog, verá que assumo que há abusos e desorientação quanto aos dons em várias igrejas, a minha inclusive. Porém, quando você diz que não existe igreja equilibrada, eu questiono mesmo sua onisciência. Pois somente um ser onisciente pode provar a inexistência de alguma coisa, questão de lógica.

    Existem igrejas equilibradas sim, e eu poderia citar a minha, mas isso seria puxar sardinha para meu lado. Pois em se tratando de línguas, há cultos seguidos que ninguém fala. Especialmente, quando se prega a Palavra, o silêncio só é rompido por expressões de glórias a Deus e aleluias, em bom português. O falar em línguas mais do que duas pessoas ocorre apenas no momento de orações espontâneas, em tom mais baixo, mas nem sempre e nunca por que está "dirigindo" a oração. Não somos perfeito nisso, como não somos perfeitos em nada, mas meu pastor procura orientar a igreja quanto à ordem no culto.

    Afora isso, não exija mais perfeição de uma igreja pentecostal quanto aos dons do que exigiria de qualquer outra igreja sobre outros assuntos que a Bíblia trata.

    Quanto às experiências pessoais como determinantes da verdade, você perguntou: "Clóvis, como contam 'pouco'??? Se ele e vc estão debatendo a 'atualidade dos dons' é o que estamos vendo que determinaria essa atualidade... a meu ver vc foi evasivo nesse ponto."

    Mais uma vez, não fui evasivo, mas bíblico. Primeiro, o que determina uma doutrina ser verdadeira, é o que a Escritura diz ou o que sentimos ou observamos? O pragmatismo pode ter alguma serventia, mas nunca para ensinar que algo é verdadeiro.

    Segundo, me referi a experiências pessoais. Conheço muita gente que foi ferido por acreditar em profecias que eram falsas, e que hoje rejeitam qualquer manifestação de dom de profecia. E conheço outras que receberam profecias que as levaram de volta para Deus e que por isso acreditam em toda e qualquer afirmação que comece com "meu servo, eis que...". Qual dos dois devo ouvir para aprender sobre o dom de profecia? Nenhum, mas estudar o que a Bíblia diz a respeito.

    Enfim, não desprezo as experiências do Heitor, e valorizo as minhas, mas nenhuma delas é de utilidade para uma terceira pessoa decidir-se quanto à atualidade dos dons. Nunca devemos nos esquecer que mapa não é território, nossa percepção da realidade não é a própria realidade, logo não servimos de regra de fé para ninguém.

    Terceiro, observações representativas são válidas, mas não determinante. Se eu olho para a história da igreja e vejo desde os apóstolos os dons cessaram, há uma grande possibilidade de que o cessacionismo realmente é verdadeiro. Porém, não posso afirmar isso como fato. Em 1500 e pedradas, Lutero disse que o fato de não se observar os sinais de Mc 16:17-18 não significa que eles cessaram. Na verdade, ele defendeu que os crentes de seus dias podiam e deviar realizar tais sinais.

    "Como eu até hoje não fui capaz de ver o cessacionismo na Bíblia, quero ler com atenção se o irmão Heitor provaria".

    Sem desmerecer nosso irmão Heitor, ele não pode apresentar provas bíblicas do cessacionismo. Elas não existem. Teólogos cessassionistas admitem isso e o máximo que fazer é inferir a partir de alguns indícios ou concluir a partir de uma hermêutica construída com essa finalidade, que os dons se limitaram à geração apostólica.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  15. irmão Clóvis, só uma correção, eu não disse que vc É evasivo, como fosse parte de seu caráter...mas disse apenas que vc 'foi evasivo nesse ponto'...
    Se foi isso que dei a entender, me desculpe.
    Entendi sua defesa.
    ´Não acho que o cessacionismo está tão inseguro assim. Mas acho que vc está em melhores condições do que 'nós'.
    Cm exeção é claro, do absurdo de dizer que é as línguas são 'novas' no sentido que já discutimos.

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  16. Luciano,

    Descanse, não precisa se desculpar. Não me ofendeu nem um pouco e mesmo se o fizesse, está com muito crédito.

    Deus o abençoe.

    Clóvis

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  17. Olá Clóvis!

    Por "coincidencia", Domingo fizemos um estudo lá em casa sobre o Dom de Línguas!!

    E como há confusão nessa área...

    Um grande problema, que eu vejo, é a arrogancia de alguns cristão de se acharem superiores a outros, porque falam em línguas; ou quando se acham superiores exatamente pelo contrário...

    Será que não estamos sendo meninos, como os de Corinto?

    Um abração, Deus abençoe.

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  18. Clóvis,

    Só uma coisa - é possível que você já tenha escrito sobre o que vou perguntar, mas vai lá: você crê que o dom de línguas se refira a "línguas estranhas" ( as extáticas) ou idiomas humanos, conforme podemos depreender daquilo que falou o apóstolo Paulo (Aos Coríntios), ou o que ocorreu no Pentecoste (Atos)?

    Ricardo.

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  19. Neto e Clóvis, estou há três nos 'num reduto presbiteriano'. Estou no último ano no instituto bíblico Eduardo Lane (IBEL). Aqui em Patrocínio MG eu percebi um sentimento contrário... os presbiterianos se sentem superiores dos pentecostais por serem cessacionistas. Não é um sentimento de desprezo, mas é algo que demonstra superioridade...
    eu sou de Pres. Prudente SP, e lá temos igreja presbiterina que vários crentes falam em línguas, inclusive já orei pessoalmente com o pastor e ele falou em línguas. Não sentia lá uma diferença grande entre presbiterianos e pentecostais...então, é estranho em alguns momentos ver que até mesmo a IPB (cessacionista de carteirinha e de confissão) estar já com uma diversidade em seu contexto.
    O rev. Roberto, presidente da IPB, é meu professor durante esses tres anos. E ele nunca desmereceu em nada as experiências pentecostais...

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  20. Graça e paz Cóvis.
    Eu li todas as refutações do Heitor a respeito do dom de línguas só não postei nenhum comentário pois creio que seria algo que mudaria a sua maneira de pensar. Respeito a opinião dele apesar de não concordar com ela, pois afinal de contas eu sou batista renovado, creio nos dons para os dias de hoje e, inclusive, falo em línguas. Algum tempo atrás eu comentei com ele sobre isso e ele foi muito educado em sua esposta ao meu comentário. Apesar de não concordar com o Heitor eu gosto muito dele e de seus artigos, nem sempre concordando com eles, mas afinal de contas não se pode agradar todo mundo (rs).
    Aqui em minha cidade (Teresópolis RJ) a igreja presbiteriana aqui é pentecostal, todas elas são muito animadas e buscam a plenitude do Espírito Santo.
    Parabéns pela postagem e que o Senhor lhe abençoe ainda mais.
    Fique na Paz!
    Pr. Silas

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  21. Clóvis, primeiro, parabéns pela nova cara do Cinco Solas; ficou realmente muito bom, e permite uma navegação mais leve que antes. Estou começando a migrar para a plataforma Blogger e vejo o quanto é dificil o trabalho.

    Em segundo lugar, gostei muito do artigo, em defesa da atualidade dos dons. Infelizmente, ainda existem muitos que estranham o fato de existirmos, ou seja, cristão reformados, calvinistas, que acreditam na atuação do Espírito Hoje. Quero acompanhar esta serie de estudos bem de perto.

    Que Deus te abençoe.

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  22. Bons textos!

    Parabéns pela repaginação do Blog Clovis.

    Paulo dizia em 1 coríntios 14; 19 sobre o dom de línguas, que ele prefere falar na igreja 5 palavras para instruir os outros que 10 mil em outras línguas. E se o dom de línguas é para edificar a si próprio, pq ficar falando a toa se não é depois de curar alguém nem expelir demônios, como vemos em algumas igrejas pentecostais, na verdade uma gritaria de te deixar enfadada. Comumente falando, eu pergunto, eles fazem assim para desencapetar a eles próprios? Acredito na imposição das mãos para cura e expelir demônios, mas não dessa forma que ando vendo em certas igrejas. Eu realmente não entendo essa gritaria em línguas. Mas eu acredito no Dom de línguas, pois a Bíblia expõe sobre o assunto, embora nunca tenha visto nos dias de hoje alguma pessoa falar sinceramente sem fingimento. Vocês me entendem? Perdão se ofendo alguém.

    Gostaria da pág do Heitor Alves, Clovis.

    A Paz de Jesus para todos!
    Ass: Eva

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  23. Querido Clóvis,

    Observo que, o que o irmão Heitor citou com que acontece nas denominações pentecostais é frequentemente as mesmas coisas, pois já visitei várias, inclusive, visinho de minha casa tem uma, e lá o tempo todo A PASTORA em sua pregação em alta voz, repete a cada minuto, junto com a gritaria do 'aleluia' dos irmãos, ela fala a mesma ladainha "labassurionderrá, decântaracamamaia, charapacanta iranamachugamagá", e mais um bocado de coisa inventada... o qual ela ouviu essas palavras e vive repetindo sem saber o que significa. E depois o povo da igreja diz que é ela está cheia da unção.

    Lanna Holder (pastora lésbica) é um exemplo de pessoas que falavam línguas estranhas. Os assembleianos diziam "cheia de unção". Ela dizia ter sido regenerada, e em diversas igrejas e cruzadas, fazia um sensacionalismo terrível, muita gritaria, e nada de abandonar as práticas pecaminosas. E hoje revelou-se abrindo uma igreja para homossexuais. Já pensou quanto absurdo?

    Fui na IAD em Sobradinho/BA, e no final do culto o pastor terminou de orar, e chamou uma irmã e disse que queria profetizar, porque tinha uma revelação especificamente para ela... "e disse que ela não se preocupasse e confiasse no Senhor...", então aquilo foi direcionado só para ela?

    Já aqui em Juazeiro, na Rádio, o pentecostal pastor Maurílio, todos os dias fala na rádio línguas estranhas (que nem ele sabe o que é), desafia a medicina e chama o povo para ir a sua igreja para receber o milagre da cura e a 'BENÇA'... rsrss é muita palhaçada!

    Usam o nome de Deus, e abusam da fé daqueles que crêem e acham que tudo é agradável a Deus.

    Eu creio que não podemos ser totalmente cessacionistas, pois Deus é soberano e pode usar qualquer um, e fazer o que Ele bem quiser conforme a Sua vontade. Ele usa até mesmo a operação do erro para que creiam na mentira!
    Mas para o dom de línguas, e da cura, creio que foi para aquela época, onde os apóstolos curavam os enfermos, mas depois cessaram. Portanto, se Paulo veio também a adoecer,
    ter um espinho na carne, e porque ele mesmo não se curou?

    Se você fala na igreja numa língua que ninguém entende, então não vai edificar ninguém. Como na igreja de Corinto, faziam isto para se gloriar, e não para ajudar a igreja, logo, estavam pecando! Se alguém tem esse dom, use-o de forma coerente, em silêncio, apenas para sua edificação.

    Para os pentecostais, falar em línguas, é uma evidência do batismo com o Espírito Santo, logo, aquele que se desviar dos caminhos do evangelho, o espírito santo sai dele, aí ele volta para a igreja, e o espíto santo volta para o batizá-lo novamente (entra e sai, entra e sai). Na bíblia diz que só existe uma só fé, UM SÓ BATISMO!

    Como evidenciar o batismo com o espírito santo de um MUDO, se ele não fala? ou de um deficiente fisiológico ou mental?
    Fica aí a pergunta...

    Sola Gratia

    Neryvan

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  24. Neryvan,

    Muito obrigado pela sua visita e seu comentário franco, que gostaria de analisar, com a mesma franqueza e cordialiade que você usou.

    Você fundamenta sua afirmação "o dom de línguas, e da cura, creio que foi para aquela época, onde os apóstolos curavam os enfermos, mas depois cessaram" no seguinte:

    1. Observação pessoais de pessoas falando em línguas sem interpretação, de outras que falavam em línguas e depois se desviaram e exercício do dom de forma desordenada;

    2. Observações de profecias sendo direcionadas a indivíduos;

    3. O fato de que Paulo não curou seu próprio espinho na carne;

    4. Observações de que a pessoas que se desviam depois recebem novamente o Espírito Santo;

    5. A impossibilidade de evidenciar o batismo com o Espírito Santo pelo falar em línguas no caso de mudos e dificientes mentais.

    Antes de comentar a base de sua convicção, gostaria de chamar sua atenção, e dos leitores, para o fato de que você a apoia em observações pessoais e não da análise bíblica. Você tem bases bíblicas, interpretadas por uma exegese consistente, que demonstram que os dons de curar e o de línguas cessaram com a morte dos apóstolos? Se sim, preciaria muito considerá-las. Isto posto, vamos aos pontos destacados acima.

    Continua...

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  25. 1. A desordem no culto provocada por falar em línguas sem interpretação nos dias de hoje não prova que os dons de línguas cessaram mais do que provavam nos dias de Paulo. Esse, aliás, era o caso tratado por Paulo, que prescreveu a ordem no exercício dos dons em Corinto, mas comandando em conclusão "não proibais falar em línguas". Peço a gentileza de ler o artigo que escrevi em 2008 sobre o Falar em línguas sem interpretação".

    2. O fato de eventualmente profecias serem dirigidas a indivíduos, mesmo com seu conteúdo sendo aplicável a todos os crentes em todas as épocas, de maneira nenhuma depõe contra o dom, pelo contrário, demonstra semelhança com profecias bíblicas. Você mesmo pode encontrar inúmeras profecias na Bíblia dizendo "não temas" dirigida a indivíduos em situações particulares. Isto significa que tais profecias eram falsas? Claro que não. Como também não impedem que todos nós leiamos essas profecias e sejavamos animados em nossa fé.

    3. Recorrer ao espinho de Paulo como argumento em favor da cessação dos dons de curar é bem inconsistente. Veja bem, você diz que os dons foram para os dias apostólicos "onde os apóstolos curavam os enfermos, mas depois cessaram". Porém, o espinho de Paulo era enquanto ele estava vivo, logo, os dons de cura não haviam cessado. Mesmo assim, ele não curou a si mesmo. Isso não prova que os dons de curar haviam cessado, apenas que mesmo estando tais dons em vigor, nem todas as pessoas são curadas, pois Deus é soberando e Ele determina quando a graça é o bastante, mesmo na doença. Portanto, essa passagem não afeta de nenhuma forma a vigência dos dons espirituais, inclusive os de curar.

    4. A possibilidade de pessoas desviarem-se e serem rastauradas após voltarem para Cristo, inclusive quanto seus dons, é um fato bíblico. Fiquemos com o exemplo de Pedro. Ele negou ao Senhor, abandonando seu apostolado e voltando à antiga profissão. Mas o Senhor foi atrás dele, restaurou-o e incumbiu-lhe de apascentar seu rebanho. Outros exemplos são facilmente encontráveis. O caso é também que você confunde a renovação com novo batismo com o Espírito Santo, que não é o caso. Faça um paralelo com a regeneração: um crente nascido de novo, que se desvia e depois retorna, nasce novamente? E se fizer isso várias vezes, vai nascer de novo, e de novo, e de novo? Claro que não. Tal é o caso do crente que é renovado em seus dons.

    5. Sobre a impossibilidade de evidenciar o batismo com o Espírito Santo no caso dos mudos e deficientes, esclareço um ponto que talvez você não saiba. O falar em línguas como evidência necessária do batismo com o Espírito Santo não é um distintivo pentecostal. Há grupos pentecostais, minha igreja por exemplo, em que uma pessoa batizada com o Espírito Santo pode falar em línguas ou não. Além disso, sua objeção se aplica a outras obras do Espírito nos mudos e nos deficientes mentais. Como um mudo faz profissão de fé, uma vez que não pode atender ao "se com tua boca confessares..."? Bem, ele pode escrever, mas e um mentalmente incapaz?

    Concluo dizendo que suas observações podem ter o seu valor para você, desde que reconheça as limitações de que elas sofrem. De minha parte, não posso julgá-las, pois são suas e não minhas, se bem que tenho as minhas próprias, embora prefira não usá-las como argumento do que creio. De resto gostaria de lhe fazer uma última pergunta: o que é batismo com o Espírito Santo para você?

    Em Cristo,

    Clóvis

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  27. Graça e Paz Clóvis,

    Fico feliz por sua atenção!

    Se para a denominação pentecostal crêem em dois batismos separados (primeiro com água, e posteiormente quando houver com espírito santo). Então rejeitam o versículo Ef 4:5 ??

    Eu, em verdade, tenho-vos batizado COM ÁGUA; ele, porém, vos batizará com O ESPÍRITO SANTO. (Marcos 1:8)

    Creio num só batismo simutâneo (ao mesmo tempo)
    Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; (Efésios 4:5)

    Sobre o batismo com o Espírito Santo, peço a gentileza de ler o artigo que postei no blog.
    http://pecadorarrependido.blogspot.com/2011/09/batismo-com-o-espirito-santo-e-com-fogo.html

    Sola Scriptura,

    Neryvan

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  28. Neryvan,

    Irei ler o artigo, com o tempo e a atenção devida. Havendo o que comentar, comentarei.

    Deus o abençoe.

    Clóvis

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  29. Neryvan,

    Conforme lhe falei, li seu artigo e não vi necessidade de fazer reparo à sua interpretação, pelo menos por enquanto.

    Mas lhe perguntei sobre o que você entendia por batismo com o Espírito Santo. Sua resposta foi:

    "Creio num só batismo simutâneo (ao mesmo tempo)".

    Se me permite, não existe um único batismo simultâneo. Para que haja simultaneidade, é necessário que haja pelo menos duas coisas para se comparar quanto ao momento no tempo.

    Sendo assim, sem querer ser chato, gostaria que você me explicasse um pouco mais o seu ponto de vista:

    Batismo com o Espírito Santo é a mesma coisa ou se distingue de:

    - regeneração
    - conversão

    Em Cristo,

    Clóvis

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.