Os Cânones de Dort - Domingo 25

A insuficiência da Luz da Natureza

Há, é verdade, certa luz de natureza ainda restante no homem depois da queda, e pela virtude dela ele retém algumas noções sobre Deus, sobre as coisas naturais, entende a diferença entre o que é moral e o que é imoral, e demonstra certa ânsia por virtude e por um bom comportamento exterior. Mas esta luz de natureza está longe de habilitar o homem a alcançar um conhecimento salvífico de Deus e a uma conversão a ele — tão longe, em verdade, que o homem não a usa corretamente nem mesmo em questões da natureza e da sociedade. Ao invés disto, de várias maneiras ele distorce completamente esta luz, tudo quanto é o seu preciso caráter, e a suprime em injustiça. E assim fazendo apresenta-se indesculpável diante de Deus.

Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis Rm 1:18-20

Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia. At 2:14-15

A Inadequação da Lei

A este respeito, o que é verdade para a luz da natureza é também verdade para os Dez Mandamentos que foram dados por Deus através de Moisés especificamente aos Judeus. Uma vez que o homem não pode obter graça salvadora através do Decálogo, porque, apesar dele expor a magnitude do seu pecado e progressivamente o convencer da sua culpa, no entanto, não oferece um remédio ou o habilita a escapar de sua miséria, e, em verdade, enfraquecido como está pela carne, deixa o ofensor sob a maldição.

Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Rm 3:19-20

E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou. E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom. Logo tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno. Rm 7:10-13

Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne. Rm 8:3

O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica. E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória. 2Co 3:6-7

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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