O sofrimento de ímpios e crentes


É verdade que tanto os bons quantos os maus participam das misérias e dificuldades desta vida; porém, para os ímpios, os sofrimentos são sinais da maldição divina, porquanto resultam do pecado; sua única mensagem é a ira de Deus e nossa comum participação na condenação de Adão; e seu único resultado é o abatimento da alma. No entanto, por meio de seus sofrimentos os crentes estão sendo conformados a Cristo e produzem em seus corpos o morrer de Cristo, para que a vida dele um dia se manifeste neles [2Co 4.10]. Estou falando das aflições que eles suportam em virtude do testemunho de Cristo [Ap 1.9], porque, ainda que as disciplinas que o Senhor lhes impõe, em virtude de seus pecados, lhes sejam benéficas, eles não podem, com justiça, dizer que participam dos sofrimentos de Cristo, a menos que sofram por sua causa, como lemos em 1 Pedro 4.13. Portanto, o que Paulo quer dizer é que Deus está sempre presente com ele em suas tribulações e que, em suas fraquezas, é sustentado pelas consolações de Cristo, de modo a ser impedido de se ver esmagado pelas calamidades.

João Calvino
In: Comentário sobre 2Co 1:5

2 comentários:

  1. Essa é uma verdade insofismável! Aqueles que caminham com Cristo suportam as aflições respaldados pela certeza do porvir, sabendo que as dificuldades de então nada são frente às maravilhas do que está por vir.

    Ricardo

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  2. Dia desses, enquanto orava antes do culto começar, ouvia duas irmãs bem simples conversando, no banco de trás. Uma delas falava da morte de seu marido. Ela falava da dor da perda, mas disse "fazer o que, Deus quis assim e Ele sabe o que é melhor para nós".

    Dei graças a Deus porque pessoas sem nenhum instrução teológica reconhecem o que muitos teimam em negar: que Deus controla todas as coisas para o bem dos seus filhos, ainda que eles passem por sofrimentos temporários.

    Em Cristo,

    Clóvis

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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