Deus fala


Nunca é demais realçar a importância da fala divina como recurso fundamental de sua autorrevelação. A própria criação é o produto da fala divina: Deus fala, e mundos vêm à existência (Gn 1). Muitos dos mais impressionantes feitos de revelação não seriam compreensíveis sem a correspondente fala divina.

Moisés vê a sarça ardente com curiosidade até que a voz lhe diz para tirar as sandálias e lhe atribui suas novas responsabilidades. Abraão não teria tido motivo algum para sair de Ur se não fosse pela revelação divina em palavras. Vez após vez, os profetas carregam o peso de transmitir “a palavra do Senhor” ao povo. A revelação verbal é essencial mesmo no caso do Senhor Jesus: durante os dias em que viveu no mundo ele foi, antes de tudo, o mestre. Além disso, sem a explicação do significado de sua morte e ressurreição, preservada tanto nos evangelhos quanto nas epístolas, mesmo esses acontecimentos cruciais teriam sido lastimavelmente obscuros.

A fala divina é tão fundamental em sua autorrevelação que, quando o evangelista João busca uma maneira completa de referir-se à derradeira autorrevelação em seu Filho, escolhe referir-se a ele como “o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1,14). O cavaleiro de Apocalipse 19 é chamado assim: “Fiel e Verdadeiro [...] Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus” (19.11,13).

D. A. Carson
In: Comentário Bíblico Vida Nova

5 comentários:

  1. É verdade. Ainda que não acreditemos na atualidade da glossolalia e do dom de profecia, tal qual existiu na igreja primitiva, acreditamos, sabemos e vivenciamos o fato de que nosso Deus nunca emudeceu, nem emudecerá.

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  2. Voltaire,

    Me inclua fora dessa parte em que não se acredita na atualidade dos dons de língua e de profecia.

    Clóvis

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  3. Clóvis e Voltaire (tú falas do outro lado?)

    Hummm isso dá uma boa discussão...

    Eu creio na validade da glossolalia (dom de línguas) e do dom de profecia, mas acho que se difere em muito do que é pregado por aí.

    Mas de qualquer forma autoridade escrituristica é somente da Bíblia.

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  4. "Eu creio na validade da glossolalia (dom de línguas) e do dom de profecia, mas acho que se difere em muito do que é pregado por aí."

    Assino embaixo!
    E a autoridade escrituristica é TAMANHA, que esses dons ditos só podem ser considerados VÁLIDOS e "de Deus", se passarem pelo pente fino da Bíblia.

    E cerca de 90% dos que "vemos por aí" não passam no teste...

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  5. Esli e Neto,

    Eu creio que falsos dons e uso inadequado de dons genuínos causam um duplo dano: afastam a pessoa de Deus e provocam uma reserva ou rejeição dos dons com os quais Deus equipou a igreja.

    E nossa ação, no que respeita aos dons deve ser, tanto combater o erro e a mentira quanto valorizar e defender os dons genuínos e sua prática correta.

    Em Cristo,

    Clóvis

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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