A conversão de Lutero

Ainda que, como monge, eu levasse uma vida irrepreensível, sentia que era um pecador perante Deus, e tinha uma consciência extremamente perturbada. Não podia acreditar que Deus era aplacado com as satisfações que eu lhe dava. Eu não amava, mas sim, odiava a justiça de Deus que pune pecadores e, secretamente, se não com blasfêmia, com certeza murmurando muito, estava irado contra Deus e disse: “Como se não bastasse que miseráveis pecadores, eternamente perdidos por causa do pecador original, sejam esmagados por toda espécie de calamidade pela Lei do Decálogo, Deus tivesse de acrescentar dor em cima de dor pelo Evangelho, e também com o Evangelho nos ameaçando com sua ira justa!” Deste modo, eu me irava, com uma consciência furiosa e perturbada. Todavia, persistentemente golpeava aquela passagem de Paulo, querendo ardentemente entender o que ele quis dizer com “a justiça de Deus”.

Finalmente, pela misericórdia de Deus, meditando de dia e de noite, consenti ao contexto das palavras, a saber: “Porque no Evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: O justo viverá pela fé”. Então comecei a entender [que] a justiça de Deus é aquela pela qual o justo vive por um dom de Deus, em outras palavras, pela fé. E este é o significado: no Evangelho, é revelada a justiça de Deus, isto é, a justiça passiva com a qual [o] Deus misericordioso justifica-nos pela fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé”. Foi quando senti como se tivesse nascido de novo e entrado no paraíso por portões abertos. Aqui, me foi mostrada uma face completamente diferente da Escritura. Com base nisso, percorri outra vez, de memória, os textos das Escrituras (...) E, exaltei minha palavra amabilíssima com um amor tão grande quanto o ódio com o qual antes havia odiado “a justiça de Deus”. Portanto, aquela passagem em Paulo tornou-se para mim verdadeiramente o portão para o paraíso.

Martinho Lutero
In: Prefácio aos Escritos em Latim, LW, 34:336-37, via Fé Reformada

6 comentários:

  1. a Reforma Luterana como o Rosacrucianismo surgiram mais ou menos na mesma época, como forma de contestação à Igreja de Cristo.

    Curiosamente, o símbolo de Lutero é semelhante ao símbolo da sociedade secreta dos rosa-cruzes, conforme vemos na ilustração anterior: uma rosa aberta, tendo ao centro uma cruz negra que, por sua vez, está inserida dentro de um coração.

    Levando em conta a importância e a abrangência dos símbolos nos meios místicos e esotéricos, poderíamos perguntar: quem inspirou quem? Ou quem foi influenciado por quem?
    Para Lutero, Cristo cometeu adultério pela primeira vez com a mulher samaritana

    Semelhante a linha de livros gnósticos como O Código da Vinci, de Dan Brown, quinhentos anos atrás o irreverente Lutero já dava mostras de suas verdadeiras convicções íntimas a respeito de Nosso Senhor: "Cristo não tomou sobre si só uma condição humana geral, mas submeteu-se ao diabo e concorda com o diabo de alguma forma. Ele não assumiu só as culpas, como afirma a fé católica, mas também a disposição ao pecado".[2]

    Com essa tortuosa linha de pensamento, não foi difícil para o monge alemão levianamente concluir: "Cristo Adúltero. Cristo cometeu adultério pela primeira vez com a mulher da fonte (do poço de Jacó) de que nos fala São João. Não se murmurava em torno dele: 'Que fez, então, com ela?' Depois, com Madalena, depois, com a mulher adúltera, que ele absolveu tão levianamente. Assim, Cristo, tão piedoso, também teve que fornicar, antes de morrer".[3]

    Como vemos, Lutero mede Cristo a partir de sua baixeiza moral e faltou bem pouco para afirmar que Nosso Senhor tivera um filho com Madalena, como fez Brown em seu gnóstico Código.
    Em seus cadernos pessoais, Lutero afirma que Cristo é, ao mesmo tempo, Deus e o diabo, o bem e o mal

    Descobertos recentemente os cadernos pessoais de Lutero, o Padre Theobald Beer estudou-os e publicou um livro sobre eles.[4]

    Nesses cadernos, Lutero afirma claramente que Cristo é, ao mesmo tempo, Deus e o diabo, o bem e o mal. Ora, isso caracteriza Lutero tipicamente como dualista gnóstico, e explica todas as suas doutrinas mais delirantes. Apesar dessas loucuras e blasfêmias, a grande maioria dos protestantes seus seguidores desconhecem sua vida e seus escritos que em muito o distanciam de seu mito como reformador do Cristianismo.

    Pode-se dizer que Lutero foi precursor do movimento new age, indutor da espiritualidade planetária da Nova Ordem Mundial ao declarar que se opunha a Moisés e, ainda por cima, que as leis de Deus deveriam ser abolidas: "Todos os mandamentos devem ser abolidos. São mandamentos de Satanás".[5]
    http://www.mensagensdemaria.org/VerMensagensDeMaria.php?codigo_artigo=29

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    1. É por isso que eu não gosto de pessoas - elas nos decepcionam.

      Olha, eu realmente não sei até onde o que você postou é verdade, afinal não é em Lutero que se apoia a minha fé.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Há algumas indicações de que o texto acima foi copiado e colado aqui. Pelo tom também é possível ver que é alguém católico doído colocando a instituição igreja no lugar da Igreja como corpo de Cristo. E por fim, no link lemos "mensagens de maria"...

      Criticar Lutero é fácil, difícil é admitir que Lutero fez um protesto legítimo e que a igreja católica não admite sua culpa!

      Parafraseando o credulo acima e o credo católico, não cremos na infalibilidade luterana... se é que me entende!

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    4. quando lutero foi,convidado,a retrata-se das 95 teses diante do clero catolico,ele desse que retrataria-se se eles o refutasem pela as escrituras,por que não o fiseram

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    5. Fariam, se pudessem. Apesar que talvez tivessem julgado desnecessário, tamanha era a falta de consideração pela Palavra de Deus.

      Em Cristo,

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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