Livra-me, Jesus,
do desejo de ser estimado
do desejo de ser amado,
do desejo de ser exaltado,
do desejo de ser honrado,
do desejo de ser louvado,
do desejo de ser preferido a outros,
do desejo de ser consultado,
do desejo de ser aprovado,
do medo de ser humilhado,
do medo de ser desprezado,
do medo de ser repreendido,
do medo de ser esquecido,
do medo de ser ridicularizado,
do medo de ser prejudicado,
do medo de ser alvo de suspeitas.
E, Jesus, concede-me a graça de desejar
que outros possam ser mais amados que eu,
que outros possam ser mais estimados que eu,
que na opinião do mundo
outros possam crescer e eu diminuir,
que outros possam ser escolhidos
e eu posto de parte,
que outros possam ser louvados
e eu passe despercebido,
que outros possam ser preferidos
a mim em tudo,
que outros possam tornar-se mais santos
do que eu, contanto
que eu me torne
tão santo quanto devo ser."
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ResponderExcluirNão dá pra dizer amém a esta litania. Com um pouquinho de percepção nos ensinos de Jesus, das apístolas apostólicas, tudo cai por terra. Jesus falou a mulher no poço: "Vós adorais o que não sabeis (Jo 4.22)" e hoje muitos pedem aquilo que não são ensinados a pedir, tanto católicos como protestantes. É o ensinamento do "eu acho".
ResponderExcluirElizeu,
ResponderExcluirPaz!
O que, por exemplo, não devemos pedir na oração acima?
Em Cristo,
Clóvis
Olá, meu caro.
ResponderExcluirPois eu, que creio na graça comum e não tenho pudores em reter o que é bom até mesmo de descrentes, e não é o caso católico onde ainda se espera encontrar fé genuína, digo amém! Amém!
No amor do Senhor,
Roberto
Clóvis,
ResponderExcluirNão posso pedir a Jesus que me livre do desejo de ser amado, estimado e honrado por Deus, posso?
Por isso, não posso pedir que Deus me livre do desejo de ser amado, estimado e honrado...e não dou o meu amém.
Mas a litania é muito boa...só que ela vai além do que devia.
Há muitos desejos nessa litania que são humanos, nascem da nossa própria condição de humanidade. Esses são todos possíveis. Aqueles que envolvem a esfera da divindade, como o desejo de ser "louvado", "exaltado", etc, pertencem ao Deus soberano, logo, não podem ser desejados. Da mesma forma os medos - negá-los seria farisaismo. Também são possíveis, embora não necessários.
ResponderExcluirEm Cristo.
amei
ResponderExcluirHelder,
ResponderExcluirNão entendi assim, meu caro. Acho que você usou de muito rigor.
Não vi um pedido específico de quem ora em sua relação com Deus (num primeiro momento), mas de quem ora em relação com outros homens. Nem entendi a oração como um pedido de não ser absolutamente amado (e tudo o mais) por qualquer outro homem, mas de não fazer disso uma preocupação em sua vida.
Assim, o pedido é para que não deseje ser amado por alguém mais do que deseja ser amado por Deus. É uma lembrança de que Deus é antes e acima de tudo. E uma busca por humildade.
Tudo bem que esta relação não está explícita e depende de interpretação. Mesmo assim, interpretando com a intenção bem direcionada, eu repetiria a oração.
Portanto, mantenho meu amém! ;)
Abraço, no Senhor,
Roberto
Ah, Roberto...mas já que a litania é romanista, isso pesa na forma de interpretar. E, levando-se em conta os exageros ascéticos de santificação católicos...
ResponderExcluirEu não vou mentir. Quero ser amado, estimado e honrado por Deus, e isso é legítimo. Em relação a pessoas, também desejo, mas se fosse orar, pediria é que suportasse a ausência de tais coisas, e não exatamente do desejo de me ver livre delas.
Além do mais, essa história de negar desejos para ser santo é algo muito mais budista, na minha visão. Pergunto-me se seria mesmo aprovado por Deus um homem livre do desejo de ser amado...até porque Deus é amor!
Abs,
Helder.
Só não digo amém nessa frase:
ResponderExcluir"que outros possam ser escolhidos, e eu posto de parte."
Quero fazer parte dos eleito de Deus, sim sim.....
Ao resto, amém.
Sim, Helder, é verdade que a fonte católica pesa na interpretação. Não o nego. Mas, afinal, sigo Fernando Pessoa nestes casos (nestes casos, veja bem!): "quem lê entenda"! rs
ResponderExcluirE aí é que está, não vi (embora possa ver, se quiser) na oração uma autonegação neste sentido da ascese católica (sempre de acordo com o "quem lê, entenda"), mas de acordo com o que disse antes. Assim, prefiro interpretar a litania de acordo com meus próprios olhos (cosmovisão)!
Porém, também é verdade que se eu fosse orar, por mim mesmo, oraria no mesmo sentido que você, para suportar a ausência dessas coisas. E também não nego desejá-las (como eu poderia não desejar ser amado por meus queridos?), mas quero desejá-las na medida em que for lícito diante de Deus, isto é, desde que seja Ele sempre antes e acima de tudo. O que está mais de acordo com como vejo as coisas.
No amor dEle,
Roberto
Quanta interpretação é necessária para se chegar a esse raciocínio do Roberto... Sei não. Eu sempre aprendi que a intepretação jamais pode ser tão extensiva a ponto de extrapolar a essência daquilo que se interpreta. E eu, decididamente, não consigo enxergar todas essas subjetividades nesta ladainha.
ResponderExcluirSabe de uma coisa, eu jamais oraria assim, pois não sou afeito a essas costumes romanistas (litania/ladainha) e ponto final.
Ricardo.
rsrsrs
ResponderExcluirQuanta interpretação, Ricardo? Ora, interpretação é interpretação. E a minha foi imediata. O fato de eu a explicitar e desenvolver não aumenta em nada o seu tamanho.
Se o Clóvis não tivesse dito ser uma litania católica, apenas dizendo ser uma oração, talvez não se tivessem tantos comentários contra assim de cara. Uma rejeição sem motivos! Como o próprio Helder comentou, o ser católica influencia sua interpretação. Mas como eu não estou nem aí para sua origem e como não estamos falando de doutrinas bíblicas, mas de desejos... Interpreto o que vai no meu próprio coração. Serei condenado? Deus me julgue!
No amor do Senhor,
Roberto
Jesus, que é o exemplo de homem de Deus, mestre, discipulador, oraria dessa forma? Será que Ele pediria em sua oração ao Pai para não ter o desejo humano de ser estimado, amado, consultado... medo de ser humilhado, desprezado, esquecido... entre outras coisas da litania? Está errada a litania? Aos olhos religiosos não.
ResponderExcluirAquele que renuncia sua vontade e faz as de Deus recebe das pessoas que ele menos espera, naturalmente, um lugar de destaque em tudo que faz. Assim foi com Jesus. Ele foi o mais amado e estimado por aqueles que Ele menos esperava. A litania tem aspecto de auto-fragelação, ou sacrifício inútil.
Elizeu
Amados,
ResponderExcluirInfelizmente não estou podendo, só estou lendo a discussão de vocês, ora me inclinando para um, ora para outro.
Eu continuo achando uma boa litania, mas o propósito não era que a repetíssimos como se repete litanias, mas apenas analisar as idéias.
O Roberto tocou num ponto interessante: será que nossa avaliação seria a mesma se não soubéssemos ser romanista?
Falo por experiência própria:
Recebi o seguinte pensamento, atribuído a Lutero:
“Se eu te adorar por medo do inferno, queima-me no inferno. Se eu te adorar pelo paraíso, exclua-me do paraíso. Mas se eu te adorar pelo que Tu és, não esconda de mim a Tua face”.
Gostei na hora.
Depois descobri que a autoria era de um(a?) mulçumano de nome Rabia e a frase perdeu parte do seu brilho.
Clóvis
Elizeu, meu caro, assim você força a barra por demais.
ResponderExcluirEntendo a birra de qualquer um contra católicos e também entendo que digam que não fariam esta oração, por motivos os mais diversos. Com alguns eu até concordo. Mas esse não dá nem para deixar passar!
É claro que Jesus é nosso exemplo de perfeita humanidade, mas Ele nunca cessa de ser Deus. Por nós, Ele deve ser estimado, amado, exaltado, honrado, louvado, etc. É impossível que Ele faça tal oração.
Só para que você tenha idéia de como esse uso "exemplar" é absurdo, Jesus é Aquele que perdoa os pecados (no sentido impróprio, no que se refere a Ele, de cometidos contra outrem). Devemos nós fazer o mesmo?
Cada um pode ter a impressão que for da litania, contra ou a favor, mas sejamos sensatos quanto ao nosso argumento.
No amor do Senhor,
Roberto
Puxa, Clóvis, eu não diria que a sentença perdeu parte do brilho. Diria simplesmente que é a atitude correta para com o deus errado!
ResponderExcluirE a usaria ou repetiria também, "levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo" (II Co 10.5b).
NEle,
Roberto
(rindo também). Meu caro Roberto, eu sei que interpretação é interpratação, mas ela tem tamanho sim. Dependendo da intensidade (interpretação extensiva) ela desfigura o que se quer interpretar, criando algo novo. Foi isso que eu disse. E é defeso que se faça tal coisa sob pena de se tirar a essência do texto. E nesse caso, penso que foi exatamente isso que ocorreu. O seu raciocínio foi muito longe, a meu ver houve uma viagem - e você mesmo reconheceu:
ResponderExcluir"Assim, o pedido é para que não deseje ser amado por alguém mais do que deseja ser amado por Deus. É uma lembrança de que Deus é antes e acima de tudo. E uma busca por humildade.
Tudo bem que esta relação não está explícita e depende de interpretação. Mesmo assim, interpretando com a intenção bem direcionada, eu repetiria a oração".
E por favor, não deturpe o meu comentário. O fundamento da minha crítica reside no alcance da sua interpretação e na completa subjetividade dela (...está implícito) e não por ser a litania católica.
Em suma, entendo a interpretação excessiva na medida em que você tenta advinhar a intenção de quem fez a litania, criando uma "vontade", não do seu autor, mas sua. De tal maneira que o resultado da interpretaçâo serve para você, mas sem o condão de convencer aos demais (você pode dizer que isso não te interessa, mas acho que sim, pois foi muito incisivo e persuasivo -rsss)
Em Cristo.
leia-se: adivinhar.
ResponderExcluirJoão Batista orou: "Que Ele cresça e eu diminua". Ele oraria assim por outro profeta, daqueles que existiam as duzias em sua época? Eu falo de sacrifício inútil pois o que um cristão tem de pedir a Deus que o torne inferior aos outros? Jesus ensinou-nos a servir, a ser como criança. Não é melhor obedecer ao que Jesus falou: "o meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros" do que fazer como alguns dos "pais" da igreja, que até se auto-flagelaram, como Jerônimo, e querer ser "mais santo" que ele, mesmo pedindo a Deus para não ser? Paradoxo?
ResponderExcluirTem cristão que ora (esta semana redargui um casal) que pediu a Deus que levasse seu filho, pois Abraão sacrficaria Isaque pra Deus. Eu disse ao grupo que estava reunido: Se eu sacrificar minha vida pra salvar alguém, onde fica o sacrifício vicário de Cristo?
Este o X onde eu coloquei a minha opinião.
Ricardo, caríssimo!
ResponderExcluirEu não estou deturpando nada não, são vocês que estão dizendo que o pensamento católico é necessário ao texto. E eu discordo disso.
E, novamente, eu não torci o texto para o meu gosto (criando algo novo). Eu interpretei o que o texto diz (para mim, rsrsrsr). Isto é, o significado está lá para quem quiser ler!
Apesar do tom de brincadeira (e alguma provocação), aquilo que falei de Fernando Pessoa é sério. Eu entendo o que você diz quanto à interpretação, mas não se este texto é tão subjetivo quanto este. É uma oração. E sobre desejos! O desejo é de quem ora!
Ora bolas! rsrsrs
E por ser o texto em si subjetivo demais: quem lê, entenda!
Ora bolas! rsrsrsrsrs
Abraço, no Senhor,
Roberto
Meu caro Elizeu,
ResponderExcluirQuanto à ascece estamos plenamente de acordo. ;)
Ricardo,
Esqueci-me de dizer. Ao falar que vocês vêem o catolicismo onde não precisa, estou sendo genérico. Não me refiro especificamente a você (embora eu ache que você também tenha olhado o texto de forma enviesada! rs).
Agora, sobre você e sua interpretação, estou certo que você está sendo mais literal que o exigido pelo estilo do texto!
NEle,
Roberto
Gosto muito do Fernando Pessoa. Se não tiver lido, leia dele: "O eu e os outros eus", com aquele seu tom fatalista espetacular. Gosto também do seu poeminha "Psicografia" (não interprete, por favor! Não é nada de espiritismo): "O poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente." Quanto à interpretação, você me acha literal e eu te acho excessivo. Estamos quites meu amigo (rsssss).
ResponderExcluirEm Cristo.
Alguns comentaram: se não soubessem que era católico, não seriam tão radicais. Não sou filósofo, contudo admiro alguns deles. Epicuro, 300 aC, defendia uma tese de vida da seguinte forma: 1-amigos; 2-liberdade; 3-vida analisada. Parece que Jesus estudou seus livros. Sócrates, 400 aC: uma vida não analisada não pode ser vivida. Paulo leu seus ensinamentos? Talvez. Lao Tsé, 500 aC, expunha seu pensamento: Conhecer os outros é inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira sabedoria. Isso tudo eu tentaria fazer de forma filosófica, como eles ensinam, mesmo sabendo que eles não conheceram o Logos divino.
ResponderExcluirAgora, existem leituras, como os apócrifos da vulgata latina (católica), Tobias, que é facilmente entendido não ser divinamente inspirado. Eu li uma vez e já entendi o que aconteceria no final.
E nosso FUNDAMENTO em Deus diz: Basta ao discípulo ser como seu mestre (Mt 10.25).
Ricardo, meu querido irmão,
ResponderExcluirFaltou eu dizer uma coisa, eu não tento "adivinhar" o que o "autor" quis dizer ao escrever (neste caso, veja bem!), mas imponho meu querer, já que estamos a falar de orações e desejos.
Mas eu tenho uma surpresa para você: também você é excessivo (se eu admitisse que fosse)! rsrsrs. Excessivo ao ser literal e quanto à minha interpretação (nesta você é culpado do "erro" que me acusa!). rsrsrsr
Mas deixemos de lado nossa pendenga quanto às ladainhas católicas, pois isso é uma questão menor...
Quanto ao Pessoinha, curto muito também!
NEle,
Roberto
roberto,
ResponderExcluirhahahaha! O não saber interpretar é próprio dos que não têm sabedoria. Logo, devo dizer que entendi desde o início a sua 'sutil' colocação. Interpretar além do limite do aceitável indica um saber superior ao que é de fato. Conclusão: eu sou literal (conforme a sua "sutil" acusação) e você é um mega-super-hermeneuta (rindo muito).
Em Cristo.
Ricardo,
ResponderExcluirEu seria um pouco mais modesto, mas se você o diz! rsrsrsrsr
Mas agora, deixando todas as provocações e brincadeiras de lado, na verdade eu também me preocupo com os termos a serem usados para se expressar verdades (ou o que se crê ser). Preocupo-me também com a origem e inclinação das proposições, quaisquer que sejam. Todas estas coisas podem efetivamente afastar ao invés de aproximar as pessoas da Verdade. Pelo que concordo com muito do que vocês todos disseram.
Porém, brinquei e provoquei, mas não menti quanto à minha interpretação. Faço questão de ser absolutamente subjetivo em casos de textos subjetivos como esse. Queria mesmo era chamar a atenção para que o erro não está nas palavras, mas na mente (e na tradição).
Além do mais, mais vale levar cativo todo pensamento (e arte e ação) a Cristo, retendo o que é bom e santificando-o, do que brigar por tão pouco!
No amor do Senhor,
Roberto