Os neoprofetas da paz

"Deus é glorificado em meio a vitórias, e não na derrota", é o que vaticinam nos púlpitos. Neste caso, se houver alguma espécie de derrora ou fracasso, então, você deve; Expulsar, amarrar, lançar para o abismo, fazer atos proféticos, frequentar campanhas da vitória, aumentar o dízimo, melhorar a oferta, orar mais, jejuar mais, ungir, tomar banho com sabonete ungido, passar toalhinha com o suor do pastor, fazer despacho com água do rio jordão, participar de um sessão de descarrego ou desencapetamento total, e mais um monte de babaquices "santas".

Daniel Grubba
In: Os neoprofetas da paz

Um comentário:

  1. Infelizmente esta é uma triste realidade. Alguns chegam ao ponto de afirmar que Jó sofreu tudo o que sofreu porque não era um fiel dizimista.
    Que vergonha e indignação sentiriam os reformadores ao contemplar que estamos praticando tudo o que havia sido condenado por eles. Estamos regredindo e isto está relacionado com o analfabetismo bíblico que impera em nossas igrejas.
    Estes falsos profetas não conhecem a Bíblia e nada sabem a respeito da soberania de Deus. Aqueles que afirmam: "Deus é glorificado em meio a vitórias, e não na derrota", não entendem ou não querem entender que o Deus soberano é glorificado em todas as coisas.
    De um ponto de vista humano, Jesus foi derrotado na cruz, José foi derrotado quando vendido por seus irmãos, Paulo foi derrotado depois de haver sido açoitado e preso em Filipos, mas Deus foi glorificado em todas essas circunstâncias. Nossa cosmovisão ocidental, voltada ao sucesso e contrária a qualquer tipo de fracasso, não aceita o fato de que Deus vê as coisas de uma maneira totalmente diferente.
    Quem sabe os “neoprofetas” poderiam afirmar que os três personagens usados no exemplo acima saíram vitoriosos depois destas circunstâncias. Jesus ressuscitou; José depois de todo o sofrimento foi exaltado no Egito; e Paulo, quando orou e cantou, foi libertado milagrosamente da prisão. Tubo bem, mas há duas coisas importantes que devem ser entendidas:

    1. Todos eles reconheciam a soberania de Deus e sabiam que Ele estava no controle da situação, ainda que não houvesse uma “vitória”.
    2. Nenhum deles, a fim de se livrar da aparente derrota, utilizou qualquer uma das técnicas ensinadas pelos “neoprofetas”.

    Que Deus nos livre deste monte de babaquices "santas".

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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