Arminianismo e soberania

Deve estar claro que o Arminianismo nega, em essência, a Soberania de Deus. Que Deus é soberano significa tão somente que Deus é Deus: Ele governa sobre o céu e a terra. Ele nunca cederá o seu poder a nenhuma criatura. Ele governará todas as coisas de acordo com o Seu Soberano Propósito. Deus governa. A perspectiva arminiana nega isto. Um arminiano insistirá que ele também crê que o pecador é salvo apenas pela graça. No entanto, não nos deixemos enganar: de acordo com o Arminianismo, cada pecador tem tal graça de Deus! O que faz, então, que um homem se diferencie do outro? Não é a graça de Deus, mas sim a sua vontade por Cristo, enquanto o outro rejeita a Cristo. A decisão final sobre quem é um eleito descansa, portanto, sobre as obras humanas. Tal ensino nega a Soberania de Deus, porque, se for assim, o Deus soberano, infinito e eterno, deve sentar-se nos céus e esperar pela decisão do homem para poder descobrir quem poderá e quem não poderá herdar Seu Reino. Este é um terrível erro.

G. Van Baren
In: Olhar Reformado

14 comentários:

  1. Quanto ao arminianismo puro, creio que ele já não exista mais, ..., o que vemos hoje em dia é uma doutrina Armínio-Wesleyana, uma doutrina Calvinista e uma mescla delas em maior ou menor proporção ao longo das Igrejas das mais diversas denominações...

    Para não dizer que só passei aqui para deixar a recado abaixo, rs, resolvi deixar um comentário sobre a postagem acima também. Segue um grande abraço!

    Demorei demais para publicar o Selo, ..., sei que a maioria de vocês citados nesta postagem, http://www.opensador.info/2009/06/selado.html, já devem ter sido citados por outros blogs para o referido selo, contudo não posso deixar de informá-los que mesmo que com atraso estão citados por aqui também...
    Um abraço a todos e um ótimo trabalho...

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  2. Penso que a soberania de Deus nunca poderá ser impedida ou negada. Nem por arminianos, muito menos por calvinistas. Deus é soberana, e negar esta soberania seria negar a existência de um Deus que tudo criou.

    Não há homem no mundo que possa desfazer a vontade de Deus neste mundo, sobre qualquer ciscunstância. Porém (penso, eu assim), existem casos onde as próprias pessoas possam resistir a esta vontade (claro, Deus assim permitindo), negando querer seguir os caminhos de Deus. Também creio, que existem casos onde Deus por sua soberana vontade e chamado, exerce uma total influência na escolha do indivíduo, a chamada graça irrestível. O convite é tão gracioso, tão irresistível que não poderia negá-lo de forma alguma. Portanto, me submeto a vontade de Deus.

    Creio que a soberania de Deus e o "livre arbítrio" (na verdade servo arbítrio) do homem andam juntos. Caso eu resista (se Deus assim permitir) o Seu chamado, aquilo que Deus desejaria fazer com o meu chamado nunca deixará de ser cumprido. Na há dúvidas que Deus utilizará outras pessoas para exercerem aquele propósito. Se não fosse Judas que entregasse Crito, seria outro. Se outro não entregasse Cristo, mesmo assim ele iria padecer uma morte de cruz. Pois esta era a vontade soberana de Deus. E não há homem no mundo que possa impedir a Sua vontade eterna. Criada antes mesmo da fundação do mundo.

    Um abraço, e obrigado por suas visitas em meu BLOG.

    Vitor Hugo.

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  3. Paz Clóvis,

    Negação é algo normal para os arminianos.

    Inclusive ele negarão que negam a soberania de Deus.

    Em Cristo,

    Ednaldo.

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  4. Prezado Victor Hugo,

    Não existe vontade permissiva de Deus. Ninguém resiste à vontade de Deus, nem mesmo por permissão, porque tudo quanto Deus quer fazer, Ele efetivamente o faz.

    Helder.

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  5. Continuo achando que existe um meio termo.

    Deus nos dá a possibilidade de escolhermos e paralelamentee traça seus planos.

    A história da humanidade e os planos de Deus é um emaranhado complexo, e se torna algumas vezes um jogo de vontades e escolhas.

    Em momentos oportunos Deus impôs soberanamente a sua vontade, em outros espera uma reação do homem, já em outros momentos cede graciosamente.

    O inferno é o lugar onde o homem não possui mais nenhuma escolha ou liberdade e Deus não interfere mais com sua boa, agradável e perfeita vontade.

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  6. Helder!

    Para mim, uma explicação sensata e bem ponderada sobre graça irressistível, vem do próprio John Piper em um dos seus artigos intitulado graça irressistível no site monergismo (Não creio que ainda esteja por lá este artigo!). Ele diz: "A doutrina da graça irressistível não significa que toda influência do Espírito Santo não pode ser resistida. Significa que o Espírito Santo pode sobrepujar toda resistência e tornar sua influência irressistível". Atos 7: 51 Estevão afirma que alguns resistiam ao Espírito Santo: "...vós sempre resistis ao Espírito Santo". Paulo alega que podemos apagar ou entristecer o mesmo (Ef. 4: 30; Ts. 5: 19).

    Enfim, tenho esta posição para mim, pois creio que é a mais sensata e equilibrada. Prefiro fugir do fatalismo determinista. É interessante ver o video do Mark Driscoll postado logo acima deste BLOG. É muito interessante, pois ele também pondera, e muito bem, a questão do sofrimento. Ou seja, as vezes sofro com problemas vasculares, não porque esta seja a vontade soberana de Deus, mas sim porque me alimento somente com alimentos gordurosos e artificiais. Cabe a mim esta responsabilidade de escolha de aliemtos saudáveis. Isto quer dizer que Deus não está no controle de tudo? Absolutamente não! Ele continua agindo e intervindo em toda a história. O fato de me intupir de gordura, nunca afastará ou abafará a vontade soberana. Sobre a vontade permissiva: É somente uma nomenclatura, também não a utilizo, pois mais que meu pensamento parece com tal.

    Um abraço!

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  7. O calvinismo diz que uma coisa não exclui a outra. Tanto é verdade que:

    1) Todas as coisas que acontecem foram decretadas por Deus, inclusive os nossos pecados.

    E:

    2) Os seres humanos são responsáveis pelas escolhas que fazem.

    Ou seja, uma pessoa sofre de doenças cardíacas tanto por seus maus hábitos alimentares, como porque isso foi decretado por Deus.

    É o que diz a Confissão de Fé de Westminster...e tem sido, de modo indireto, assunto tratado no meu blog: http://reformaecarisma.blogspot.com

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  8. Certamente não descarto a confissão de Fé de Westminster, e para falar bem a verdade, eu deveria lâ-la mais e estudá-la mais.

    Porém, não posso acreditar que Deus já havia decretado meus pecados. De fato ele já sabe o que ocorrerá comigo futuramente, graça a Sua onisciência, porém isto não quer dizer que ele já havia decretado tal ato na eternidade. Entendo onisciência não como decreto fatalista.

    Mas tudo bem!

    Porém creio que Deus é quem decreta tudo na vida do homem, mesmo a fé. Entre em meu BLOG e dê uma lida neste dois artigos:

    http://pericopecc.blogspot.com/2009/04/sobre-fe.html

    e

    http://pericopecc.blogspot.com/2009/04/ainda-sobre-fe.html

    Um abraço!

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  9. Pensador,

    Eu diria que o calvinismo mudou menos que o arminianismo, desde Calvino e Armínio, se bem que os sistemas que trazem seus nomes foram melhor sistematizados em Dort e na Remonstrância, respectivamente.

    Hoje temos um arminianismo popular e não sei se podemos dizer que temos um calvinismo popular, talvez um clavinismo não visto em sua inteireza.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  10. Victor Hugo,

    Visitar sseu blog é um prazer, além de muito útil. Permitam-se umas observações sobre o seu comentário.

    Concordamos que "a soberania de Deus nunca poderá ser impedida", porém ela é negada, apesar da implicação de que "negar esta soberania seria negar a existência de um Deus que tudo criou". Os arminianos não negam explicitamente a soberania, mas o fazem na prática, ao ensinarem uma soberania frouxa.

    Sobre a graça irresistível que pode ser resistida, a melhor expressão vi no blog do Ednaldo, quando escreveu que a graça é resistível até que deixe de ser. Porém, não devemos confundir graça com vontade decretiva de Deus. A resistência a aquela está inclusa nesta.

    Mas um ponto que não posso concordar em suas considerações é que "caso eu resista (se Deus assim permitir) o Seu chamado, aquilo que Deus desejaria fazer com o meu chamado nunca deixará de ser cumprido" pois "Deus utilizará outras pessoas para exercerem aquele propósito". Admitir isso é negar a onisciência de Deus. Pois Deus não apenas decretou que Jesus seria entregue, mas que o seria por Judas, e portanto nenhuma outra pessoa dentre todas as que nasceram neste mundo, senão Judas, poderia trair a Cristo. O mesmo refere-se à nossa chamada: Deus não apenas escolheu um grupo de pessoas, Ele escolheu cada indivíduo que faz parte desse grupo, e portanto aqui não cabe "se não um, outro".

    Em Cristo,

    Clóvis

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  11. Ednaldo,

    Muito boa e pertinente sua observação.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  12. Roger,

    Não existe meio termo no que concerne a vontade de Deus. Como o Helder acentuou, o que Deus quer, Ele faz.

    Porém, há um certo sentido em que as escolhas humanas compatibilizam-se com a vontade divina. Deus decreta que escolhamos livremente. Porém, devemos tomar cuidado com o que entendemos por liberdade. Escolher livremente não significa escolher diferentemente do que Deus determinou.

    Você diz que e alguns momentos "Deus impôs soberanamente a sua vontade, em outros espera uma reação do homem, já em outros momentos cede graciosamente", mas cada uma dessas situações foram de acordo com sua vontade. Deus não age em detrimento de Sua vontade.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  13. Olá Clóvis!

    Parafraseando Piper: "Eu (Vitor) estou apto a viver com este mistério, a saber: Soberania de Deus e livre arbítrio do homem (na verdade servo arbítrio)".

    Gosto muito da nota de rodapé da Bíblia de estudo Russel Shedd. Tenho a mesma visão que ele possuí. E isto não quer dizer que nego a soberania de Deus. Segue abaixo o que ele diz de certas passagens relacionadas a soberania de Deus. Gravei em meu computador, pois gostei muito.


    Sobre o fato de Deus endurecer o coração de Faráo, Shedd diz:

    “Não é que Deus força os homens a se rebelarem contra Ele, mas nos fez de tal maneira que, cada vez que rejeitamos parte da vontade divina para nossas vidas; mais difícil se torna para nós termos fé, amor e obediência para abraçar a próxima revelação do que Deus deseja de nós. Este resultado inevitável da desobediência á parte da Lei de Deus, e, por isso, é Deus que o faz (Rm. 1: 18-27)”.

    “O endurecimento, é um salário do pecado da rebelião contra a mensagem de Deus, lentamente tirando do incrédulo a capacidade de se converter. É por isto que cada pessoa que escuta o convite do evangelho nunca deve protelar a sua aceitação da salvação que Cristo oferece a todo aquele que crer”.

    Sobre Romanos 9: 22, ele diz:

    “Ainda que não seja tolerado queixar-se contra o direito que Deus tem de fazer o que lê bem entender com os Seus, a ênfase desta passagem está na misericórdia de Deus que agüenta a maldade dos homens diferindo Sua ira por muito tempo ".

    Um grande abraço a você!

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  14. Victor,

    Minha resposta: http://reformaecarisma.blogspot.com/2009/06/deus-decreta-pecados.html

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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