É este o contexto deste livro. Um contexto cultural em que a pessoa é bastante desprezada no meio da correria para conseguir ou para fazer alguma coisa. Uma importante tarefa da igreja cristã é formar pessoas por meio do Espírito Santo, até que elas cheguem "à medida da estatura da plenitude de Cristo" (Ef 4:13). Mas geralmente é uma tarefa negligenciada. Temos várias programações para cuidar disso, mas elas sempre estão na periferia de alguma outra coisa. A formação espiritual recebe muito mais atenção no mundo secular da espiritualidade da Nova Era ou do desenvolvimento psicológico do que na igreja. E por mais louvável que seja a atenção dada pelos mestres e guias deste mundo, eles estão tentando fazer tudo isso sem Jesus Cristo ou colocando Jesus apenas como elemento periférico. Portanto, estão deixando de fora o que é mais importante, a saber, a ressurreição.
Tenho certeza de que a igreja é a comunidade que Deus colocou no centro do mundo para manter o mundo centrado. Um dos aspectos essenciais dessa tarefa de manter o mundo centrado chama-se formação espiritual — a formação da vida de Cristo em nós, processo que dura a vida inteira. Ela consiste no que acontece entre o momento em que tomamos consciência da nossa identidade como cristãos e aceitamos essa identidade e o momento em que nos sentarmos para a "ceia das bodas do Cordeiro" (Ap 19:9). Ocupa-se do modo como vivemos no período que vai entre o dobrar os joelhos no altar e o ser atropelado pela carreta.
Levanto esse assunto com considerável sentimento de urgência, não apenas porque a cultura que nos cerca tem secularizado amplamente a formação espiritual, mas também porque a igreja em que vivo, e para a qual fui chamado a falar e escrever, está, nesse assunto, cada vez mais se tornando como a cultura, em vez de se colocar contra ela. O enorme interesse de hoje na "espiritualidade" não tem sido muito acompanhado, se é que o tem, por um interesse na questão da formação em Cristo, um processo longo, complexo e diário — ou seja, a prática de disposições e hábitos do coração que fazem a palavra espiritualidade deixar de ser um desejo, um anseio, uma fantasia ou uma digressão e venha a se transformar em vida real vivida para a glória de Deus. Uma expressão de um poema de Wendell Berry romancista, ensaísta e filósofo americano, traduz bem o que estamos falando — "ressurreição na prática". Este livro está fundamentado na ressurreição de Jesus.
PETERSON, Eugene. Viva a ressurreição.
Grande reflexão essa de Eugene Peterson!
ResponderExcluirSeus escritos são sempre enriquecedores. Deve ser uma bela obra.
Abraços
Junior
Paz, Clóvis.
ResponderExcluirPode postar sim. Só peço que você mantenha o link do Reformed Voices (http://www.reformedvoices.com/2008/08/pinks-study-habits.html) de onde eu tirei o texto, e eu como tradutor.
No Amor e na Verdade que nos une,
Vini
http://br.youtube.com/7vini
http://7vini.blogspot.com
ps: o link de seu nome está com problema. Falta o g do bloGspot.