Como ter pés bonitos

Sermão pregado no culto de Missões, dia 20/07/2008
Igreja O Brasil Para Cristo em Medianeira

Introdução

O pavão é uma das aves mais lindas que existe. Suas penas tem um colorido e formam desenhos que impressionam à vista. Por isso, desde a antigüidade foi um símbolo de status e poder. Salomão mandava trazer carregamentos de pavões de Társis, junto com prata e ouro (1Rs 10:22). Na índia, era considerado animal sagrado, e quem matasse um pavão, pagava com a própria vida. Os reis e rainhas enfeitavam os seus jardins com pavões, e quanto mais aves tivessem, mais importantes eram considerados. Enfim, o pavão sempre foi uma ave linda e cobiçada, pois está associado ao poder e à vaidade. Porém, o pavão tem um ponto fraco. Seus pés são feios, distorcidos, quase aleijados. Destoam da beleza formada pelas suas penas. Os pés do pavão não combinam com seu porte e com o colorido de sua plumagem. "Pé de pavão" significa feiúra, defeito.

Agora, não se ofendam se eu lhes disser que muitos na igreja tem pés de pavão. Tem muita coisa bonita para apresentar e que realmente impressionam, mas quando olham para os pés devem ficar envergonhados. Sei que agora, as mulheres especialmente, estão olhando para seus pés e discordando de mim, pois seus pés são bem cuidados e os calçados que usam combinam com a roupa. Mas eu estou falando num sentido espiritual e me proponho a demonstrar que nossos pés podem ser feios como os do pavão. Mas não me limitarei a apontar o defeito, a feiúra, mas darei a receita para que você tenha pés bonitos, que combinem com a beleza do restante do seu corpo.

Antes porém, vamos ler a respeito de uma importante promessa em Romanos 10:13-15:

"Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!"

I. UMA PROMESSA UNIVERSAL

"...Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." (13)

1. A promessa pressupõe necessidade universal

A possibilidade de ser salvo pressupõe que todos os homens precisam da salvação. De fato, a Bíblia diz que "todos pecaram e separados estão da glória de Deus" (Rm 3:23) e acrescenta que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23). Não há uma só pessoa no mundo, nem mesmo no país mais distante, que não se encontre numa situação desesperadora, vendida ao pecado e merecedora do inferno. O pecado começou com Adão e se estendeu a todos os homens, de forma que mesmo um recém nascido está marcado para a morte, por causa do pecado contra Deus. Ninguém, mas ninguém mesmo, está livre dessa condenação que paira sobre todos. O agricultor e o empresário, o doutor e o analfabeto, o brasileiro e o esquimó do Alaska, todos tem em comum a necessidade de serem salvos, pois "não há nenhum justo, nenhum sequer".

2. A promessa pressupõe a incapacidade universal

A necessidade de ser salvo por Jesus, implica que o homem é incapaz de salvar a si mesmo. A Bíblia descreve os homens como estando "mortos em pecados e delitos". Esforço próprio é inútil, pois é mais fácil um leopardo mudar a cor de sua pele que um pecador viver em santidade, estando acostumado ao pecado. Querer compensar o mal que que faz através de esmolas também não é de nenhum proveito, pois nossas justiças são como trapos de imundícia. E qualquer penitência ou sacrifício religioso apenas acrescenta aos nossos pecados o de espezinhar o sangue derramado por Jesus. Da mesma maneira que o debater-se de um afogado dificulta o salvamento, as tentativas do homem de justificar-se diante de Deus, além de inúteis, cegam os seus olhos para ver o método simples de Deus: pedir ajuda a Jesus.

3. A promessa resulta numa certeza inabalável

A promessa é de todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Invocar nessa passagem significa clamar por socorro, por ajuda. Invocar o nome do Senhor é pedir a Ele que nos salve, ao mesmo tempo que reconhecemos que precisamos e não podemos nos salvar. Para todos que invocam o nome do Senhor há uma certeza: será salvo. Jesus prometeu "todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" (Jo 6:37). O que prometeu é fiel, por isso, todos os que invocaram o nome do Senhor podem ter certeza de estarem salvos e seguros pelo Senhor.

Mas nem todos invocam o nome do Senhor. E por isso passam ao largo da única maneira de obter a salvação, encontrando a condenação ao final da sua vida. Por que isso acontece? A Bíblia nos apresenta alguns obstáculos pelos quais muitos deixam de clamar ao nome do Senhor. Vejamos alguns deles.

II. OS OBSTÁCULOS À SALVAÇÃO (14-15)

1. Primeiro obstáculo: a incredulidade

"Como, porém, invocarão aquele em quem não creram?" (14a)

Para que se invoque ao Senhor, é necessário crer nele. O escritor de Hebreus deixou isto bem claro: "De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam." (Hb 11:6). As pessoas somente irão clamar por ajuda do Senhor se tiverem fé nEle. É um engano pensar que os homens já nascem com fé. A fé é algo gerado no homem, é um dom de Deus. O homem precisa primeiro receber a fé, para depois invocar o Senhor no qual creram.

A razão, portanto, que muitos não invocam o nome do Senhor para serem salvos é que eles não tem fé para isso. É preciso crer antes de invocar.

2. O segundo obstáculo: a ignorância

"E como crerão naquele de quem nada ouviram?" (14b)

O conhecimento é um elemento essencial à fé. Não há como crer em algo que desconhecemos. Por isso, é necessário que as pessoas tomem conhecimento de Jesus, ouçam falar de Sua pessoa e de Sua obra na cruz, para que depositem nEle a confiança da salvação de suas almas. Paulo afirmou: "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Rm 10:17 RC). Para que a fé seja gerada no coração do pecador, é preciso que eles ouçam falar de Jesus, pois o ouvir vem antes do crer.

3. O terceiro obstáculo: a falta de proclamadores

"E como ouvirão, se não há quem pregue?" (14c)

Já vimos que para a pessoa invocar ela precisa crer, para crer precisa ouvir sobre Jesus. E para que ela ouça, alguém precisa pregar, anunciar a mensagem do evangelho. Se ninguém pregar não tem como as pessoas serem salvas, pois o evangelho "é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego" (Rm 1:16). O pregador é o portador das boas novas de salvação. Pesa sobre ele uma grande responsabilidade, a de ser fiel à mensagem. Nessa passagem, a palavra pregar define o pregador como um arauto, um embaixador de Deus, aquele que entrega uma mensagem oficial na forma de uma intimação pública. Sem pessoas que sejam proclamadoras do reino, as pessoas não ouvirão a boa nova da salvação e não serão salvas.

4. O quarto obstáculo: a falta de envio

"E como pregarão, se não forem enviados?" (15a)

Agora estamos chegando ao ponto que tem a ver com pés bonitos. Para que todas as pessoas do mundo tenham oportunidade de invocar o nome do Senhor é preciso que pregadores sejam enviados até elas. Pois muitos tem desejo em seus corações de serem arautos de Deus, proclamando nos lugares mais distantes a mensagem da salvação, mas faltam os meios para irem até lá. Se não forem enviados, não terão como pregar e almas ficarão sem saber a quem clamar por salvação. É necessário que a igreja prepare, envie e sustente missionários, para que a luz do evangelho chegue no cantos mais escuros do mundo, onde a idolatria, a superstição tomam o lugar da verdade de Deus.

Os enviados são primeiro chamados por Deus, que coloca em seus corações a vontade e a coragem de deixar a sua família e a sua pátria para tornar o nome de Jesus conhecido. Mas essa disposição será frustrada se a igreja não investir na obra missionária, se a igreja não colocar como prioridade número um a expansão do reino de Deus na face da terra. Infelizmente, os crentes gastam mais com coca-cola do que com missões! Enquanto boa parte do mundo permanece nas trevas do paganismo.

Conclusão

"Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!" (15b)

Finalmente, agora descobriremos como ter pés formosos. Você não terá pés bonitos diante de Deus se investir alguns reais numa pedicure que cortará e pintará as unhas de seus pés. Não adianta comprar sapatos da moda. A bem da verdade, quanto mais dinheiro você gastar nestas coisas, mais o seus pés se parecerão com os de um pavão.

Para que você tenha pés cada vez mais bonitos, você precisa investir na obra missionária. Pois são formosíssimos os pés dos que se tornam anunciadores de boas novas. Se você não pode ir e pregar pessoalmente, você pode enviar, através de suas ofertas missionárias, outros que pregarão o evangelho, possibilitando que muitos clamem ao Senhor e sejam salvos. Ofertar generosamente para o envio e sustento de missionários, é embelezar os pés, é ter um andar gracioso diante de Deus.

Se você canta na igreja, se você ora e vive em santidade, você está se embelezando para o noivo, que espera encontrar uma noiva "gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito" (Ef 5:27). Imagino que nenhuma noiva gostaria que seu esposo descobrisse que apesar da beleza do seu rosto e da elegância de seu corpo, seus pés são horrivelmente feios. Que o Senhor não veja feiúra em seus pés! Contribua generosamente para enviar missionários aos perdidos.

Soli Deo Gloria


2 comentários:

  1. Paz, Clóvis.

    Tenho uma confissão a fazer:
    "Eu copiei a pregação e guardei no meu computador caso tenha uma oportunidade de pregar sobre evngelismo" :S

    Ma acho que isso é bom! ^^

    No Amor e na Verdade que nos une,
    Vini

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  2. -V-

    Fico feliz e oro para que surgindo a oportunidade, o Espírito aja no coração dos ouvintes, para que despertem para a necessidade de evangelização.

    Em Cristo,

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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