Aos que procuram o livre-arbítrio

Mas os que professam ser cristãos, e ainda buscam o livre-arbítrio no homem perdido e imerso em morte espiritual, corrigindo a doutrina da Palavra de Deus com os ensinos dos filósofos, estes se desviam totalmente do caminho e não estão nem no céu nem na terra.

João Calvino
In: Institutas da Religião Cristã, p.190

3 comentários:

  1. O livre-arbítrio, de fato, é um conceito puramente filosófico que adentrou na teologia devido a tendência natural do homem de buscar causas nele mesmo. Ele não é um termo escriturístico, contido na Bíblia. Na transição do período histórico "medieval-renascentismo" o humanismo era predominante no pensamento religioso e a obra de Calvino veio de encontro com esse sistema.

    O entendimento antropológico é primeiro ressaltado por Paulo (Rm 1-3.21; Ef 2.1-3) e como Schaeffer disse, quando olhamos para essa passagem da carta aos romanos só podemos concluir uma única coisa: não há esperança no próprio homem.

    Calvino, cerca de 500 anos antes, deu, primeiro, o correto entendimento bíblico do homem antes de dar o correto entendimento bíblico da cruz e para as Escrituras e para ele o homem natural é "morto". Esse entendimento é o que faz toda a diferença! Pode um morto ressuscitar? Por isso ele foi tão severo e veemente em sua afirmação nesse trecho das institutas.

    Obs.: legal saber que além de Cristo, os alimentos nos une, irmão Clóvis, rsrsrs... trabalha em que área? eu tô na curva da reta final da formatura. curso o nono período.

    Grande abç!

    Soli Deo gloria. Amém!

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  2. Grande Clóvis,

    Calvino pegou pesado (risos).
    Sorte que nós não buscamos o livre-arbítrio, conforme ele afirma, e sim, acreditamos que o livre-arbítrio é uma dádiva de Deus.

    Se levarmos em consideração essas palavras dele, estamos totalmente desviado e indo em direção ao inferno. Será que é isso que os calvinistas pensam?

    Com carinho,
    Junior

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  3. Junior,

    Paz seja contigo. Não acho que Calvino tenha pegado pesado.

    Quando ele se referiu a busca do livre-arbítrio no homem caído, estava dizendo que alguns tentam localizar ou identificar o livre-arbítrio no perdido. Na falta de apoio escriturístico, pois de fato a Bíblia não afirma em lugar nenhum que o homem tem livre-arbítrio, recorrem aos filósofos humanistas. Argumentos como "sem liberdade não há responsabilidade", "dever implica poder", "sem livre-arbítrio somos robôs", etc. são extraídos de escritos filosóficos e não da Bíblia.

    O desviar-se então não é uma referência à perdição, mas fechar os olhos para o que a Bíblia diz (céu) e o que pode ser observado (terra), ou seja, a absoluta incapacidade humana.

    Clóvis

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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