Sacrifício, dons e adoração

À proporção que as vidas são consagradas e as mentes transformadas, para entenderem a vontade de Deus em Sua total bondade e perfeição (Rm 12.1ss), surge um reconhecimento humilde da natureza do Corpo em Cristo (v.4). O corpo e a mente não são sacrificados num altar, segundo o modo da Antiga Aliança, mas incorporados em serviço ativo dentro do Corpo de Cristo, a Igreja. Os dons distribuídos pelo Espírito são um sinal claro da aprovação de Deus em relação aos sacrifícios vivos que Lhe foram oferecidos.

À medida que os dons são exercidos, o Corpo é tornado real na adoração resultante (Rm 12.6-8), segundo nos mostra a seleção de dons feita por Paulo. O profeta torna a voz de Deus audível e a Sua vontade conhecida (v.6). O servo ajuda a irmandade sacrificialmente, impelido pelo amor de Cristo (v.7). O mestre hábil informa e esclarece os corações dos não instruídos, de modo que eles também possam ser apresentados perfeitos em Cristo (v.7; Rm 15.16; Cl 1.28). Aquele que exorta oferecerá aos indivíduos o seu estímulo carinhoso (Rm 12.8). O doador se deleitará em compartilhar benefícios materiais com os necessitados (cf. At 2.42ss.). O líder tomará diligentemente a responsabilidade de guiar e organizar a igreja e suas atividades, para que as metas sejam atingidas e a missão seja cumprida. Os compassivos servirão o Corpo aliviando o sofrimento e oferecendo simpatia (cf. Rm 12.8). 

É altamente significativo o fato de toda essa ação do Corpo (cf.12.4, praxis) estar incluída no conceito de Paulo de adoração espiritual (latreia). Partes da adoração ritual expressas através de profecia, ensino e exortação, nas reuniões regulares da igreja, são integradas com o serviço (diakonia). Este, por sua vez, é manifestado através de ações orientadoras e misericordiosas, realizadas dentro e fora das reuniões congregacionais. Como vimos com o tempo, a adoração era considerada pelos escritores neo-testamentários como "em" e "extra" ecclesia por natureza.

Dr. Russel Shedd
In: Adoração Bíblica

SEJA O PRIMEIRO A

Postar um comentário

"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.