O buraco da agulha


O jovem rico amava tanto as suas riquezas que elas lhe serviram de impedimento para aceitar a vida eterna oferecida pelo Filho de Deus. Ao falar sobre a impossibilidade desse tipo de pessoas entrarem no reido de Deus, Jesus empregou a ilustração que é a impossibilidade de um camelo passar pelo buraco de uma agulha. Alguns tem imaginado que o buraco da agulha referido fosse uma portinhola, no muro de Jerusalém, atravé do qual pudesse finalmente passar um camelo, depois de muitos puxões e empurrões.

O grego de Mateus 19:24 e de Marcos 10:25 fala de uma agulha usada com linha, enquanto que o de Lucas 18:25 usa o termo médico que indicava uma agulha usada nas operações cirúrgicas. E evidente que ali não é considerada nenhuma portinhola, mas sim, o pequeno buraco de uma agulha de costura. Provavelmente era um provérbio comum para ilustrar cosias impossíveis. O Talmude fala por duas vezes de um elefante para o qual é impossível passar pelo buraco de uma agulha. Por conseguinte, quem quer que ame as riquezes, a ponto de isso impedi-lo de confiar em Jesus Cristo como Salvador, está impossibilitado de ser salvo.

Em resposta à pergunta feita pelos discípulos: "Então quem pode ser salvo?", Jesus respondeu: "Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus" (Lucas 18:27). Nessa frase, as palavras "dos" e "para" são uma só no original, cujo sentido literal é "ao lado". Tome-se o lado do homem, na questão das riquezas, e torna-se impossível a salvação. Porém, tome-se o lado de Deus sobre a questão e a impossibilidade anterior se transforma em possibilidade.

Kenneth S. Wuest
Jóias do Novo Testamento Grego


2 comentários:

  1. Tem este video propositalmente engraçado em que o Mark Driscoll explica isto como sendo uma das piadas de Jesus: http://www.youtube.com/watch?v=aHLlHLhinPA

    Realmente, olhando por esse lado mais 'nazareno beberrão' de Jesus, fica bem fácil compreender este trecho e ver que não passa de uma hipérbole.

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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