John Wesley e a Bíblia

João Wesley sabia que era necessário ter um padrão objetivo para uma espiritualidade genuína. Para ele, o padrão era a Bíblia. Ele estava comprometido com a centralidade e autoridade das Escrituras. Apesar de ter lido centenas de livros sobre vários assuntos, Wesley continuamente referia-se a si mesmo como um homo unis libri (homem de um único livro). Embora tivesse publicado aproximadamente seiscentas obras sobre vários temas, ele resolutamente mantinha a posição de não permitir qualquer regra, fosse ela de fé ou de prática, que não fosse a Escritura Sagrada. No prefácio de seu livro Sermões Principais, Wesley exclama: "Oh, dai-me esse livro! A qualquer preço, dai-me o livro de Deus!... eis nele sabedoria suficiente para mim".

Wesley confirmava esta exclamação com um admirável exemplo de fidelidade ao estudo da Bíblia. Por 65 anos, a Bíblia foi a sua companheira diária na vida de fé. Ela era o seu principal guia para uma vida santa. Como herdeiros de Wesley, precisamos fazer uma clara afirmação da autoridade das Escrituras, não como uma fonte entre várias outras, mas como a norma para a conduta e pensamento do cristão. Precisamos declarar que a Bíblia é o padrão pelo qual os resultados da tradição, razão e experiência são avaliados.

Ao mesmo tempo, é importante lembrarmos que, para Wesley, o principal valor da Escritura não se resumia à sua utilidade como um modelo frio e objetivo. Antes, ele via o valor primário da Bíblia na sua peculiar habilidade de levar homens e mulheres a um encontro com o Deus Todo-Poderoso. Assim, podemos afirmar que o valor principal da Escritura (compreendido corretamente) é devocional.

Steve Harper
In: Vida devocional na tradição wesleyana

2 comentários:

  1. Wesley foi um homem usado por Deus para abrir a mente e o coração de pessoas, que estavam cegas em suas tradições religiosas, e que a a graça de Deus em Cristo é algo que pode ser acessível ao homem independente da sua condição social.

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  2. Concordo com a conclusão. Se a Bíblia não assume um valor devocional, sua leitura para nada servirá. O método histórico-crítico falha justamente nesse quesito. Sua preocupação está apenas na crítica literária, desprovido de objetividade teológica e devocional.

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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