O crente fraco e a perda da salvação

Escrevi a meditação “A Promessa do Pai e a Garantia do Filho” e alguns irmãos de orientação arminiana objetaram que se o termo perder (apollumi) em Jo 6:39 significa perda da salvação, então o mesmo termo utilizado por Paulo em 1Co 8:11 e Rm 14:15 implicaria que um crente pode perder a sua. O dilema é que numa passagem se afirma que o crente não perde a salvação e na outra que um crente a perderá. Alguns tem argumentado que os que foram “dados pelo Pai” não se refere aos eleitos. Porém isto é indiferente para a dificuldade. Se as duas passagens se referem a crentes verdadeiros (e eu creio que sim), e numa é afirmado que eles não perecerão e noutra que eles podem perecer, seja para um calvinista ou para um arminiano, há uma aparente contradição aqui.

O significado etimológico de apollumi

A premissa dos não calvinistas é que apollumi sempre significa “perecer”, com o sentido teológico de “perder a salvação”. Mas quando consideramos as ocorrências do termo no Novo Testamento, encontramos uma variedade de sentidos, indo de morte física (Mt 2:13; 8:25; Lc 11:51; 1Co 10:9) a um uso meramente figurado (Lc 15:17; Tg 1:11). João emprega o termo em seu evangelho referindo-se à perda da vida eterna, e mais precisamente para afirmar que um crente não a perde (Jo 3:16; 10:10, 28; 12:25; 17:12; 18:9). Em Paulo o termo é usado para significar a morte física, sem implicar perda da salvação (1Co 10:9-10; 2Co 4:9), embora também o use com o sentido de perdição eterna, tendo como referência descrentes (Rm 2:12, 1Co 1:18, 2Co 2:15, 4:3 e 2Ts 2:10). Conclui-se que apollumi não serve apenas para indicar perda da salvação, e isso deve ser levado em conta quando se lê 1Co 8:11 e Rm 14:15.

Vários especialistas atestam isto. Zodhiates (The Complete Word Study Dictionary) diz que o termo pode indicar morte física, além da perda de posse de coisas como comida, cabelo e ovelhas e de pessoas, como um filho. Kittel (TDNT), além dos termos destruir e perecer, lista como significados possíveis “perder a posse e andar perdido, como vaguear errante”. Barton (1 & 2 Corinthian) sugere que apollumi pode significar “a ruína da consciência de alguém”. Thiselton (The First Epistle to the Corinthians: A Commentary on the Greek Text), indica o significado de “arruinado, num sentido oposto ao de edificado”. Girdlestone (Synonyms of the Old Testament: Their Bearing on Christian Doctrine), afirma que a palavra pode denotar “desperdício” ou “lesão que torna o objeto inútil para a finalidade desejada” e cita como exemplo a terra, que foi “destruída” pelo Dilúvio e como tal ficou imprópria para morada do homem. Spence-Jones (The Pulpit Commentary) confere o sentido de “edificação-ruinosa” ao termo. O significado, em cada caso, deve ser determinado pelo contexto.

O contexto de imediato de 1Co 8:11 e Rm 14:15

O assunto do capítulo 8 é o comer carne sacrificada aos ídolos e como o conhecimento, a consciência e o amor fraternal se relacionam com a prática. O apóstolo declara que “o conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica” (v.1). Como “sabemos que o ídolo não significa nada no mundo e que só existe um Deus” (v.4), não somos afetados pelo que comemos, pois “não seremos piores se não comermos, nem melhores se comermos” (v.8). Porém, na comunidade da fé, “nem todos têm esse conhecimento” e “comem esse alimento como se fosse um sacrifício idólatra; e como a consciência deles é fraca, esta fica contaminada” (v.7). Daí o alerta “tenham cuidado para que o exercício da liberdade de vocês não se torne uma pedra de tropeço para os fracos” (v.9) uma vez que “se alguém que tem a consciência fraca vir você que tem este conhecimento comer num templo de ídolos, não será induzido a comer do que foi sacrificado a ídolos?” (v.10). E faltando-lhe o conhecimento de que o ídolo nada é, “esse irmão fraco, por quem Cristo morreu, é destruído por causa do conhecimento que você tem” (v.11) e “você peca contra seus irmãos dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, peca contra Cristo” (v.12). O princípio estabelecido pelo apóstolo é “se aquilo que eu como leva o meu irmão a pecar, nunca mais comerei carne” (v.13). Noutras palavras: a regra que regula o conhecimento é o amor devido ao irmão de consciência fraca.

A passagem encontra um paralelo em Rm 14. Ali, o crente fraco é chamado de “fraco na fé” (v.1) e “come apenas alimentos vegetais” (v.2). Paulo deixa claro que não importa o que alguém come ou deixa de comer, “pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (v.17). Mas no que faz “cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente” (v.5), pois “aquele que tem dúvida é condenado se comer, porque não come com fé; e tudo o que não provém da fé é pecado” (v.23). Vemos o mesmo princípio estabelecido: “façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão” (v.13), pois “se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu” (v.15). Paulo acrescenta: “não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem” (v.20). O contexto imediato não requer a perda da salvação como significado obrigatório de perecer.

O contexto mediato de 1Co 8:11 e Rm 14:15

A perdição eterna do irmão fraco causada indiretamente pelo irmão com conhecimento, conflitaria com o ensino de Paulo sobre a certeza da salvação expressa nas duas cartas (Romanos e 1Coríntios). Paulo declara “agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1) pois a cadeia “aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou” (Rm 8:30) não admite ruptura, pelo que Paulo estava “convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8:38-39). Ele cria que “os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis” (Rm 11:29). 

E aos crente de Corinto assegura que “Ele os manterá firmes até o fim, de modo que vocês serão irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1Co 1:8-9). Mesmo que as obras não sejam perfeitas, a salvação é garantida, pois “se o que alguém construiu se queimar, esse sofrerá prejuízo; contudo, será salvo como alguém que escapa através do fogo” (1Co 3:15). Assim, afirmar que o fraco na fé perecerá finalmente contraria o que ele afirma categoricamente em outras passagens dessas duas cartas.

O sentido de “perecer”

Então, qual o significado de perecer nessas duas passagens? À luz do que foi dito acima, creio que podemos arriscar um significado para o termo apollumi usado por Paulo em Rm 14:15 e 1Co 8:11. Não devemos tomá-lo com o sentido de perda da salvação eterna, pelo seguinte. Em Rm 14:4 a salvação do crente fraco é garantida: “quem é você para julgar o servo alheio? É para o seu senhor que ele está de pé ou cai. E ficará de pé, pois o Senhor é capaz de o sustentar”. É uma afirmação positiva da preservação do crente. A destruição referida no verso 15 é previamente descrita como tristeza: “o seu irmão se entristece devido ao que você come... não destrua o seu irmão”. Destruir tem o seu oposto em edificar, mencionada no verso 19: “esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua”.

O mesmo contraste é observado em 1Co 8:10-11, embora não seja tão evidente. Já vimos que um possível significado para apollumi é arruinar, no sentido oposto de edificar. No verso anterior, induzir é oikodomeo e ocorre diversas vezes com o significado dado por Strong de “construir uma casa, erigir uma construção, edificar” e metaforicamente “promover crescimento em sabedoria cristã, afeição, graça, virtude, santidade, bem-aventurança” (Cf. Rm 15:20; 1Co 8:1; 10:23; 14:4,17; Gl 2:18; 1Ts 5:11). Note que a edificação é o resultado do amor que regula o conhecimento: “o conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica” (1Co 8:1). Portanto, ao prescrever o amor acima do conhecimento o apóstolo espera ter como resultado a edificação, e quando falta o amor, o conhecimento arruína o irmão fraco e o objetivo é frustrado.

A interpretação de Rm 14:15 e 1Co 8:11 como não significando a destruição escatológica, mas a ruína do crescimento espiritual do irmão fraco na fé é apoiada por diversos estudiosos. Radmache (The Nelson study Bible) diz que “se o irmão e a irmã fracos veem outros crentes comendo alimentos sacrificados aos ídolos, eles também podem comer, violando suas próprias consciências”. O já citado Thiselton diz que a tradução “perecem” é inadequada porque muda a imagem apresentada no verso anterior (edificar) e que a melhor tradução é “arruinar”. Pfeiffe (The Wycliffe Bible Commentary) diz que perecer “não significa morte eterna”, mas “violação da própria consciência”. Vine (Collected Writings of W.E. Vine) afirma que o verbo apollumi, “às vezes traduzido destruir, denota perda do bem estar, aqui o bem estar de fazer aquilo que a consciência testifica. A idéia de ruína implicada em perecer é colocada em contraste com a verdadeira edificação... Cristo morreu não apenas para salvá-lo da perdição, mas de tudo o que pode roubar sua comunhão e todos os eventos que temporariamente podem prejudicar sua vida espiritual”. Pentecost (Designed to be like Him) declara que “a palavra perecer não significa que o irmão fraco perde a sua salvação... [mas que] contamina sua consciência e então não pode haver desenvolvimento, progresso e edificação na doutrina da graça”. Davidson (Novo Comentário da Bíblia) interpreta perecer como a situação em que “sua vida e seu testemunho cristãos se arruinariam”. Mayer (Comentário Bíblico do Antigo e Novo Testamento) diz que por “perecer” o irmão foi “prejudicado em sua vida cristã”

O que Jesus tem a dizer

A controvérsia começou com as palavras de Jesus de que os que lhe foram dados pelo Pai não se perderiam. Então daremos a Ele a última palavra. Considere que o objeto da destruição em Rm 14:15 e 1Co 8:11 é o irmão fraco, por quem Cristo morreu. Isso o coloca na categoria dos pequeninos de Jesus, sobre quem o Senhor falou “o Pai de vocês, que está nos céus, não quer que nenhum destes pequeninos se perca" (Mt 18:14). Se assumirmos que ele finalmente perderá a sua salvação, temos que admitir que a vontade do Pai e a morte de Cristo não lhe foram de serventia para protegê-lo. Que o Senhor nos livre de tal disparate.

Soli Deo Gloria

40 comentários:

  1. Clóvis, paz!

    Mano, belo esforço. Porém, há um "caminhão" de a priori em seu texto. Mas...

    Quero destacar esta fala sua:

    "O contexto imediato não requer a perda da salvação como significado obrigatório de perecer."

    Todos já sabemos a abrangência de significados que apollumi pode adquirir. No entanto, em 1Co 8:11 o verbo precisa se ajustar ao próprio versículo, antes de mais nada. Concorda?

    Vejo como sendo a antítese do real significado de apollumi nesse verso a declaração "pelo qual Cristo morreu".

    Pergunto:

    O que isso quer dizer além de que Cristo morreu para resgatá-lo da destruição?

    Tal resgate consiste apenas em livrar da morte física ou de algum prejuízo espiritual que não implique em uma salvação plena?

    Caso você admita uma salvação plena, deverá, por coerência, admitir que o prejuízo que o irmão mais fraco já está experimentando, resumi-se a uma intensa desgraça espiritual [JB Philips citado por Leon Morris] que poderá levá-lo a um estado tal que sua salvação seja perdida.

    Acho que seu exercício exegético não pode prescindir desta clásula final: "pelo qual Cristo morreu". Foi exatamente isso o que você fez.

    Que me dizes?

    __________

    Obs.: "Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma."

    Abraços!

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  2. Clovis,

    Alguns tem argumentado que os que foram “dados pelo Pai” não se refere aos eleitos. Porém isto é indiferente para a dificuldade.


    Acho que fui eu que iniciei esta discussão. No entanto, eu estava falando de Jo 6 e 17, não de 1Co 8.11. É óbvio que, para 1Co 8.11, "isto é indiferente para a dificuldade", mas o mesmo não é verdadeiro para os capítulos em João. Lá, as minhas observações não são indiferentes, mas não são indiferentes para uma outra dificuldade, não esta aqui, de forma que citar que "alguns tem argumentado que os que foram 'dados pelo Pai' não se refere aos eleitos" - isso, sim! - é indiferente para a dificuldade.

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    1. Paulo,

      Escrevi o texto destacado por você consciente de que a dificuldade intrínseca a Jo 6 não é irrelevante. Apenas quis deixar claro que não é relevante para a discussão em torno do termo apollumi.

      Quanto ao que você postou e foi desenvolvido, ainda vou ler e ver se posso contribuir com alguma coisa.

      Em Cristo,

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  3. Bom post Clóvis.

    Pelo qual Cristo morreu só dá enfase na orientação(relacionamento cristão fraternal) de Paulo não de um contraste/detrimento da obra de Cristo na vida do irmão e a obra tola de um irmão insensato.
    Não vou entrar neste tp de assunto concernente a perda de salvação, pois para mim juntamente com Unitarismo e AutoJustificação são as doutrinas mais asquerosas que posso imaginar.

    A paz.

    .::::Bryan::::.

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    1. Perda da salvação é algo asqueroso? Então você deve odiar Gênesis 1-3...

      E, sincererly, é impossível para uma pessoa, sem background calvinista, ler Hebreus sem sentir um frio na espinha, haha!

      Esse lance de perda de salvação ainda vai render...

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    2. Se está se referindo a Adão e Eva como "perdedores da salvação", sua premissa exegética é equivocada.
      Salvo é quem precisa se livrar da condenação do pecado.
      Adão e Eva, antes da queda, não estavam sob jugo da condenação do pecado, porque simplesmente não tinham pecado.

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  4. Bryan,

    o que está contraste não é a obra de uma pessoa A com a de outra chamda B, mas o sentido a ser adotado do verbo apollumi em relação ao significado de "pelo qual Cristo morreu".

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  5. Sobre esse assunto, o que faltava na argumentação do Clóvis lá, está sobrando aqui. Ele nos fornece várias fontes onde podemos constatar algo próximo de sua opinião, senão exatamente o mesmo que a sua opinião. No entanto, eu acredito que a verdade contida no versículo foi minimizada. E, para isso, eu também vou apresentar outras fontes.

    O fraco na fé será dolorosamente magoado, terá a integridade da sua fé (ou seja, a fé no seu sentido mais profundo) e da sua obediência destruída, e a sua salvação posta em risco, caso ele for levado pela insistência de seu colega cristão forte em exercer a liberdade, que ele (o cristão forte possui verdadeiramente), a executar algo para o que ele até agora não possui a liberdade interior.... 'Não faças perecer por teu alimento aquele por quem Cristo morreu' inculca a verdade no sentido de que, ocasionar a ruína do próprio irmão insistindo em exercer exteriormente a própria liberdade interna com referência à lei ritual, seria tratar com desprezo o sacrifício de Cristo. C. E. B. Cranfield, Romanos, p. 311

    A palavra destruir é incrivelmente forte. Muitos apontam (Cranfield 1979; Dunn 1988b; Moo 1996) que destruir significa ruína espiritual, a saber, "desviar totalmente de sua fé" (Moo 1996:855). Schreiner (1998:734) chama isto de "destruição escatológica" causada pela perda da salvação eterna.... Magoar sua consciência aqui pode produzir um efeito dominó que produziria sua completa queda espiritual. Grant R. Osborne, Romans, 368

    O interessante neste comentário de Osborne é que ele cita alguns calvinistas (Moo e Schreiner) que percebem toda a força do versículo. Quem diz que perecer significa meramente "magoar a consciência" ou "atrasar o crescimento espiritual" ainda não percebeu a gravidade do problema em vista aqui.

    Embora não pronuncie a respeito, F. F. Bruce coloca algumas versões mais próximas do pretendido por Paulo.

    RSV: Não deixe que o que você come arruíne aquele.... NEB: Não leve desgraça a um homem com aquilo que você come.... Romanos, p. 204.

    Embora negue que a referência é à apostasia, John Murray tem um extenso comentário sobre Rm 14.15 e revela o erro daqueles que tentam suavizar a advertência de Paulo ali. As consequências do uso da liberdade cristã do crente forte são gravíssimas sobre o crente fraco. Ele pode ser levado a cometer sérios pecados. Ele ainda diz que esses que tentam suavizar a advertência ignoram que Paulo fala de "pôr tropeço ou escândalo ao irmão" (Rm 14.13), o que significa mais do que ferir a consciência do irmão fraco.

    Continua...

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  6. No comentário de Calvino sobre Romanos há uma nota interessante:

    À luz das palavras "não destruas" etc., alguns têm deduzido a ideia de que aqueles por quem Cristo morreu pudessem perecer para sempre. Não é sábio nem justo extrair conclusão desse tipo.... O objetivo do apóstolo nesta passagem é claramente este: exibir o pecado dos que desconsideravam o bem de seu irmão, bem como mostrar o que esse pecado poderia fazer, sem dizer que ele realmente efetuava esse mal. p. 488

    Repare que, embora a apostasia seja negada, a força do versículo não é. O versículo é tomado seriamente. O versículo mostra o que "esse pecado poderia fazer", ou seja, fazer o crente fraco perecer para sempre, "sem dizer que ele realmente efetuava esse mal".

    Não devemos destruir um irmão. Isto contempla a possibilidade, conforme discutida acima, que o irmão mais fraco será provocado a violar sua própria consciência pelas ações descuidadas do irmão mais forte. Então, tendo violado sua própria consciência, ele pode continuar em seu caminho de pecado que começou e até mesmo vir finalmente à ruína espiritual. Robert E. Picirilli, Romans, p. 291, 292

    Deixa eu fazer um comentário adicional. Os calvinistas e aqueles que acreditam na doutrina da perseverança não precisam ficar alarmados e tentar suavizar o versículo. O sentido ali, como espero ter deixado claro, é de ruína espiritual. No entanto, o apóstolo não diz que este será o fim do crente fraco.

    É óbvio que Paulo fala em violar a consciência do irmão fraco, atrapalhar seu crescimento espiritual, mas ele não fica apenas nisso. Ele vai mais longe e usa palavras vigorosas para mostrar que o abuso da liberdade cristã do irmão forte pode ser a causa da ruína espiritual do irmão fraco.

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  7. Se assumirmos que ele finalmente perderá a sua salvação, temos que admitir que a vontade do Pai e a morte de Cristo não lhe foram de serventia para protegê-lo. Que o Senhor nos livre de tal disparate.

    Já demonstrei antes que a morte de Jesus Cristo não tem poder salvífico intrínseco, e não me espantaria da mesma coisa acerca de outros dons. Parece que se Deus desperdiça alguma coisa então Ele deixa de ser Deus.

    Qual o real problema em afirmar que a vontade de Deus não foi o suficiente? Afinal, Mateus 23:37 mostra a vontade de Deus não sendo cumprida - bem como 1 Samuel 8, Deuteronômio 29-30 e uma cassetada de vezes em que os homens pecam...

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    1. credulo,

      Qual o real problema em afirmar que a vontade de Deus não foi o suficiente? Afinal, Mateus 23:37 mostra a vontade de Deus não sendo cumprida - bem como 1 Samuel 8, Deuteronômio 29-30 e uma cassetada de vezes em que os homens pecam...


      Iria argumentar algo nesse sentido, mas já que se adiantou, acho que não preciso ir muito longe.

      Falar em vontade de Deus, sem maiores esclarecimentos, não ajuda muito. É evidente que a vontade de Deus é que "nenhum de todos aqueles que me deu se perca" (Jo 6.39), mas de que vontade de Deus estamos falando?

      John Piper, por exemplo, acredita que Deus deseja a salvação de cada ser humano. Se o disparate apontado pelo Clóvis é válido, então Piper pode ser acusado de defender um disparate:

      Se assumirmos que muitos não serão salvos, temos que admitir que a vontade de Deus não lhe foram de serventia para salvá-lo!

      E como também não há nas Escrituras dizendo "todo aquele por quem Cristo morreu deve ser salvo", o disparate só existe na mente do calvinista, não na dos escritores bíblicos. Eles não viam problema em afirmar que a vontade de Deus (dependendo de que vontade de Deus estavam falando) nem sempre é cumprida e que, embora Cristo tenha vindo para salvar o mundo (Jo 3.17), nem todos são salvos (Jo 3.18).

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    2. Se a salvação pode ser perdida ( aniquilada )...me preocupa então, a crença num "deus" paradoxal, que nos manda preocuparmos com a salvação do próximo, sem que possamos ter garantido a nossa.

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  8. O Clóvis citou o comentário de Davidson de 1Co 8.11, mas ignorou o que ele diz em Rm 14.20.

    O princípio de abstinência total de tudo quanto escandaliza é recomendado como norma cristã de viver a vida de justiça-pela-fé, a fim de que um irmão não seja tentado, não tanto para a degradação carnal, quanto para a ruína moral e espiritual pelo sufocamento da consciência. p. 1181

    Ele também cita um tal de "Mayer (Comentário Bíblico do Antigo e Novo Testamento)", mas quem é Mayer? Não seria Meyer? Assim como o Clóvis escreve o nome de Radmache errado (o certo é Radmacher), pode ser que ele tenha errado o nome de Meyer também. Não sei. Se for, Meyer diz sobre 1Co 8.11 que o significado é a destruição eterna a que o irmão fraco pode ser levado e não simplesmente "ser prejudicado em sua vida cristã".

    É também curioso que o Clóvis cita o The Pulpit Commentary, sendo que um de seus autores diz o seguinte de Rm 14.15:

    "Destruir" parece denotar causar sua ruína moral e religiosa ao abalar sua consciência, e talvez destruir totalmente a fé que ele tem, que, embora fraca, é real.

    Gostaria de ter acesso a todas as citações que o Clóvis fez para verificar o contexto. Também acredito que ele tenha citado Barton equivocadamente, já que Barton escreveu em conjunto com Grant R. Osborne, que eu citei acima e que concorda que a palavra "perecer" faz referência à ruína espiritual.

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  9. Comentário Aleatório:
    Caramba, cê tem tudo isso em casa como referência, PCA??

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    1. credulo,

      Caramba, cê tem tudo isso em casa como referência, PCA?


      Sim, tenho uma pequena biblioteca em casa. Tenho predileção por comentários sobre Romanos e teologias sistemáticas.

      Cranfield, Osborne, Bruce, Calvino, Picirilli e Davidson, eu tenho em papel. The Pulpit Commentary e os comentários de Meyer, eu tenho em pdf. Estes últimos estão em domínio público e são encontrados gratuitamente na internet.

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  10. Clóvis, observe o que diz o reformado William Hendriksen sobre Rm 14:15, um texto idêntico a 1Co 8:11:

    "Paulo prossegue: Não destrua, com sua comida, seu irmão por quem Cristo morreu. O apóstolo está, por assim dizer, intuindo: 'Pondere bem no que você está fazendo! Esse seu irmão é tão querido de Cristo, que este morreu por ele. Entretanto, você, por meio de sua conduta destituída de fraternidade, está tratando-o de uma amneira que, não fora pela graça irresistível de Deus, o destruiria. Pare imediatamente de agirm dessa maneira, e aja de maneira oposta!" [Comentário do NT -Roamnos- p. 610]

    Ele se posiciona exatamente como Calvino em seu comentário de Romanos, conforme indicou PC.

    Chamo a atenção para o seguinte trecho:

    "não fora pela graça irresistível de Deus, o destruiria."

    O que faz Hendriksen?

    Reconhece a força do verbo apollumi e seu significado defendido por nós arminianos aqui e, pressupostamente, insere em seu comentário, a questão da graça irresistível para afirmar que a ruína não é total devido a ela [graça irresistível].

    Em outras palavras, ele está dizendo que não importa o peso de apollumi, pois a queda inicial e definitiva não se concretizará pela certeza da perseverança dos santos.

    Assim faço a leitura desse comentário. E você?

    __________

    O Comentário Bíblico Vida Nova diz o seguinte sobre 1Co 8:11:

    "Esse critãos [o fraco] seria destruído, pois voltaria às atividades pagãs em de corrência da atitude daqueles cristãos que comiam no templo dedicado a ídolos para provar que um ídolo nada significava."

    Ora, voltar às práticas pagãs não pode indicar outra coisa que não a queda da graça. Será definitiva? Se se continuar envolvendo-se com o paganismo isso pode avançar para um estado definitivo.

    Lembro-lhe que Paulo vê o irmão mais fraco perecendo agora, e, processual e longitudinalmente, se não houver um freio, o destino final e inevitável pode perfeitamente ser a condeção eterna.

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    1. zwinglio,

      Ele se posiciona exatamente como Calvino em seu comentário de Romanos, conforme indicou PC.


      Na verdade, aquela nota não foi escrita por Calvino, mas pelo editor da obra. Mas você não errou: este é o posicionamento de Calvino também. Em seu comentário sobre 1 Coríntios, em 8.11, Calvino diz,

      É só nos lembrarmos de que estamos nos precipitando de ponta cabeça rumo a uma hecatombe, toda vez que persistirmos em nosso próprio caminho, em franca oposição a nossa consciência.

      Fora este fato, leio esta afirmação na forma interrogativa: perecerá ele através de teu conhecimento? É como se ele dissesse: "É provável que teu conhecimento conduza teu irmão à ruína? Tens conhecimento do que é certo simplesmente com o objetivo de destruir alguém?" [...] Mas existe ainda mais força na afirmação subsequente, ou, seja, que o ignorante ou fraco também foi redimido pelo sangue de Cristo. Pois não se pode imaginar nada mais mesquinho do que isto: enquanto Cristo não hesitou em morrer para que o fraco não viesse a perecer, nós, de outro lado, não nos importamos um mínimo sequer pela salvação dos homens e mulheres que foram redimidos por tal preço.


      Sobre o v. 12, ele diz,

      Pois se a alma de cada pessoa fraca custa o preço do sangue de Cristo, então aquele que, por causa de uma porção insignificante de comida, se faz responsável pelo rápido regresso à morte de um irmão redimido por Cristo, mostra quão desprezível, a seus olhos, é o sangue de Cristo.

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  11. Já que estamos na fase do apelo às autoridades, vou apresentar mais dois comentários.

    Adam Clarke

    "E assim aprendemos que um homem pode perecer, embora por ele Cristo tenha morrido; e isso não admite escapatória. se um homem por quem Cristo morreu, ao apostatar do cristianismo, porquanto é chamado de irmão, a despeito de ser fraco, vier à idolatria e nela morrer, então não poderá entrar no céu, e isso significa que um homem por quem Cristo morreu pode perecer eternamente."

    Sei que você rejeita Russel Norman Champlin, mas, como eu o rejeito em algumas questões, vou citá-lo também.

    "De fato, o texto parece indicar que a condenação eterna de uma pessoa, nessas condições, é possível, perdendo-se ela após ter sido salva. Essa interpretação concorda melhor com as palavras deste versículo."

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  12. Cês tão bem de biblioteca!! (risos)

    Tô quase sentindo inveja, cuidado para não me fazer apollumar...

    E a propósito, creio como o Zwinglio que não podemos enfraquecer a força do verbo.

    Concordo com o Clóvis, quando expôe "edificar" como a antitese do uso de apollumi neste ponto, ou seja ao inves de edificar se arruina, mas essa ruína se contínua, leva a completa destruição, evidentemente estamos desconsiderando a doutrina da preservação dos santos, mas o que Paulo quer aqui é santificação, edificação, comunhão e manifestação de amor fraternal, que é (são) basicamente o(s) tema(s) de 1 Coríntios, ainda que aplicado(s) dentro de escopos diferentes.

    E discordo da afirmação de Pfeiffe de que apollumi significa aqui "violação da própria consciência", não me parece ser um uso válido neste contexto.

    Mas gostei das citações do Clóvis dentro do artigo, bem como das citações feitas pelo Paulo Cesar e pelo Zwinglio. Acho que vêm acrescentar tempero ao debate.

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    1. Ednaldo,

      Fico feliz que estamos de acordo (ou quase) na interpretação desses versículos.

      Concordo com o Clóvis, quando expôe "edificar" como a antitese do uso de apollumi neste ponto.

      Aqui eu vou discordar. "Edificar" (oikodome) em Rm 14.19 é o oposto de "destruir" (kataluo) no v. 20, não de "destruir" (apollumi) no v. 15. Este seria outro ponto que eu iria discordar do Clóvis.

      Oikodome significa "construir, levantar, edificar" e o seu oposto é justamente kataluo, que significa "demolir, por abaixo, destruir". Paulo coloca estas duas palavras em oposição.

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    2. Paulo Cesar Antunes,
      Ok... vamos ficar com os significados estritos das palavras oikodome, kataluo e apollumi e trabalharemos a tradução exegética do texto abaixo.

      Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, reclinado à mesa em templo de ídolos, não será οικοδομεω /oikodomeo/, sendo a sua consciência fraca, a comer das coisas sacrificadas aos ídolos?

      Podemos concluir então que Paulo está dizendo que o irmão fraco é edificado, tem promovido o crescimento em sabedoria cristã, afeição, graça, virtude, santidade, bem-aventurança e
      cresce em sabedoria e piedade
      ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos?

      *As palavras em negrito foram retiradas do dicionário strong do programa The Word.

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    3. André,

      Eu não defendi, em momento nenhum, que uma palavra tem o mesmo significado em todo lugar em que ela aparece.

      Mas nesse versículo que você colocou, 1Co 8.10, o significado da palavra oikodomeo é o mesmo de Rm 14.19. A diferença é que em 1Co 8.10 Paulo está sendo irônico. É como se ele dissesse: "Vocês devem edificar o irmão fraco para o bem, mas agindo dessa forma, vocês estarão edificando-o para o mal."

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  13. PC,

    grato pela informação.

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  14. Ednaldo,

    agora vai! Já preparei sua carteira de membro do imenso clube Arminianos Futebol Clube. Só falta sua foto e assinatura.

    Depois desse seu momento de lucidez:

    "E a propósito, creio [...] que não podemos enfraquecer a força do verbo";

    E das informações de PC sobre oikodume, kataluo e apollumi, tenho certeza que não demorará para acertarmos os últimos detalhes de sua filiação.

    :-)

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    1. Rapaz, se você estivesse inteirado de algumas crenças minhas, sequer me saudaria como irmão!! :þ

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    2. E a propósito, essa minha opinião se dá porque mesmo o uso do verbo apollumi não depõe de forma alguma contra o calvinismo.

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  15. Aos poucos estou conseguindo acesso às fontes indicadas pelo Clóvis. Ele diz sobre Kittel,

    Kittel (TDNT), além dos termos destruir e perecer, lista como significados possíveis “perder a posse e andar perdido, como vaguear errante”.

    No entanto, o Clóvis omitiu ou deixou de perceber algo esclarecedor.

    Quem quiser consultar a obra, pode ir no site do Google Books. Na página 67, este dicionário nos fornece o significado de apollumi em 1Co 8.11:

    Um uso específico do NT com sentido a ou b como base ocorre em 1Co 8.11, etc.... Em vista não está apenas a destruição física, mas um destino irrestaurável de morte eterna.

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  16. PC,

    fui lá e constatei.

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    1. Em cima do que eu disse acima (página 67), eu coloquei o link, mas ele não fica visível até que alguém passe o mouse por cima.

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  17. Sobre Radmacher, somos informados que,

    Radmache (The Nelson study Bible) diz que “se o irmão e a irmã fracos veem outros crentes comendo alimentos sacrificados aos ídolos, eles também podem comer, violando suas próprias consciências”.

    Para quem não sabe, a Nelson Study Bible foi traduzida para o português com o título de O Novo Comentário Bíblico (AT e NT) pela Editora Central Gospel.

    A citação está correta. No entanto, não fui convencido de que os autores apoiariam a posição do Clóvis.

    Eles dizem em Rm 14.21,

    Há uma pequena distinção entre tropeçar, ofender e enfraquecer. Paulo usa as três palavras para reiterar que um cristão maduro não deveria provocar a queda de seu irmão na fé (v. 12, 13, 20). p. 400

    Sobre a liberdade cristã, em 1 Coríntios, eles dizem, na p. 425,

    Eles tinham liberdade - ou direito - de comê-los com a consciência tranquila. A exceção era se, ao fazerem isso, estivessem destruindo cristãos mais imaturos na fé. Então, por causa destes, o indivíduo deveria abster-se.

    Como os autores não dizem o que eles querem dizer por "queda de seu irmão na fé" e "destruir cristãos mais imaturos na fé", não sei se dá para usar este comentário para apoiar alguma posição. O que eles pretendem transmitir não está bem claro, pelo menos para mim.

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  18. PC,

    eu tenho o NCB da CG. Não apresentei os comentários porque os achei "tímidos".

    O NCB bem que poderia se posicionar como o Comentário de Moody:

    "Parece refere-se à perdição física. O irmão fraco, violando persistentemente sua consciência comendo alguma coisa que ele acha que não deveria comer, peca e torna-se exposto ao pecado mortal."

    Interessante é que o CM, ao tratar de Romanos 14:15, diz:

    "Por causa da tua comida não faças perecer. aquele a favor de quem Cristo morreu. Ao discutir a palavra "destruir" (apollumi), Arndt coloca Rm. 14:15 sob o título, "Com referência à destruição eterna" [ênfase minha] (apollumi, Arndt, 1, a., alpha, pág. 94). Conclui-se que questões amorais podem se tornar morais, caso destruam a comunhão de alguém com Cristo."

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  19. Ednaldo,

    "E a propósito, essa minha opinião se dá porque mesmo o uso do verbo apollumi não depõe de forma alguma contra o calvinismo."

    Não depõe? Então os esforços de Clóvis [e seu também] são vazios e nada tem a ver com um debate entre arminianos e calvinistas.

    Qual é mesmo a polarização aqui empreendida?

    __________

    Quanto às suas crenças "escabrosas", acredito que não sejam tudo isso. Logo, tenho-no como irmão independente de conhecê-las ou não. :-)

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    1. Zwinglio,

      Em conversa antiga lhe informei que tinha dificuldades com esta passagem, mas nunca pensei que ela poderia ir contra o ensino do restante da Escritura no que diz respeito a perda da salvação. Quando mudei o foco da questão, ficou muito mais fácil compreendê-la. E o que eu entendo, é exatamente o que já expus.

      Evidentemente nossos esforços não são vazios, pois com estes versos, estão tentando "derrubar" o calvinismo, e o Clóvis e eu, mostrando que não é o caso, mas por causa da diferença de pressupostos a coisa vai rendendo.

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  20. Sobre Girdlestone, o Clóvis diz,

    Girdlestone (Synonyms of the Old Testament: Their Bearing on Christian Doctrine), afirma que a palavra pode denotar “desperdício” ou “lesão que torna o objeto inútil para a finalidade desejada” e cita como exemplo a terra, que foi “destruída” pelo Dilúvio e como tal ficou imprópria para morada do homem.

    Esta afirmação também está correta. Mas, mais uma vez, não recebemos toda a opinião do autor. Isso é curioso, porque o autor diz o que ele pensa sobre o significado da palavra apollumi em 1Co 8.11. Por que, então, não ir direto ao ponto ao invés de citar a sua opinião sobre o significado da palavra quando ela está ligada a objetos (que não é o caso de 1Co 8.11) e não a pessoas?

    O autor diz,

    Novamente, a palavra é aplicada ao ato de perecer ou ser destruído da face da terra na morte, quando o corpo físico, que é o templo da vida, se torna inabitado, e um contraste é feito entre o poder daqueles que podem causar a morte do corpo e daquele que pode destruir corpo e alma no Geena. É neste sentido que a morte é falada em Mt 2.13.... e provavelmente em Mt 18.14; Rm 2.12; 14.15; 1Co 8.11. p. 435

    Segue o link para esta obra: AQUI.

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  21. Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória (Judas 24).

    Há condições para que Deus faça isso?

    Basta ver a exortação do verso 21: "Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus..."

    Nenhuma condenação para quem está em Cristo, em obediência, já que esse não anda segundo a carne(Romanos 8,1).

    E se o salvo começar a andar "segundo a carne"? Estará ele em Cristo, fora de qualquer condenação, inclusive a eterna?

    Depois de mostrar que os que tem o Espírito de Deus e de Cristo andam segundo a vontade de Deus, ao contrário dos que estão em condenação, vem a exortação no verso 13:

    "Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis."

    Morrereis? Como? Fisicamente? Se viverdes segundo a carne morrerão, perderão a vida física. É isso?

    O contraste com "vivereis" responde: Se...mortificardes as obras do corpo vivereis. Como? Viveremos para sempre, sem passar nunca pela morte física?

    Então, morrereis eternamente(=sereis condenados), ou vivereis eternamente(=sereis salvos).

    O pressuposto da "preservação dos santos", que orienta a leitura de 1 Coríntios 8,11 e Romanos 14,15 deve ser questionado.

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  22. Para os amigos que estão defendendo uma acepção estreita da palavra apollumi neste post, só para serem coerentes, deveriam voltar lá no post do leandro quadros e concordarem com ele quanto à acepção da palavra kosmos. A final o cara tinha razão, né?!

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  23. André,

    esse seu último comentário transpira a já conhecida presunção teológica de calvinistas.

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  24. O que sei é que enquanto os calvinistas tem meia dúzia de versículos complicados para explicar... os arminianos... vish! Tem a Bíblia quase inteira... Mamãe querida!!!

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    1. O que queres dizer com isto? Que nos embananamos com exegeses de versos como João 6, Romanos 9, Efésios 1 - enquanto vocês tentam de todo jeito provar que Deus criou boa parte da população apenas para mandá-los para o gehenna? Explique-se...

      Meia dúzia? Posta aqui! Eu posso aumentar quilometricamente a conta... E se quiser encarar, comece com a expiação limitada... hahaha!

      P.S.: que tal ler um pouquinho do que você ataca, só pra ter algum conhecimento de causa? Afinal, tem muito arminiano que lê as obras calvinistas e pouco calvinista que manja mesmo de arminianismo...

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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