Salvo engano de minha parte, esta posição é defendida por Agostinho. Não concordo com ela, na Bíblia o mal tem existência real, não é apenas inexistência de bem.
O que acham?
Decididamente o calvinismo não goza de popularidade entre o povo de Deus. Ele soa e de fato é ofensivo a muitas pessoas que se sentem compel...
"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott
Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.
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Clóvis,
ResponderExcluirSempre que posso, dou uma chegada aqui no seu minifúndio virtual, apesar de apenas agora fazer o meu primeiro comentário.
Essa visão de Agostinho presente no vídeo, na verdade, é uma tentativa de se defender Deus da criação do mal. Contudo, na própria Escritura o Senhor se auto-define como aquele que criou a luz e trevas, o bem e o mal, a morte e a vida, e por aí afora. A idéia de que o mal é a ausência do bem não responde à questão de como ele existe, pois, de alguma forma, é necessário que o bem não exista para que o mal subsista, ou seja, o bem tem de ser suprimido para que o mal ocupe o seu lugar, e para isso, alguém tem de suprimi-lo.
A dificuldade das pessoas é entender que o mal, o pecado, satanás, o inferno e tudo mais foi criado por Deus com um propósito: o de glorificá-lO. E isso não O torna menos sábio, menos santo, menos perfeito ou menos bom e amoroso, porque não há padrão igual ou superior a Ele que possa estabelecer um novo padrão de autoridade.
Deus é o padrão máximo, e Ele é quem define o que seja bom, certo, santo, etc. Assim, se define-se como bom, mesmo criando o mal, quem poderá questioná-lO? Suas criaturas tolas, imperfeitas e pecaminosas?
A questão é que Deus criou tudo o que há no universo, inclusive o mal, mas ao contrário do vídeo, inicialmente, Ele permanece bom, justo e santo, segundo a Sua própria definição.
Cristo o abençoe!
Abraços.
PS: Qualquer outra conclusão que não defina Deus como o criador do mal, implicará no dualismo, ou seja, de que existe no universo outra força criadora tão poderosa como o próprio Deus. E isso, à luz da Escritura, é simplesmente impossível.
Clóvis,
ResponderExcluirse não foi Albert Einsten quem disse isso, porque no video colocaram como sendo ele?
Eu acho que, na realidade, a ESSENCIA do que Agostinho quis dizer é que quando, digamos, "não há Deus" no coração das pessoas, quando não se conhece a Ele, quando não se anda com Ele, o mal (pecado) predomina, em qualquer individuo ou sociedade.
1 Tessalonicenses 4.5 diz: "Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus."
E o estado lamentável que vemos hoje no mundo é resultado disso.
O professor realmente levanta a questão de "Deus ter criado o mal", mas a explicação do menino é mais "presente" do que "passado". Percebe? Ele na verdade não respondeu o que o professor perguntou...
Caríssimos,
ResponderExcluirFaço coro com o Neto quanto ao uso de Einstein como o tal aluno. Se há algo de verdadeiro nisso, seria bom citar as fontes (as provas de que foi ele o aluno). Se não há, melhor seria manter um nome famoso fora da história.
A historinha é legal. O uso de um nome famoso é desnecessário.
Quanto a Agostinho, o sentido de sua afirmação é ontológico. Dizer que "o mal não tem existência real" é apenas uma aproximação, uma tentativa de explicar o que ele diz.
O mal, segundo ele, é corrupção, é um afastamento do ser. Isso não quer dizer exatamente que o mal não "existe" ou que não é "real", como se não sentíssemos seus efeitos, mas quer dizer que o mal é a ausência do status ontológico em algo. Isto é, de forma bem simplificada, se algo não é o que deveria ser, então é mau.
O exemplo mais fácil disso é o próprio homem. Criado perfeito, ele é. E é conforme sua natureza (um ser imago Dei, todo voltado a Deus, o Ser). E sendo ser, é bom.
Tendo caído, algo do seu ser se perdeu e sua natureza não é mais o ser que era (e aquilo que passou a ser se afasta de Deus). E assim, na medida em que se afasta do ser em direção ao não-ser, afasta-se também do Ser, e, conforme sua natureza, é mau.
Sei que a linguagem metafísica é meio chatinha, mas é a ausência de ser e o distanciamento de Deus que são propriamente o mal para Agostinho.
No amor do Senhor,
Roberto
Em primeiro lugar, cabe distinguir mal moral de mal natural.
ResponderExcluirO mal moral, penso eu, pode ser entendido sim como inexistência de bem (no sentido de "não andar com Deus", como colocou o Neto). A posição de Agostinho, até onde sei, limita-se ao mal moral e surgiu de seu conflito com o Maniqueísmo. Não acho que negar a Deus a criação do mal moral implique negar sua soberania. "Errar o alvo" não significa sair do controle de Deus, mas sair do fim último para o qual Deus destinou o homem. Nisso há uma negação do ser, uma negação ontológica, como disse Roberto. Porém, a natureza pecaminosa continua sendo ordenada por Deus para um fim correto, a punição eterna.
Quanto ao mal natural, esse sim é criado por Deus e, no meu entendimento, é a ela que se refere a fala do profeta que o Jorge citou: "Eu faço a luz e crio as trevas...".
Porém, sendo Deus um ser absolutamente perfeito, é também independente e, portanto, não existe padrão moral igual ou acima dele, como disse o Jorge. Porém, isso não implica que Deus defina arbitrariamente o que é moralmente bom ou moralmente mal. Acho que o "x da questão" está no fato de Deus ser extremamente simples, o que não apenas significa que não há distinção de atributos em Deus, mas que Deus é idêntico a seus atributos. Dito de outro modo, Deus é "a" bondade, "a" justiça, "a" santidade, etc..
Um abraço a todos,
Rodrigo
P.S.: Clóvis, aguardo ansiosamente, depois de muito tempo longe do teu blog, a exegese de Hebreus 6. Essa passagem tem me deixado encucado...
Olá, Rodrigo.
ResponderExcluirBem, o mal natural é consequência do mal moral. A terra é maldita por causa do homem e geme à espera de sua redenção! Em última instância, vou com o Jorge e também vejo tudo como criação de Deus. Porém, contra o Jorge, não vejo em Agostinho uma tentativa de defesa de Deus, mas de explicação simplesmente.
Se o Clóvis demorar na exegese que você espera, talvez o Leonardo a faça antes. Fique atento ao 5 Calvinistas, pois o Leonardo está fazendo exegeses sobre os "supostos textos arminianos na Bíblia".
Abraço, nEle
Roberto
Clóvis, postei algo parecido no VE, você viu?
ResponderExcluirhttp://voltemosaoevangelho.blogspot.com/2009/11/pve-qual-origem-de-satanas-e-do-pecado.html
Jorge, Renato, Neto, Rodrigo e Vini:
ResponderExcluirEstou em viagem, com acesso restrito (agora de um hotel), mas valeu os comentários de vocês. Dá o que pensar.
Quanto a Hebreus 6, estou devendo, como estou devendo outros pedidos e outras questões que quero abordar. Devo, não nego, pago quando puder :-)
Vini, esta semana e semana que vem estarei na sua região (inclusive).
Quem sabe dá certo de você e o André me pagarem aquele almoço?
Em Cristo,
Clóvis
Sério!?!?!?!?!?!?!?!?!?
ResponderExcluirPagaríamos com o maior gosto!
Mande-me um e-mail com mais detalhes! ^^
Eu penso que é uma questão apenas de semântica se o mal foi criado por Deus, ou se é a ausência de Deus.
ResponderExcluirMas se pode traçar, a meu ver, uma diferença (?): de fato o único Criador é Deus, neste aspecto não se pode conceber que "algo" ou "alguém" crie qualquer coisa, mesmo o mal. Em uma outra vertente, entendo que a afirmação possa estar direcionada no sentido de que o mal seja fruto da ação humana após a queda, o que não funciona, pois em última análise Deus a tudo governa. Assim, o mal existiria em razão de uma ação mediata de Deus (ativa ou passiva).
Mas como ficaria o mal antes da queda, por exemplo, com a desobediência de Lúcifer? Dizer que Lúcifer tinha livre arbítrio, que Adão também, não responde à questão, posto que ainda leva àquela ação de Deus.
Sinceramente, eu não consigo obter de nenhuma explicação aqui dada, algo que explique a existência do mal e a sua origem, que não esteja vinculado à Deus, de forma direta ou mediata. Afora, claro, as abstrações de cunho filosófico.
Em Cristo.
Ricardo
Ao meu ver o que o autor se refere, não é a ausência simplesmente do bem, mas a ausência de de Cristo. Pois sabemos que: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é;." (II Coríntios 5:17a).
ResponderExcluirEntendo que quando temos cristo verdadeiramente em nossa vida o mal que há naturalmente no homem pode ser transformado no bem.
Graça é paz.
Para quem se interessar pela questão do pecado e do livre-arbítrio em conexão com o pecado dos anjos, levantada pelo Ricardo Mamedes e pelo John Piper no texto sugerido por (-V-), há um diálogo de Anselmo chamado "De casu diaboli" ("Sobre a queda do diabo") que discute isso. Só é preciso estar atento à definição de livre-arbítrio dada pelo arcebispo de Cantuária, que é bastante singular.
ResponderExcluirUm abraço a todos,
Rodrigo