Deus salvar-nos é um acidente ou um ato proposital? A salvação de Deus é como as duas moedas que um homem dá a um mendigo ao cruzar com ele na rua? ou Deus está propositadamente procurando um homem a quem Ele possa dar dinheiro? A salvação de Deus é um acidente ou ela está de acordo com um plano determinado? Os que não entendem a salvação podem pensar que a salvação de Deus é acidental. Mas os que compreendem a Bíblia e conhecem Deus percebem que a salvação de Deus não é acidental. Pelo contrário, foi planejada há muito tempo com um plano definido.
Romanos 8:29 diz: "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho". O versículo 30, uma palavra explicativa, diz: "E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou". A salvação sobre a qual estamos falando envolve todas as coisas mencionadas nos versículos 29 e 30. A história da nossa salvação começou com a justificação, no versículo 30. Fomos salvos quando fomos justificados. Sabemos apenas que cremos em Jesus e que fomos salvos e justificados. Pensamos que a justificação é nosso primeiro encontro com Deus. Pensamos que a primeira vez que tocamos Deus em nossa vida foi quando fomos justificados. Mas a Bíblia diz que Deus nos tocou há muito tempo. Ele conheceu-nos há muito tempo. Nossa justificação veio mais tarde. Deus conheceu-nos primeiro.
Alguns têm dito que Romanos 8:29-30 é a única corrente em toda a Bíblia. É uma corrente de elos diversos. Essa é a corrente mais preciosa e completa. O primeiro elo dessa corrente é o conhecimento prévio de Deus no tocante ao homem. O segundo é nossa predestinação para sermos conformados à imagem de Seu Filho. O terceiro elo é o chamamento dos que foram predestinados. A justificação dos que foram chamados é o quarto elo. O quinto é a glorificação dos que foram justificados. É uma série de interligações. Nós pensamos que conhecemos Deus à época em que fomos salvos e justificados. Mas a Bíblia diz que antes de sermos salvos e justificados, Deus já nos conhecia. Aqueles que Deus conheceu há muito tempo, Ele marcou. Ser marcado significa ter em nosso nome uma marca de identificação, indicando que Ele nos reivindica para Si. Para que propósito fomos marcados? Para que venhamos a ser como Seu único Filho, Jesus Cristo. Ele não quer apenas um Filho, Jesus Cristo; Ele veio marcar-nos para que fôssemos idênticos ao Seu Filho. Assim, os que foram marcados foram chamados. Os que foram chamados são os conhecidos por Ele; são também os que foram marcados por Ele. Então, Ele chamou os que conheceu e marcou-os. Após chamá-los, Ele os justificou.
Se a justificação é o primeiro passo no relacionamento de um cristão com Deus, então não há mais motivo para que sejamos justificados novamente no futuro. Se apanho duas moedas hoje e as atiro no fogo amanhã, isso não é uma grande perda para mim. Não ser justificado é, sem dúvida, uma perda para o homem. Porém Deus não sofre perdas. No entanto, temos de saber que a história de nosso relacionamento com Deus não começa na justificação e salvação. Antes, ela começa na presciência de Deus. A presciência de Deus é o princípio de todas as coisas. Ser predestinado é o segundo passo. Então, ser chamado é o terceiro passo. Somente após o terceiro passo é que temos a justificação. Se perdêssemos nossa justificação e nos tornássemos pecadores novamente, deveríamos questionar a onisciência de Deus. Uma vez que Deus nos conheceu de antemão e nos predestinou, como podemos ainda perecer após sermos salvos? Uma pessoa predestinada por Deus nunca pode ser lançada no inferno e queimada como se fosse um pedaço de madeira.
Para nós, tomar uma decisão é uma coisa simples porque mudamos mui facilmente. Num minuto podemos estar no céu e no minuto seguinte, no inferno. É possível que mudemos uma vez por dia nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Mas como Deus é Deus, Sua presciência e predestinação não podem ser abaladas. O Deus que conhecemos e a quem adoramos não pode mudar coisa alguma que Ele tenha decidido. Por Ele ter a presciência, a predestinação e o chamamento, nossa justificação é eterna. Para nós, é uma coisa pequena perder nossa justificação. No entanto, para Deus é uma grande coisa perder Sua presciência. Para nós, perder nossa justificação não significa muito. No entanto, para Deus seria algo sério cometer um erro em nos conhecer antecipadamente, nos chamar e não nos justificar. Deus não pode anular a justificação sem afetar Sua presciência, predestinação e chamamento. Se retirarmos um elo, os outros três elos não permanecerão. Se perdêssemos nossa salvação, a presciência, a predestinação e o chamamento de Deus seriam todos anulados.
Complementando, há outro item. O Senhor diz: "E aos que justificou, a esses também glorificou" (v. 30). A não ser que Deus introduza na glória os que Ele justificou, Sua obra não está completa. Se não pudermos entrar no novo céu e na nova terra e se não pudermos entrar na glória eterna, a obra de Deus não é completa. O último elo da obra de Deus é a glória. Até estarmos na glória, a obra de Deus não é completa. Essa é a Palavra de Deus. Que você está fazendo com ela? Não podemos colocá-la de lado. Deus diz que os que Ele justificou entrarão na glória incondicionalmente. Ele não diz que os que foram justificados entrarão na glória se praticarem boas obras. Ele não diz que aqueles cujas obras são aprovadas podem entrar na glória. Nem diz que os que Ele justificou devem ser considerados salvos pelo homem antes que possam entrar na glória. Não há tais condições. Todas as coisas que são mencionadas aqui estão
relacionadas com Deus. Foi Deus quem nos conheceu de antemão. Foi Deus quem nos predestinou. Foi Deus quem nos destinou para sermos como Seu Filho e conformados à imagem do Filho. Foi Deus quem nos chamou e nos justificou. É Deus também quem nos introduzirá, os justificados, na glória. Novamente, é Deus quem nos introduzirá no novo céu e na nova terra para herdarmos a glória eterna.
Qual dos elos é o maior na Bíblia? Alguns dizem que a glória é o maior. Outros dizem que é a presciência. Na verdade, não há diferença entre eles; todos são iguais. Não podemos dizer que um é maior que os outros. Todos os que Deus conheceu de antemão foram predestinados. Todos os predestinados foram chamados. Todos os chamados foram justificados. Todos os justificados entrarão na glória. Aleluia! Pode Deus conhecer de antemão uma centena, mas predestinar apenas noventa, chamar apenas oitenta, justificar cinqüenta e introduzir apenas dez na glória? Deus não pode mudar. É impossível predestinar muitos e chamar poucos. Por favor, lembrem-se que as palavras "aos que" nesses versículos transmitem este significado: "Aos que" Ele de antemão conheceu, a "estes" também predestinou; "aos que" predestinou, a "estes" Ele também chamou; "aos que" Ele chamou, a "estes" também justificou; "aos que" Ele justificou, a "estes" também glorificou. Esses "aos que" unem os cinco elos. Na língua original, a palavra "estes" significa "estas pessoas". Assim, aos que Ele de antemão conheceu, a "estas pessoas" Ele também predestinou. Aos que predestinou, a "estas pessoas" Ele também chamou. Aos que chamou, a "estas pessoas" Ele também justificou. Aos que justificou, a "estas pessoas" Ele também glorificou. Não podemos ignorar nem um só item. São todos obras de Deus. Se fossem nossas obras, poderíamos salvar alguns por engano, porque não saberíamos quais deveriam ser salvos. Mas se são obras de Deus, não pode haver erro. Se não conhecemos Deus e Suas obras, ainda
podemos pensar que há a possibilidade de alguém se perder. Mas se conhecermos Deus e Suas obras, perceberemos que ninguém pode ser subtraído ou acrescentado.
A Bíblia diz que Deus é eterno; Ele nunca é como nós, tendo um começo sem um fim. Deus diz que Ele é o princípio e o fim, o Alfa e o Ômega (Ap 22:13). Ele diz que é o princípio e o fim. Nós, às vezes, temos um princípio sem um fim. Outras vezes, temos um bom fim, mas não sabemos como ter um bom início. Mas Deus é tanto o princípio como o fim. A obra de Deus não pode parar na metade do caminho. Se a salvação for somente o resultado de nossa obra, então fracassar com respeito à questão da salvação significa somente que paramos na metade do caminho. Contudo, sabemos que a salvação é obra de Deus. Foi Deus quem nos salvou. Assim, se não podemos ser salvos de maneira completa, isso não significa que paramos na metade do caminho — significa que Deus parou na metade do caminho. Certamente nunca podemos imaginar que Deus possa
parar na metade do caminho.
Filipenses 1:6 diz que foi Deus que começou a boa obra em nós. Uma vez que Deus a começou e Ele mesmo nos deu a salvação, Ele deve completar essa obra até o dia de Cristo Jesus. Devemos lembrar-nos de que a obra de Deus nunca pára no meio do caminho. Ele completará essa obra até o dia de Cristo Jesus, isto é, até Deus glorificar-nos. Podemos ver o âmbito que a Palavra de Deus alcança, quão vasta é essa extensão, quão longa é sua duração e quão profundas são as suas raízes. O versículo 6 diz: "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós
há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus".
Ou Deus não começa ou Ele terá de completar o que começou. Se Deus não nos quisesse salvar, isso seria o fim da história. Mas se Deus quer muito salvar-nos, não haverá maneira de não sermos salvos. Portanto, podemos dizer: "Deus, agradecemos e louvamos-Te porque nossa salvação está eternamente segura". Se depender de nós para continuar, falharemos. A obra de continuar foi cumprida por Ele; a obra de preservação também foi cumprida por Ele. Nós nunca podemos continuar o que Ele começou.
Quando estava na escola, tive de praticar caligrafia chinesa. Muitas vezes estava com tanta preguiça que pedia a alguns colegas, que eram bons nisso, para fazer para mim. Naturalmente, mais tarde confessei esse pecado. Toda semana tínhamos de nos sujeitar a fazer cinco páginas de caligrafia. Todas elas eram feitas por meus colegas de classe. Em uma ocasião, após um colega meu ter terminado uma linha do exercício de caligrafia, ele teve de ir embora. Ele me disse que estava ocupado e que eu deveria terminar o que ele começou. Quando peguei o pincel, percebi que nunca poderia continuar o que ele havia começado. Sua caligrafia era tão excelente que a minha maneira de escrever simplesmente não poderia equiparar-se à dele. Do mesmo modo, a obra de salvação foi iniciada por Deus. Ele deve ser o único a concluí-la. Se tivéssemos de concluí-la, nunca o faríamos. Se a obra da salvação tivesse de começar com Deus e ser continuada por nós, nenhum de nós estaria qualificado para ser salvo; todos os que querem continuá-la, não conhecem Deus e não conhecem a si mesmos. Se O conhecermos, perceberemos que não há maneira de acabarmos o que Ele começou. E se realmente nos conhecermos, perceberemos que simplesmente não podemos dar-lhe continuidade. Toda a obra de salvação foi cumprida por Ele. Foi Ele quem nos deu salvação. É Ele quem nos salvará totalmente. Nada podemos fazer para preservar nossa salvação.
Assim, vemos duas coisas aqui: Primeira, porquanto a natureza da salvação é graça, é impossível que nós a percamos; segunda, desde que foi Deus quem começou a obra, quem nos conheceu de antemão e nos predestinou, quem nos chamou e nos justificou, quem nos salvou e quem nos introduzirá na glória, se perdermos nossa salvação poremos em dúvida os atributos de Deus.
Watchman Nee
Romanos 8:29 diz: "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho". O versículo 30, uma palavra explicativa, diz: "E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou". A salvação sobre a qual estamos falando envolve todas as coisas mencionadas nos versículos 29 e 30. A história da nossa salvação começou com a justificação, no versículo 30. Fomos salvos quando fomos justificados. Sabemos apenas que cremos em Jesus e que fomos salvos e justificados. Pensamos que a justificação é nosso primeiro encontro com Deus. Pensamos que a primeira vez que tocamos Deus em nossa vida foi quando fomos justificados. Mas a Bíblia diz que Deus nos tocou há muito tempo. Ele conheceu-nos há muito tempo. Nossa justificação veio mais tarde. Deus conheceu-nos primeiro.
Alguns têm dito que Romanos 8:29-30 é a única corrente em toda a Bíblia. É uma corrente de elos diversos. Essa é a corrente mais preciosa e completa. O primeiro elo dessa corrente é o conhecimento prévio de Deus no tocante ao homem. O segundo é nossa predestinação para sermos conformados à imagem de Seu Filho. O terceiro elo é o chamamento dos que foram predestinados. A justificação dos que foram chamados é o quarto elo. O quinto é a glorificação dos que foram justificados. É uma série de interligações. Nós pensamos que conhecemos Deus à época em que fomos salvos e justificados. Mas a Bíblia diz que antes de sermos salvos e justificados, Deus já nos conhecia. Aqueles que Deus conheceu há muito tempo, Ele marcou. Ser marcado significa ter em nosso nome uma marca de identificação, indicando que Ele nos reivindica para Si. Para que propósito fomos marcados? Para que venhamos a ser como Seu único Filho, Jesus Cristo. Ele não quer apenas um Filho, Jesus Cristo; Ele veio marcar-nos para que fôssemos idênticos ao Seu Filho. Assim, os que foram marcados foram chamados. Os que foram chamados são os conhecidos por Ele; são também os que foram marcados por Ele. Então, Ele chamou os que conheceu e marcou-os. Após chamá-los, Ele os justificou.
Se a justificação é o primeiro passo no relacionamento de um cristão com Deus, então não há mais motivo para que sejamos justificados novamente no futuro. Se apanho duas moedas hoje e as atiro no fogo amanhã, isso não é uma grande perda para mim. Não ser justificado é, sem dúvida, uma perda para o homem. Porém Deus não sofre perdas. No entanto, temos de saber que a história de nosso relacionamento com Deus não começa na justificação e salvação. Antes, ela começa na presciência de Deus. A presciência de Deus é o princípio de todas as coisas. Ser predestinado é o segundo passo. Então, ser chamado é o terceiro passo. Somente após o terceiro passo é que temos a justificação. Se perdêssemos nossa justificação e nos tornássemos pecadores novamente, deveríamos questionar a onisciência de Deus. Uma vez que Deus nos conheceu de antemão e nos predestinou, como podemos ainda perecer após sermos salvos? Uma pessoa predestinada por Deus nunca pode ser lançada no inferno e queimada como se fosse um pedaço de madeira.
Para nós, tomar uma decisão é uma coisa simples porque mudamos mui facilmente. Num minuto podemos estar no céu e no minuto seguinte, no inferno. É possível que mudemos uma vez por dia nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Mas como Deus é Deus, Sua presciência e predestinação não podem ser abaladas. O Deus que conhecemos e a quem adoramos não pode mudar coisa alguma que Ele tenha decidido. Por Ele ter a presciência, a predestinação e o chamamento, nossa justificação é eterna. Para nós, é uma coisa pequena perder nossa justificação. No entanto, para Deus é uma grande coisa perder Sua presciência. Para nós, perder nossa justificação não significa muito. No entanto, para Deus seria algo sério cometer um erro em nos conhecer antecipadamente, nos chamar e não nos justificar. Deus não pode anular a justificação sem afetar Sua presciência, predestinação e chamamento. Se retirarmos um elo, os outros três elos não permanecerão. Se perdêssemos nossa salvação, a presciência, a predestinação e o chamamento de Deus seriam todos anulados.
Complementando, há outro item. O Senhor diz: "E aos que justificou, a esses também glorificou" (v. 30). A não ser que Deus introduza na glória os que Ele justificou, Sua obra não está completa. Se não pudermos entrar no novo céu e na nova terra e se não pudermos entrar na glória eterna, a obra de Deus não é completa. O último elo da obra de Deus é a glória. Até estarmos na glória, a obra de Deus não é completa. Essa é a Palavra de Deus. Que você está fazendo com ela? Não podemos colocá-la de lado. Deus diz que os que Ele justificou entrarão na glória incondicionalmente. Ele não diz que os que foram justificados entrarão na glória se praticarem boas obras. Ele não diz que aqueles cujas obras são aprovadas podem entrar na glória. Nem diz que os que Ele justificou devem ser considerados salvos pelo homem antes que possam entrar na glória. Não há tais condições. Todas as coisas que são mencionadas aqui estão
relacionadas com Deus. Foi Deus quem nos conheceu de antemão. Foi Deus quem nos predestinou. Foi Deus quem nos destinou para sermos como Seu Filho e conformados à imagem do Filho. Foi Deus quem nos chamou e nos justificou. É Deus também quem nos introduzirá, os justificados, na glória. Novamente, é Deus quem nos introduzirá no novo céu e na nova terra para herdarmos a glória eterna.
Qual dos elos é o maior na Bíblia? Alguns dizem que a glória é o maior. Outros dizem que é a presciência. Na verdade, não há diferença entre eles; todos são iguais. Não podemos dizer que um é maior que os outros. Todos os que Deus conheceu de antemão foram predestinados. Todos os predestinados foram chamados. Todos os chamados foram justificados. Todos os justificados entrarão na glória. Aleluia! Pode Deus conhecer de antemão uma centena, mas predestinar apenas noventa, chamar apenas oitenta, justificar cinqüenta e introduzir apenas dez na glória? Deus não pode mudar. É impossível predestinar muitos e chamar poucos. Por favor, lembrem-se que as palavras "aos que" nesses versículos transmitem este significado: "Aos que" Ele de antemão conheceu, a "estes" também predestinou; "aos que" predestinou, a "estes" Ele também chamou; "aos que" Ele chamou, a "estes" também justificou; "aos que" Ele justificou, a "estes" também glorificou. Esses "aos que" unem os cinco elos. Na língua original, a palavra "estes" significa "estas pessoas". Assim, aos que Ele de antemão conheceu, a "estas pessoas" Ele também predestinou. Aos que predestinou, a "estas pessoas" Ele também chamou. Aos que chamou, a "estas pessoas" Ele também justificou. Aos que justificou, a "estas pessoas" Ele também glorificou. Não podemos ignorar nem um só item. São todos obras de Deus. Se fossem nossas obras, poderíamos salvar alguns por engano, porque não saberíamos quais deveriam ser salvos. Mas se são obras de Deus, não pode haver erro. Se não conhecemos Deus e Suas obras, ainda
podemos pensar que há a possibilidade de alguém se perder. Mas se conhecermos Deus e Suas obras, perceberemos que ninguém pode ser subtraído ou acrescentado.
A Bíblia diz que Deus é eterno; Ele nunca é como nós, tendo um começo sem um fim. Deus diz que Ele é o princípio e o fim, o Alfa e o Ômega (Ap 22:13). Ele diz que é o princípio e o fim. Nós, às vezes, temos um princípio sem um fim. Outras vezes, temos um bom fim, mas não sabemos como ter um bom início. Mas Deus é tanto o princípio como o fim. A obra de Deus não pode parar na metade do caminho. Se a salvação for somente o resultado de nossa obra, então fracassar com respeito à questão da salvação significa somente que paramos na metade do caminho. Contudo, sabemos que a salvação é obra de Deus. Foi Deus quem nos salvou. Assim, se não podemos ser salvos de maneira completa, isso não significa que paramos na metade do caminho — significa que Deus parou na metade do caminho. Certamente nunca podemos imaginar que Deus possa
parar na metade do caminho.
Filipenses 1:6 diz que foi Deus que começou a boa obra em nós. Uma vez que Deus a começou e Ele mesmo nos deu a salvação, Ele deve completar essa obra até o dia de Cristo Jesus. Devemos lembrar-nos de que a obra de Deus nunca pára no meio do caminho. Ele completará essa obra até o dia de Cristo Jesus, isto é, até Deus glorificar-nos. Podemos ver o âmbito que a Palavra de Deus alcança, quão vasta é essa extensão, quão longa é sua duração e quão profundas são as suas raízes. O versículo 6 diz: "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós
há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus".
Ou Deus não começa ou Ele terá de completar o que começou. Se Deus não nos quisesse salvar, isso seria o fim da história. Mas se Deus quer muito salvar-nos, não haverá maneira de não sermos salvos. Portanto, podemos dizer: "Deus, agradecemos e louvamos-Te porque nossa salvação está eternamente segura". Se depender de nós para continuar, falharemos. A obra de continuar foi cumprida por Ele; a obra de preservação também foi cumprida por Ele. Nós nunca podemos continuar o que Ele começou.
Quando estava na escola, tive de praticar caligrafia chinesa. Muitas vezes estava com tanta preguiça que pedia a alguns colegas, que eram bons nisso, para fazer para mim. Naturalmente, mais tarde confessei esse pecado. Toda semana tínhamos de nos sujeitar a fazer cinco páginas de caligrafia. Todas elas eram feitas por meus colegas de classe. Em uma ocasião, após um colega meu ter terminado uma linha do exercício de caligrafia, ele teve de ir embora. Ele me disse que estava ocupado e que eu deveria terminar o que ele começou. Quando peguei o pincel, percebi que nunca poderia continuar o que ele havia começado. Sua caligrafia era tão excelente que a minha maneira de escrever simplesmente não poderia equiparar-se à dele. Do mesmo modo, a obra de salvação foi iniciada por Deus. Ele deve ser o único a concluí-la. Se tivéssemos de concluí-la, nunca o faríamos. Se a obra da salvação tivesse de começar com Deus e ser continuada por nós, nenhum de nós estaria qualificado para ser salvo; todos os que querem continuá-la, não conhecem Deus e não conhecem a si mesmos. Se O conhecermos, perceberemos que não há maneira de acabarmos o que Ele começou. E se realmente nos conhecermos, perceberemos que simplesmente não podemos dar-lhe continuidade. Toda a obra de salvação foi cumprida por Ele. Foi Ele quem nos deu salvação. É Ele quem nos salvará totalmente. Nada podemos fazer para preservar nossa salvação.
Assim, vemos duas coisas aqui: Primeira, porquanto a natureza da salvação é graça, é impossível que nós a percamos; segunda, desde que foi Deus quem começou a obra, quem nos conheceu de antemão e nos predestinou, quem nos chamou e nos justificou, quem nos salvou e quem nos introduzirá na glória, se perdermos nossa salvação poremos em dúvida os atributos de Deus.
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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott
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