As probabilidades de Deus

Você está jogando pôquer com seus amigos e um deles, o Fred, tira Ás, Rei, Dama, Valete e Dez de espadas – um Royal Flush, a mão mais alta do jogo – cujas chances são de 650 mil para 1. Como esse Fred é sortudo! Na próxima rodada, ele tira as mesmas cinco cartas. Certo, isso é pouco comum, mas vocês se conhecem desde a infância. Mas aí ele tira de novo, e depois mais uma vez. Certo, vocês foram padrinhos um do outro em seus casamentos, mas isso não evita seus sentimentos homicidas. Quando ele tira as mesmas cartas novamente, você vai atrás de uma arma.

Quando algo incrivelmente improvável ocorre, é muito difícil acreditar que é por acaso. Fred está roubando, é óbvio. Ele vai jurar que não está, mas é quase impossível acreditar. Mas vamos pensar. Há algumas propriedades físicas básicas do Universo, como a carga dos elétrons, a força precisa da gravidade, a velocidade da luz etc., e cada uma poderia ter um número infinito de valores. A gravidade (por exemplo) poderia ser um pouco mais forte, muito mais forte, ou um pouco mais fraca. Se alguma dessas propriedades fosse mesmo só um pouco diferente, então nosso Universo poderia não ter existido – com seus planetas, estrelas, vida e nós, seres conscientes, racionais e morais.

As chances contra todas essas propriedades terem ao mesmo tempo o valor necessário preciso para esse Universo existir são literalmente astronômicas. Mesmo assim, aqui estamos. Se você pegou seu revólver quando Fred tirou seu quinto Royal Flush, talvez devesse pegá-lo agora também, porque, quando algo incrivelmente improvável ocorre, é muito difícil acreditar que possa ocorrer por acaso. E não há nada tão incrivelmente improvável como o próprio Universo, entre todos os possíveis universos que poderiam ter existido.

Haveria obviamente só um ser capaz de embaralhar essas cartas. Se é provável que Fred esteja roubando, então é mais do que provável que Deus exista e seja responsável por este Universo.

Andrew Pessin
In: Filosofia em 60 Segundos

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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