Ofendidos pelo evangelho

Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele. (João 6:66)
Geralmente os pregadores costumam julgar o resultado de sua pregação pelo contentamento nos rostos dos irmãos e elogio dos visitantes após sua ministração. A aprovação dos ouvintes é sinal que tudo foi bem. Certo? Errado. A Bíblia nos mostra o contrário.

O Maior dos pregadores, Jesus, experimentou o dissabor de ser abandonado por muitos de seus seguidores após ter proferido duras palavras em Cafarnaum, a tal ponto de escandalizar seus discípulos mais próximos que diziam: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (Jo 6:60). A adesão e aprovação inicial do povo ao ministério do Senhor Jesus transformou-se em rejeição e abandono após um único sermão. Muitos o abandonaram e o curioso é que apesar da reação negativa do público, Jesus não mudou o tema dos sermões subsequentes para atrair de volta aos ofendidos.

A ofensa da Palavra de Deus foi o motivo por que muitos dos profetas bíblicos foram perseguidos e mortos (At 7:52).  Homens que não se importaram em falar daquilo que o povo queria ouvir, mas, fielmente proclamaram uma mensagem dura e confrontante. O diácono Estevão, por exemplo, enfrentou a fúria de judeus que se opuseram veementemente à sua pregação. Eles taparam os ouvidos por não suportarem a verdade do Evangelho e como resultado Estevão foi martirizado (At 7:54-58). Os arautos de Deus não receberam aplausos, mas, em maior das vezes, resignação, oposição e perseguição. Mesmo assim podemos afirmar que o ministério deles foi frutuoso, pois gerou insatisfação no coração dos ouvintes.

Fazer do agrado popular termômetro para medir resultado dos sermões não é um critério confiável, muitas vezes o satisfação geral revela apenas que a consciência do ouvinte em nada foi incomodada; John Preston, ministro puritano do século dezessete, ressaltou que “não há um sermão que, sendo ouvido, não nos ponha mais perto do céu ou do inferno”. Portanto, seja qual for o resultado da pregação ela irá gerar grande insatisfação nos receptores, seja com o Deus Justo e Bom, seja com sua própria natureza carnal. Ante a pregação o pecador será movido por grande desagrado, que salvará ou condenará sua alma eternamente.

É preciso entender que só através da santa ofensa da pregação os ofensores (Cl 1:21) poderão ter consciência do quanto tem ofendido o Deus Justo, Santo e Bom, e assim, terão oportunidade de se desviarem do caminho da perdição. Se as pessoas sentem-se ofendidas por sua pregação este é sinal que tudo está indo bem. Continue fiel às Escrituras.

Ericon Fábio
In: UMP da Quarta

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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