Cremos e confessamos que Jesus Cristo, o qual é "o fim da lei" (Romanos 10:4), derramando seu sangue, acabou com qualquer outro derramamento de sangue, que se possa ou queira realizar para reconciliação dos pecados. Tendo abolido a circuncisão, que se praticava com sangue, Ele instituiu, em lugar dela, o sacramento do batismo [1].
Pelo batismo somos recebidos na igreja de Deus e separados de todos os outros povos e outras religiões para pertencermos totalmente a Ele [2], tendo sua marca e estandarte. O batismo nos serve para testemunhar que Ele eternamente será nosso Deus e misericordioso Pai.
Por isso, Cristo mandou batizar todos os seus "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28:19), somente com água. Desta forma Ele nos dá a entender que assim como a água tira a impureza do corpo, quando derramada em nós, e também assim como a água é vista no corpo de quem recebe o batismo, assim o sangue de Cristo, através do Espírito Santo [3], lava a alma, purificando-a dos pecados [4], e faz com que nós, filhos da ira nasçamos de novo para sermos filhos de Deus [5].
Porém, não somos purificados de nossos pecados pela água do batismo [6], mas pela aspersão com o precioso sangue do Filho de Deus [7]. Ele é nosso Mar Vermelho [8], que devemos atravessar para escapar da tirania de Faraó - que é o diabo - e para entrar na Canaã espiritual.
Os ministros, por sua parte, nos administram somente o sacramento, que é visível, mas nosso Senhor nos concede o que o sacramento significa, a saber: os dons invisíveis da graça. Ele lava nossa alma, purificando-a e limpando-a de todas as impurezas e iniqüidades [9]. Ele renova nosso coração, enchendo-o de toda a consolação, e nos dá a verdadeira certeza de sua bondade paternal. Ele nos reveste do novo homem, despindo-nos do velho com todas as suas obras [10].
Por isso, cremos que quem quer entrar na vida eterna, deve ser batizado só uma vez [11]. O batismo não pode ser repetido, porque também não podemos nascer duas vezes e porque este batismo tem utilidade não somente no momento de recebê-lo, mas durante a vida inteira.
(*) Rejeitamos, portanto, o erro dos anabatistas, que não se contentam com o batismo que uma vez receberam e que, além disto, condenam o batismo dos filhos pequenos dos crentes. Nós cremos, porém, que eles devem ser batizados e, com o sinal da aliança, devem ser selados, assim como as crianças em Israel eram circuncidadas com base nas mesmas promessas que foram feitas a nossos filhos [12]. Cristo, de fato, derramou seu sangue para lavar, igualmente, as crianças dos fiéis e os adultos [13]. Por isso, elas devem receber o sinal e o sacramento da obra que Cristo fez para elas, como o Senhor, outrora, na lei, determinava que as crianças p.articipassem, pouco depois do seu nascimento, do sacramento do sofrimento e da morte de Cristo, através da oferta de um cordeiro [14], que era um sacramento de Jesus Cristo. Além disto, o batismo tem, para nossos filhos, o mesmo efeito que a circuncisão tinha para o povo judeu. É por esta razão que o apóstolo Paulo chama ao batismo: "a circuncisão de Cristo" (Colossenses 2:11).
1 Cl 2:11. 2 Êx 12:48; 1Pe 2:9. 3 Mt 3:11; 1Co 12:13. 4 At 22:16; Hb 9:14; 1Jo 1:7; Ap 1:5b. 5 Tt 3:5. 6 1Pe 3:21. 7 Rm 6:3; 1Pe 1:2; 1Pe 2:24. 8 1Co 10:1-4. 9 1Co 6:11: Ef 5:26. 10 Rm 6:4; Gl 3:27. 11 Mt 28:19; Ef 4:5. 12 Gn 17: 10-12; Mt 19:14; At 2:39. 13 1Co 7:14. 14 Lv 12:6.
(*) Sendo de tradição credobatista, humildamente discordamos da posição pedobatista e, portanto, desse parágrafo da Confissão. Para saber as bases do batismo de crentes, leia o artigo Por que sou credobatista.
Confissão de Fé Belga
Artigo 34
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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott
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