Permitam-me então fazer um sumário do que o apóstolo diz nestes importantes versículos.
Primeiro, a promessa e o propósito de Deus só dizem respeito a algumas pessoas. Essa afirmação é tão verdadeira quanto à nação de Israel quanto todas as demais pessoas. Esse é tão somente outro modo de dizer:"nem todos os de Israel são Israel" - contrariamente fatal e errônea presunção dos judeus. Em última instância, foi essa a razão pela qual eles crucificaram o próprio Filho de Deus. Não se deram conta disso. A promessa de Deus não é universal, nem mesmo com relação à Israel, aos judeus. É só para certas pessoas.
Segundo, estas pessoas, às quais o propósito e a promessa de Deus se aplicam, são, e vieram a ser o que são, não por causa de alguma coisas delas ou nelas. Elas são o povo de Deus, são esta "semente" da qual Paulo fala, não por causa do nascimento deles, não por causa da sua nacionaliade, não por causa de algumas coisas que elas tenham feito ou façam, nem mesmo por crerem no evangelho. São o que são porque Deus as chama a ser, as chama à existência, por causa do elemento sobrenatural presente em seu nascimento, como já vimos no caso de Isaque, que, como Paulo nos diz em Gálatas 4:28-30, nasceu "segundo o Espírito".
Terceiro, noutras palavras, o propósito de Deus está sendo levado a efeito, sempre foi e sempre será, por meio desse processo de seleção e eleição, e vemos como Paulo demonstra esta verdade mediante os casos de Ismael e Isaque como de Esaú e Jacó.
Quarto, Deus põe em andamento e efetua o Seu propósito por intermédio deste processo de seleção e eleição unicamente por uma razão - porque é o único método que garante que Seu propósito e o Seu plano serão certa, segura e infalivelmente efetuados e levados a uma fruição final: "para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme". Não depende de nós de forma alguma, e sim do próprio Deus, do Seu caráter e de Sua ação.
Martin Lloyd-Jones
In: Romanos: exposição sobre o capítulo 9 - o soberano propósito de Deus
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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott
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