Salvo para a Glória

Eu me lembro de dar uma aula sobre Efésios 1 em janeiro de 1976 como professor visitante na Bethel College. Eu desenvolvi a aula sistematicamente ao longo dos primeiros catorze versículos de Efésios e minha mente novamente foi constantemente espantada. Isso porque três vezes nos versículos 6, 12 e 14 — Paulo diz que Deus nos escolheu em Jesus antes da fundação do mundo e nos predestinou para sermos seus filhos para o louvor da glória de sua graça.

Ele escolheu você. Por quê? Para que sua glória e graça possam ser louvadas e magnificadas. Sua salvação é glorificar a Deus. Sua eleição é glorificar a Deus. Sua regeneração é glorificar a Deus. Sua justificação é para a glória de Deus. Sua santificação é para a glória de Deus, e um dia, sua glorificação será um mergulho na glória de Deus. 

Você foi criado para a glória de Deus. Isaías 43.6-7: "Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra, os que criei para minha glória"

Deus resgatou seu povo Israel do Egito para a sua glória. Salmo 106.7-8: "Nossos pais, no Egito, não atentaram às tuas maravilhas; foram rebeldes junto ao Mar Vermelho. Mas ele os salvou por amor do seu nome, para lhes fazer notório o seu poder".

Em outras palavras, ele dividiu o Mar Vermelho e salvou seu povo rebelde para que ele fizesse notório o seu poder; e sua fama se espalhou até Jericó e salvou uma prostituta, de maneira que quando os israelitas chegaram lá e estavam prontos para soprar as trombetas, ela já tinha nascido de novo, pois ela disse: "Ouvimos o seu nome e o seu renome", e uma mulher e sua família creram em um Deus teocêntrico e escaparam da destruição.

Deus teve misericórdia de Israel no deserto  para a sua glória. Deus poupou Israel no deserto diversas vezes. "A casa de Israel se rebelou contra mim no deserto", disse Ezequiel citando Deus, "Então, eu disse que derramaria sobre eles o meu furor no deserto, para os consumir. O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profana do diante das nações" (20.13-14). Então, finalmente Deus os envia para o julgamento na Babilônia, e após 70 anos, a misericórdia começa a se aproximar deles. Ele não se divorciará da sua noiva da aliança, e ele os traz de volta, mas por quê?

Qual é o motivo enraizado no coração de Deus? Ouça a resposta de leaíae 48.9-11: "Por amor do meu nome, retardarei a minha ira e por causa da minha honra me conterei para contigo, para que te não venha a exterminar. Eis que te acrisolei, mas disso não resultou prata; provei-te na fornalha da aflição. Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a outrem". Esse é um motivo teocêntrico para a misericórdia. 

Jesus veio e morreu para a glória de Deus. Jesus veio ao mundo por qual razão? Ah, quantas vezes já citamos João 3.16, e isso é gloriosamente verdadeiro. Antes que esta mensagem termine, espero que você veja que tal ênfase (a glória de Deus) e a ênfase que você conhece há muito tempo (sua alegria) não estão em desacordo. 

Mas por que Jesus veio? De acordo com Romanos 15.8-9, ele veio por esta razão: "Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos pais; e para que os gentios glorifiquem a Deus por causa da sua misericórdia". Jesus veio à terra, tornou se totalmente humano e morreu para que você desse glória ao seu Pai pela misericórdia. Ele veio por amor ao seu Pai. Essa é a razão principal de sua vinda: a glória do seu Pai, e sua glória alcança seu ápice no derramamento da misericórdia. 

Ouça esta palavra de Romanos 3.25-26: Deus propôs a Cristo, no seu sangue, como propiciação para manifestar a justiça de Deus. Isso foi para provar, no tempo presente, que ele mesmo é justo. Foi por isso que ele morreu. Ele morreu para vindicar a justiça de Deus que havia deixado impunes pecados como os de Davi, o adultério e o assassinato. 

Em algum momento você já se incomodou que Deus tenha deixado impune o adultério do Rei Davi, e Davi simplesmente continuou sendo rei? Bom, isso incomodou Paulo até às profundezas de seu ser, que Deus não seja justo e deixe pecados impunes. E não foi apenas Davi. Houve milhares de santos no Antigo Testamento (e hoje) cujos pecados Deus simplesmente esquece e ignora. E Paulo clamou: "Como tu podes ser Deus e fazer isso? Como tu podes ser justo e fazer isso? Como tu podes ser reto e fazer isso? Como tu podes ser digno de adoração e fazer isso? Se qualquer juiz aqui em Austin fizesse isso — se ele absolvesse um pedófilo, um estuprador ou um assas sino ele seria demovido imediatamente, e ainda assim Deus faz isso todos os dias. Então, podemos perguntar: "Que tipo de Deus é você?".

A cruz é a solução para um mega problema teológico, a saber: Como Deus pode ser Deus e perdoar pecados? Jesus veio para vindicar a Deus pela salvação de pessoas como você e eu. A salvação é uma coisa grandemente e gloriosamente teocêntrica. 

Jesus retornará para receber glória. Por que ele voltará? Jesus está voltando, e deixe-me te dizer por que ele está voltando e o que você pode fazer quando ele voltar, para que você esteja pronto e o faça. 2 Tessalonicenses 1.8-10: "Os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus (...) sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando ele vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia". Você consegue ver essas duas coisas? Ele está vindo para ser glorificado (magnificado) em seus santos e para ser admirado. Se você não começar isso agora, você não será capaz de fazê-lo quando ele voltar. 

Esta conferência existe para acender um fogo em seus ossos e para iniciar um incêndio em suas mentes e em seus corações, a fim de prepará-los para encontrar o Rei Jesus, de maneira que vocês continuem por toda a eternidade fazendo o que ele criou vocês para fazerem; a saber, admirá-lo e magnificá-lo.

John Piper
In: Uma paixão consumidora por Jesus (obtenha o ebook completo, gratuitamente, clicando no link)

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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