O que é doutrina cristã?

O que a igreja de Jesus Cristo acredita, ensina e confessa com base na palavra de Deus: essa é a doutrina cristã.

A doutrina não é a única atividade da igreja nem a mais importante. A igreja adora a Deus e serve à humanidade, ela trabalha pela transformação deste mundo e espera a consumação de sua esperança no mundo por vir. "Permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor" (ICo 13.13) — O amor, não a fé, e, com certeza, não a doutrina. A igreja sempre é mais que uma escola; nem mesmo a Idade do Iluminismo conseguiu restringi-la ou reduzi-la à função de ensinar. Mas a igreja não pode ser menos que uma escola. Sua fé, esperança e amor se expressam em ensinamento e confissão.

A liturgia distingue-se do cerimonial pelo conteúdo declarado no credo; a política transcende a organização por causa da maneira como a igreja se define e de Sua estrutura em seu dogma; a pregação se diferencia de outras manifestações retóricas porque proclama a palavra de Deus; a exegese bíblica evita o gosto pelo antiquarianismo ou arqueologismo por causa de sua intenção de descobrir o que o texto ensina, não apenas o que é ensinado. A igreja cristã não seria a igreja que conhecemos sem a doutrina cristã.

Tudo isso, falando estritamente, é uma descrição, em vez de uma definição da doutrina cristã. E uma vez que esta história lida com o desenvolvimento da doutrina cristã, a definição de doutrina, que se desenvolveu, talvez devesse ser postergada para o fim e formulada a posteriori. Pois o termo "doutrina" nem sempre significou a mesma coisa, nem mesmo formalmente. A palavra, na verdade, é usada no vocabulário da igreja em um sentido diferente do da Bíblia (e daquele encontrado em livros sobre teologia bíblica). Quando o Antigo Testamento fala sobre "conhecimento" (Pv 1.7) ou o Novo Testamento fala sobre "ensino" (At 2.42), isso inclui ensinamento tanto sobre confissão quanto conduta, tanto teologia quanto ética. A separação entre eles é fatal (Rm 3.27,28), uma distinção é inevitável, da mesma maneira que no próprio Novo Testamento, “fé” e “obras” (Tg 2.18) são distintas sem serem separadas.

Jaroslav Pelikan

Um comentário:

  1. Clóvis, veja que declaração interessante:
    “Quando o Antigo Testamento fala sobre "conhecimento" (Pv 1.7) ou o Novo Testamento fala sobre "ensino" (At 2.42), isso inclui ensinamento tanto sobre confissão quanto conduta, tanto teologia quanto ética. A separação entre eles é fatal (Rm 3.27,28), uma distinção é inevitável, da mesma maneira que no próprio Novo Testamento, “fé” e “obras” (Tg 2.18) são distintas sem serem separadas.”.
    Contudo, pessoas que se dizem cristãs separam o “Antigo Testamento fala sobre "conhecimento" (Pv 1.7)”, do “Novo Testamento fala sobre "ensino" (At 2.42),” doutrinariamente falando, para negar vigência a Palavra de Deus, como por exemplo o 4º Mandamento de Êxodo 20: 8 a 11. Sobre a doutrina dos apóstolos (At 2.42), a Palavra de Deus em Atos 2:41 nos mostra que da mensagem de Pedro no Pentecostes dos que aceitaram a Palavra foram batizados quase 3 mil pessoas que somaram à igreja. E, no verso 42 nos é afirmado que “perseveraram na doutrina dos apóstolos”... . Logo, tem-se que perguntar (e certamente responder), o que se constitui a ”doutrina dos apóstolos” ? Muitos alguns até bem intencionados, respondem com a doutrina de homens e ou a filosofia humana. E, outros com a mesma doutrina de homens e ou a filosofia humana, mas diretamente pelo príncipe das trevas, quando a resposta já se encontra na Palavra de Deus, vejam:
    “Quando, pois, ressuscitou dentre os mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isto; e CRERAM NA ESCRITURA, E NA PALAVRA DE JESUS”.(João 2:22). Observem que o Pentecostes ocorreu cerca de 40 dias após a ressurreição de Jesus e 10 dias após Sua ascensão, sendo assim a ESCRITURA NADA MAIS É DO QUE A PARTE QUE CONHECEMOS COMO V. TESTAMENTO, JÁ QUE O N. TESTAMENTO NÃO HAVIA SIDO ESCRITO. Como se vê, o V. Testamento constituía compêndio doutrinário para os apóstolos e consequentemente para a igreja. Não muito depois, Pedro e João foram presos, mas foram soltos e “está escrito” que eles “ anunciavam a Palavra de Deu(Atos 4:3,31), que constituía o V. Testamento e a Palavra de Cristo, que constituía compêndio doutrinário para os apóstolos e consequentemente para a igreja, sem constar que houve troca do dia do Senhor(Isaías 58:13,14), que o diabo alega que houve. Veja Jesus declarando que “Escritura não pode ser anulada”(João 10:35) que devemos crer Nele como diz as Escrituras(João 7:38,39). A que Escrituras Jesus está mencionando? Veja Pedro confirmando Moisés dizendo que quem não ouvir tudo que o Profeta Jesus será exterminado (Atos 3:22-Deut. 18:15,18,19).
    Jesus em Mateus 7:23 declara que dirá NAQUELE DIA(NO JUIZO, NA SUA VOLTA, OU SEJA, NO FUTURO) PARA AQUELE QUE FALAREM PARA ELE O QUE ESTÁ NO VERSO 22: “NUNCA VOS CONHECI. APARTEI-VOS DE MIM, OS QUE PRATICAIS A INIQUIDADE”. OU SEJA, JESUS DECLAROU QUE FALARÁ NO FUTURO: APARTAI-VOS DE MIM, VOS QUE AGEM CONTRA MINHA LEI, QUE PREGAM E ENSINAM CONTRA A MINHA LEI, NUNCA NOS CONHECI. PERGUNTA: QUAL LEI? A CERIMONIAL?
    E, o pior de tudo é alguns usam as declarações dos fariseus relatado a Bíblia em João 9:16 para declarar que Jesus não guardou o Sábado, ou seja, aceitam a mentira dos fariseus como verdade e negam a Verdade de Jesus em João 15:10 de que guardava os Mandamentos do Pai, como mentira.Na verdade usam João 9:16 de forma diabólica, uma vez que esse verso também relata que o fariseus declaram que Jesus não é homem de Deus.
    Osmar Ferreira-nadanospodemoscontraverdade@bol.com.br

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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