A Expiação

“A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos” Rm 8:30

A expiação é uma reconciliação de partes alienadas entre si, a restauração de um relacionamento rompido. A expiação é realizada por ressarcir os danos, apagando-se os delitos e oferecendo satisfação pelas injustiças cometidas.

Segundo as Escrituras, toda pessoa peca e precisa fazer expiação de suas culpas, porém faltam o poder e os recursos para isso. Temos ofendido o nosso Criador, cuja natureza é odiar o pecado (jr 44.4; Hc 1.13) e punir o mesmo (Sl 5.4-6; Rm 1.18; 2.5-9). Os que têm pecado não podem ser aceitos por Deus e não podem ter comunhão com ele, a menos que seja feita expiação. Uma vez que há pecado mesmo nas melhores ações das criaturas pecadoras, qualquer coisa que façamos na esperança de ressarcir os danos só pode aumentar a nossa culpa ou piorar a nossa situação, porque “o sacrifício dos perversos é abominável ao SENHOR” (Pv 15.8). Não há modo de a pessoa poder estabelecer a própria justiça diante de Deus (Jó 15.14-16; Is 64.6; Rm 10.2-3); isso simplesmente não pode ser feito. 

Porém, contra esse fundo de desesperança humana, as Escrituras revelam a graça e a misericórdia de Deus, que, pessoalmente, providencia a expiação que o pecado torna necessária. A maravilhosa graça de Deus é o enfoque da fé bíblica; do Gênesis ao Apocalipse, a graça brilha com glória maravilhosa. 

Quando Deus tirou Israel do Egito, ele estabeleceu, como parte do relacionamento da aliança, um sistema de sacrifícios, que tinha seu âmago no derramamento de sangue de animais “para fazer expiação por vossa alma” (Lv 17.11). Esses sacrifícios eram “típicos”, isto é, como “tipos”, prenunciavam alguma coisa melhor. Pecados eram perdoados quando os sacrifícios eram fielmente oferecidos, mas não era o sangue dos animais que apagava os pecados (Hb 10.4); era o sangue do “antítipo”, Jesus Cristo, cuja morte na cruz expiou os pecados já cometidos, bem como os pecados que seriam cometidos posteriormente (Rm 3.25-26; 4.3-8; Hb 9.11-15). 

De acordo com o Novo Testamento, o sangue de Cristo foi derramado como sacrifício (Rm 3.25; 5.9; Ef 1.7; Ap 1.15). Cristo redimiu os seu povo por meio de um resgate; sua morte foi o preço que nos livrou da culpa e da escravidão ao pecado (Rm 3.24; Gl 4.4-5; Cl 1.14). Na morte de Cristo, Deus nos reconciliou consigo mesmo, vencendo a sua própria hostilidade causada por nossos pecados (Rm 5.10; 2Co 5.18-19; C 1.20-22). A cruz aplacou Deus. Isso significa que ela aplacou a ira de Deus contra nós, expiando nossos pecados e, desse modo, removendo-os de diante de seus olhos (Rm 3.25; Hb 2.17j; 1Jo 2.2; 4.10). A cruz produziu esse resultado porque, em seu sofrimento, Cristo assumiu nossa identidade e suportou o juízo retributivo que pesava contra nós, isto é, “a maldição da lei” (Gl 3.13). Ele sofreu como nosso substituto, com o registro condenatório de nossas transgressões pregado por Deus na sua cruz, como a lista de crimes pelos quais ele morreu (Cl 2.14; conforme Mt 27.37; Is 53.4-6; Lc 22.37). 

Bíblia de Estudo Genebra

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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