Cristo fala aos que confiam em si e nas riquezas

Cristo nos fala que Deus julgará aqueles que confiam em si mesmos e estejam obcecados por riquezas. Um segundo grupo representativo de pessoas que Jesus encontrou enquanto andava na terra, confiava em sua habilidade de acumular riquezas e assegurar seu futuro. Em uma ocasião Ele contou uma parábola para revelar o que Deus pensa daqueles que são auto-suficientes e orgulhosos. Lê-se: 

O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: “Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos?" E disse: "Farei isto: Destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então direi à minha alma: Tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come e bebe e regala-te". Mas Deus lhe disse: "Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus (Lucas 12: 16-21). 

O homem rico pensava somente em suas riquezas e na vida fácil que poderia levar. Ele representa todos os que são obcecados por dinheiro e pensam ter o controle sobre o seu próprio destino. Mas eles não podem controlar Deus. Naquela mesma noite o homem rico morreria. Ele enfrentaria as conseqüências de confiar em si mesmo e nos seus bens. 

O que eles pensavam. As declarações seguintes sumariam o pensamento dos materialistas auto-suficientes. Eles pensam ser: 
  • Mais dotados que outros por terem habilidade de fazer dinheiro. 
  • Especialmente favorecidos por Deus por serem bem sucedidos. 
  • Controladores do seu destino porque estão no comando de suas circunstâncias. 
  • Alguém com um futuro seguro porque têm segurança no momento. 
  • Capazes de resolver seus próprios problemas. 
  • Capazes de satisfazer suas próprias necessidades. 
Freqüentemente ouve-se homens e mulheres assim dizerem: "Deus ajuda aqueles que ajudam a si mesmos". Eles são orgulhosos e independentes. O que eles precisam ver, no entanto, e o que Jesus veio lhe mostrar, é que o que Deus pensa a respeito dos materialistas auto-suficientes é mais importante que o que eles pensam de si mesmos. 

Como Deus os vê. Em três cenas do Novo Testamento o Senhor Jesus revelou como o caráter de Deus reage àqueles que confiam em suas riquezas e habilidades. Estas são: a parábola do rico tolo (Lucas 12:16-21, citada acima), a história de Lázaro e o homem rico (Lucas 16:19-31) e o encontro de Cristo com o jovem rico (Lucas 18: 18-30). O que o Senhor pensa sobre aqueles que confiam em suas próprias habilidades e riquezas pode ser expressado nestas declarações: 
  • Porque Deus é onipotente, Ele mostra aos auto-suficientes que suas vidas não estão sob seu controle realmente. 
  • Porque Deus é onisciente, Ele lhes mostra o verdadeiro valor das coisas por eles adquiridas. 
  • Porque Deus é verdade, Ele lhes mostra que sua confiança é colocada sobre um fundamento falso. 
  • Porque Deus é santo, Ele os faz saber que suas boas intenções são corrompidas pelo seu orgulho. 
O que Cristo revelou sobre Deus através de Sua reação a esses grupos não foi nada de novo. O Antigo Testamento nos fala que Deus odeia o orgulho (Provérbios 8:13). Ele sempre apelava para homens e mulheres, em todo lugar, confiarem somente nEle (Salmos 62:8). Ele sempre ensinou que as coisas materiais passam, mas que as riquezas espirituais durarão para sempre (Salmos 52:7,8). E Ele sempre mostrou ao homem que este não está sobre o controle do seu destino — Deus é quem está (Jó 12: 10). O caráter de Deus não mudou. Cristo veio para mostrar-nos que Sua atitude para com aqueles que confiam em si mesmos é a mesma de sempre. Para o rico colocar sua confiança em outro alguém que não seja nele mesmo é tão difícil nos dias de hoje como nos dias de Cristo. Seria ainda mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha (Lucas 18:25).

Martin R. Haan
Cristo, a Palavra Viva

6 comentários:

  1. Prezado,
    O Sola Fide é apenas uma parte da verdade, a outra parte está em Tiago 2.14 " Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?"

    Veja que S. Tiago diz que somente a fé( sola fide) não salva, se não for acompanhada com as obras. Então o 'sola fide' é uma falácia e uma doutrina humana.
    Eu já fui da presbiteriana e conheço muito bem esse argumento do 'sola fide', que simplesmente não passa de meias verdades.

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    1. Adeilton,

      Responda-me, por favor: Tiago diz

      "Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém tiver fé, mas não tiver obras? pode, acaso, a fé salvá-lo?"

      ou diz:

      "Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?"

      Em Cristo,

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  2. Clóvis,

    Eu não entendi sua pergunta,mas eu citei S. Tiago 2.14.

    mais na frente S. Tiago diz que "só a fé" sem obras é morta.(Tiago 2.17)

    O texto é claríssimo.

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    1. Adeilton,

      Vamos pontuar nossa conversa.

      1. Tiago enuncia uma tese: se alguém "diz que tem fé", mas não apresenta obras comprobatórias, não tem fé verdadeira e "tal fé" não poderá salvá-lo.

      2. Em seguida, ele argumenta com um exemplo prático, "um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano", e se o que diz ter fé apenas pronuncia uma palavra de bênção "Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos" sem dar o necessário, a fé do tal é inútil. Trata-se de uma fé morta, e não de uma fé viva (veja o ponto).

      3. Que se trata de evidenciar uma fé verdadeira por meio das obras fica claro nas palavras "mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé". Há duas classes de pessoas aqui. Um que diz ter fé, mas sem as obras e outro que é capaz de provar que tem fé pelas obras. Um tem uma fé verdadeira, demonstrável pelas obras, o outro alega ter fé, mas não pode evidenciá-la, posto que falsa.

      4. Depois ele fala da fé dos demônios, que é mero assentimento intelectual a um fato. A fé genuína, salvadora, não é mera aceitação de fatos a respeito de Deus, quem tem este tipo de fé não se distingue dos demônios neste aspecto.

      5. Finalmente, Tiago argumenta com o exemplo de Abraão. Ele tinha uma fé verdadeira, e provou-a através das obras. Diante de Deus, foi justificado quando creu. Diante dos homens, foi justificado quando entregou seu filho. Entre uma coisa e outra, tem 30 anos. No entanto, foi quando ele creu que foi justificado diante de Deus.

      6. No verso 26, a tese é sintetizada: "assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta". Se uma pessoa está respirando, dizemos que está viva. Se não respira, é um cadáver. Assim também, se alguém apresenta obras, sua fé é viva. Se apenas diz que tem fé, mas não apresenta obras, sua fé é morta.

      Uma questão sempre levantada é: Tiago está refutando Paulo, que disse "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2:8-9)? Não, por várias razões que podemos elencar.

      Em Cristo,

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    2. Resumindo a posição protestante:

      1. O crente é salvo unicamente pela fé, sem as obras da lei.
      2. Porém, a fé verdadeira é sempre seguida de boas obras.
      3. De modo que se alguém não apresenta boas obras, não tem fé verdadeira.
      4. E, sem fé verdadeira tal pessoa não não está salva, não importa o que diga.

      Em Cristo,

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  3. CLÓVIS,

    VEJA ESTA DECLARAÇÃO CONJUNTA SOBRE A
    DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃOPELA FÉ ENTRE CATÓLICOS E LUTERANOS.

    ACESSE O LINK:

    http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/documents/rc_pc_chrstuni_doc_31101999_cath-luth-joint-declaration_po.html

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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