Cristo fala sobre os líderes religiosos

Cristo nos fala que Deus odeia líderes orgulhosos que baseiam sua salvação em formalidades religiosas e boas obras. Quando Jesus andou pelas rudes colinas e tumultuadas ruas das cidades da Palestina, Ele o fez como Deus encarnado. Ele ensinou a verdade de Deus com autoridade. Cristo respondia às pessoas como Deus teria lhes respondido. Ele realizou grandes milagres por compaixão. Assim, os líderes religiosos de Israel não Lhe deram boas-vindas como nós poderíamos esperar. Ao invés disso, eles asperamente se opuseram a Ele e O odiaram. 

E isto não é surpresa, porque a mensagem que Ele trazia e a maneira como vivia, entrava em conflito direto com o que eles ensinavam e acreditavam acerca de si mesmos. Seguindo meticulosamente a interpretação da Lei de Israel e às centenas de regulamentos minuciosos que eles tinham acrescentado à ela, eles sentiam que eram bem sucedidos em ganhar a aprovação de Deus. Ainda mais: eles pensavam que isso lhes dava o direito de dizer a outros como viver. E várias pessoas em Israel ficavam impressionadas com a devoção deles. 

Mas não Jesus. Todas as coisas que Ele dizia e fazia, os expunham ao que eles realmente eram — legalistas que se auto-justificavam e que, em seus esforços para salvarem a si mesmos, eram rejeitados por Deus. E somente poucos entre eles, homens como Nicodemos, perceberam que o que Deus pensa sobre os líderes religiosos é mais importante que aquilo que eles pensavam de si mesmos. 

O que eles pensavam. Quando lemos os evangelhos, torna-se logo evidente que os líderes religiosos de Israel viam a si mesmos como povo de Deus especialmente favorecido. Os fariseus baseavam suas conclusões em fatores como estes: 
  • Sua aparência exterior. Eles limpavam "o lado exterior do copo e do prato" (Lucas 11: 39). 
  • Seu separatismo. Quando Jesus recebia publicanos e pecadores, eles murmuravam dizendo: "Este homem recebe pecadores e come com eles" (Lucas 15:2). 
  • Seu dízimo sistemático: "Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças" (Lucas 11:42). Eles davam o dízimo tão religiosamente que até dez por cento dos seus temperos eles dizimavam. 
  • Sua observância dos dias santos religiosos. Eles acrescentavam regras sobre o Sábado muito além do requerido pela Lei (veja Mateus 12:1-13). 
  • Sua veneração a líderes religiosos mortos: "Vós edificais os sepulcros dos profetas e adornais os túmulos dos justos” (Mateus 23: 29). 
  • Seu zelo em testemunhar: "Rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito" (Mateus 23: 15). 
  • Suas orações públicas impressionantes: "Eles gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças" (Mateus 6:5). 
Com base em declarações como estas, fica claro que esses líderes religiosos de Israel orgulhavam-se de sua atuação religiosa. Eles consideravam a si mesmos acima de repreensão — como modelos para todos aqueles que eram menos piedosos do que eles. 

Cristo mostra-nos que, o que as pessoas pensam de si mesmas não é nem de longe tão importante quanto o que Deus pensa delas. 

Como Deus os via. O Senhor Jesus, em Sua reação a estes líderes religiosos, mostrou-nos como o caráter de Deus reage contra o externalismo e o legalismo frio. Ele os via como cheios de religião, mas desesperadamente perdidos porque sua fé era em si mesmos. Considere estas declarações: 
  • Porque Deus é onisciente, Ele via sua dureza de coração e os condenava. 
  • Porque Deus é onipotente, Ele rejeitou a autoridade que eles alegavam ter. 
  • Porque Deus é verdade, Ele ficou ofendido por sua hipocrisia e lhes falou coisas que eles não queriam ouvir. 
  • Porque Deus é justo, Ele não poderia tolerar sua ênfase em minúcias de regras enquanto os maiores elementos de verdade e sinceridade eram excluídos. 
  • Porque Deus é eterno, Ele os preveniu de que sua honra era temporária, e que seu orgulho e legalismo os levaria ao inferno. 
Confirmação: Quando Jesus revelou a indignação de Deus para com a hipocrisia dos fariseus, Ele estava expressando a verdade sobre Ele, o que já tinha dado a saber. No Antigo Testamento o Senhor repetidamente tinha condenado os israelitas por sua hipocrisia. Ele rejeitou suas tentativas de se auto-justificarem através da observância dos rituais da Lei sem uma genuína confiança nEle. Considere essas passagens: 

Ouve tu, ó terral Eis que eu trarei mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras, e rejeitam a minha lei. Para que, pois, me vem o incenso de Sabá e a melhor cana aromática de terras longínquas? Os vossos holocaustos não me são aprazíveis e os vossos sacrifícios não me agradam (Jeremias 6: 19,20). 

Pois misericórdia quero, e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos (Oséias 6:6). 

A reação de Deus para com os líderes religiosos da atualidade (ou a qualquer um, no que diga respeito a isso) que tentam ganhar a aprovação de Deus por boas obras, não é diferente. Em Sua santidade, Deus ainda odeia hipocrisia, arrogância e rituais sem sinceridade.

Martin R. Haan
Cristo, a Palavra Viva

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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