A Palavra de Deus não está presa

O impacto da Reforma Protestante para o avanço missionário do cristianismo foi muito grande. Podemos dimensionar isso a partir do aspecto teológico. O combate a uma soteriologia enferma e corrompida e a defesa do ensino da Palavra de Deus, que estabelece graça de Deus, acessada pela fé, como critério único e definitivo para a salvação (Efésios 2.8), jogaram por terra as heresias que ameaçavam prender a Salvação ao juízo de Roma. Isso foi determinante na construção da mensagem, bem como da ação missiológica na Europa e, a partir daí, em todo o mundo.

Por outro lado, é muito importante dar à Reforma, mais especificamente a Lutero, o crédito da extraordinária obra de colocar a Bíblia nas mãos das pessoas, o que ele conseguiu fazer ao traduzir as Escrituras, das línguas originais, para o alemão. Até então, o texto mais próximo do entendimento estava em latim (a Vulgata), mas Lutero foi ao hebraico, ao aramaico e ao grego e traduziu a Bíblia para o alemão. Agora o povo podia ler e entender, pela ação do Espírito Santo, o significado da mensagem de Deus. O impacto deste fato em Missões é imensurável.

Apenas estes dois aspectos já bastam para que entendamos o impacto da Reforma Protestante em Missões, pois a um só tempo, a Reforma combateu e derrubou a heresia que ameaçava aprisionar a graça salvadora de Deus ao critério do interesse econômico de Roma e libertou as Escrituras Sagradas do seu monopólio eclesiástico.

Roma arvorou-se guardiã da soteriologia e das Escrituras e de sua hermenêutica. De guardiã, Roma tornou-se controladora, manipuladora, passando até a faturar financeiramente em cima da suposta autoridade que fazia crê que tivesse para dizer quem seria perdoado ou não. Obviamente que, para manter esta pretensa e falsa soberania espiritual, precisou acorrentar a Bíblia à exclusividade sacerdotal e, em muitos casos, exclusivamente papal.

A Reforma cuidou de remover estes grandes obstáculos, facilitando assim o avanço da obra missionária, pregando a salvação pela graça, por meio da fé, a partir do exame pessoal e livre das Escrituras Sagradas, que hoje já está traduzida para centenas de línguas em todo o mundo.

Pr. Lécio Dornas

3 comentários:

  1. No tempo de Lutero existia a Bíblia em Alemão, mas certamente não era tão popular. É fato que Lutero não foi o primeiro a traduzir a Bíblia para sua língua.

    Certa vez, estudando Max Weber, percebi que ele fazia comparações do termo "vocação" na Bíblia, em alemão, como usado na tradução de Lutero e nas antigas traduções alemãs.

    Isso evidencia o fato aludido.

    Até mais.

    ResponderExcluir
  2. Esse Gledson cheira a herege romano infiltrando-se aqui pelas nossas bandas protestantes... hehehe

    ***

    Realmente, a Reforma foi o brado da Palavra de Deus em face da muitas vezes ditadorial e pretensiosa para todas as épocas ordenanças e costumes humanos. Eu só acho uma pena que Roma, ante esses perduráveis quase que 500 anos de nossa religião protestante, não haja aprendido a lição da suficiência, inerrância e poder da Palavra a qual deve ser aceita, como diz a Confissão de Westminster sob um petitio principii impecável e todo-poderoso: ora, a Palavra deve ser aceita, crida e obedecida simplesmente por ser a Palavra de ninguém menos que o próprio Senhor Deus.


    Soli Deo gloria!

    VIVA A REFORMA!

    ResponderExcluir
  3. João, o Clóvis permite minha participação aqui. Aliás, vc não refutou o que eu escrevi, historicamente comprovado, acima.

    Soli Deo Gloria.

    Tenho algumas postagens nofacebook. São apenas reflexões cristãs: Doutrina do Evangelho. http://www.facebook.com/doutrina.doevangelho.3.

    ResponderExcluir

"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.