A soteriologia reformada tem muito em comum com outras soteriologias evangélicas, mas possui certas ênfases distintas. Entre essas ênfases estão as seguintes:
1) O fator decisivo para a determinação de quem será salvo do pecado não é uma decisão dos seres humanos envolvidos, mas a graça soberana de Deus – ainda que a decisão humana tenha papel significativo no processo.
2) A aplicação da salvação ao povo de Deus tem suas raízes no decreto eterno de Deus, segundo o qual ele escolheu seu povo para a vida eterna não com base em qualquer mérito da parte desse povo, mas somente pelo próprio prazer de Deus.
3) Embora todos que escutam a mensagem do evangelho sejam convidados a aceitar Cristo e sua salvação, e são honestamente conclamados a tal aceitação, a graça salvadora de Deus, no sentido mais estrito da palavra, não é universal, mas particular, sendo concedida só aos eleitos de Deus (aqueles que foram escolhidos por Deus em Cristo para a salvação).
4) A graça salvadora de Deus é, assim, eficaz e impossível de ser perdida. Isso não quer dizer que, deixados por si mesmos, os crentes não possam desviar-se de Deus, mas, pelo contrário, significa que a vontade de Deus não permite que seus escolhidos percam a salvação. A segurança espiritual dos crentes, portanto, depende, principalmente, não de que eles se segurem em Deus, mas de que Deus os segura.
5) Embora a aplicação da salvação ao povo de Deus envolva, nos aspectos mais distintos da regeneração, no seu sentido mais restrito, vontade humana e obras, ainda assim a aplicação é, principalmente, obra do Espírito Santo.
Essas ênfases distintas formam a soteriologia reformada. Embora realce a soberania da graça de Deus na aplicação da salvação, a teologia reformada não nega a responsabilidade humana no processo de salvação.
Salvos pela Graça
Anthony A. Hoekema
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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott
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