Pilares do Teísmo Aberto: Parte 1


Bem, agora que já falamos sobre as origens do Teísmo Aberto, vamos conhecer seus pilares.

O Teísmo Aberto ou Teologia Relacionai ensina, basicamente, cinco coisas:

1) 0 maior atributo de Deus é o amor — Na Teologia Relacionali ou Teísmo Aberto, este atributo divino é normalmente enfatizado em detrimento a todos os demais atributos de Deus. Todos os atributos divinos, mesmo sua imutabilidade, sua onisciência e sua onipotência, são diminuídos e reinterpretados para favorecer o atributo do amor. Porém, a Bíblia nos apresenta todos os atributos divinos coexistindo em equilíbrio. Deus não é amor e mais ou menos onisciente e onipotente. Ele é amor e plenamente onisciente e onipotente (Gn 17.1; Jó 42.2; SI 139; Is 46.10). A Bíblia não apresenta incoerência na coexistência dos atributos de Deus.

O crente deve saber em quem tem crido. Ele precisa saber e aceitar as qualidades naturais e morais de Deus, para que tenha uma idéia correta a respeito de seu Senhor, e não uma concepção com base apenas na intuição e no “achismo”, uma concepção frágil e deformada.

Deus é onipotente e justo ao mesmo tempo. O que é onipotência? É a qualidade de ter todo o poder. O vocábulo oni significa “tudo” ou “todo”. Logo, quando dizemos que Deus é onipotente, não estamos dizendo simplesmente que Ele é poderoso, mas afirmando que só Ele detém todo o poder. Há muitas passagens na Bíblia que realçam esse atributo divino (Gn 18.14; 2 Cr 20.6; Jó 42.2; SI 62.11; 147.5; Is 14.27; 43.13; Dn 4.35; Lc 1.37). Deus se apresentou como o Onipotente a Abraão (Gn 17.1) e a Jó (Jó 40.1-2). Jesus, Deus encarnado, afirmou que “todo o poder” lhe foi dado “no Céu e na Terra” (Mt 28.18). Ele “sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3). E mais: “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3).

Porém, apesar de a onipotência divina ser asseverada inúmeras vezes nas Sagradas Escrituras, há pessoas que tentam filosoficamente desacreditá-la, usando de um infantil silogismo para tentar provar que é impossível algum ser no universo deter todo o poder. O teólogo norte-americano Russell E. Joyner ressalta e desfaz esse logro: “Um antigo questionamento filosófico indaga: ‘Deus é capaz de criar uma rocha tão grande que Ele não possa mover? Se Ele não consegue movê-la, logo Ele não é todo-poderoso. E se Ele não é capaz de criar uma rocha tão grande assim, isso também comprova que Ele não é todo-poderoso’. Essa falácia da lógica simplesmente brinca com as palavras e desconsidera o fato de que o poder de Deus está relacionado com seus propósitos”. “A pergunta mais honesta seria: Deus é poderoso para fazer tudo quanto pretende, e que esteja de acordo com o seu propósito? De acordo com os seus decretos, Ele demonstra que realmente tem a capacidade de realizar tudo quanto desejar: ‘Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem pois o invalidará? E a sua mão estendida está; quem, pois, a fará voltar atrás?’, Is 14.27” (Teologia Sistemática — uma perspectiva pentecostal, editor Stanley M. Horton, CPAD, 1996).

Um exemplo claro dessa afirmação de Joyner está no Plano de Salvação em Cristo. Um dos propósitos de Deus é salvar os seres humanos (1 Tm 2.3-4). Em Marcos 10.25-27, Jesus falou a seus discípulos que é impossível ao ser humano salvar-se a si mesmo, mas isso não é impossível para Deus, porque “para Deus todas as coisas são possíveis”. Deus proveu nossa salvação por meio de Cristo (Jo 3.16). Portanto, todos quantos quiserem aceitá-lo sinceramente como Salvador e Senhor de suas vidas podem ser salvos hoje e agora (Jo 1.11-12). Em outras palavras, podemos e devemos louvar a Deus não só pela sua onipotência, mas também por seus sublimes propósitos, que nos garantem a Salvação.


5 comentários:

  1. Muito, muito bom!
    Quero ver os outros 4 pilares. =)

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  2. Estou na espera dos outros três.
    Infelizmente em tempos recentes entrei em uma questão que acho um absurdo te-lo feita(ate mesmo para uma igreja neopentecostal) e que depois de esgotado todo argumento da outra pessoa ela me chega e fala que não tem tanta certeza assim se a bíblia tem esse proposito de regular as nossas vidas e o que ele achava certo era que ela provia somente conselhos para relevância na vida cristã, e mais, que no final de tudo o amor de Deus prevaleceria e até mesmo que as duas coisas se confundiam(pois ambas são eternas). Resolvi deixar para lá a discussão e toda vez que vejo essa pessoa me sinto um covarde pois no momento não achei conveniente delongar uma conversa particular de facebook.

    No mais a paz de Cristo.

    .::::Bryan::::.

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    1. Bryan, essa pessoa anda lendo autores liberais, como Caio Fabio e Rob Bell?

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    2. Pior ele chegou a me falar do René Kivitz. Ele vamos definir aqui que seja uma pessoa eclética.

      .::::Bryan::::.

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    3. Não acho que você se acovardou, Bryan. Já "ganhei" pessoas deixando de tentar convencê-las e entregando nas mãos de Deus. Há momentos em que o silêncio vale ouro. Esse pode ser um deles.

      Em Cristo,

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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