Fé salvadora e fé confessional


Aos eleitos Deus se revela e é por eles recebido, independentemente de quaisquer condições humanas: "Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado" (Mt 11.25-26).

Os postulados da fé, revelados nas Escrituras, são dádivas de Deus, não criações da inteligência humana ou resultados de seu misticismo. A mais extraordinária formulação confessional das origens do cristianismo foi emitida por Pedro: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" O Mestre, porém, lhe assegurou que tal declaração procedia da revelação e não de suas conclusões teológicas: "Não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus" (Mt 16.16-17). O mesmo Deus que se revela nas Escrituras e por elas manifesta sua vontade, também ilumina os seus escolhidos para entendê-las, aceitá-las e por elas se conduzirem, espiritual e eticamente.

A igreja é filha e serva da Palavra de Deus. Deus, autor da revelação, o é igualmente da fé, da regeneração e da santificação: "Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor" ( Ef 1.4 ). A fé reformada firma-se, portanto, na revelação bíblica e na confissão magistralmente sumariada no Credo dos Apóstolos, base estrutural da monumental obra de Calvino, as Institutas.

O crente reformado sabe que todas as coisas procedem do Criador, são sustentadas e administradas por ele, tanto na ordem material ou cósmica como na espiritual. Conhecemo-lo, porque ele se revela a nós; temo-lo, porque ele se deu a nós; cremos nele, porque nos outorgou o maravilhoso dom da fé; caminhamos esperançosos, porque ele, na pessoa de seu Filho, é-nos caminho, verdade e vida; temos a vida eterna, porque ele, em Cristo, matou a morte; ressuscitaremos no último dia, porque ele ressuscitou, abrindo o caminho para a eternidade; estaremos com ele, porque ele nos chamou para estar com ele no seu reino.

Não cremos na Igreja nem no seu clero, porque o mesmo Deus da Igreja é o Senhor de cada um de nós. Cristo habita o seu corpo, mas também habita cada um de seus membros verdadeiros. A Igreja não é objeto de nossa fé, nem o que ela ensina fora e à margem das Escrituras deve ser matéria de crença; nossa confiança é depositada única e exclusivamente em Cristo Jesus, autor e consumador de nossa fé, Mediador de nossa redenção e de nossas orações. O livro da Igreja e o de cada um de seus membros é a Bíblia (Sola Scriptura), que é por ela e por todos os seus congregados autênticos tomada como única regra de fé e norma de conduta.

Assim, nós, os reformados, temos uma fé salvadora, que é dom de Deus, e uma fé confessional, firmada estritamente nas Escrituras Sagradas e solidamente orientada por nossos símbolos religiosos.

Autor Desconhecido

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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